Annabele Vermont escrita por Annabele


Capítulo 26
Vive e faz viver.


Notas iniciais do capítulo

Meus queridos leitores, esse será o ultimo capítulo por Annabelle Vermont! Quem vai morrer de saudades dela????
Muito obrigada por todos os comentários carinhosos que já fizeram, quero pedir que me falem mais.... sobre o que mais gostaram, sobre o que não gostaram, sobre o que querem em uma continuação ou em uma nova história, falem o que quiserem. Adoro ouvir voces!
Assim que possível posto o Gran Finale. Beijooooooos



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Meus pais foram embora no dia seguinte. Antes de saírem de casa, ainda sem conseguir olhar-me nos olhos meu pai me abraçou. Não digo que tenha sido uma sensação boa e nem ruim, foi uma sensação desconhecida, afinal, éramos novos pai e filha. Incomuns, um ao outro.

Retornei ao trabalho mais leve naquela manhã de sexta feira.

Jacob e Quil me ligaram durante a manhã pra saber como eu estava. Ao meio dia, nos encontramos todos, como sempre, no restaurante. Quando Jake me olhou nos olhos pela primeira vez naquele dia, mesmo sem dizer nada, nos comunicamos. Ele me deu a paz que eu precisava.

–Quer falar sobre o que aconteceu ontem Anna? – Quil perguntou enquanto segurava minha mão direita sobre a mesa.

–Não tem mais o que falar Quil. Tudo foi dito. – ele sorriu.

Quando já estávamos começando a comer Embry falou:

–E então Quil, tudo pronto para o casamento?

Havia me esquecido, com tudo o que aconteceu, o casamento de Quil e Clarie seria no próximo final de semana.

–Quase tudo! – ele sorriu até com os olhos.

Olhei pra ele. Era um amor muito bonito.

Sorri, ele sorriu pra mim. Sempre vai ser um amor muito bonito.

Depois do almoço combinamos que Jake e eu faríamos a ronda de hoje para compensar a de ontem. Então voltamos ao trabalho.

E então quando o sol já estava se pondo Jake bateu à minha porta.

Quando abri, abriram-se nossos lábios em sorrisos.

Nos abraçamos calmamente, mas forte.

Ele beijou meus lábios sem afastar nossos corpos. Úmidos, quentes e macios, seus lábios me saudaram. Seus dedos em toques quentes e suaves me acariciaram o rosto, em admiração e afeto. E seus olhos... aqueles olhos negros, que não me permitiam ver o fim, cheios de mistério e desejo, me aprisionaram como sempre. Era na escuridão daquele olhar onde eu enxergava o que havia de melhor em mim.

–Onde você estava esse tempo todo? – ele sussurrou sorrindo.

Sorri em resposta.

–Estava esperando você... Desde sempre.

Ele me beijou mais uma vez e então saímos pela porta dos fundos. Seria a primeira vez que conheceríamos de fato a mente um do outro. Isso me causava um leve nervosismo. Mas estava de olhos fechados e coração aberto quanto me transformei.

Sua mente era como uma montanha russa: excitante, genial e completamente agitada.

–Não repare a bagunça! – pensou.

Ri.

Ficamos nos olhando um de frente para o outro. Lobo e loba, com os olhos de sempre.

Então eu vi como ele via meus olhos, “olhos de loba”, sempre os via assim, mesmo antes da transformação. Me vi aos seus olhos, como ele me admirava e como me achava bonita. E aquilo era quase alucinógeno, ver pelos seus olhos, sentir suas sensações, viver seu pensamento. Como meus olhos o seduziam, como meu cheiro o acalmava.

Não vivi muito ainda, mas aquela era a melhor sensação do mundo. Como uma epifania de amor, nos revelamos um ao outro; sem pudor, sem vergonha, sem segredos. Mostramos tudo um ao outro, tudo o que sentimos e o que pensamos. Deixei que ele visse o quanto me encantava, como eu o achava maravilhoso em todos os sentidos, deixei que ele visse como senti sua falta enquanto estávamos longe, como eu sofri com minha escolha e como foi doloroso, voltar e não poder roubá-lo para mim. E ele também me mostrou, foi doloroso ver o quanto o magoei quando saí de La Push, mas foi ainda mais intenso ver sua reação a me ver volta. “O que importa é que ela voltou”, era o que ele pensava, mesmo sem saber se eu ficaria por muito mais tempo. Significou muito para ele quando não fiz a vontade do meu pai e disse que ficaria aqui, ele conseguiu relaxar naquele instante, retirou o fantasma da insegurança de suas costas, e ficou imensamente feliz quando resolvi as coisas com minha família. A cada novo pensamento desvendado eu me apaixonava mais por aquele homem.

