You escrita por PepitaPocket


Capítulo 18
Fica Comigo Essa Noite?




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— Cretino. – Não foi preciso muita coisa para que todos notassem a chegada de Karin, que foi na direção de Ishida, que a encarara com seus olhos azuis, arregalados, pela surpresa de vê-la ali.

— Karin?! – A garota estava usando um bonito tomara que caia vermelho, que ficava muito bem em seu corpo delgado.

Estava com seu cabelo curto penteado, e havia feito uma maquiagem leve.

Eles tinham tido uma discussão que lhe pareceu definitiva aquela tarde. Ela saiu de seu apartamento, e ele pensou ingenuamente que ela estava com Ichigo. Mas, a presença de Tatsuki, lhe tirara um pouco do bom senso, porque se o troglodita ruivo não tinha vindo tirar satisfações, é porque ele ainda não sabia do desfecho da relação deles.

— Achei que não viria. – Ele disse ajeitando os óculos, se sentindo um pouco um canalha, por estar sendo tão frio com relação a sua provável ex-namorada, mas mesmo sendo tão racional, ela estava descobrindo que controlar os sentimentos era difícil.

— Porque? – Ela perguntou com certo sarcasmo. – Achou que eu iria ficar em casa chorando por você? – Ela perguntou secamente, dando um olhar de desdém para Tatsuki que se sentiu envergonhada sob a égide daquele olhar acusatório.

Mesmo que ela não tivesse feito nada.

Irritado, com a situação que a jovem Kurosaki estava fazendo, ele se aproximou da garota com quem ele até bem pouco tempo dividia o teto, e dissera em tom seco.

— Por favor, não faça da festa que não é sua um show. – Ele falara recebendo um olhar que reforçara sua posição de canalha naquela história.

Sendo que na verdade, ele estava só se deixando levar pela maré dos acontecimentos, e fazer o que a própria Karin disse para ele fazer: ouvir seu coração.

E, o ponto é que ele não queria mais seguir aquela relação. Talvez, até quisesse, mas pelos motivos errados.

Por isso, o correto era terminar, pelos dois. Não podia continuar com Karin, por pena.

Demorou muito para que ele definisse, os motivos que o fizeram se envolver com a irmã de seu melhor amigo, e a única conclusão que achou foi está.

No começo, houve uma centelha de paixão, que foi alimentada pelos primeiros momentos de intimidade que eles tiveram juntos. Depois quando isto estava por se apagar, a garota começou a ver os familiares por quem tanto se empenharam, seguindo seus próprios caminhos, para o bem ou para o mal.

E, Karin se viu praticamente desamparada, e ele sendo um legítimo cavalheiro quis ajudar, achando que seria temporário, que ela seria capaz de se reerguer. Mas, era assustador como alguém, que sempre resolveu os problemas de todo mundo, não conseguia resolver os próprios problemas.

E, essa foi apenas uma das coisas, que extinguiram o encanto, de Ishida por ela.

— Oh, claro... Para você é apenas um show, o fato de eu me indignar com o detalhe de que você vem a uma festa, apenas algumas horas depois da gente terminar. – Karin dissera controlando um pouco mais o tom de voz, mas seu gestos ainda estavam chamando a atenção.

— Você também fez o mesmo. – Uryuu disse ajeitando os óculos, como ele sempre fazia quando ficava nervoso ou envergonhado.

— Não compare as duas coisas, Uryuu. – Karin disse fazendo muito esforço, para não se por a gritar com ele, ali mesmo. – Eu vim prestigiar uma amiga, espairecer a dor que estou sentido, enquanto você... – Ela fez uma expressão incrédula e enojada. – Na primeira oportunidade, fica arrastando asa para alguém como ela.

Karin disse apontando com desdém para Tatsuki, que saiu de perto, para não dar vexame. Pois, não ia ficar sendo ofendida, por uma estranha, a troco de nada.

Ela tinha uma forte atração, por Uryuu, sim. Mas, poderia resistir. E, ela viu uma boa razão, no ruivo sorridente, que estava a encarando desde que chegou, e ela estava fazendo de desentendida.

Mas, Renji costumava dar todas as bandeiras possíveis, para que suas pretendentes não resistisse a tentação de se aproximar dele, ao invés do contrário. O que alimentava o ideia de que elas não resistiam ao seu charme, e por incrível que pareça Tatsuki se aproximou dele, dando um bonito sorriso.

— Quem diria que iriamos parar na mesma festa. – A garota disse aceitando a cerveja, que ele ofereceu, mas ela apenas deu um “beijo” no copo, antes de devolver para o Abarai, sem tomar um gole.

— Hai, isso só pode ser o destino. – Ele disse aproximando seu rosto da carateca, que não gostou do modo como ele respirou em seu cangote. Tão diferente de Uryuu, mas vendo-o ali com Karin, ela concluiu que não valia a pena continuar se iludindo, mesmo estando mais para uma personagem daquele filme “nunca foi beijada”.

