Céu e Mar escrita por ParkBruh


Capítulo 6
Capítulo VI - Pra tudo tem uma primeira vez


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo não saiu o que eu queria ¬¬
Será como o terceiro capitulo, uma base do que desejo fazer por isso não se decepcionem com ele.

Betado por: Ghata Granger



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Capitulo VI – Pra tudo tem uma primeira vez.

 

   Ótimo! Tudo está as mil maravilhas no mundo “Percy pertence à Reia”, por quê?  Segundo minha dona, eu agora estava preso a ela por ter jurado pelo rio Styx que a serviria por um tempo indeterminado. E, para protegê-la, eu precisava ser imortal, portanto, estava ligado a ela. Não havia escapatória desse destino estranho, mas se Zeus quis assim, que assim seja. Papai até tentou me ajudar, pediu para o titio pensar em um castigo melhor, só que Reia quase o estrangulou por isso e disse que, como mãe deles, eram obrigados a atender uma ordem dela. Conclusão final: aqui estou eu com essa louca agarrada ao meu braço, de modo que dizia claramente que eu tinha dona.

   Suspirar não adiantava agora, o que foi feito está feito e nada mudará isso. Estávamos em um táxi a caminho do Acampamento Meio-Sangue, eu estava indo buscar minhas malas para depois passar no apartamento da mamãe e me despedir dela para essa nova etapa da minha vida com Reia. Sentia-me perdido, tonto, triste... Se eu não tivesse bebido aquele ponche nada disso teria acontecido, isso o que aconteceu foi um erro feito por mim, coisa que não tinha mais volta. Olhei para minha avó, forçando um sorriso para poder lhe transmitir alguma alegria. Não é fácil sorrir quando se está triste, mas para trazer algum conforto a minha companheira, eu tenho que passar felicidade a ela; claro que não seria toda hora que faria isso, é só nesse momento que devo mostrar que estou contente por estar ao lado dela quando foi realmente corajosa em salvar minha vida.

   Chegamos ao limite onde os mortais poderiam chegar... Lógico que o taxista perguntou se era lá mesmo, nós garantimos que ele não precisava esperar que daríamos um jeito de retornar a cidade depois e que ele poderia continuar a trabalhar sem se preocupar conosco. Graças aos deuses convencemos o motorista, claro que insistimos por horas até o cara se convencer disso. Eu e Reia andamos como casais andam pelas ruas de Nova York. Não tínhamos tanta pressa assim, poderíamos aproveitar o cheiro de morango que rodopiava pelo ar da colina. Demorou apenas alguns segundos até chegarmos à entrada do acampamento e lá fomos recebidos por Quiron e o Sr. D.

   Todos, sem nenhuma exceção, pararam suas atividades para observar como Percy Jackson e uma loira bonita desfilavam pelo lugar, andando como se fossem da realeza. Os garotos do acampamento ficaram boquiabertos quando viram Reia agarrada no meu braço, sorrindo como fazem as noivas depois que saem da igreja casada e tudo mais. Claro que notaram o rumo que íamos e os meus irmãos trataram de ir nos recepcionar na porta do chalé, só que um deles ficou desconfiado e essa foi Ayllin. Ela foi a única a notar meu desconforto, e é nessas horas que agradeço suas observações, pois fica parecida com um falcão ao olhar sua presa, ou uma cobra também.

   Para fingir que estava tudo bem, eu sorri para todos, não escapando do olhar atento que Ayllin lançava-nos. Todos souberam do meu castigo por Dioniso – aquele linguarudo – e estavam ali para se despedir de mim até que eu pudesse retornar para aquele lugar que se tornou meu segundo lar. Não vou negar, estava emocionado por todos meus amigos estarem ali e não pude evitar as lagrimas, chorei de felicidade e tristeza. Minhas malas já estavam feitas, os filhos de Hefesto se ofereceram para levá-las, mas elas seriam levadas por um assistente de Reia depois, porque ainda voltaria à Nova York. Eu jamais me esqueceria da minha mãe.

   Foram abraços por toda parte. Todos, até mesmo os filhos de Atena, se despediram de mim, chorando e sorrindo ao mesmo tempo. Acho que nenhum de nós sabia se as lagrimas eram de tristeza ou felicidade, resolvemos optar por felicidade.

