Blonde and Mad escrita por South Paradise


Capítulo 1
Blonde and Mad – Os Efeitos do Excesso de Descolor




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A sala vazia e silenciosa, totalmente o oposto do estado em que se encontrava há poucos minutos atrás. A luz entrava pálida pelas grandes janelas, caindo sobre as fileiras de cadeiras bagunçadas, dando um aspecto simpático e calmo ao ambiente. Desta vez, oposto aos olhos verdes que o observavam. Os meus olhos.

Soltei um muxoxo, terminando de recolher os papeis de cima da mesa na expectativa de ir embora logo dali. Ou pelo menos tentar.

Eu estava cansada, esgotada, e a única coisa que eu queria no momento era me esconder no meu ateliê. Acreditem, eu amo meu trabalho, nada me deixa mais orgulhosa do que entrar pelas portas desta faculdade e lecionar. Amo o caos e a correria dos alunos. Porém encarar uma sala, cheia de universitários não muito mais novos do que você, e que estão pouquíssimo interessados em “História da Arte”, nem sempre é animador. E esse era um destes dias.

Metade da sala estava com a cabeça em outra dimensão, e os que sobraram, resolveram que aquele era o melhor momento para lavar a roupa suja entre si. Exausta era a palavra. Final de semestre deixava todos com os nervos à flor da pele.

Dirigi-me a saída, quase correndo, e já montando meu plano de fuga. Ino, minha melhor amiga e secretária de Sasuke, havia dito que me buscaria para almoçarmos juntas, e depois faríamos compras ou qualquer outro programa que excluiria total e qualquer companhia masculina. Aparentemente, meu doce namorado, tinha lhe dado uma folga extra e ela achou que uma tarde entre meninas era a melhor forma de passá-la. Yamanaka precisava era de um namorado! Ou pelo menos tomar vergonha na cara e para de fazer Sai de palhaço, antes que ele enlouquecesse de vez com as peripécias dela e a largasse. O que pelas minhas previsões não tardaria a acontecer. Aquela loira era totalmente desequilibrada.

De qualquer forma, eu sabiamente recusei o convite, e claro, ela apenas fingiu que não havia escutado. Não me entendam mal, Ino é minha amiga e eu a amo. Faria qualquer coisa por ela. Só que a bandida só trabalhou na parte da manhã, logo, meu namorado, seu chefe, também estava com a tarde livre. E antes de qualquer coisa, eu repito: EU A AMO! Porém estamos falando de Uchiha Sasuke! Dele e de toda a sua disposição e cooperação. Eu não queria e nem podia desperdiçar. Mas também era de Yamanaka Ino de quem estamos falando. Então minha querida amiga cretina iria fazer de tudo para conseguir o que queria. Doa a quem doer!

E exatamente por isso, agora eu me encontrava fazendo a linha “Uma Saída de Mestre”, enquanto disparava pelos corredores da instituição acadêmica onde lecionava e onde também eu tinha concluído minha pós-graduação em Artes. Tudo isto na esperança de escapar das garras ridiculamente compridas e malévolas de Ino. E claro, chegar sem mais nenhum aborrecimento em casa, para desfrutar do meu pedaço moreno de céu.

Eu já conseguia ver a luz no final do corredor, ao mesmo tempo em que tropeçava nos meus saltos em busca da saída. Mais alguns metros e então: LIBERDADE!

Mas sou eu a pessoa em questão. Então era pura ilusão pensar que eu conseguiria sair dessa ilesa. E constatei isso quando senti um puxão nos meus cabelos, me jogando na direção contraria a que eu estava indo.

- Onde a Senhorita pensa que vai Testão? – pega no flagra, fui girada parando em frente a Ino, que pela sua expressão, poderia ter seu nome incluído no dicionário para definir a palavra “insanidade”.

- Ai ai ai Porca. O que você acha que esta fazendo? – tentei me soltar, porém ela puxou mais forte, já começando a andar me carregando junto. Todos no corredor observavam a cena se divertindo as minhas custas.

- Isso sou eu quem te pergunto Sakura! – falava alta, quase aos berros. Meu deus, que deselegante! – Não posso acreditar que você pensou que podia fugir de mim. Que bela amiga você é!

- Falácia! – sorri amarelo – estava apenas tentando alcançar a saída o mais rápido e assim facilitar as coisas para você.

- Você acha que eu tenho cara de palhaça, Haruno? – pensei em responder, porém gostava muito dos meus fios cor de rosa para arriscar. Meu cabelo estava quase soltando do coro cabeludo, e eu tinha quase que correr para acompanhar Ino.

- Eu só queria te ajudar, assim você não teria que entrar na universidade. Porca ingrata!

- Ingrata é você, que sempre que precisa, eu ajudo. Agora quando eu estou em uma emergência, a madame pula fora! – já estávamos no hall do prédio principal quando ela finalmente parou de andar.

