Pov Tony Stark:

Isso aqui virou convenção?!? Primeiro a ruiva e agora o Capicolé América. Pensei que estava escondido e não dando uma festa!

Percebi que ele devia estar parado ali a mais tempo e distanciei-me um pouco mais da ruivinha. Diante da postura dele senti-me pequeno. Ele saberia como lidar bem com aquela situação "O Senhor Perfeição", diferente da Natasha e de mim não tinha dificuldades com os sentimentos humanos.

Ele aproximou-se do sofá e disse:

—Desculpa ser inconveniente, mas preciso conversar com você Tony.

Natasha levantou do sofá e disse:

—Estarei te esperando lá embaixo.

Deu um beijo no rosto do picolé deixando-o quase roxo de vergonha. Esperamos o barulho de saltos cessar na escada.

Antes que ele começasse o seu sermão disse ácido:

—Está caidinho pela ruiva, não está?

Ele sorriu carrancudo e cheio de marra. Nunca pensei que viveria o suficiente para ver essa expressão no rosto do Capitão América!

Ele confirmou:

—Estou. Eu amo aquela mulher confusa.

Arregalei os olhos diante à facilidade com que ele pronunciou aquelas palavras.

Balbuciei:

—Confusa?

Ele deu uma risada e assentiu.

Continuei:

—Capicolé aprenda uma coisa importante quando o assunto for mulher: Todas elas são confusas, indecisas, frágeis e completamente encantadoras.

Ele sentou do meu lado no sofá.

—Elas são Stark! Como diria o Buck: “Mulheres, não dá para conviver com elas e nem viver sem elas.”

—Seu amigo é sábio!

Ele colocou a mão sobre meu ombro enquanto encarava-me sério.

—Sei que não sou a melhor pessoa para te dizer que será um bom pai Tony, mas conheci o seu o suficiente para saber que ele se orgulharia de você pelo que se tornou. Ser herói é uma tarefa para poucos e esses poucos carregam responsabilidades para o mundo inteiro.Não deixe que seus medos dominem você.

Fitei seus olhos azuis confiantes e mais uma vez entre tantas outras ele tinha razão.

Agradeci:

—Obrigado.

Ele assentiu e levantamos juntos do sofá.

Ele andou até a saída e antes de descer as escadas disse:

—Vou dizer para o Visão que você está bem, mas não vou dizer onde você está.

Agradeci mentalmente pela atitude e antes que ele fosse embora de vez pedi:

—Peça para Natasha não dizer para Pepper que voltei.

Ele assentiu confuso e desceu as escadas.

Pov Pepper Stark:

Meu apartamento ainda estava parcialmente mobilhado, o sofá da sala e a minha cama ainda estavam lá, já era o suficiente.

Minhas amigas estavam na sala, cheias de perguntas que eu não queria responder e hipóteses do paradeiro do meu marido que eu não gostava nem de imaginar!

Maria estava com quatro computadores abertos, cada um ligado a uma rede de satélite diferente, mas não havia nenhum sinal da armadura do Tony.

Wanda estava comunicando-se telepaticamente com Visão que estava ajudando nas buscas em Terra.

Jane estava na cozinha fazendo o nosso almoço, porque segundo ela não conseguiríamos pensar em nada de estômago vazio. O que elas não sabiam é que nada queria parar no meu estômago.

Sentei no sofá e observei o esforço de cada uma, elas estavam preocupadas comigo e isso deixava-me minimamente feliz, mesmo que eu não quisesse ser egoísta estava sendo, escondendo das minhas amigas a minha gravidez.

Wanda disse:

—Visão disse que o Capitão encontrou o Tony, mas não pode dizer onde ele está, apenas informou que ele está bem.

Suspirei aliviada.

Todas nos entreolhamos e Maria disse acusadora:

—Você não teria algo para nos dizer Pepper?

Engoli em seco e pronunciei:

—Estou grávida!

