Céu e Mar escrita por ParkBruh


Capítulo 3
Capítulo III - Ir ou não ir?


Notas iniciais do capítulo

Admito, esse capitulo não ficou bom. Mas ele será minha base para fazer o que estou planejando desde que comecei a fic.
Espero que ele renda pelo menos uma review.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/65726/chapter/3

Capitulo III — Ir ou não ir?

 Já estou acostumado a observar como Nico é muito parecido com Hades, mas vê-lo assim, todo sem graça, é outra coisa. Ergui a sobrancelha. Porque ele estava todo enrolado desse jeito? Chegava a aparentar que ia desmaiar a qualquer momento; e com isso comecei a ficar com medo. Céus, eu mereço mesmo! Nico deve estar com um problema realmente grande pra ficar no modo quase vegetativo. Eita, agora o pobrezinho está ficando verde, ou será que é roxo? Ah, sei lá.
Probleminha interessante que meu priminhoes tá tendo, acho que em breve se juntará a Bianca, sua irmã. Eu estava começando a ficar irritado com essa demora dele, será que não via que eu não tinha o dia todo?
— Qual o problema, Nico? — perguntei impaciente. Sério, eu poderia já estar no meu belíssimo sono, mas não! Eu tenho que ficar aqui, com um garoto o qual o gato havia comido a língua. Por Poseidon, mereço existir nesse mundo tão complicado? Fiquei olhando como Nico parecia arranjar coragem pra falar seja lá o que for. 
Sério, eu estava quase pra socar a cara perfeita que ele tinha. Daqui a pouco as harpias nos achariam caso ele não desembuche de uma vez. Paciência nunca foi meu forte.
— Você recebeu um convite de Apolo?
Juro que se ele não fosse um filho de Hades já o teria matado há horas. Ficou todo sem jeito para apenas perguntar isso? Um dia ainda cometerei um homicídio. Estou até pensando em ir lá ao tártaro falar com Cronos pra ver se meu avô não arranja uma espada idêntica àquela que Luke tinha antes de morrer. Senti meus nervos ficar a flor da pele, não consigo processar que Nico levou uma eternidade pra apenas perguntar: ‘você recebeu um convite de Apolo?’. 
— Sim, recebi. — eu respondi. Massageei minhas têmporas, não é fácil controlar o impulso de querer estrangular esse pivete por causa dessa estúpida pergunta.
Nico pareceu ficar mais aliviado quando respondi, acho que ele pensou que eu fosse ficar sem graça com a pergunta.
— E você vai? — perguntou ele, esperançoso.
Olhei pra ele. Francamente, ficar daquele jeitinho todo desconcertado apenas pra perguntar sobre o tal convite do Apolo e Hermes. Minha irritação diminuiu, mas continuava com a vontade de estrangular o garoto aqui. Franzi a testa antes de responder.
— Sim. 
— Era só isso mesmo.
Vou mandar uma mensagem de Íris a Hades perguntando se ele não se importa se o filho favorito dele se juntar aos mortos que moram lá pela eternidade. Creio que a resposta será: sim, eu me importo. Como o assunto acabou, fiz apenas dar as costas e ir (finalmente) a meu bom e velho chalé, com aquele calor tão aconchegante. Não me importei o que estaria passando pelo rosto de Nico, eu apenas queria ter meu descanso, não importa o que aconteça agora. Não dei nem dois passos quando algo maior que um caminhão de lixo pulou em cima de mim e me deu outro banho, só que dessa vez foi de baba.
Fazia uns meses que eu não brincava com a Sra. O’Leary, talvez seja por isso que eu estava pra virar um saco de ração humano. Como aquelas patas são pesadas, acho que senti minhas costelas trincarem com tamanho das patas enormes, mas — é lógico — que a cadela não perceberia o que estava fazendo. A Sra. O’Leary deve ter sentido minha falta, afinal um cão infernal não é muito bem vindo pelos campistas. Acho que todos os monstros não são recebidos de braços abertos por nós, meios-sangues ou semideuses. Depois de acalmar minha doce amiga, percebi que minhas costelas deviam mesmo estar trincadas, porque a dor estava insuportável. Ótimo! Simplesmente é emocionante passar a noite na enfermaria, com toda aquela maldita solidão! Perfeito, maravilhoso! Nota mental: lembrar-me de quebrar os ossos de Nico depois que as costelas melhorarem.
Deu o maior trabalho me arrastar até a Casa Grande com a Sra. O’Leary latindo animada, como se esperasse que eu jogasse algum graveto pra ela poder pegar e assim por diante. Por falar nisso, que horas seria aquela festa de Apolo? Manhã ou noite? Resolvo isso mais tarde, por ora me preocuparei com minhas pobres e úteis costelas. Não é muito legal acordar as pessoas ou animais, mas agradeci que Quíron me recebeu com alegria ali na enfermaria, ou nem tanto. Sinceramente, estou começando achar que ser mortal está ficando muito atraente pro meu gosto. Será que Rachel acha a mesma coisa? Acho que vou perguntar a ela sobre isso... Depois, é claro.
Estava meio difícil respirar, Quíron devia estar fazendo o melhor que podia, mas precisava doer tanto? Porque nada é fácil como num conto de fadas? Aquele poder que eu havia ganhado quando mergulhei no Rio Styx sumiu faz meses, quem dera que ainda estivesse aqui; evitaria essas feridas bobas que arranjo.
Não aguentei muito, acabei caindo no sono de tão cansado que estava. 