- Desde quando compras é uma emergência? – tentei esconder meu rosto dos olhares curiosos – e Santa Kyuubi Ino, solte meu cabelo! Está doendo e todo mundo está olhado!

- É para olhar mesmo e ver o quão tratante a professora deles é! – gritou aos quatro ventos, arrancando mais alguns risos da nossa platéia – quem sabe assim, eles repensem o quadro de funcionários.

- Ai que vergonha – sussurrei me encolhendo. Pelo menos os meus alunos já tinham ido embora.

- Eu é que estou com vergonha de ser sua amiga! – dramática. Jogou a franja que caia nos olhos e me olhou acusadora – e não são só compras! É um almoço entre amigas. Uma reunião rank S!

- Pare de fazer show! No final das contas você me encontrou não foi? Então pronto! – resignada, o que me restava era o conformismo com minha má sorte.

- Então admite que ia me abandonar?

- Ia sim! E se tivesse a oportunidade agora, assim o faria! – disse já pouco me importando.

Minha cabeça latejava já com tanta falazada. Só a Yamanaka mesmo para tornar minha segunda-feira ainda pior. A aglomeração que tinha se formado perto de nós havia se dispersado, nos dando um pouco de privacidade.

- Até a Hinata vai Saky... – abrandou o tom de voz se aproximando – por favor, eu preciso de vocês...

- Hina? – a vi sacudir a cabeça em concordância – pensei que ela tinha uma reunião hoje a respeito de alguma nova obra. Ela até me pediu para dar uma olhada no projeto...

- E tinha – um sorriso diabólico tomou conta de todo seu rosto. Assustador – Entretanto consegui convencê-la de faltar!

- Meu deus Ino, você é louca! – a loira deu dois pulinhos de contentamento. – vamos logo antes que eu mude de idéia.

Juntei-a pela mão e sai rumando direto para o estacionamento onde ela tinha deixado seu chamativo carro cor de rosa.

- Ela vai nos encontrar no Ichiraku – cantarolou destravando o alarme – na verdade já deve estar lá, já que me atrasei te perseguindo – revirei os olhos e fiz o que ela fazia comigo com muita frequência: Ignorei.

Era quase impossível acreditar que Hinata faltaria ao trabalho por causa de uma das arrumações de Ino... A Hyuuga já foi muito mais sensata que isso. Provavelmente era a convivência com a loira que estava sendo prejudicial a ela. Na verdade, a todas nós. Eu era a única que apresentava algum juízo pelo visto.

Distraidamente mandei uma mensagem avisando a Sasuke que hoje estaria ocupada, e fui respondida com um curto “Hnm...” seguido de “vou ficar até mais tarde no escritório então”. Juro que nesse momento tudo o que eu queria era matar Ino.

*

- Então porquinha, vai nos explicar o motivo de tudo isso? – argúi virando um copo de sake. De acordo com Hina, a Yamanaka havia dito que nosso almoço se tratava de um caso de vida ou morte, e assim a convencera a comparecer. Porém a desequilibrada se recusou a contar antes de comermos.

- Nossa Sakura, será que dá para fingir que está contente? – se ajeitou melhor na cadeira me olhando aborrecida – e você também Hinata!

- Não é que não estejamos felizes, só estamos mais curiosas já que todas têm coisas mais importantes para fazer do que ficar jogando conversa fora em dia de semana – a morena saiu em minha defesa fazendo sua melhor cara de desgosto. E pensar que Hyuuga Hinata não conseguia falar duas palavras sem gaguejar no jardim de infância. Hoje era imponente e decidia. Balancei a cabeça divertida com as lembranças.

- Correção, você tinha Hina! Já a folgada da testa de marquise só trabalha de manha essa semana – mostrou a língua enquanto enrolava a todos nós. Desse jeito iríamos embora sem saber o que afligia a problemática.

- E você também Ino! Poderia ter passado a tarde toda em sua casa, com os cascos que você chama de pés para cima, mas não! Preferiu infernizar a todas nós, e é só segunda! Imagina o que aprontará no resto da semana... – pontuei já nem tão irritada. No final das contas, havia sido um encontro agradável. – e porque não chamou Tenten?

- É mesmo, a pucca disse que estava de férias pelos próximos meses – Hinata arqueou a sobrancelha.

- Para férias você quer dizer demitida não é?! – ri me lembrando do episodio que causara o desligamento da morena chocolate. Há tempos não me divertia como no dia do acontecido.

- Ser pega transando com o colega de trabalho dentro do armário de vassouras... Que fim de carreira, tsc. – A porca fez de moralista, mas foi a que mais se divertiu as custa de Mitsashi.

- A única coisa que eu consigo pensar é na cara do seu primo Hinata! – gargalhei alto.

- Pelo menos as suspeitas sobre a orientação sexual dele foram sanadas – Ino riu maliciosa. Balancei a cabeça, aquela pose de correta dela não durou nem cinco minutos no final. – Casal desemprego aqueles dois!