Começou então o burburinho sobre os nomes, cores do quarto e outras coisas que me distraíram sobre a reação nada amigável do pai do meu bebê.

Pov Natasha Romanoff:

Eles estavam demorando demais lá em cima.

Andei de um lado para o outro na calçada enquanto esperava o meu namorado. Poderíamos almoçar juntos? Escutei passos na escada e senti aquele perfume único que só Steve possuía. Sorri para o meu Capitão.

Ele sorriu de volta segurando a minha mão.

—Vamos?

Ele andava na direção da sua moto, refreei o paço indicando o meu carro estacionada um pouco mais a frente. Ele fechou o semblante mas assentiu indicando para segui-lo de carro.

Ele estacionou na frente do meu prédio e eu fiz o mesmo. Subimos as escadas sérios, sem nenhuma brincadeira.

Ele abriu a porta e a fechou assim que passei pela mesma. Andei calmamente até o sofá, sentei e Steve sentou-se apoiando a cabeça no meu colo.

Ele pronunciou:

—Não sabia que você estava lá.

Dei uma risada nasalada enquanto deslizava os meus dedos por seus fios lisos e loiros.

—Maria não me deu escolha, ela e o esquadrão de madrinhas maravilhas foram convocadas para ajudar a pobre e indefesa Pepper.

Foquei bem na ironia para ele perceber que eu não concordava nada com aquela frase. Ele ajeitou-se melhor no meu colo passando os braços pela minha cintura.

Disse mais amena:

—Quem diria que o Tony seria tão cabeça dura?

Ele sorriu encarando o meu rosto.

Steve respondeu naturalmente:

—Eu diria amor, ele tem medo de não ser bom o suficiente.

Amor... Meu rosto corou e um sorriso bobo enfeitou o meu rosto. Suspirei e continuei fazendo carinho no seu cabelo.

Acabei sussurrando:

—Todos nós temos medo de não corresponder as expectativas do outro.

Abaixei meu rosto capturando os seus lábios entre os meus antes que ele me respondesse. As mãos dele apertaram mais ainda a minha cintura e tive de segurar um gemido que queria escapar.

Descia as minhas mãos antes pousadas em seu cabelo para lateral de seu rosto, enquanto mordia o seu lábio inferior aproveitei-me de seu aperto na minha cintura para passar as minhas unhas sobre seu abdômen escondido pela camisa.

Ele sussurrou:

—Nat...

Dei mais uma mordidinha inofensiva em seus lábios e voltei a fazer cafuné em seu cabelo. Admirando seu rosto, os olhos fechados e os lábios levemente vermelhos, o cabelo bagunçado, tão longe da sua postura habitual.

Pov Steve Rogers:

Ciúmes era pouco para o que eu sentia por ela.

Mas Stark era seu amigo assim como Clint e Nat fazia de tudo para ver seus amigos bem, ela até tentava esconder esse lado heroico dela.

Ali perdido entre suas mãos e lábios eu até me esquecia do mundo. Abri os olhos deparando-me com seus lábios levemente avermelhados, fios ruivos soltos e espalhados pelo seu rosto e nos seus olhos um brilho intenso.

Soltei uma de minhas mãos de sua cintura e passei pela lateral de seu rosto.

Ela perguntou:

—Onde vamos almoçar hoje?

Dei um sorriso cafajeste e respondi:

—O que acha de fazermos algo mais interessante?

Ela devolveu meu sorriso sacana e voltou a beijar a minha boca.

Pov Tony Stark:

Saí de casa e passei numa floricultura, Pepper ama rosas vermelhas, só que seria um ledo engano achar que ela me desculparia apenas pelas flores. Com a ajuda da Sexta-feira ajeitei a iluminação e liguei para um velho decorador da minha família, nunca pensei que ligaria para ele.

Duas da tarde e metade dos planos já estavam concluídos.

