— E aqui estão alguns dos artefatos resgatados, alguma pergunta? – EunBi observou um braço sendo posto ao ar – Sim?

— É verdade que essas coisas estavam no tal congelador? – EunBi olhou para o garoto, ele devia ter uns 14 anos, antes que ela respondesse Alice tirou o pirulito da boca.

— Não é “congelador”, era geladeira, e isso não é nem metade do que estavam lá, apenas algumas coisas que Stark conseguiu arrancar do governo. – EunBi sorriu amarelo – Que foi? – outro braço se ergueu.

— Fale.

— Se a SHIELD caiu, como vocês ainda podem ter tudo isso? – a menina parecia um pouco acanhada.

— Nós nunca fomos a SHIELD, chegamos a trabalhar com alguns agentes, mas nunca fomos, somos parte dos Vingadores. – Alice respondeu, em tom mais sério dessa vez.

— Mas os Vingadores também caíram, não? O diretor foi morto, agentes presos e todo o resto desmantelado. – Teddy caminhou pelas crianças até a saída, parando apenas para completar: - Então, o que somos agora?

— Obrigado, pessoa depressiva. Bem, quem quer fazer um tour pelo “armário da bagunça”?

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Teddy caminhou pelas ruas de NY desviando das mais movimentadas por um motivo óbvio, ele não gostava mais de atenção como antes. Chegou a seu novo apartamento, longe das ruas mais movimentadas, cortesia do Stark. O prédio tinha apenas 2 andares com dois apartamentos espaçosos, e Teddy era seu único inquilino, depois do problema no último prédio Stark preferiu assegurar-se que se algo como o prédio todo pegasse fogo, ele não tivesse um dezena de família furiosas em seu encalço, estava dando certo. Teddy tinha tudo que precisava no apartamento e ninguém da equipe sabia, ou fingia não saber, onde estava localizado, o que era bom.

Ele havia saído do liceu, ou melhor, sido expulso após arruinar uma exposição, coisa da qual ele não se arrependia nem um pouco. Mas continuava pintando, era quase uma exigência de Tony, “me faça comprar todas as telas em branco do mundo, mas não “piche” a droga da cidade, o governo prefere ela careta”, e ele o fazia, havia telas e mais telas apinhadas em um quarto, algumas tinham imagens grafitadas, outras pinceladas bruscas, ele nunca conseguiu o que o professor o mandou fazer, um quadro que ele amasse, que fosse delicado, a imagem era sempre bonita, mas não fazia jus ao modelo, então ele simplesmente a jogava no quarto junto com as outras tantas tentativas falhas; a consequência de todo o caos de antes, ainda reverberava dentro dele, cada vez mais, como se aquelas mesmas cenas se aproximassem, aquela agonia, sempre que ele se sentia assim ele aparecia, o fogo azul, a chama que não queima, a última lembrança dela.

— Isso é uma droga, Ariza.

“Eu sei...”

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— Todos você são capazes de algo grande...

— Como chegar ao final o ensino médio antes de completar 14, estou com inveja. – Alice interrompeu EunBi, alguns riram, outro ficaram envergonhados.

— Enfim, vocês são especiais, uma grande inteligência deve ser usada para o bem, então é para isso que nós vamos mostrar todos os equipamentos usados para fazer bem ao mundo.

— E os que fizeram mal também, mas aviso logo que os que vazem mal podem te matar... Ou arruinar seu guarda roupa. – EunBi e as crianças ficaram quietas – Jesus!Vai me dizer que ninguém entendeu a referência? Terei que chamar o Hulk aqui? – ela riu sozinha quando viu a cara de medo das crianças, Alice seria uma péssima mãe-abelhinha, sem escoteiras para ela.

— Alice, você é uma péssima guia, da próxima vez eu chamo a Mumbi.

— Chama a medusa mesmo, aposto que eles iam adorar. – EunBi riu, e continuou a guiar as crianças pelo grande corredor.

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Havia muitos 0-8-4 da SHIELD enfurnados ali, assim como invenções de Stark e companhia e coisas cheia de faixa “não se aproxime”, visivelmente propriedade de Bruce Banner. Havia também toda uma seção dedicada a vilões e “suas vilanias”, em geral coisas da I.M.A. e algumas da HIDRA, Alice passou por uma etiqueta onde se lia HIDRA, olhou a coisa velha e empoeirada, que parecia vir de 1900 e sei lá quanto.