- Suspeitas que foram espalhadas por você, não é sua alcoviteira – Hinata apontou o dedo na cara da porca, e seu rosto era algo dividido entra a irritação e o riso. O segundo ganhou. Era impossível ficar irritada com a situação. Afinal nunca é trágico quando não é com a gente.

- Enfim, deixando de lado essas acusações infundadas – nem eu nem a Hyuuga conseguimos segurar a risada nessa hora, ganhando uma boa encarada na nossa amiga – Tenten se recusou a vir...

-... ela é quem tem juízo nisso aqui – soltei.

- ... disse que se recusava a ser conivente com o que eu estou prestes a fazer. – continuou com se não tivesse sido interrompida.

- E se a Mitsashi não concordou com o que quer que você queira fazer, o que te faz pensar que nós vamos? – Hina apoiou o rosto da mão encarando debochadamente a Yamanaka.

- Muito bem apontado, inclusive estou com medo de descobrir o que você quer fazer. Tenten é quase tão desajuizada quanto você. Se ela disse não, eu provavelmente vou sair correndo quando escutar – só deus sabia o quanto eu adorava provocar Ino. Era quase um hobby.

- Se vocês pararem de me interromper toda hora, talvez eu consiga contar a vocês! – esbravejou e ganhou um olhar feio do garçom que passava por perto.

- Interrompida devia ter sido a gravidez da sua mãe quando descobriu que estava esperando por você – alfinetei relaxando minhas costas e encarando o movimento pela janela do restaurante. O Ichiraku ficava enfrente ao shopping mais movimentado da New York, consequentemente a rua que separava os dois vivia abarrotada.

- Mas que inferno! Pois bem, se vocês querem ir embora, sintam-se a vontade – A loira perdia a paciência fácil de mais. Irritá-la era como tirar doce da boca de criança.

- Se você diz – Hinata era uma sacana mesmo. Já levantou jogando sua bolsa no braço – vamos Sakura, eu te dou uma carona.

- Hina! – a voz chorosa de Ino atraiu a atenção de todo o lugar novamente. Estava para nascer mais escandalosa. Juro que vi algumas lagrimas nos seus olhos azuis.

- Hinata, sente logo antes que a porca tenha uma sincope. E ande logo com isso Yamanaka, até eu estou aflita com essa palhaçada toda. – por mais que eu gostasse de tirar uma com a cara de Ino, alguma coisa me dizia que o assunto era serio.

- Obrigada Saky – vi a morena se jogar na cadeira e pela visão periférica eu podia jurar que uma cabeleira loira familiar havia entrado no shopping. Ignorei e voltei minha atenção para a minha amiga platinada e desesperada. – Então... o Sai está me traindo.

Soltou assim, de supetão, sem preparar ninguém para fofoca-bomba.

- Como é que é? – nem mesmo a Hyuuga esperava por essa – tem certeza Ino?

Ela anuiu com a cabeça, e então eu pude ver a real situação dela por debaixo da fachada maquiada e barulhenta. Olhos sem brilho, cansada e o rosto parecia até um pouco inchado.

- Porquinha... – suspirando mudei de lugar, saindo do lado de Hinata e me sentando ao seu lado – olha, de onde você tirou essa história? Você pode até ter certeza, mas eu não acredito! Não o Sai. Pelo amor, se ele não te largou depois daquela história de você querer depilá-lo, ele não vai te largar nunca mais. Muito menos arrumar outra mulher.

- Mas eu vi Saky...

- Elucide-me, por favor – Hinata estava tão confusa quanto eu. Sai traindo Ino era mais descabido do que Sai namorando Ino. Até hoje não sabíamos como o casal improvável tinha se juntado, ele era quase um assexuado.

- De uns dias para cá ele vem recebendo telefonemas de uma mulher misteriosa. Sempre que ele a atende, sai com o telefone para outro cômodo. Quando vê no identificador de chamadas que é ela, nem me deixa atender ao telefone. Como isso não pode ser uma amante gente?!

- Eu não acredito que ele teve coragem de fazer isso com você... – deslizei meu braço por cima dos ombros de Ino, fazendo com que ela escondesse o rosto nos meus cabelos e chorasse um pouco – deve ser algum mal-entendido hana.

- É boba, sempre há uma explicação – Hina tinha o mesmo olhar desesperado que eu. Normalmente era a Yamanaka que nos assisti chorar e reclamar dos nossos namorados – vocês acabaram de ir morar juntos. Ele não ia aprontar agora, se ele não te quisesse não teria dado esse passo tão grande junto com você.

- Há sim uma explicação, e é que ele tem outra! – ela ergueu a cabeça nos encarando – e é por isso que vocês estão aqui! Para me ajudar.

