Paixões Gregas - Descobrindo o amor (Degustação) escrita por moni


Capítulo 3
Capitulo 3


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas. Mais um capitulo, espero que gostem. Esse é especial em gratidão as duas primeiras recomendações que recebi. GABI, fiel escudeira e amiga querida, que me insentivou a postar a série quando eu achava que ninguém leria minhas originais. OBRIGADA sua linda!
RAQUEL COSTA! Minha aimga direto de Portugal. Minha editora portuguesa. Nosso acordo está de pé. Você se torna editora e publica meu primeiro livro. Te adoro, obrigada pelo carinho.
OBRIGADA MENINAS Sentir a confiança de vocês recomendando assim logo no começo me inspira. BEIJOSSSSSSSSSSSSSSS



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Pov – Josh

Chad surge na lanchonete apressado, apertamos as mãos, ele com um jaleco branco que é muito mais pelo orgulho do que pela necessidade.

─Como vai doutor Chad? – Brinco quando ele se senta à minha frente.

─Futuro. – Ele responde. Faltam duas semanas para a formatura, depois começa a vida. – Me diz aí primeiro da turma, pronto para deixar o santuário e enfrentar a vida?

─Desesperado por isso. – Respondo quando o garçom se aproxima. Pedimos hambúrgueres e refrigerante mesmo sendo onze da manhã. Depois nos encaramos. – E como vai ser com Emily?

─Voltamos para Nova York juntos, não quero deixar minha irmã sozinha, então vamos ficar no meu apartamento, minha mãe está morando na Espanha com o novo marido, meu pai em turnê, Emily vai passar umas semanas com a família no Arizona e depois se muda comigo.

─Não vão casar oficialmente? – Aquilo me parece tão estranho, talvez por que minha família leve tão a sério esse tipo de coisa não consigo achar normal um cara simplesmente ir morar com uma garota sem dar a ela nenhuma certeza.

─Josh deixa de ser antiquado, e se não der certo?

─Se não tem certeza devia só continuar namorando, não tem medo de magoar a Emily?

─Meus pais tinham a certeza de dois filhos e muitos documentos assinados, acabou, que diferença faz?

─Nenhuma eu sei. – No fundo ele tem razão, a certeza está no sentimento.

─O que pretende depois de se formar?

─Trabalhar. Depois da formatura que no momento é o acontecimento dos Stefanos vamos todos passar uns dias em Kirus, quando voltar minha sala está pronta.

─Elizabeth vai também? ─Ainda acho estranho que todo mundo aqui a chame assim, para mim é Lizzie e sempre foi.

─Sim. Vai ficar um tempo com meu pai, depois não sei. – Isso é realmente difícil, se ela decidir voltar para Londres então será apenas uma prima que vou encontrar vez por outra nas férias, com o tempo talvez tudo que sinto se perca e no fundo eu gosto de cultivar esse sentimento, mesmo que nunca vá passar disso.

─Não são primos Josh. – Chad me lembra e desvio meus olhos para um casal entrando na lanchonete de mãos dadas, o rapaz sussurra qualquer coisa no ouvido da moça, ela se curva num sorriso. Não somos primos, mas não é o que os Stefanos pensam, eles não tolerariam uma cena como essa.

─É como se fossemos, é como todos nos veem.

─Josh você se preocupa absurdamente com a opinião da sua família.

─Sim. Não posso negar isso, você conhece minha história Chad, sei lá onde estaria se eles não tivessem me adotado, eu sou grato, por mim e por July, não pelo dinheiro, as inúmeras oportunidades, mas pelo carinho, entende? Amo meus pais.

─O que sei é que eles te amam muito também, mais do que é normal até, talvez por que sejam jovens ainda, tecnicamente eles nem tinham idade para ter um filho da sua idade. Então acho que esse tipo de amor perdoa tudo.

─O ponto é que não quero que tenham que me perdoar de nada. – Afasto o sanduiche. Tomo um gole do refrigerante. – Além disso nem sei o que ela pensa, como se sente realmente. Isso é algo meu.

─Me lembro quando voltou daquele aniversário me contando o que aconteceu. – Chad e eu somos amigos desde os doze anos, ele sabe toda minha história, é a única pessoa que sabe sobre o beijo. – Estava com a maior cara de bobo, flutuando, a última vez que te vi com alguém foi há mil anos, foi a Karen né?

