Na antiguidade, as pessoas acreditavam que os céus eram um mundo mágico, repleto de deuses e monstros de todos os tipos. Com o tempo as crenças se alteraram e as histórias foram tornadas mitos e folclores para ensinar ou assustar. “Faça sua lição, ou o monstro vem te pegar”, coisas assim. Mas, agora vemos a verdade, sabemos que as histórias eram reais, de carne e osso e algumas penas.

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─ Stark? – Tony riu.

─ É Stark. – Ariza falou, estava esperando aquilo. Entregou a garrafa e um copo a Tony.

─ Aham, Stark. Natasha Stark Carter. – Tony engoliu e engasgou.

─ Carter? Quê? Esse negócio de um ‘eu’ alternativo está demais até pra mim.

─ Ela adotou o sobrenome da madrasta. – Ariza sussurrou – Você não precisa falar disso Tasha. – Ariza olhou para Steve, sentado ao lado de Natasha, ele não conseguiu sair do lado dela, ela não deixou.

─ Porque não? – Ambos os Stark falaram juntos.

─ Oh merda, merda! Certo. Steve não fale nada! – Steve levantou as mãos, rendido sem saber por que. – Natasha nasceu Collins Stark, mas a Sra. Stark morreu apenas 3 anos depois dela ter nascido, então Howard Stark tornou a se casar 1 ano depois com uma colega de trabalho e Natasha foi criada por ela, ai aderiu ao sobrenome.

─ Minha mãe tem uma versão nessa Terra? – Tasha perguntou.

─ Tinha. – Ariza respondeu triste.  Natasha sorriu, ela não esperava conhecer a outra versão. Ela se virou para Tony.

─ Então, o que somos? Podemos nos considerar irmãos? – Tony a olhou, estreitou os olhos para os braços presos firmes no braço de Rogers...

─ Qual sua data de nascimento? – Natasha fez careta.

─ 25 de agosto. – Tony levantou do sofá e apontou para Steve Rogers.

─ Rogers! Saia de perto da minha irmã mais nova. Ah, e eu quero saber sobre sua armadura.

─ Opa. Tudo bem, até mais Steve. – Natasha se levantou do sofá, segurou o rosto de Steve e o beijou.

─ Sem beijos! Rogers você terá que se explicar! – e saíram, Ariza, Steve e Kallan ficaram olhando para a porta.

─ Realmente são praticamente a mesma pessoa, que os deuses tenham pena de nós. – Ariza olhou para Steve, que não sabia o que estava acontecendo, parecia extremamente chocado. – Capitão, Capitão, acho que lhe devo explicação? – Ariza sorriu amarelo.

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Ariza estava sentada junto com Steve, havia deixado Kallan na sala de Tony com um livro na mão, não que ela achasse que ele iria ler, mas...

─ Então há um universo alternativo e pessoas alternativas, mas iguais as daqui?

─ Havia, tenho quase certeza que aquela Terra deve ter sido explodida durante a guerra civil, você e T’Challa não estavam brincando.

─ Eu? – Caps ficava cada vez mais confuso.

─ Aconteceu um acidente envolvendo jovens mutantes e o governo culpou os Vingadores. Lá, você era o líder e teve que lidar com a fúria de representantes mundiais. Mas Wakanda declarou guerra aos Vingadores porque o acidente matou centenas de crianças do país.

─ Mas se foi um acidente... – Steve tentava pensar.

─ Não pense muito sobre isso, esse não era você, mas não foi um acidente real, foi algo premeditado. Wakanda havia acabado de recusar exportar matéria prima de vibrantium para as Indústrias Stark e o que aconteceria era que os mutantes deviam apenas sequestrar o avião, mas algo deu errado, quando Natasha e eu fomos sugadas para cá a guerra tinha acabado de estourar.

─ Se era Stark, então foi ela?

─ Não, foi o noivo dela, Steve Rogers. Mas lá, você não era o Capitão América, você era o Soldado Invernal.

─ Noivo? Por isso tive que abrir a armadura? Soldado Invernal? Como o Bucky?

─ Muito pior. A mente daquele Rogers estava perdida, ele fingia que não. Nem Peggy conseguiu o fazer ver, eu não sei como Natasha se apaixonou por um homem que só via o pior do mundo.