O quarto do bebê estava pintado de creme, o piso de madeira envernizada completava o ambiente, nada de berços ou enfeites exceto por uma cadeira de balanço, deixaria essa parte para minha adorável Pepper.

O quarto ficava de frente para o nosso e tinha um banheiro dentro dele de acordo com a Laura, sim eu liguei para mulher do Barton em busca de auxílio, seria muito útil. O banheiro estava decorado nos mesmos tons claros que o quarto.

Comprei um enorme e hipoalergênico urso de pelúcia, creme com um lação azul, Pepper gosta dessa cor. Deixei o ursão descansando em cima de uma cadeira de balanço envernizada, carregando no seu colo uma caixa de presente média onde tinha um grande pedido de desculpas e um par de sapatinhos brancos de crochê.

Arrumei a sala e tirei aquelas garrafas de bebidas vazias da área de serviço, Pepper não precisava ver aquilo e se preocupar ainda mais comigo.

Se eu estava nervoso?

Claro! Como a ruivinha disse não dá para saber de tudo, mas caso eu fracassasse seria tentando.

Pov Pepper Stark:

As meninas foram embora planejando o meu chá de bebê para antes do casamento da Jane. Amanhã iria na nossa primeira consulta.

Estava um verdadeiro bagaço: Cansada, com fome e levemente mais pesada.

A campainha tocou e eu fui atender a porta vestindo o meu pijama favorito, uma camisa antiga do Tony preta e um short rosa. Não havia ninguém do outro lado a minha espera, apenas um enorme buquê de vinte e duas rosas enroladas em um laço branco. Peguei-as com cuidado e assim que me levantei do chão uma tontura repentina pegou-me de surpresa, antes de tudo ficar escuro senti braços fortes ao meu redor e o cheiro amadeirado do perfume do Tony.

Abri os olhos sentindo uma claridade incomum sobre o meu rosto.

Ouvi uma voz conhecida e reconfortante dizer:

—Ainda bem que acordou, quase nos matou de susto senhora Stark.

Tony pigarreou.

—Agora que estamos todos acordados, sãos e salvos, podemos terminar logo com isso Bruce.

O Dr. Banner assentiu de modo profissional, finalmente reconheci o quarto do Tony. Lembrei-me das rosas e do meu desmaio, minhas mãos automaticamente pousaram sobre o meu ventre.

Tony sondava-me com o olhar escondendo suas emoções como um forte impenetrável.

Bruce aproximou-se de mim e perguntou:

—Posso examina-la Pepper?

Senti seu olhar recair sobre as minhas mãos e eu as retirei dando total liberdade. A cama mudou o peso do meu lado e Tony também parecia concentrado em cada movimento do Bruce.

Ele subiu a minha blusa até a altura dos seios e passou um gel gelado sobre o meu abdômen, dei uma risada nasalada por conta das cócegas. Tony franziu o cenho e nada disse.

Dr. Banner pronunciou em tom profissional:

—Concentrem-se na tela.

Ele apontou para televisão de tela plana no meio do quarto onde um aparelho de ultrassom estava plugado. Tony surpreendentemente tinha pensado em tudo, desde as vinte e duas rosas data do nosso casamento até o laço branco pedido claro de trégua.

Então pude ouvir o coraçãozinho, mas o som estava estranho hora ritmado hora descompassado, dois sons diferentes e a imagem parecia duplicada.

Olhei para o rosto de Tony que estava branco como papel, estampava um sorriso solto e despreocupado.

Bruce me tirou do meu estado de torpor.

—Parabéns! Como podem ver são dois bebês.

Achei que ia desmaiar de novo.

Pov Tony Stark:

Se achava que Pepper desmaiada e correndo risco de vida já era um pesadelo imagina dois bebês?!?

Sem duvida nenhuma estava levemente anestesiado.

Senti Pepper pender para trás e em um gesto protetor amparei seu tronco com o meu corpo. Olhei novamente para tela e concentrei-me nos sons, um era rápido e o outro um pouco mais lento.