   Quiron disse que esperaria meu retorno e torcia para que ele fosse logo, logo. Abracei meus irmãos bem apertado, não deixaria que se esquecessem de mim por um bom tempo e foi assim que eu saí do Acampamento Meio-Sangue e estava rumando à Nova York. Dei um último sorriso antes de abandonar meus primos, talvez para sempre... Ninguém sabia...

oooOooo

   Foi uma viagem silenciosa. Argos estava nos levando até o hotel onde minha mãe morava agora com Paul e eu esperava que ela estivesse feliz ao lado dele. Dei um “ate logo” a Argos e caminhei com Reia para dentro do hotel, onde a recepcionista nos aguardava. Acho que Quiron havia avisado a mamãe sobre nossa visita, porque a mulher já sabia em qual quarto iríamos e nos guiou até o elevador, dizendo “até mais” quando a porta do elevador se fechou e começou a subir.

  - Sua mãe é uma pessoa maravilhosa, não é, Percy? – perguntou Reia, me olhando com carinho.

   Não estou muito a fim de diálogos, por isso só fiz assentir, dizendo com os olhos que não diria mais uma palavra sequer. Ela entendeu e ficou calada. Quando chegamos ao andar do apartamento do Paul, fomos indo devagar até a porta, como se tivesse dando um tempo para nos recepcionar.

   Eu não consegui falar nada quando a mamãe atendeu a porta e jogou os braços ao redor do meu pescoço, me abraçando com tudo que tinha. Tive que resistir a vontade de chorar e tremer, embora meus joelhos estivessem meios bambos... É difícil se afastar da família assim tão de repente, por isso entendo que minha mãe implorou para que eu não fosse, que ficasse no seu lado por mais tempo. Mas, é claro, que Reia falou que estava na hora e deveríamos ir.

oooOooo

   Dessa vez fiz questão de nem olhar a cara daquela titã maldita, deixei que o taxi nos levasse em silencio até o aeroporto porque lá pegaríamos um avião para Phoenix, a bela cidade da Califórnia. Evitei ranger os dentes, porque imaginei que Reia estava fazendo isso tudo apenas para me afastar da minha família de propósito; coisa que parecia até ser verdade.

   Enquanto ela retocava a maquiagem usando um mini espelho, passando um batom e outras maquiagens patéticas que chegavam a me dar náuseas só de olhar. Íamos pegar um avião, não que me agradasse já que Zeus poderia me explodir, mas Reia garantia que ele não seria louco de tentar matá-la e por isso embarcaríamos daqui a pouco. Enquanto nos aproximávamos daquela maldita área de embarque, sentia um nó se formar na boca do meu estômago, e uma dor de cabeça lacerante me atingiu como flechas atingem seu alvo. Mesmo não querendo, acabei por fazer uma careta de dor.

   Minha avó me olhou preocupada, mas foi fácil ignorá-la, afinal, era isso que eu estava fazendo desde que saímos do apartamento da minha mãe e ficaria fazendo isso por, quem sabe, uma década. Soltei um grunhido baixo de frustração, e quem não iria ficar frustrado quando do nada aparecesse uma mulher dizendo “vim salvar você” e depois fala “você é meu escravo”. Portanto, que diabo de mulher é essa? Bah! Onde esta Poseidon quando realmente precisamos dele? Saco!

   Estava quase pra soltar umas boas palavras na cara da Reia quando embarcamos naquele santo avião que nos levaria a Phoenix, aquela incrível cidade ensolarada e blábláblá. Com sinceridade, olhar para o cabelo loiro dela estava começando a me enjoar, juro que vomito na cara dela caso aquele embrulho no meu estômago não passe. Céus! Quando botarmos os pés em terra firme, molharei Reia da cabeça aos pés com toda minha força sobre água.

  - Não fique com raiva, querido – disse ela com a voz baixa.

   Eu a olhei, e em meu olhar dizia com clareza que EU NÃO DEIXARIA DE TER RAIVA. É impossível não ter raiva numa hora dessas, por Poseidon! E que autorização ela tem para me chamar de ‘querido’? Com certeza, vou arrancar fio por fio daquela cabeleira loira dela, não tendo um pingo de piedade quando ouvir os berros de dor que ela soltar. Pensando bem agora, estou parecendo um sádico em sentir prazer em olhar a dor dos outros. Ta vendo? Agora pirei da cabeça! Ótimo! Tudo perfeito! Tudo as mil maravilhas! Varias de “bah” de raiva.