─Isso é complicado.

─Elizabeth também, sempre sozinha e cara você sabe que ela é um monumento.

─Ei! – Eu o chuto por debaixo da mesa.

─Calma. Amo minha garota, mas não sou cego, ninguém em Harvard é e todo mundo comenta sobre os Stefanos e você sabe, todo mundo acha que vocês têm alguma coisa. Isso daria capa de qualquer revista de fofoca.

─É o que digo, imagina algo assim? Minha família abrindo essas revistas e dentro uma história sórdida e sei lá escrita num tom pecaminoso. Não Chad, não vou nunca ter coragem, é por Lizzie também, expor ela assim? Nunca.

─Devia dar ao menos a chance dela decidir, contar a um dos seus tios, ouvir o que eles acham. Seu tio Leon por exemplo, ele é tipo o chefe da família e cara ele ama você. São próximos o bastante para ele te entender.

─Ou achar que me deram uma chance, me tiraram do limbo e me aproveitei de Lizzie.

─Deus como você é ridículo! – Chad ri, reviro os olhos, para ele é fácil, namora a mesma garota desde o primeiro ano, são felizes e nunca tiveram que enfrentar nada grande, ele não entende. – É dramático como essa sua família grega, mas sei exatamente qual seu problema, não consegue se sentir parte deles.

─Claro que consigo! São minha família.

─Não são, não para você, se fosse assim não me diria o que acabou de dizer, basicamente disse que eles te fizeram um favor salvando você e abusou de um inocente membro oficial do clã, se coloca um degrau abaixo. Isso sim acho que magoaria sua família.

─Vamos falar de outra coisa? Ou vai trocar a pediatria por psiquiatria?

─Não seria má ideia. Você devia procurar um.

─Quando terminar a residência vai me ajudar na associação? – Pergunto e ele afirma.

─Vou doar uma manhã por semana para a comunidade, prometi há mil anos.

─Ótimo. Minha mesa na associação também está a minha espera.

Olhamos os dois a tela do celular ao mesmo tempo. Meus compromissos acabaram. Só tenho mesmo que fechar minhas caixas de livros e pegar minhas notas, além de ajudar Lizzie a terminar seu discurso de oradora.

─Tenho que ir Josh. Emily me espera na biblioteca, prometi ajuda-la com seu trabalho final, ela tem até amanhã para entregar.

─Loucura deixar para última hora! – Digo esticando umas notas sobre a mesa.

─Ela não tem a sorte de Elizabeth de ter o número um à sua disposição.

─Nunca fiz nada para a Lizzie, ajudei, expliquei, mas fazer por ela nem pensar, não seria ético e ela não pediria.

─Cara como vocês são certinhos. – Apertamos as mãos.

─Tenho que ir. Boa sorte para Emily.

Sigo direto para meu pequeno quarto, é só meu, diferente do meu pai que quando morou nesse mesmo prédio dividia um quarto com Simon, gosto de pensar nela aqui. Fazendo o mesmo que eu, sentado sob a luz de uma luminária varando noites estudando, boa parte dos professores ainda são os mesmos e passei todos esses anos sendo comparado a meu pai. Felizmente o que dizem é que não deixei nada a desejar.

Meu celular toca e como não são meio dia ainda sei que não é meu tio Leon, então talvez meu pai ou minha mãe.

O nome Tia Liv surge na tela, não nos falamos muito por telefone, atendo com medo de algo estar errado.

─Josh que bom que me atendeu, tive medo de não conseguir falar com você. – Ela chora ao telefone, me apavora.

─O que aconteceu tia? – Penso em Lizzie, mas qualquer coisa com ela eu saberia antes deles. Meu coração descompassa.

─Josh, preciso de você, muito mesmo. É o Dobby. – Dobby está idoso, é mais que um cão, é um membro da família e a paixão de Lizzie.

─Aí meu Deus tia.

─Ele está numa clínica Josh, nas últimas, Lizzie precisa chegar a tempo. Ela nunca vai superar se estiver longe. Heitor está... nossa as crianças, isso é tão triste. Como posso dizer a ela por telefone?

─Não pode, claro que não tia, Lizzie vai sofrer demais, eu vou leva-la para Londres agora mesmo.

─Sabia que podia contar com você. Estão todos vindo, Heitor está sofrendo tanto, não aguento ver minha família assim. Seu pai já mandou o piloto de vocês ficar pronto, o veterinário está mantendo Dobby, mas...