Steve estava muito perturbado, Ariza percebeu que talvez não deveria ter contado nada, ela o olhou e viu o quanto seus olhos estavam tristes. Olhou mais fundo e se viu em sua mente.

Peggy Carter havia morrido. Sharon Carter acabou não sendo o suficiente para preencher o vazio de Peggy, Wanda Maximoff também não. Seu coração estava em ruínas. Sua mente estava prestes a se perder por completo depois de ter ouvido um pouco de como seu outro eu era tão diferente e horrível.

Ariza tinha um brilho azul nos olhos, ela colocou as mãos nas têmporas de Steve Rogers.

─ Me desculpe, mas não quero que você se perca em caos. – os olhos de Steve Rogers se nublaram, e Ariza começou a alterar as lembranças que havia acabado de dar-lhe, ele não precisava saber quem era o outro Steve, ela passou pelas lembranças que ele tinha de Peggy Carter e enfraqueceu as conexões, não era certo, mas ela faria. Acabou.

Steve balançou a cabeça.

─ Então Natasha Stark é basicamente irmã de Tony? – Ariza sorriu um tanto triste.

─ Sim.

─ Ela sabe que está em uma Terra totalmente diferente? Digo, ela e Tony parecem tão normais.

─ Eles terão um surto em breve, mas eles superarão, os Stark’s não são normais. – Steve riu, e parecia não ter preocupação nenhuma, Ariza se sentiu culpada, mas ele estava feliz, era melhor que o trapo que ela vira antes.

─ E... Er, ela parece ainda achar que é minha noiva? – Ariza sorriu, pois ele estava vermelho incandescente.

─ Você não está com ninguém. Tasha faz o tipo de 70% dos homens. Você a acha bonita, está na cara. E ela gosta de você. Me dê um motivo para não sair com ela, ou pelo menos tentar?

─ Ela é basicamente filha da Peggy, eu não sei se...

─ Peggy iria aprovar, Peggy já até aprovava. Sério Steve, dê-se uma chance, porque Natasha não vai te dar nenhuma chance de não tentar. – ele riu nervoso. – Preciso ir, preciso encontrar pessoas.

─ São 2 da manhã?! – ele olhou no relógio, descrente.

─ Bem, então eu acordarei pessoas.

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Ariza voltou para o escritório de Tony. Kallan estava sentado na mesa ainda com o livro na mão.

─ Você leu? Não sabia que conseguia ler inglês.

─ Também não, mas parece que sim. – Ariza riu, mas nem perguntaria o que significava aquilo. Chegou perto da janela e chamou Jarvis.

─ Bom dia Jarvis?!

─ “Bom dia senhorita O’Neill. Mudando status de desaparecida para vida, status mudado.”

─ Isso sim que é boas vindas, meu deus.  Jarvis há algum lugar onde possa ficar? Minha casa talvez?

─”Os bens das empresas O’Neill se encontram congelados pelo governo após o acidente fatal de seu pai. A casa do Sr. Stark talvez?”

─ Preferia outro lugar. Perto daqui se possível

─ “Há um lugar. Pedirei confirmação ao Sr. Stark. Pedido confirmado. Mensagem.”

Ariza ouviu a voz de Tony: “Cuidarei da sua amiga, ela está me mostrando como diminuir o atrito da armadura. Jarvis te dará um endereço, vá por sua conta e risco. Leve a galinha, não quero isso no meu prédio.”

Ela riu, possivelmente a “galinha” era Kallan. Não entendeu porque iria por conta de risco, mas.

─ Jarvis, o endereço por favor.

─ “A senhorita pode pegar na portaria. Vai estar lhe esperando um celular das indústrias Stark lá embaixo. Tomei a liberdade de instalar Candy Crush e logar em sua antiga conta de email.”

─ Jarvis! Se você fosse uma pessoa eu te beijaria!

─ “Obrigado senhorita, mas sou apenas uma inteligência artificial. Tenha um bom dia.”

Ela riu, basicamente levara um fora de uma I.A. Era incrível como a vida podia parecer normal. Em apenas algumas horas ela havia saído de um universo alternativo, abandonado seu corpo na borda, trazido refugiados alienígenas para os EUA e apresentado a Tony Stark o seu alter ego, mas ainda assim as coisas pareciam normais. Ela olhou para Kallan... Sua asas não pareciam normais.

─ Kallan? – ele a olhou. – Isso pode ser estranho, mas, você consegue esconder suas asas?