Ela era uma leitora compulsiva
Sem rima, sem tina, totalmente impulsiva
Gostava da forma de escrita
Como gostava da forma da cronista
Ela mostrava seu amor por sílabas
Mesmo que se não tivessem uma rima
A forma de como falava
De como mostrava
A palavra original do autor
Transformada em orientador
Para virar aquele mundo de cabeça para baixo
Mostrando como está lá embaixo
O pior é o melhor
E o melhor é o pior
Ela viu um pedaço do mundo
Que montei por puro insulto
Insulto ao real
Mostrando a crueldade do virtual
Afinal, eu montei tudo
Para que essa leitora visse
A leitora que virou eterna
Através das mãos de um pequeno Deus
Posso lhe mostrar mais se quiser
Mais da eternidade que jás aqui
Destruída, acabada, reconstruída, remoldada
Anote minhas palavras
Não se existe além do nada
Nada se cria além do vão
Vão entre mudo e surdo
Pequeno, inconsciente, belo
Aqui lhe torno eterna leitora
Mas a eternidade pertence a outra pessoa