─Não vamos perder tempo tia, estamos indo. Sinto muito. Não pense em Lizzie agora, eu vou ficar o tempo todo com ela.

─Obrigada. Vejo vocês aqui.

Desligo ao mesmo tempo que enfio umas peças de roupas em uma mochila, depois deixo o quarto trancando a porta. Como vou dizer isso a ela? Não faz uma semana estávamos rindo das maluquices dele. Lizzie cheia de saudade.

Dobby tem quinze anos, viveu mais do que o esperado para um animal de seu porte, mas nunca pensamos nisso. Paro na frente do prédio sem saber como dizer a ela. Subo sem precisar ser anunciado, todos os porteiros me conhecem.

Toco a campainha mordendo o canto do dedo, Lizzie abre a porta uns minutos depois.

─Oi. – Ela sorri, depois seus olhos encontram os meus e o sorriso se desfaz, só de me olhar sabe que tem algo errado, dá uns passos para trás de afastando de mim como se com isso pudesse afastar também as más notícias. – O que Josh?

Seus olhos marejam e simplesmente não aguento ver Lizzie sofrer.

─Lizzie, sua mãe me ligou. O Dobby está numa clínica, o avião está nos esperando, é melhor irmos agora mesmo.

Pov – Lizzie.

Meu coração se aperta com a notícia, é uma dor sem tamanho, não é só meu animal de estimação, é meu primeiro amigo, o filho do meu pai, é a parte mais divertida de ter crescido naquela casa agitada. Ele não pode me deixar.

Josh me abraça, seus braços me consolam, a dor não aplaca, mas ganha cuidados. Choro com o rosto escondido em seu peito. Não consigo ser forte, não nesse momento.

─Sinto muito Lizzie.

─Josh, eu não sei o que tenho que fazer.

─Nada bailarina, vou cuidar de tudo, onde está sua bolsa?

─Sobre a minha cama. – Me esforço para falar com as lagrimas embargando minha voz.

─Fica aqui, vou pegar e vamos para o aeroporto. – Ele se solta de mim, volta uns minutos depois trazendo minha bolsa e o celular. Pega as chaves do apartamento, me mede de cima a baixo. – Coloca um sapato Lizzie, vamos direto para clínica.

Só então me dou conta que estou descalça, corro para o quarto atordoada, tem um par de tênis no pé da cama, calço e quando chego a porta está aberta e a chave do lado de fora.

─Vem, mandei mensagem para o Chad, ele vai avisar a Emily e ela avisa as outras. – Que bom que ele pensa em tudo, deixamos o apartamento, no elevador minhas lágrimas voltam a rolar quando penso na dor do meu pai e dos meus irmãos, nenhum deles conhece o mundo sem Dobby, todos vieram depois, mesmo Harry ainda não tinha nascido quando meu amigo chegou, uma bolinha de pelos sem noção de espaço e com dentes afiados destruindo tudo que surgia a sua frente.

Josh dirige para o aeroporto enquanto fico secando lágrimas e acho que mais uma vez vou chorar até Londres.

O piloto nos cumprimenta pelo autofalante, anuncia um voo de quatro horas e meia em tempo bom. Vamos chegar ao fim da tarde.

Me espera Dobby. Peço em pensamento, não posso deixar de me despedir. A ideia me faz cair no choro mais uma vez. Josh segura minha mão, me encosto em seu ombro.

A viagem é feita quase toda em silencio, vez por outra ele me beija a testa ou a mão presa a dele, o comissário Gordon se aproxima apenas uma vez, Josh pede um suco açucarado para mim, tomo uns goles para tentar ser forte por meu pai e irmãos.

Minha mãe eu sei que aguenta o tranco, minha mãe está sempre pronta para tudo, é a mulher mais forte que já vi. Sempre que me lembro do tempo que éramos apenas eu e ela e do quanto ela se desdobrava para não me deixar faltar nada meu coração se enche de amor e gratidão.

─Obrigada por vir Josh. Não conseguiria sem você.

─Não está sozinha Lizzie, nunca está, não tem que enfrentar nada sozinha. Nunca!

Procuro seus olhos, é a mais pura verdade, eu sei que não importa o que, ele sempre vai estar por perto, por mim ele sempre vai dar um jeito. Tento sorrir em gratidão, não consigo, só mesmo um arremedo de sorriso que ele compreende beijando mais uma vez minha mão presa a dele.