- Não estou gostando desse seu olhar Ino, o que quer que esteja se passando pela sua cabeça, não vai prestar! – mais uma vez o dedo da morena se encontrava contra o rosto da loira chorosa.

Mal sabíamos que Hyuuga Hinata nunca esteve tão certa em sua vida como naquele momento.

- Ah cale a boca e me escute – a porca debruçou-se sobre a mesa e começou a sussurrar – eu o ouvi dizendo no celular que ele iria se encontrar com ela no shopping hoje e bom, nós vamos segui-los e pega-los no pulo! Eu vou mostrar para eles o significado da palavra BAR-RA-CO! – a ultima palavra foi dita pausadamente, me dando arrepios. Ino ia fazer a maior burrada da vida dela e nós tínhamos que impedir!

- Não mesmo! Você enlouqueceu de vez se acha que eu vou deixar minha imagem ser vinculado com essas balbúrdias que você apronta! Agora entendo porque Tenten não apareceu – acho que Ino nem sabia o significado da palavra “balbúrdia “, mas pouco me importava.

- Tipo espiãs? – a voz de Hinata era animada. Encarei-a chocada apenas para ganhar um dar de ombros divertido – eu estou dentro.

- Isso mesmo Hina! Eu trouxe até aquele chapéu que você me deu no natal passado! – eu passava de uma para outra se ainda ter encontrado minha voz. Só pode ser brincadeira. Aquilo era doença!

- Eu devia ter escutado meu pai há anos atrás, quando você foi lá em casa Ino... – abaixei a cabeça encostando-a na tampa da mesa.

- E o que ele disse? Que você devia dar mais valor às amigas que tem? – ela continuou sorrindo como se fosse ganhar elogios.

- Não... segundo ele eu deveria me livrar de você na primeira oportunidade! Até meu pai sabia que você iria me dar problemas – com a cabeça ainda abaixada, fiquei encarando a madeira e ignorando as outras duas – eu não lhe dei ouvidos, e agora olha só onde nós chegamos. Tsc, tsc,tsc.

- Rídicula!

Ino foi pagar a conta enquanto a Hyuuga levantava batendo palminhas, quase em êxtase. Nós seguimos para fora, parando na calçada para esperar a terceira mosqueteira.

- Você tem idéia do que está fazendo Hinata? – ela apressadamente digitava alguma coisa no celular – Aposto que não sabe em que buraco está se enfiando! Perdeu o pouco de juízo que te resta, foi? – eu parecia uma mãe ensandecida – e o que você tanto digita?

- Estou mandando uma mensagem para Tenten, ela vai adorar! – rindo, ela continuou com os dedos em fúria, apertando o “enviar” – serio que você não está nem um pouco curiosa Sakura? Imagine só a cena que essa neurótica vai montar!

- Exatamente isso que eu estou imaginando, e para a boa saúde de todos, o melhor seria evitar!

- Para de ser chata, além do mais, se o Sai estiver mesmo a traindo, ele vai ter o que merece! – o celular vibrou arrancando uma risadinha dela.

- Essa porra vai dar merda Hinata! – balancei a cabeça, sem acreditar que eu realmente ia participar dessa bagunça. Encarei a entrada do shopping mais uma vez.

Algum tempo depois a causadora de todos os meus problemas se juntou a nós.

- Vamos logo meninas, pelo horário ele já deve estar chegando e não pode nos ver logo de cara. – Furação Yamanaka havia saído do Ichiraku quase atropelando a todas nós – vou pegar meu chapéu, andem logo. Temos que ser discretas.

- Então não deveria ter chamado a Sakura – Tenten desceu apressada e amassada de cima da moto. Parecia ter se arrumado as pressas, o que eu não duvidada que fosse verdade.

- Não se preocupe Mitsashi, eu trouxe um lenço pra ela, glamour dos anos 80’! – a loira abriu o porta-luvas tirando um chapéu, lenço e mais alguma coisa que não pude identificar. Atrás de mim as duas morenas se acabavam de rir da minha desgraça – eu pensei em TUDO!

- Você é inacreditável porca – jogou-se sobre mim enrolando o pano na minha cabeça e escondendo meus fios rosados – eu não vou usar isso! – reclamei só por reclamar mesmo, no somar das contas era até melhor que ninguém me reconhecesse e ou ficassem sabendo que meu nome estava metido no meio disso tudo.

- Tá linda, até combinou com seu vestidinho liquidação Forever 21 – deu as costas para nós e saiu atravessando a rua com os braços aberto.

- Parece até que vai levantar voou – Tenten se colocou ao meu lado observando a Yamanaka e rindo da mesa.

- Até você? – perguntei com rancor na voz – o que aconteceu com o “Não quero ser conivente” que você disse antes?

- Quando Hinata me contou que ela ia mesmo fazer isso, com ou sem a nossa supervisão, eu não poderia perder! – gargalhava enquanto seguíamos o mesmo caminho que Ino havia feito antes.