Por vários minutos ficamos ali parados, reconhecendo um ao outro, entendendo cada modo de agir. Desde quando nos vimos pela primeira vez. Como um presente ou uma confirmação, eu me entreguei a ele, e ele se entregou a mim. Tudo o que éramos, tudo o que sentíamos, tudo o que ainda seríamos estava entregue. E isso nunca mais poderia ser desfeito, e nada nesse mundo se comparava àquela sensação.

Quando já não havia mais o que mostrar um ao outro, ainda olhando em meus olhos ele pensou.

–Eu amo você Annabele Vermont.

–Também te amo Jacob Black.

E então, finalmente, começamos a ronda. E como em um sonho bom, corremos um dentro do outro, tão próximos quanto uma alma e seu próprio corpo, tão íntimos quanto alguém e seus pensamentos. Éramos um só. E eu já não me sentia sozinha.

Tudo se seguiu calmamente, até estarmos voltando para minha casa novamente. Nossos pensamentos partiram por uma linha, digamos, mais quente.

Jacob Black sabia como me excitar, e isso era inegável.

Imagens de nós dois, momentos que já aconteceram e que gostaríamos que ainda acontecessem percorreram nossas mentes, elevando nossa agitação. Assim que nos encontramos no quintal do fundo da minha casa, nos transformamos em humanos. Sem constrangimentos, paramos em frente um ao outro, olhares luxuriosos e corpos que se desejavam ardentemente se encontraram em um alucinante beijo.

Ele me levou em seus braços para dentro de casa, subiu as escadas sem parar de me beijar. Em um segundo já estávamos em minha cama. Seu corpo ardendo no meu. Meus olhos sem conseguir disfarçar o desejo, percorriam cada linha que desenhava seu corpo, cada músculo, cada tom, cada textura, cada pulsar.

Suas mãos quentes me apertavam com anseio e em cada movimento, eu perdia uma parte da lucidez que ainda me restava.

E, incessantemente, nos amamos a noite toda. Sem cansar, sem enjoar, sem se envergonhar, conhecendo cada vontade do outro, parecendo que cada vez ficava melhor.

Sempre disse que esse homem me enlouqueceria, mas não imaginava que seria tão bom perder o juízo.

Acordamos tarde no outro dia, a luz do sol que ultrapassava a cortina, iluminou o quarto afetuosamente. O lençol branco contrastava com a pele morena de Jake, enquanto ele dormia, tão lindo e sereno. O admirei por mais alguns minutos, então fui tomar um banho e depois desci par preparar o café. Ouvi quando ele acordou e respirou fundo, enquanto eu acabava de por a mesa. Então ele desceu, vestindo uma bermuda, com o cabelo bagunçado e abrindo a boca.

Ri.

Ele sorriu, se aproximou e beijou os dois lados do meu rosto e em seguida meus lábios.

–Bom dia meu amor. – Sua voz rouca me arrepiou.

–Um ótimo dia – sorri maliciosamente.

Nos sentamos e tomamos café, em um clima terno e afetuoso.

Então o celular de Jake tocou, era o Embry.

–Me perdoa interromper o sexo matinal, mas o dono do Dodge Charger 69 está aqui cara, e eu não sei explicar pra ele qual peça ele tem que compra.

Rimos.

–Já estou indo, pede pra ele esperar 15 minutos.

–Tá, anda logo chefe.

Jake desligou e olhou pra mim.

–Já perdeu seu sábado de trabalho. Vamos lá comigo?

Acenei positivamente. Enquanto ele tomava um banho rápido coloquei uma roupa e depois saímos em seu carro, ate sua oficina, onde eu nunca havia ido.

Era muito maior do que eu imaginava, tinha muitos funcionários trabalhando e estava lotada de carros antigos e raros. Jake percebeu minha surpresa.

–são carros bonitos não é?

–são muito bonitos... e sua oficina é muito grande. Você deve estar podre de rico Jake.- Ri.

Ele riu também.

–Vindo de você isso parece uma piada.

Ele me deixou em seu escritório enquanto foi conversar com o homem que o aguardava. Leah me mandou uma mensagem para combinarmos de comprar nossos vestidos para o casamento juntas, então decidimos ir à tarde.

Alguns minutos depois Embry e Jake entram, Embry me estende a mão para que eu bata.

Depois ele senta no sofá na minha frente enquanto Jake faz alguma coisa no computador.

–Cara, to querendo arrumar uma namorada...

Rimos.