─Estão todos a caminho. – Ele me avisa. Meu pai vai mesmo precisar dos irmãos. Nem sei como ele vai passar por isso.

No aeroporto Josh dá o endereço para o taxista, carrega minha bolsa e sua mochila, me sinto atordoada demais para pensar direito. Quando o taxi para fico petrificada no banco, tudo em mim me empurrando para longe como se não presenciar tornasse tudo uma ilusão.

─Ei bailarina, ele precisa te ver, saber que está com ele. Seu pai precisa, é hora de ser forte.

Afirmo e juntando toda a coragem de um Stefanos desço do carro e caminho para a recepção, minha mãe surge com olhos vermelhos, eu a abraço um longo momento em silencio.

─Mamãe. – Soluço quando ela acaricia meus cabelos.

─Sinto muito querida. Vem. Seu pai está com ele, seus irmãos foram para casa com seu tio Leon, eles passaram aqui e achei melhor irem todos. – Ela me afasta para beijar o rosto de Josh. – Obrigada querido.

Vamos em direção a sala onde Dobby está, sinto meus pés formigarem quando a porta se abre. Os olhos amendoados me olham de modo doce, o rabo abana sem que ele se mova, tem soro em uma pata, meu pai descansa uma mão sobre seu pescoço.

─Oi meu amor. – Me dobre sobre sua cabeça. Sinto o cheiro de seus pelos e a cocega que fazem em meu nariz. – Estou aqui. Vai ficar tudo bem.

Beijo Dobby, tão quieto, calmo, seus olhos expressivos me contando sua pequena tristeza por ter que partir. Beijo o focinho branco de quem viveu uma longa e digna vida.

Olho para meu pai, não me lembro de tê-lo visto chorar. Dói meu coração. Beijo seu rosto, nenhum dos dois consegue falar. Josh surge com uma cadeira para mim, me sento com a mão nos pelos de Dobby, de frente para meu pai, eu e ele ali, dois alunos assistindo o professor Dobby a nos ensinar sobre despedidas.

Minha mãe e Josh ficam mais distantes. Eu e meu pai acariciamos os pelos dele. Ele merece que estejamos aqui. É onde quero estar nesse momento, por pura gratidão.

─Ele te esperou, eu sabia que esperaria. Não é filho? Está tudo bem agora grandão. É um bom menino. – Meu pai diz com a voz entrecortada, Dobby crava seus olhos nele. Seu fiel protetor, amigos inseparáveis. – O melhor. Fez um bom trabalho, sinto muito orgulho de você.

─Papai eu não consigo! – Soluço com medo da hora que ele fechar seus olhos.

─Consegue princesa. Não faça isso com ele. Não tire do seu amigo a chance de partir com dignidade. – Meu pai beija seu focinho, a mão o tempo todo sobre ele, Dobby não desvia os olhos dele. Mil momentos passam por minha cabeça. Só bons momentos.

─Te amo bebê. – Soluço, ganho um rápido olhar, é um, eu também. – Obrigada. – Os olhos amendoados voltam para o meu pai, como quando fazia arte e precisava de sua proteção.

─Está tudo bem agora filho. Estamos prontos, esperou como pedi, obrigado por cuidar deles, por ama-los acima de tudo. Pode descansar agora, prometo continuar daqui. Vou sentir sua falta. Amo você grandão, todos nós amamos.

Os dois ficam se olhando longamente, Dobby sempre pareceu nos entender, os olhos amendoados, doces e puros se fecham lentamente. O ar escapa por seu focinho pela última vez e acabou, com a dignidade de um grande herói Dobby nos deixa. Me debruço sobre seu corpo quente uma última vez, soluço com a mão do meu pai me envolvendo o ombro, escuto seu choro contido.

Sua dor duas vezes maior que a minha, ele chora pelo amigo que perdeu, e por nós, porque como um pai amoroso não pode ver seus filhos sofrerem. Quando me afasto dele meu pai me abraça. Choramos juntos. Sinto a mão da minha mãe tocar meus cabelos num afago. Ela beija meu pai, não quero conter minhas lágrimas, é bom ser capaz de sentir.