- Como chegou tão rápido? – Hina tomou a frente quando entramos no local. A climatização foi bem vinda. Lá fora estava tão quente que eu me sentia uma furiana andando pela crematória – Achei que teria que enrolar Ino por uns bons trinta minutos.

- Pilotei como se não houvesse amanhã, larguei Neji sozinho lá em casa assim que vi a mensagem – esticou o pescoço procurando a loira e rindo da miséria do noivo – furei três sinais vermelhos no mínimo.

- Tomara que o Neji também arrume outra e que sua habilitação seja confiscada! – eu estava sendo sufocada pelo lenço laranja, praguejava para todos os lados e estava para lá do ridículo.

- Pare de jogar praga e faça algo útil testão! – Yamanaka surgiu do inferno parando na nossa frente – vocês viram o Sai por ai?

- Ainda não, mas pode ter certeza que quando ele aparecer, você vai ouvir o grito – Hyuuga tinha o sorriso do gato da Alice. Já se divertindo em antecipação – vamos espiãs?!

- Eu sou a 007! – Pulando e falando alto, Tenten mais parecia uma criança.

- Pelo amor de deus, se a idéia é espionar alguém, vocês estão fazendo isso errado – chiei, andando para longe delas. Esquadrinhei a praça de alimentação tentando achar o futuro defunto. Se Ino o encontrasse primeiro, Sai seria morto antes que pudesse dizer “inocente”. E não saberia nem o que foi que o atingiu. Eu precisava evitar o desastre. Mas o que eu encontrei foi um conjunto de costas muito mais familiar que o meu objetivo. Não podia ser...

- Aquilo é o Sasuke? – a porquinha sanou minhas duvidas. Era sim meu ilustríssimo namorado.

- O que é que ele está fazendo aqui? – Hinata se intrometeu.

- Estou me perguntando a mesma coisa. – aos sussurros me escondi atrás da primeira placa que vi, e arrastei as outras três junto, nos apertando – o cretino disse que estaria no escritório até mais tarde.

- Chifruda, eu acho que vi o Sai! – Tenten deu o alarme, fazendo com que todas olhassem para os lados. Mais a frente, podia-se ver o namorado em questão se afastando em direção a uma das lojas.

- Andem logo com isso então! Não podemos perdê-lo de vista! – tentou sair atrás dele, mas eu a detive.

- “Andem logo” o caralho, ninguém sai daqui até descobrirmos quem o Uchiha está esperando!

- Achei que você era contra esse tipo de atitude Sakura! – a pucca riu junto com Hina. Aquelas duas queriam era ver o circo pegar fogo.

- É mesmo testuda, cadê a mulher segura e independente que não se submete a esse tipo de situação?

- Cale a boca Ino, que a idéia disso tudo foi sua!

- Como você sabe que ele está esperando alguém Saky? – com isso, todas nós voltamos nossa atenção para o moreno sentado em uma das mesas, analisando todos os seus movimentos.

- Isso é obvio Tenten! O que mais ele estaria fazendo sentado sozinho e encarando o relógio a cada cinco minutos?! – Hinata respondeu expondo o nosso raciocínio coletivo.

- Acho que eu não sou a única traída no final das contas.

- Até que se prove o contrario porquinha, a única com chifres na cabeça aqui é você – tentei parecer convencida das minhas palavras, mas tudo o que eu queria fazer era ir em direção a Sasuke e perguntar o que estava acontecendo ali.

- A primeira fase é sempre a da negação – Tenten negou algo com a cabeça.

Andamos sorrateiramente para outra placa ou lado, tentando conseguir um ângulo melhor. Ino parecia muito mais interessada no meu namorado do que no real motivo que nos trouxera ali. Ela era realmente três L’s. Linda, loira e louca.

Todos que passaram por nós paravam para olhar. Afinal não era todo dia que você encontrava quatro mulheres crescidas e criadas se escondendo pelo shopping. Uma com um chapéu de praia e a outra com um lenço laranja fluorescente. Éramos tão sutis como uma batida de caminhão.

Depois do que me pareceu uns dez minutos eu me endireitei. Saindo do esconderijo.

- Para mim chega, eu vou lá falar com ele – era o cumulo do ridículo aquilo. Se eu tinha algum problema com meu namorado, o mais sensato era conversar com ele e não ficar o espionando em todos os lugares em que ele fosse.

- Isso Sakura! Vai mesmo – as duas morenas fizeram coro. Encarei-as de rabeira.

- Claro que não. Se você for lá agora ele vai inventar alguma desculpa esfarrapada! – não sabia quem era pior das três.

- Aquele não é o Naruto, Hina? – Tenten interrompeu meu dilema.

Caminhando em direção a mesa o meu namorado, segurando dois copos de café, estava o marido da Hyuuga. Tranquilos e inocentes da mesma forma que saíram de casa.