— Não acredito, nesse lance de destino. Se querermos alguma coisa, vamos e pegamos com as próprias mãos. – Tatsuki dissera fazendo uma pose com os braços como se tivesse fazendo levantamento de peso, e aquilo não pareceu muito atraente para Renji que deu um sorriso amarelo.

Mas, depois que lembrou o jeito que a bunda da Tatsuki ficava dentro da leggin apertadinha, ele resolveu insistir.

— E, o que você quer do destino? – O ruivo perguntou jogando verde, já indo para cima da Tatsuki que se sentiu minúscula ali, com aquele brutamontes ruivo indo para cima.

— Hm. Que tal me consegui, energético bem gelado? – Tatsuki sugeriu com uma vontade nada discreta de rir, da cara de desapontamento do garanhão que achou que tinha encontrado o momento perfeito, para ao menos um beijinho, mas Tatsuki era jogo duro.

...

— Kurosaki-kun... – Orihime estava com as bochechas em chamas, quando se viu puxada na direção da varanda que ficava em um grande quarto de casal, que era o quarto de Rangiku.

Aquela visão deixou a garota nervosa, embora Kurosaki fosse um cavalheiro, do tipo que preferia levar as coisas devagar.

Ele só transou com Senna por insistência dela mesma.

— Só queria ficar um pouco mais com você. – Ichigo dissera deslizando seus dedos no braço de Orihime, que se arrepiara por completo, com o toque do rapaz. – De preferência a sós.

Ele disse com uma risada de canto, que não combinava muito com os dois vincos que ele tinha em sua testa. Mas, de algum modo era a cara dele sorrir daquele jeito.

— Estava pensando se você quer dar um passeio na praia, olhar o luar. – Ichigo sugeriu aquilo se sentindo um pouco mal, por estar quebrado monetariamente, para levar sua princesa a um lugar melhor. Mas, o que dependesse de seu empenho dali para frente, ele iria fazer de tudo para compensar sua doce, hime.

— Seria ótimo. – Orihime, disse com um sorriso de orelha a orelha, lembrando com emoção do primeiro passeio que ela fez com o rapaz na praia. Foi lá que eles tiveram o primeiro beijo também.

E, eles tinham ido até lá de dia, adoraria ver o céu praiano a noite, também.

Então, ela segurara as mãos dele, e sem mais resistir a vontade, eles aproximaram seus rostos e trocaram um beijo que de inicio foi apenas um roçar de lábios, mas logo eles aprofundaram ainda mais o toque, explorando o que cada um tinha a oferecer, e separaram-se apenas por não terem mais ar em seus pulmões.

Mas, nem por isso eles se desgrudaram continuaram com seus rostos grudados, enquanto olhavam lá para fora, vendo as ruas da cidade brilharem de um jeito bonito, mas para as pessoas apaixonadas todas as coisas se tornam belas.

...

— Karin, não me venha com esse melodrama barato, foi você quem quis terminar. – Uryuu dissera ainda impassível, apesar da sua ex-namorada tê-lo fuzilado com o olhar naquele instante.

— E, você deu graças a deus né, Uryuu? – Ela disse lhe dando as costas, não aguentando olhar naqueles olhos azuis frios, e encontrar apenas indiferença.

Será que ela foi tão insignificante assim para merecer tanto desprezo?

— Não adianta ficarmos discutindo o que passou. – O rapaz dissera levando a mão nos bolsos, correndo os olhos pelo salão e fechando a cara quando vira Tatsuki conversando com Renji, em uma proximidade que o deixou enciumado, mesmo sabendo que ele não tinha direito de se sentir assim.

Karin que tinha pego um copo com alguma bebida que ela nem viu que era, notou o semblante que Ishida fez ao olhar para Uryuu, e se irritou profundamente com aquilo, tanto que sem pensar duas vezes, ela jogara todo o conteúdo do copo, na cara de Uryuu que foi pego totalmente de surpresa.

— Você é desprezível. – Ela disse puxando a língua praticamente igual aquele pato do desenho animado, cujo nome ele tinha esquecido.

Várias pessoas que estavam aos arredores, perceberam o ocorrido e ficaram olhando, em misto de deboche e pena, e como o bioquímico odiava chamar atenção, resolver sair de cena, e não ficar ali sendo alvo da fúria de Karin, nem vendo Tatsuki e Renji conversarem tão intimamente.

E, de fato Tatsuki tinha de admitir que o ruivo era bom te papo. Como ambos, eram amante de esportes, e tinham como meta de vida uma boa forma física, acabavam tendo muito assunto em comum.