— Uma pena que não colocaram Bucky Barnes aqui, adoraria olhar para ele o dia todo.

— Frank está ciente disso? – EunBi provocou.

— Não me importo em ser dividida. – elas estavam rindo quando ouviram Esperanza no comunicador.

— “Ei, não quero atrapalhar a sessão ‘só risos’, mas temos 2 desgarrados no grupo andando pela sessão I.M.A. norte.”

— Merda, EunBi, fique com o resto, eu vou lá.

— Ok. Crianças, todos juntos, vamos voltar.

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— Esperanza, o que eles estão aprontando? Algo suspeito?

— “Alice, na boa, eles são crianças... Mas pensando bem, são super inteligentes, isso é perigoso, será a HIDRA?” – a voz dela oscilou um pouco, ela havia perdido um ex-ficante-promovido-a-melhor-amigo em um ataque da HIDRA, estava difícil.

— Calma, calma. Eles estão se movimentando rápido ou parando para ler as indicações dos objetos?

— “Andando rápido, vou mandar alguém que esteja mais próximo pra lá.”

— Ok, mas se eles estão com pressa, provavelmente estão só fazendo uma travessura, mas pode ser perigoso assim mesmo.

Foram alguns minutos de estática no comunicador, antes de Esperanza falar novamente.

— “Frank chegou e está indo na sua direção. Acho que seria bom vocês se apressarem, eles pararam...”

Alice viu Frank entrar sem fôlego por uma porta, ele não era o melhor corredor da equipe, sem dúvida. Alice sinalizou para correrem o restante da ala norte, eles avistaram os três garotos bem próximos à máquina, o mais alto levou a mão ao maior botão no painel.

— NÃO APERTA ISSO! – Frank gritou, o que foi uma péssima escolha, o garoto se desequilibrou quando olhou para eles.

— Merda. Frank, o que é aquilo?

— Não sei. – o garoto caiu sobre o painel, que ligou e começou a fazer ruídos altos – Não podemos chegar mais perto, pode ser perigoso, você tem como tirar eles de lá?

— Sempre, bebê. – Alice puxou uma das bombas que Frank e EunBi projetaram e lançou próxima aos garotos que parecia estar colados no chão sem se mover, a bomba mandou montes de terra para o chão, e Alice fez a mágica.

Os cipós envolveram primeiro os dois garotos de pé em frente a confusão e os arrastaram para longe, então Alice fez outros dois cipós agarrarem o garoto caído no painel.

— Não solta. – ela disse para Frank.

— Estática talvez? Puxe mais forte, faça mais cipós, apenas dê um jeito de tirá-lo de lá, vou tentar desligar a fonte.

— Não vai mesmo, não vou deixar você chegar perto dessa máquina maluca. – um cipó zuniu e derrubou Frank rente à parede atrás dele, Alice envolveu o garoto com mais dois cipós e o puxou novamente – Vamos lá Alice, salve-o, ou morra tentando.

Enfim ela conseguiu arrancar o garoto do painel, ele estava assustado e com os cabelos em pé, então ela viu membros da antiga SHIELD entrarem pela porta à sua frente com roupas de borracha e mexerem na máquina até desligarem a fonte.

— Eu podia ter parado aqui, você sabe né? – Frank apertava o ombro.

— Machucou? – Alice se aproximou dele – Me desculpa, é só que, eu não podia, vocês tem que vestir aquelas roupas estranhas pra mexer naquilo, você estaria totalmente exposto!

Frank sorriu.

— Tudo bem, Ally. Você está nervosa? – ela ficou confusa – Aqui, uma mecha rosa. – ele pegou a mecha e cabelo que ficara rosa enquanto ela tentava tirar os garotos de lá.

O comunicador chiou.

— “Desculpem a demora, eu falei para eles irem bem rápido, mas ao menos chegaram.”

— Sim, chegaram Espy.

— “Sério, você pode para de me chamar disso?” – Esperanza riu e Alice desligou o comunicador.

— Os civis estão bem, vocês podem ir. – um dos agentes falou.

— Beleza. – Alice foi a primeira a começar a andar, puxando Frank para junto dela – Por favor, diga que deu tempo de você ler o que era aquilo, porque amanhã não estará mais aqui.

— Bom... Já ouviu falar em Hyperion, Ally?