- Claro, como me esqueci disso?! – Hinata bateu a mão na testa como se só agora lembrasse algo importante – Naruto me falou que talvez se encontrasse com o Sasuke. Tem muito tempo que eles não se vêem.

- E você só me fala isso agora? – sorriu amarelo, dando de ombros como se não fosse nada. Me escondi de novo – Você tem idéia do papelão que eu ia fazer?

- Pensa pelo lado positivo Haruno, pelo menos agora você sabe que ele não está de traindo – Mitsashi pôs panos quentes na coisa toda – apesar de que seria divertida a cena toda.

- Eu não estava achando que ele tinha um caso suas fofoqueiras, a única que tem vocação para corna aqui é a porca! – neguei e comecei a guiá-las na direção em que Sai tinha ido – agora vamos resolver o nosso problema de força mais antes que mais alguma coisa aconteça.

Demos mais algumas voltas até encontrá-lo e de fato ele estava acompanhado de uma mulher. Morena, bonita e dependurada no braço dele.

- Olha só que cara de pau! Além de colocar chifre na Ino, ainda fica desfilando para todo mundo ver – Hinata e Tenten pareciam chocadas. Acho que no final nenhuma delas realmente esperou ver Sai com outra mulher. Já eu não estava tão surpresa assim. Eu sabia quem era ela. A questão era: falar agora ou deixar e ver até onde as três conseguiriam chegar. Optei pela segunda, já sabendo que era maldade da minha parte. Mas quem liga, era a minha vingança pelo que Ino tinha aprontado comigo!

- Amiga não fica assim, ele não te merece – pucca tentou consolar a traída que estava um passo de chorar descompassada no meio do shopping – vamos embora, você não precisa ver isso!

- Ino eu tenho que te contar uma coisa... – comecei, me chutando internamente por ter o coração tão mole e não conseguir fazê-la sofrer por muito tempo.

- Depois Saky, agora eu tenho algo a resolver – tentou ir em direção ao namorado, agora inocente, mas eu a segurei pelo braço.

- É serio porca, é importante. A garota não é amante nenhuma... – mas já era tarde de mais. A louca Yamanaka já tinha se livrado do meu aperto e agora marchava em fúria sobre Sai - ... é irmã. – terminei de sussurrar para o nada.

- O que?

- Irmã?

Eu ouvi as frases desconexas das duas atrás de mim, mas a única coisa que eu pensava era em como Ino estava ferrada.

- Bom, vocês duas estão de prova que eu avisei – cruzei os braços e encarei a cena que se desenrolava diante dos meus olhos.

- SEU DESGRAÇADO, TRAIDOR SEM CORAÇÃO! USA MOCINHAS INOCENTES E DEPOIS AS JOGA FORA. ENGANADOR BARATO. EU ACREDITEI EM VOCÊ, TE LEVEI PARA DENTRO DA MINHA CASA. – que garganta a Yamanaka tinha. Eu apostaria meu braço esquerdo que toda New York estava ouvindo os berros. Ela realmente queria cumprir com a promessa de mostrar a definição de barraco – E TUDO ISSO PRA QUE? PARA GANHAR INGRATIDÃO EM TROCA, PARA VER VOCÊ ANDANDO COM UMA MOCRÉIA QUALQUER PELAS RUAS A FORA, NA FRENTE DAS MINHAS AMIGAS...

- O que você acha de devemos fazer – Tenten sussurrou ao meu lado. Seu rosto era puro olho. – Ela não deixa o coitado abrir a boca para explicar.

- O melhor é a deixar ela falar o que quiser, fazer a palhaçada que quiser. Eu disse que essa porra ia dar merda, mas ninguém quis me ouvir. – dei de ombros me sentando em um dos banquinhos que ficavam espalhados por todo o ambiente – Hinata vai comprar pipoca!

Enquanto uma foi comprar meu pedido as pressas, a outra se acomodou ao meu lado. Parecia que estávamos assistindo a TV.

-... NEM SE DEU AO TRABALHO DE ESCONDER, DISFARÇAR. TOMARA QUE VOCÊ SEJA ESTUPRADO POR MACACOS. QUE SEU PINTO PEQUENO FIQUE PRETO E CAIA! QUE SEU CARRO SEJA ROUBADO, QUE ESSA INTERESSEIRA QUE ESTÁ INDO PARA CAMA COM VOCÊ SEJA FRIGIDA! SUA DESAVERGONHADA, NÃO TEM RESPEITO PELO HOMEM DA PRÓXIMA NÃO MINHA FILHA?... – Ino tinha um arsenal de insultos pronto para ser usado.

- É melhor que casos de família – Hina jogou o saco de pipoca no colo de Tenten que estava sentada no meio e se pôs a comer e observar como todos faziam.