  - Como posso não ter raiva? – perguntei muito, muito furioso. Meus instintos assassinos gritavam “der-lhe um tapa”, mas é claro que eu não chamaria atenção naquele avião, principalmente porque os homens comiam Reia com os olhos famintos, passando aquelas línguas imundas nos lábios como bandos de lobos famintos.

   Ah, não! Não me venha com esses sorrisos “olha como sou fofa! cute, cute”. Não adianta, vou dilacerar aquela garganta branca que estava diante dos meus olhos, não comentando nada com os deuses depois. Sei que prometi cuidar dela, só que, com todo respeito, ela merecia uma surra que toda criança leva dos pais; e sou o primeiro candidato a tentar ensinar algo a esses velhotes tolos que se acham os donos do mundo. Não estamos mais naquele estúpido passado onde eles estão acostumados a viver, por favor, moramos no século XXI e não antes de Cristo – se ele existiu mesmo. As palavras parecem estar coladas em minha testa: não fale comigo se não quiser morrer. Logicamente, a idiota ignorou meu mal (ou seria ótimo humor?) humor e continuou a me interrogar.

   - Tsc, tsc – Reia sacudiu a cabeça, rindo. Será que eu contei alguma piada? Não vejo humor algum nessa conversa que estamos tendo. - Parece preso aos deuses, não é?

   Começou! Só pode ser esposa do imbecil que se intitula meu avô e senhor do mundo, Cronos, o homem mais idiota que tive o desgosto de conhecer minha vida inteira e que sempre terei desgosto em olhar aqueles olhos tão cruéis que só ele tem. Primeiro o velho idiota, agora vem à velhota que já devia estar cheia de rugas, mas parece uma modelo internacional. Será que ninguém gosta da 3ª idade não? Parece que minha família sempre gostará de ser os “gostosos e fodões do mundo que não envelhecem um dia”. Bah! Vão se lascar! Só porque eu um dia não serei mais o galã das oito das garotas do acampamento e eles não mudarão? Que se fodam esses bobocas!

   Eu queria voltar ao Olimpo e dizer ao tio Zeus: tenho permissão para estrangulá-la senhor? Porque esses ridículos não me deixam em paz? Primeiro Cronos aparece dizendo que o mundo esta podre graças aos deuses e acha que seu reinado será melhor. Agora vem Reia, só faltando dizer “ó Percy, juntos criaremos um mundo melhor”. Juro que se essa frase sair da boca de vaca dela eu pulo agora mesmo no pescoço que me parece um tanto apetitoso para apertar com minhas mãos. Sério, farei comida de titã hoje para meu jantar.

  - Sim, estou. Satisfeita?

   Essa é a primeira vez que sinto vontade de socar uma mulher, isso eu garanto. Nem mesmo Rachel chegou a ponto de querer receber um soco no rosto como Reia estava pedindo, e darei com toda a força que meu braço suportar. Onde está Ayllin quando preciso dela? Minha irmã será um ótimo saco de pancada, estou pedindo por ouvir som de ossos quebrarem, sangue saindo como um jato...

  - Não estranhou que Zeus nunca lhe matou realmente, meu querido? Que só faz ameaças e nunca o faz? – perguntou-me Reia.

   Um soco! Não, dois socos me satisfazem. Sem querer, essa pergunta que eu tanto queria perguntar escapuliu da minha boca tão rápido que nem pude evitar.

- Se importa se eu socar sua cara de donzela em perigo?

   Minha mão cobriu minha boca, porque essa pergunta chamou atenção de todos no avião. Vários pares de olhos me olharam como se eu tivesse pirado e tivesse que ir imediatamente a um hospício para curar minha loucura. Os homens lançavam olhares venenosos, como se fossem esfaquear-me caso eu levantasse um único dedo contra a perua sentada a meu lado. Que venham, corto a cabeça de cada um sem dó e não me importo de ir preso, pelo menos descontei minha raiva em alguém. Nunca me senti assim desde que estive na presença de Ares, mas foi isso que trouxe algo a minha cabeça. O deus da guerra estava naquele avião! Ele estava fazendo meus instintos de luta virem assim com tudo, olhei por todos os assentos e dei de cara com aquele sorriso que só o imbecil do meu primo dá.

   Ótimo! Ficarei famoso por quebrar o nariz do idiota. Estou disposto a fazer isso mesmo. Levantei-me da cadeira e fui em direção do idiota, que me esperava com um enorme sorriso. É hoje farei pizza de Deus, hoho.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Espero que no próximo capitulo saia tudo que eu planejo!
Até logo!