–É serio, não ficar mais sozinho em casa, dar um sossego pra minha mãe, ter uma vida sexual regular... acho que eu posso me acostumar.

–Então você deveria começar a sair com mulheres de verdade e deixar as garotinhas de lado.

–Eu não sei se conheço alguma dessas.

–Conhece sim, só não percebeu ainda. – sorri.

Jake me olhou curioso. Apenas voltei a mexer no celular.

Quando o expediente acabou, Jake e eu fomos para sua casa almoçar com Billy. A comida já estava pronta quando chegamos. Sentamos os tres à mesa.

–Pai desculpa, eu esqueci de avisar que não dormiria em casa ontem..

–Jake meu filho, eu sei que você está com a Anna então está tudo bem. Não precisa me avisar mais.

Sorri.

–Humm, puxa saco! – Jake falou rindo.

–Sou mesmo, assumido. – Billy riu também.

Depois de comermos me deitei com Jake no quarto dele, até que a Leah chegasse para irmos até Seattle juntas. Logo que nos acomodamos Jake caiu no sono, confesso que também estava muito cansada, mas não queria desmarcar as compras. Meia hora depois ouvi o carro da Leah se aproximar, retirei o braço do Jake de cima de mim, acariciei seu rosto e beijei sua testa. Ele acordou.

–A Leah está chegando, Já vou Jake.

–Não, fica mais um pouco. – ele falou sonolento.

–Nos vemos mais tarde, descansa.

Ele me puxou para perto e beijou meus lábios.

–Não demora. – sussurrou.

Quando saí da casa, Leah acabava de estacionar, entrei no carro e saímos.

Quando já havíamos percorrido alguns quilômetros, resolvi instigar a Leah.

–Embry disse hoje mais cedo que gostaria de arrumar uma namorada...

Ela apenas me olhou de lado e bufou.

–Leah!! Você sabe como os homens são lentos para essas coisas, você é quem tem que tomar a atitude!

–Anna, para com isso! O Embry não está disposto a ter um relacionamento com alguém.

–É claro que está! Uma hora a maturidade chega e a gente percebe que relacionamentos superficiais não completam ninguém, e eu posso apostar que essa hora chegou pra ele.

Ela apenas me olhou de lado e voltou os olhos para a estrada respirando fundo.

–Ele só não considerou a possibilidade de namorar você ainda, só precisa de um empurrãozinho, confia em mim.

Ela sorriu.

–Pensa nisso – insisti.

–Tá bommm!

Quando chegamos à Seattle, fomos direto às compras. Demoramos um bom tempo para escolhermos os vestidos, optei por um nude envelhecido, com um tecido bordado sobreposto, com pequenas pedrarias; um pouco mais longo na parte de trás, formando uma pequena calda, com um decote em V nas costas até a cintura. Bonito, mas discreto, afinal Clarie era quem deveria brilhar. Leah escolheu um azul marinho, no formato sereia também com decote nas costas. Depois compramos os sapatos e acessórios. Leah marcou horários para cabelo e maquiagem em um salão que ela frequenta em Lá Push mesmo, então estava tudo resolvido.

Quando voltamos para casa já estava anoitecendo, pedi para que a Leah me deixasse na casa do Jake novamente.

–Que tal sairmos nós quatro hoje? – perguntei.

Ela nem me olhou.

–Vou falar pro Jake ligar para o Embry, nos encontramos as 8 no Quiosque, pode ser?

–Ok.

Saí do carro e ela foi embora. Eu mesma liguei para o Embry que topou na hora.

Billy estava assistindo Tv quando entrei.

–Ele ainda está dormindo Anna, pode acordá-lo.

Ri. Caminhei até seu quarto, e sem fazer muito barulho entrei e deitei- me ao seu lado. Cheirei seu pescoço e passei a mão pelo seu peito.

Ele despertou calmamente e respirou fundo antes de abrir os olhos, então sorriu.

–Que bom que não demorou!

–Na verdade já são 18 horas, meu amor. Você dormiu a tarde toda!

Ele se surpreendeu. E depois riu, puxando-me para seus braços.

–Acho que você me cansou de mais ontem à noite.

Rimos.

Beijei seus lábios calmamente, seus braços se apertaram ao meu redor.

Jake me olhou meio pensativo.

–Será que é certo se sentir tão bem assim?... As vezes eu acho que eu não mereço você.

Sorri.

–Mesmo que isso fosse verdade, o que não é, o amor não se trata de merecimento. Trata-se de um capricho de Deus ou um benefício do acaso. Um dia eu encontrei você e era só isso o que eu precisava, por que quando eu penso em sorte Jacob Black; você é minha primeira associação.