Sai havia parado de tentar interromper a namorada descontrolada e só escutava tudo calado, com os braços cruzados e cara de poucos amigos. Sua irmã estava prestes a chorar. Coitada escutando desaforos sem fundamentos.

- Se eu soubesse que seria tão divertido assim, não teria nem me esforçado para desfazer o mal entendido – gargalhei com o estardalhaço.

- E como você sabia que eles são irmãos? – Tenten perguntou sem desviar os olhos.

- Sai levou ela lá em casa na semana passada. Queria que eu a ajudasse a escolher um apartamento na cidade e outras coisas. Parece que ela está se separando do marido, por causa de violência domestica ou alguma coisa do tipo. Não lembro bem – suspirei imaginando o tamanho dos danos depois desse tiroteio que minha amiga estava fazendo – ele me pediu para não contar a ninguém, mas como eu ia imaginar que ele estava fazendo segredo até para a Ino?!

- Gente mais que babado! Como se não bastasse apanhar do marido, ainda tem que ficar ouvindo balelas da boca da cunhada! – Hinata murmurou se fazendo de sentida pela vitima, porém sem fazer menção de ir lá interferir – Se eu fosse ela, fazia a caveira da Ino pro irmão!

- Não vai ser nem necessário Hina, isso a Ino já está fazendo sozinha – outra sacana era a Mitsashi. E bom, eu também, porque não pretendia levar um dedo para ajudar a porquinha.

- ... ISSO QUE VOCÊ ESTA FAZENDO É UMA BAL...BALE...BAUBER... COMO É MESMO A PALAVRA SAKURA?

- BALBÚRDIA INO, É BALBÚRDIA – acenei compadecidamente a um Sai que me encarava incrédulo. – Ele vai vender meus órgãos no mercado negro.

-ISSO AI! ISSO É UMA BALBÚRDIA! – ela enfiou o dedo na cara dele – NÃO VAI DIZER NADA NÃO? NEM SE DEFENDER?

- Se você calar a sua boca talvez eu consiga Ino – a voz de Sai foi ouvida pela primeira vez desde que a loira começou a gritar. – Acabou?! Ótimo. Então deixe eu te apresentar, essa é minha irmã, Hana, Hana essa é minha namorada Yamanaka Ino. E caso você não acredite, é só perguntar a Sakura, elas se conhecem.

Cara, eu acho que o inferno deveria ser mais aconchegante que qualquer que fosse o clima que se instalou ali. E meu deus, quanto público. Parecia uma versão do que Ino tinha feito no campus, só que muito pior. E bom, eu fiz o que melhor fazia desde que conheci a Yamanaka: entrei na bagunça e fui salvar a sua pele.

- Bravo! Bravo! Bravo Ino! Você não poderia te feito melhor – caminhei até os três na maior cara lavada, como se o que estivesse acontecendo fosse a coisa mais normal do mundo – Confesso que estava totalmente receosa quando te dei o papel principal, mas isso foi IN-CRÍ-VEL!

Se eu tivesse um pingo de vergonha na cara eu teria ficado séria e continuado com a palhaçada, mas a cara dos três era maravilhosa demais para ser ignorada. Peguei meu celular e tirei uma foto mesmo. Assim, no carão.

- Mas que merda é essa Sakura?!- Ino sussurrou quando eu a alcancei, num volume surpreendentemente baixo para ela.

- A senhorita vai calar a boca, enquanto eu te tiro desse papelão antes que qualquer um de nós vá preso. Quando chegar em casa vai ficar de joelhos, pedir perdão ao Sai, até o próximo ano bissexto, e da próxima vez em que eu te disser pra não fazer alguma coisa, você vai me escutar, estamos conversadas?

A loura três em um só balançou a cabeça. Alguém devia filma isso, eu era mesmo uma fodona chutadoda de bundas!

- Agora, entre no papel! – e foi só eu dar a deixa, que ela encarnou a atriz que vive dentro dela. E que eu devo dizer, não era muito boa não.

- Você acha mesmo que foi bom Saky?! Que os críticos vão gostar?

- Claro querida, foi perfeito. Sem inibição alguma! – Olhei desespera de Sai para minhas amigas gritando SOCORRO!

- Eu sabia que isso ia dar certo – Tenten veio correndo com Hinata em seus calcanhares – Essa ideia de atuar em público e em total imprevisto até que deu bastante certo.

- Claro que deu, a ideia foi minha! – Virei as costas, e sai procurando a saída – por favor, andem logo, temos muita coisa para fazer no teatro ainda, antes da estreia. Isso foi só o começo.

- Muito obrigada pessoal! Espero que tenham gostado, e por favor venham nos prestigiar em nossa estreia, uma incrível peça de autoria da mundialmente reconhecida Sakura Haruno – claro que Hinata ia aproveitar para curtir com a minha cara.