Porque não me surpreendo de estar sendo cutucado no meio de um sono tão bom? Eu já até imaginava de quem era aqueles dedinhos... Quando abri os olhos, dei de cara com o rosto de uma garotinha muito fofinha! Estranho, mas ela tem a mesma cor dos que olhos que eu, e ainda por cima tem o meu sorriso. A única diferença dela comigo é que seus cabelos são castanhos e não pretos. Mas porque sinto que temos algum tipo de ligação, como se nós fossemos...
— Percy! Acorda!

oooOooo

Todos perceberam que eu não estava pra ter conversas e receber cantadas. Tudo ao meu redor devia estar muito tempestuoso, porque definitivamente acordei com pé esquerdo, e todos sabiam como eu ficava nesse dia. Ayllin ficou a um quilometro de distancia depois que me acordou naquela hora, pois caso ela ousasse vir aqui sabia muito bem que viraria pudim do mar. Não me importava se o papai fosse ficar zangado, tudo o que mais queria era arrancar as tripas daquela irritante e quem sabe hoje consigo isso. 
Pelo menos eu sabia que a festa que teria no Olimpo ia me acalmar, mas até lá eu ficaria assim, sem ninguém pra encher minha paciência. Treinei as mesmas coisas de quando havia chegado ao acampamento pela primeira vez, coisa que chegava a ficar até repetitivo demais, ou apenas cansativo fazer as mesmas coisas todo tempo. De certa forma, eu concordava com o que Luke falou uma vez, que os Deuses só sabem repetir o passado. Fica difícil mudar de opinião, não temos provas que eles conseguem realmente viver no presente, eu só vejo coisas que já aconteceram há muito tempo. Como eu disse: repetitivo.
Ainda sentia umas dores minúsculas em minhas pobres costelas, coisa que devia lembrar pra poder ao menos acertar aquele traseiro peludo da Sra. O’Leary. Argh! Porque minha vida tem que ser um verdadeiro inferno? Eu não poderia conviver com pessoas simples? Dê-me paciência meu senhor! No dia que minha boca disser eu adoro esse lugar, será porque sofri de lavagem cerebral das boas.
Sabendo que na festa teria comida, eu não quis jantar. Fiquei lá no chalé, deitado como fazia quando estava triste por Annabeth. Falando na filha de Atena, como será que ela esta depois daquela pequena e mínima discussão que tivemos ontem? Talvez chorando, talvez apenas magoada ou até sorrindo; eu agora não ligava à mínima, mas creio que a mãe dela virá me dar um belo castigo pelo sofrimento da filha. Bem, é melhor eu pensar com que roupa eu irei ao Olimpo. Não é legal chegar todo queimado, com aquele doloroso sabor de luta — coisa que Ares deve adorar.
Bom, acho que eu tenho uns minutinhos antes da festa, então vou dar um cochilo antes de me arrumar.
— Percy?
Lá se vai meu bom e velho sono. Quando conseguirei descansar nesse lugar horrendo? Com má vontade respondi:
— O que foi dessa vez, Mel?
Não que quisesse descontar minha frustração nos outros, só que as palavras saem da minha boca como se tivessem passaporte a isso. Eu sabia que meu tom de voz havia feito minha irmã se encolher.
— Só queria saber que horas se arrumará — disse ela, hesitante. O verdadeiro nome dela é Melissa, mas gostamos de abreviar os nomes e assim ficou apenas ‘Mel’. Evitei olhar a expressão de mágoa no rosto dela.
— Não sei... Estou pensando se irei mesmo ou não.
Fechei os olhos com força, evitando a vontade de olhar o rosto da Mel. Vou ser sincero, eu detesto machucar meus irmãos e irmãs, por isso evito ficar perto deles quando estou zangado com algo. Ouvi um suspirar triste vindo por parte de Melissa.
— Caso for, me avise ok? — ela falou desanimada.
— Tá! — respondi com a voz abafada pelo travesseiro.
oooOooo
Eu não sei se dormi ou não, mas irei optar pelo sim, porque ali em minha frente estava novamente aquela mesma criança que havia sonhado mais cedo. Não vou negar que ela é muito fofinha, só que essas coisas fofinhas sempre acabam virando um monstro horrível. Mas enquanto olhava aquela coisinha bonitinha, senti novamente aquela sensação que já conhecia a criança. Mas da onde ela é? E porque está ali, em meu sonho?
— Papai — Ouvi a bebê falar.
Se você estivesse com alguém até dava pra ficar relaxado, só que eu estava em um lugar bem estranho e ainda por cima sozinho, junto com a bonequinha de porcelana. Ok, ok. Respire fundo Percy, nada de pânico. Quando eu ia responder, senti algo bater com força em meu rosto.
Fui obrigado a acordar desse jeito.
oooOooo
Meus olhos focalizaram uma garota muito irritante, e que foi a causadora de meu castigo a limpar os estábulos por uma semana. Parada ali, achando-se uma modelo, estava nada mais nada menos que Ayllin, a capeta dos meios-sangues. Santo Poseidon, terei algum dia de descanso ou não? Ficarei pra sempre olhando aquela cara de peixe perfeita da minha irmãzinha menos favorita? Resposta às duas perguntas: não e sim. 
Rangi os dentes.
— Com que direito? Precisava esbofetear minha cara?
Com aquela cara de cínica, Ayllin disse como se fosse superior.
— Cabeça de Alga — Estreitei meus olhos e meus dentes trincarem de modo audível. —, sei que adoraria me matar, mas a Mel mandou eu lhe acordar. A festa começa daqui a trinta minutos e você ainda está que nem um mendigo.
Eu ainda não tinha certeza se ia ou não. E agora pai? Ir ou não ir?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem, eu disse que postaria ontem, mas eu tive um pequeno problema e não deu.
Mais aqui esta, e espero que agrade a vocês leitores.
Beijos e até a próxima.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Céu e Mar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.