Annabele Vermont escrita por Annabele


Capítulo 3
Calor.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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O dia amanhece menos frio, felizmente. Hoje o dia será muito agitado no trabalho. É dia de visita dos representantes ao campo de extração, então tenho que acompanha-los o tempo todo. Tudo passa em um piscar de olhos. Quil me liga para almoçarmos juntos novamente, mas tive que almoçar no trabalho mesmo. Às 17 horas quando o expediente acaba, estou bem cansada e sigo direto pra casa rejeitando o convite de jantar de Nancy, a secretária .

Ao chegar em casa eu tiro meus sapatos, pego uma maça e estou prestes a desabar no sofá e ficar ali descansando até amanha de manha, no entanto a campainha toca. Ao abrir a porta me deparo com Quil e Jacob, que estava incrivelmente atraente com uma simples camisa de mangas compridas remangadas e cabelo molhado. Por que esses meninos tem que ser tão... silvestres?

–Oi- ele sorri.

Quil me estende a cerveja long neck que tinha nas mãos.- Viemos te buscar pra uma festa.

Eu já estava preparada para fazer um longo discurso falando sobre o quanto o dia havia sido cansativo e que eu deixaria para outro dia, quando Jacob me interrompe antes de começar:

–Vai ser na minha casa e eu não aceito não como resposta.

Peguei a cerveja da mão do Quil, tomei um gole e impressionantemente esqueci todo o discurso.

–Voces terão que me esperar tomar banho.

Jacob sorriu. Eles entraram em casa e sentaram no sofá. Subi, tomei banho e estava incrivelmente indecisa sobre o que vestir.

–O que está acontecendo Annabele?- Falei baixinho. Havia um armário enorme cheio de roupas na minha frente.

–Anna, não precisa se arrumar muito, a festa é na praia. Coloca uma roupa quente, você não precisa de muito pra impressionar, já é carne fresca!- Quil gritou da sala.

Ele já estava meio alterado. Dei risada e coloquei uma calça skiny com sneaker e jaqueta de couro preta sobrepondo uma blusa branca lisa. Soltei o cabelo e passei um batom e um perfume. Desci, eles já me esperavam em pé. Jacob me olhou dos pés a cabeça. Peguei minha bolsa e as chaves do carro.

–Você vai no meu carro, não precisa ir com o seu- Disse Jacob

–Não precisa se incomodar, Jacob. Eu não pretendo demorar muito, estou bem cansada, então é melhor ir com o meu.

–Quando quiser vir é só dizer e eu te trago aqui.

Soltei as chaves no balcão, ele sorriu. Seus olhos invadiam os meus de um jeito quase incômodo.

–Tudo bem- eu disse desviando o olhar.

Saímos de casa e montamos em sua camionete. Era uma Dodge Ram preta, tão imponente quanto o dono. Seguimos pela praia até chegar a uma casa simples, na beira de um riacho, que tinha o mar a 30 metros de distancia. Na praia havia uma fogueira acesa e umas 7 pessoas ao redor dela.

–seja bem vinda, á casa dos Black- Jacob sorriu.

Sorri em resposta. Caminhamos até a praia, Quil me apresentou ao restante das pessoas. Clarie, que já estava lá, me deu um abraço e me levou para sentar ao lado dela e de outras 3 garotas. Depois de um tempo Quil me deu um copo de whisky.

–É bom pra esquentar, e eu sei que você gosta. - Ele piscou pra mim e sentou entre mim e Clarie, entregando a ela uma outra dose igual a minha. Seth sentou-se ao meu lado.

–Ele já está bebendo desde as 15 hrs...

Rimos .

–Quantos anos você tem Seth?

–Eu tenho 16 e você?

–Tenho 24. Você está estudando?

–sim, termino esse ano, graças a Deus. Você fez administração a distancia não é?

–Fiz, por que nunca conseguia parar em um lugar pra terminar... como você sabe?

–O Quil contou antes de você chegar.

–hum..

Jacob me ofereceu um espetinho de carne que estavam assando na fogueira.

–Experimenta, é minha especialidade!

Peguei o espeto e outra pessoa o chamou perto das bebidas.

–Voces são amigos desde a infância não é?- indaguei Seth.

–Somos, fomos criados juntos. E na adolescência nos tornamos ainda mais próximos. O Jake é quase um irmão pra mim, passo mais tempo aqui do que na minha casa. Minha irmã é muito chata.

–É muito bonita essa amizade.- sorrio.

Embry se aproxima e completa meu copo com mais whisky.

–Heei, calma aí. Vamos dividir isso aqui- digo dando risada.

–É pra te esquentar Arizona Girl. – diz ele se distanciando de nós.

Olho para o copo cheio e dou risada.

–Acho que eles querem me embebedar Seth.

–Eu não tenho dúvidas disso!

O tempo vai passando agradavelmente. É como se todos fossem irmão, eles se conhecem tão bem que parecem até conhecer os pensamentos uns dos outros. Conforme as horas passam, a noite fica mais fria e as estrelas mais brilhantes. A luz da lua ilumina a areia da praia e eu nunca vi uma vista tão bonita quanto aquela.

–Está feliz? – Quil me pergunta baixinho.