Bruce encarou-me sério.

—Sabe que essa gravidez não é de risco, mas Pepper está abaixo do peso para uma gestação que acaba de completar quatro meses e de gêmeos, ainda por cima.

Ela desesperou-se:

—O que tenho que fazer para que fiquem bem Bruce?

Ele sorriu abertamente e tranquilizou a minha esposa e agora mãe dos meus filhos.

—Nada demais Pepper, apenas seguir a dieta que vou lhe prescrever.

Ele desviou a atenção dela para mim.

—E quanto a você Tony, espero sinceramente que não se meta em encrencas, esses dois precisam de um pai.

Dei um sorriso torto e perguntei:

—Os Dois, então são dois garotões?

Bruce assentiu enquanto terminava de examinar Pepper e recolher suas coisas. Deixei minha linda esposa na cama e desci junto com Bruce até a porta.

—Obrigado por tudo.

Ele sorriu e respondeu:

—Eu que agradeço a confiança Tony, volto quando ela completar o quinto mês, mas se você preferir pode contatar algum médico de sua confiança, tenho sete PHD´s mas nunca realizei um parto.

Ele virou-se para ir embora mas voltou.

—E antes que eu me esqueça, ela vai sentir alguns desconfortos durante esse mês, os bebês começaram a mexer e a crescer muito, então não deixe ela estressada Tony, isso é fundamental para que não ocorra mais nenhum desmaio.

Assenti e voltei correndo lá para cima.

Pov Pepper Stark:

Alisei a barriga levemente.

Dois meninos, a casa seria mesmo dominada pelos jogos e carrinhos. Tony pareceu extremamente feliz com a noticia e eu também.

Ouvi passos na escada e retesei-me.

—Pepper o Dr. Banner pediu para que eu preparasse alguma coisa para você comer.

Assenti temendo que ele voltasse correndo para o espaço. Levantei da cama e fui para cozinha. Tony fez três pratos de panquecas com calda de morango e uma deliciosa vitamina de abacate. Comi sem respirar o primeiro prato e pedi para repetir mais uma vez, ele assistia á tudo impressionado. O prato dele praticamente intocado fez meus olhos brilharem, comecei o roubar uns pedaços dele também.

Ele perguntou atencioso:

—Pronta para dormir?

Respondi entre a última mordida:

—Nós estamos prontos.

Tony sorriu e carregou-me até o nosso quarto.

Ali deitados de conchinha senti os dedos dele se embrenharem para dentro da minha blusa e roçarem de leve na minha barriga, um carinho discreto.

—Sinto muito Pepper.

Minha nuca arrepiou-se por completo diante do seu sussurro sincero e carregado de arrependimento.

Passei as minhas mãos sobre as suas em resposta.

—Agora está tudo onde deveria estar, amanhã vai ser outro dia Tony.

Ele beijou a minha nuca e antes que eu pudesse notar já estava beijando a minha barriga.

—Boa noite para vocês, Howard e...

Sorrindo o cortei:

—Nunca planejou ter filhos, mas já tinha um nome em mente Anthony Stark.

Ele respondeu alegre:

—Apenas o do meu pai, mas como eles são dois.

Entendi o recado e apoiava plenamente a sua escolha.

—Me resta apenas um.

Ele assentiu brincalhão e roubou os meus lábios. Foi aí que senti o primeiro movimento deles, devagar mas mesmo assim um movimento.

—Tony coloque as mãos aqui.

Ele arregalou os olhos e perguntou boquiaberto:

—Howard está mexendo?

Dei uma pequena gargalhada e disse:

—Pode ser o Robert.

Ele arregalou os olhos, se ele homenagearia o pai dele, eu também podia fazer o mesmo.

—Então está decidido?

Sorri em resposta e Tony verbalizou:

—Howard Potts Stark e Robert Potts Stark.