Ele sorriu com minha resposta.

–Será que você pode parar de fazer eu me apaixonar mais por você a cada minuto?

Rimos e nos beijamos novamente.

Depois de algum tempo, Jake se arrumou para saímos e fomos para minha casa, onde deixei minhas compras e também me arrumei. Quando chegamos ao Quiosque só o Embry havia chegado. Nos cumprimentamos e sentamos.

–Leah atrasada, como sempre – Embry reclamou.

–Mulheres demoram pra ficar bonitas – o repreendi.

– Não sei pra que se arrumar para vir aqui – ele bufou.

– Por que nunca se sabe quem você vai encontra aqui ou em qualquer outro lugar.

–Ah, qual é Anna, os caras tem medo da Leah.. – ele riu.

–Por que? – estreitei meus olhos, Jake só ouvia.

–Sei lá... Ela assusta, é muito altruísta, muito independente, tipo uma mulher de verdade mesmo, que não se impressiona fácil e os caras gostam de impressionar.

–Achei que você não conhecia mulheres de verdade! – Levantei um sobrancelha, Embry se calou por um instante. Então a Leah estacionou o carro e andou até nossa mesa, ela estava linda, hoje eles não sairiam solteiro desta mesa. Embry a acompanhou com os olhos até quando ela se sentou ao seu lado, depois ele ainda ficou olhando pra ela por alguns segundos e desviou o olhar.

–Estou com fome, podemos pedir? – Mudou de assunto. Apenas sorri.

Após jantarmos dei uma piscada para o Jake e me levantei.

–Pessoal, vocês vão ter que nos dar licença por que o Billy gostaria de visitar um amigo e ficamos de leva-lo essa noite, só me lembrei depois que já tinha marcado com você! Mas vocês fiquem aqui e aproveitem a noite.

Jake levantou em seguida, Leah me olhou com cara de brava, ela sabia que eu estava mentindo.

–Beleza – Embry falou.

Enquanto voltávamos para minha casa Jake falou rindo.

–Você mente muito mal Annabele!

–É por uma boa causa – ri também

–Acha mesmo que eles vão acabar juntos?

–Tenho quase certeza.

Mais tarde Jake me agradeceu por termos saído mais cedo, pois pudemos passar mais tempo juntos e afinal, para nós dois, o tempo nunca era de mais, principalmente quando estávamos sozinhos. Sempre faltava tempo.

Dormimos juntos naquela noite e no domingo de manha, acordei com a voz do Seth vindo da cozinha.

–Isso não é justo Jake, logo o Embry! – ele estava irritado com alguma coisa.

Jake só ria.

–Para de rir cara, seu traíra.

Me levantei da cama, coloquei uma roupa e desci.

–Tá aí a culpada de tudo! – Seth falou assim que me viu.

–O que aconteceu Seth?

Ele bufou, Jake riu.

–Acordei essa manha e senti um cheiro estranho em casa, ai vou até o quarto da minha irmã e encontro o EMBRY lá!!!!! O EMBRY, dormindo com a Leah! Tem alguma coisa a dizer sobre isso?

Sorri.

–Acho que você ganhou um cunhado...

–Vocês riem por que não é a irmã de vocês que vai ficar com o cara mais safado que tem nesse mundo.

–Acho que a Leah já não é mais uma criança e tampouco precisa dos seus cuidados Seth.

Ele continuou comendo irritado e parando a cada mordida para disparar algum argumento contra os dois. Nós só riamos.

O tempo a seguir se passou calmamente, e iniciou-se uma nova semana. Conforme o fim da semana chegava os dias iam se agitando gradativamente. Ajudei Clarie com as preparações finais do grande dia, até que ele chegou. Eu estava completamente feliz pelo Quil e pela Clar, estava eufórica. Além de tudo ainda tinha o Jake que completava minha felicidade.

Todos os dias que eu o via, era como se eu descobrisse um novo motivo para amá-lo. Já não havia mais qualidades para descreve-lo nem palavras para expressar tudo o que eu estava sentindo.

Enfim eu me encontrei. Encontrei meu lugar, meus amigos, minha casa, minha definição, encontrei Jacob Black. Depois de perder tudo o que me importava, foi que encontrei o que realmente valia a pena.

Então já não era mais só eu, apesar de isso me bastar agora. Éramos eu e ele. Para sempre... pela eternidade. E eu não sei onde chegaria esse amor que não cabia no peito e que aumentava a cada novo dia.

Na verdade eu sei, por que esse amor não vai chegar a lugar nenhum, porque ele não chega; não basta; não acaba. Só aumenta, vive e faz viver.


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