E pela segunda ver no dia eu estava perto da saída, aquela luz maravilhosa no fim do túnel. Tudo o que eu precisava fazer: Desfilar pelas portas do shopping. Claro que isso não aconteceu. Ou melhor, aconteceu. Dessa vez eu fui pega no estacionamento, o que no mínimo eu deveria agradecer. Os níveis máximos de vexame já foram atingidos hoje.

- Sakura? – parei de supetão fazendo minha gangue psicótica chocar-se as minhas costas.

- Era só o que me faltava – murmurei levantando o lenço para cobrir a metade inferior do meu rosto – andem logo suas pamonhas.

- Mas Saky, é o chefe! – Claro, agora a Yamanaka deu para ficar observadora.

- Cala a boca, porca!

- SAKURA-CHAN! – só podia ser brincadeira – POR QUE ESTA CORRENDO DO TEME? E COM ESSE LENÇO NA CABEÇA?

-

- Eu sabia que um cenão como esse deveria ter o nome de Ino, com um “I” maiúsculo na frente – Naruto tinhha um sorriso sacana, o maior que já tinha visto. E olha que eu via muitos desses em Sasuke.

- Fecha a matraca Naruto, pelo amor de Deus! – nunca tinha visto a Yamanaka envergonhada, e apesar da minha própria humilhação pessoal de ter sido pega, eu estava adorando – Será que pelo menos hoje, cada um de vocês poderiam ir para suas respectivas casas, brincar de vida?

- Hãmn?! Vida?

- É Uzumaki, cada um cuida da sua!

- Ai, mas que grossa! Trocou a ferradura hoje foi?! – o outro loiro não conseguia parar de berrar em momento algum – eu ainda só não entendi porque a Sakura-chan está fugindo do Sasuke-teme... Vocês brigaram?!

- Ah, tenha a santa paciência. Eu só não queria ser vista junto dessa desgovernada! Estava só tentando evitar que todos perdessem a credibilidade em mim, inclusive meu namorado. Dá para acreditar na palhaçada que ela fez?

- Claro que dá Saky, essa na verdade é a única parte aceitável da história – Hinata não perdia uma mesmo – Agora, como que nós acabamos metidas nisso é que não dá para entender.

- Pois eu me lembro muito bem de você toda empolgada Hina, se auto intitulando uma das três espiãs demais ainda!

- Não dá nem para reclamar, ficar perto da Ino é sempre bom por motivos de estudo antropológico – Tenten ignorou a falsa chifruda maravilhosamente, enquanto ela se irritava cada vez mais. Eu estava sendo vingada! – Inclusive, estou até pensando em usa-la como tema da minha tese de mestrado “Blonde and Mad – Os Efeitos do Excesso de Descolorante Capilar”

- Vai se ferrar Mitsashi!

- Ok, já chega crianças! – Sasuke se pronunciava pela primeira vez, ele tinha ficado tanto tempo calado nos observando que por fim, eu só achei que ele iria embora sem nenhuma palavra – O show acabou. Cada um para o seu canto. Ino, você está de folga hoje, vai precisar de muito tempo para implorar seu perdão. Sakura, eu te levo para casa.

E assim, com apenas um conjunto de frases, Sasuke Uchiha colocou todo mundo para correr, e a mim coube arrastar meus pés humildemente atrás dele e esperar pelo pito que iria receber dentro do carro.

-

- Eu não sabia que curtia Emicida, Sakura.

- humn? Eu...? Hanm... ele é ótimo!

Assim que entrei no carro, me dediquei a pular de estação em estação até encontrar algo no radio suficientemente barulhento. O objetivo era evitar conversas. Não estava funcionando, claro.

- Acho que já pode para de fingir que está escutando...

- Sabe que eu estou com muita fome Sasuke-kun!

- Muito me admira a senhorita metida em uma situação dessas.

- Fiquei sabendo que o McDonalds está com vaaaaaarios lanches com cheddar...

- Será que agora eu vou ter que pedir uma medida cautelar contra minha própria secretaria para poder te livrar de confusão?

- Ou tem o subway também. Apesar de que agora já estamos na rua de casa, e eu gostaria muito de me sentar com as pernas para cima, tomando uma taça de vinho...

- Sabe que eu não gosto de falar sozinho Sakura...

-... mas vai continuar falando, porque eu não direi mais uma palavra sobre esse assunto. – Deixei ele no carro bufando, e segui para a entrada do prédio como se nada tivesse acontecido – você não me acompanha?

- Você sabe que isso ainda não acabou, não é?! Eu te vi atrás da placa na praça de alimentação - Sorri ao escutar a porta batendo atrás de mim. – Me vigiando Sakura! O seu próprio namorado! Eu vi!

- Pois deveria estar feliz, antes o meu do que vigiar namorado dos outros...

- Você é tão estranha quanto a Ino...

Não importava o quanto Sasuke fingia de durão ou tentava manter a pose de líder do relacionamento. Eu o conhecia... Sempre o iria dobrar... Sempre...


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