A veterinária volta a sala, ela cuidou dele uma vida toda. Em silencio e respeitando nosso momento desliga o soro, meu amigo ali. Sem vida, é estranho e irreal vê-lo estático. Dobby passou toda uma vida ávido por uma encrenca.

─Podemos cuidar de tudo se preferirem. – Ela diz num tom respeitoso, duvido que tenha assistido tamanho amor.

─Não, obrigado. Vou leva-lo para casa, para o jardim, onde ele sempre gostou de estar. – Meu pai anuncia e isso é bom, Dobby merece descansar sob a sobra de suas árvores preferidas.

─Vou providenciar um lençol. – A veterinária nos deixa e ficamos os dois acariciando Dobby, beijo seus pelos pela última vez quando ela retorna.

─Eu faço isso tio. – Josh se aproxima, quando meu pai pega o lençol. Ele nega, toca o ombro de Josh em gratidão.

─Esse é meu filho Josh, meu amigo. Quero que ele saiba que não o deixei um segundo. Eu preciso fazer isso.

Deixamos a clinica com meu pai carregando Dobby, Josh dirige para casa, vou atrás encostada em minha mãe. Nem sei como meus irmãos devem estar. O caminho de volta é feito no mais profundo silencio, só se ouve o choro contido de todos.

Em casa, como era de se esperar todos os Stefanos reunidos, Dobby era muito amado, mas eles estariam aqui por meu pai de qualquer modo, é assim que esses irmãos são. Largam tudo uns pelos outros.

O corpo de Dobby fica no carro, meu pai recebe abraços longos e mudos, nunca nos reunimos para um funeral, é a primeira vez e se para os estranhos é apenas um cachorro para nós é o primeiro Stefanos a partir.

Harry chora abraçado a Emma, Daniel está encostado no ombro de tia Lissa. Depois de abraços e lágrimas saímos para o jardim, eu, meu pai e Josh.

─Onde princesa? – Meu pai me pergunta. Aponto o pinheiro próximo ao muro, gostava de brincar ali, Dobby ficava a minha volta fazendo buracos para enterrar seus brinquedos. Derrubando Emma ou Daniel na grama, correndo com Harry, estabanado e carinhoso.

Josh pega uma inchada, meu pai se aproxima.

─Não tio. Eu vou fazer isso. Os garotos precisam que fique com eles. Chamo quando estiver pronto. – Meu pai aceita. Fico com Josh enquanto ele cava uma cova profunda, depois quando termina com a testa toda suada me encara.

─Obrigada Josh. Vou chama-los.

Meu pai vem trazendo Dobby, a família toda fica a nossa volta. Olhando aquele momento. Enterramos com o silencio que a morte trás. Eu não a conhecia, ela se apresentou com todo seu drama. Machuca.

Emma coloca flores sobre a terra depois que terminamos, em seguida abraça meu pai. E agora? O que acontece, fica esse silencio? A vida segue em frente com esse buraco? Ele se fecha? Como se aprende a esquecer?

Os quatro irmãos ficam ali quando o restante entra, é o momento deles, estranhamente meu tio Ulisses não faz piadas, não encontra um jeito de rir e deixar leve, queria que ele pudesse fazer isso.

─Está bem? – Josh surge ao meu lado, toco a sapatilha no pescoço, dou de ombros investigando meu coração, não sei responder a isso. – Podemos ficar o tempo que for preciso Lizzie, nem precisamos voltar para a formatura se não conseguir.

─Vamos voltar sim, eles esperam por isso, vou fazer o discurso de oradora, só me dá uns três dias com eles, para tudo se acomodar. Você fica, não é? Não me deixa sozinha.

─Nós voltamos juntos quando estiver pronta. Estou aqui. – Afirmo me encostando em seu peito, nunca quis tanto seus braços como agora. Nesse momento e só nesse momento eu não vou tomar cuidado para esconder como me sinto. Uma vez na vida quero me deixar sentir o carinho que vem dele. Só hoje quero deixar o carinho de Josh apaziguar meu coração.


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Notas finais do capítulo

Chorei escrendo, mas não podia ignorar o tempo, como um cão a vida de Dobby tinha de ser mais curta, então achei que seria bom lidar com isso com todo carinho afinal amamos esse cachorro ao longo das histórias dos irmãos.
OBRIGADA! BEIJOSSSSSSSSSSSSSS
Agora é serio, vou colocar os comentários em dia, comentem por favor.