Olho pra ele, ele segura a mão de Clarie enquanto ela conversa com a garota do lado sobre algum casamento em que foram recentemente.

–É uma pergunta meio complexa levando em conta o avançar das horar e as doses de whisky, não acha?- Sorrio. Ele não sorri.

–Tenho percebido um semblante triste desde que você chegou. No começo, eu sei, era tudo festa. A gente se divertia sem consequências, principalmente você. Mas agora já está cansando não esta Anna?

– Talvez sim...

Jacob e Embry se aproximam e sentam ao nosso lado.

–Não é que sexo não seja bom, mas ninguém vive sem amor.- Quil fala mais alto do que devia e eles escutam.

– Falou o cara que só esteve com uma mulher a vida inteira... Embry diz com ar de deboche.

–Mas eu não estou falando de mim, eu tenho os dois. Estou falando da Anna.

Dou uma cotovelada de leve nas costelas de Quil, aquele assunto não era o mais apropriado para o momento.

–Qual é Anna, eles têm que saber a verdade. Você é chave de cadeia! Os caras se apaixonam por você, você se diverte e depois vai embora.

–Quil eu realmente acho que esse assunto..

–Talvez seja a hora de ficar. - Jacob me interrompe. Quando nossos olhos se cruzam, o mistério contido na escuridão de seus olhos me inunda e eu nem consigo pensar em uma resposta. Desvio o olhar em direção à praia.

Ficamos em silencio por alguns minutos. Coloco minhas mãos no bolso da jaqueta e Quil me surpreende com um abraço.

–você sabe que eu estou bêbado, mas eu quero ser seu padrinho de casamento.

Retribuo seu abraço.

–Acho q eu também já bebi bastante e estou começando a ficar com muito sono. Jacob você poderia me levar?

Ele se levanta de onde estava sentado e acena com a cabeça. Me despeço de todos e seguimos em silencio em direção à sua camionete.

–Deve ser um privilégio ter o mar no quintal de casa, não é?

–É sim.- Ele responde enquanto dá a partida no carro. – Mas o clima de Lá Push não colabora muito.

– É uma pena...

– Mas mesmo sem aproveitar, de fato, o mar ainda assim é bonito. - Ele encara a praia enquanto pegamos a estrada.

–Você trabalha com o que Jacob?

–Eu tenho uma mecânica especializada em carros antigos. A única nas redondezas.

– E você tem quantos anos?

–Tenho 20.

Quatro anos mais jovem do que eu, na verdade até achava que ele tivesse uns 18 anos pela aparência física. Talvez ele esteja mentindo. Solto uma risada contida, ele me olha.

–O que é? – Sorri também.

–Nada.. – Ele continua me encarando. - É que achei que fosse ainda mais jovem.

Seu sorriso se alargou.

– Por que acha isso?

–É so que você não parece ter 20. Parece ter uns 18 no máximo.

– E você acha que estou mentindo só pra parecer mais velho pra você? – Ele me encarou com um sorriso malicioso de tirar o folego.

– Talvez.. ou talvez você só não tenha barba grossa mesmo. – Brinquei.

–É que é muito bem feita... – risos

Ele olha para a estrada por um tempo. E depois diz com tom mais sério.

–Tenho que te apresentar ao meu pai, ele vai adorar você. Ele gosta de conhecer pessoas de outros lugares. Hoje ele não quis ir até a paria por que o time dele ia jogar e ele não perde por nada.

– Será um prazer conhece-lo.

– Na verdade você poderia almoçar lá em casa amanha, que tal?

–Não sei Jacob... – Já?? Acho que ainda não estou preparada pra isso, acabei de chegar na cidade.

–Vou te buscar na Vermont ao meio dia, esteja pronta.

–Mas...

–Sem mas. Meu pai vai ficar feliz, eu quase nunca almoço em casa com ele. E o Big J sobrevive há um dia sem você... – ele sorri me encarando.

–Acho q eu não tenho uma escolha não é?

–É claro que tem: se quiser eu também posso passar as 11 hrs. Você que escolhe o horário.

Risos.

Não demora muito pra chegarmos à minha casa. Gostaria de morar um pouco mais longe...

– Gostei muito da festa, estava tudo ótimo.

– E eu fiquei muito feliz por você ter ido. O pessoal é meio sem noção, mas você vai se acostumar.

–Espero que sim – sorrio.

Ele se aproxima, coloca a mão direita em minha nuca, me puxando para beijar meu rosto. Só de me aproximar um pouco o calor do seu corpo aquece o meu. Seu perfume amadeirado é suave ao olfato. E não dá vontade de sair de perto. Parece até que ele está com febre, ou talvez eu que estivesse com muito frio. Tudo acontece em uma fração de segundos. Um beijo no rosto seguido de um “boa noite” sussurrado. Abro a porta da camionete e sigo até a porta de casa. Posso sentir seu olhar me secando, tanto que nem consigo olhar pra traz. Fecho a porta, depois de quase um minuto ouço o carro ser afastar. Qual é Annabele? É só um garoto! Não posso ficar tão afim de alguém em apenas 2 dias.

Até pegar no sono, pensei sobre a noite vivida. E dormi com cheiro de madeira na memória e frio no restante do corpo.


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