— Deveria ter usado o amortecedor, eu sempre uso, evita as câimbras. – A garota dissera forçando sua mente a se distrair, da presença de Uryuu que estava indo para longe.

Mas, para seu alívio ele e Karin tinham ido cada qual para um lado, e a garota não conseguiu deixar de sentir-se miserável por pensar assim.

Não gostava de colocar areia no romance dos outros, mesmo que por pensamento, mas não conseguia deixar de se sentir mal com a ideia de Uryuu estar com outra, quando tinha ela ao seu alcance.

...

— Acalma-se. – Rangiku dissera abraçando Karin, depois de ter conseguido leva-la para o lavabo que era o único lugar que não tinha gente em sua casa.

— Desculpe, estragar a sua festa... Nem deveria ter vindo. – A morena dissera se esforçando para enxugar as lágrimas em vão.

— Nada disso, sua boba... Deveria ter me avisado que eu teria cancelado tudo e teria ido ficar com você. – Rangiku dissera abraçando-a mais uma vez, fazendo a irmã de Ichigo sorrir, pois se tinha algo que Matsumoto tinha de bom, é que ela era o tipo que dava um braço por quem ela gostava, e nisso elas eram parecidas.

— Onde você está ficando? – A outra quis saber, sabendo que Karin estava em uma situação delicada, tanto financeiramente, quanto familiar.

— Estou na casa de uma colega de curso. – Karin dissera um pouco vermelha. – Não se preocupe, eu vou me virar.

Rangiku vira os olhos castanhos da outra se tornarem mais escuros. E, era triste que uma garota tão boa tivesse que passar por coisas tão ruins.

Mas, ela bem que avisou... “Não se envolva com o Uryuu”.

Não é que ele achasse o bioquímico má pessoa, mas sua falta de tato emocional, sempre incomodou profundamente Rangiku, que o conhecia através de Karin e Ichigo, mas eles nunca foram exatamente amigos, e ela nem queria.

— Se precisar de alguma coisa. – Rangiku disse com solidariedade.

— Obrigada, mas vai ficar tudo bem. – Karin dissera sem muita convicção.

— Ai, está você. – Urahara aparecera por ali, enlaçando Rangiku pela cintura, e dando um beijo em seu pescoço, que deixara Karin um pouco constrangida.

— O que foi querido? – Rangiku perguntou acarinhado suas madeixas loiras.

— Está na hora de cortar o bolo. – Ele disse beijando de novo sua bochecha. – Mas, antes tenho uma surpresa para você.

...

Ichigo e Orihime, ainda estavam trocando beijos, quando alguém bateu com força na porta, anunciando a hora dos parabéns.

Na saída do quarto, Ichigo cruzara com Karin, notando o semblante abatido de sua irmã.

— Ei, Karin... Não cumprimenta, não! – Ichigo chamara para sua irmãzinha caçula, e essa não lhe deu nenhuma resposta irônica como de costume, apenas o abraçou, seguido de Orihime que também reparou a tristeza da outra.

— Está tudo bem? – Os dois perguntaram em uníssono, e vendo os dois ali de mãos dadas, e falando juntinhos, Karin sentiu-se um pouco melhor, por pelo menos seu irmão estar encontrando um novo amor.

Mas, era até irônico que quando um recomeçava um relacionamento, o outro terminava.

— Vamos cantar parabéns, para Rangiku. – Karin dissera ensaiando o seu melhor sorriso, e enlaçando-se no outro braço livre de Orihime, que sabia que sua mais nova amiga, não estava bem, mas o som estridente da cantoria, chamou atenção deles, que não tiveram escolha a não ser reunir-se ao cor de quase uma centena de pessoas.

Um bolo enorme estava no centro da mesa, e Rangiku parecia até uma criança feliz, ali batendo palmas e cantando. Isso porque, sua infância foi muito pobre, e ela nunca pode ter uma festa de aniversário quando pequena, por isso logo que começou a trabalhar, ela sempre fez questão de comemorar.

Urahara não era a pessoa mais sentimental do mundo, mas ver Rangiku ali com seus olhos azuis marejando-se por causa de algo tão bobo e banal, o deixara ainda mais encantado por sua musa.

Ele remexera no bolso, fazendo um gesto para chamar atenção para sua pessoa, e até Rangiku olhou com curiosidade para seu namorado, quando o viu tomando a palavra para si.

— Nem precisa dizer que sou um cara sortudo, por ter Ran do meu lado. – Ele disse um pouco constrangido, porque não era bom em demonstrar afeto. – E, acho que não posso ficar demonstrando isso apenas com palavras, um presentinho de vez em quando, vem bem a calhar.

Ele disse puxando de seu bolso, um bonito anel de ouro com uma pedra solitária de brilhante.

Os olhos de Rangiku brilharam de imediato, totalmente surpresa, por aquele idiota enfim, estar tomando a iniciativa de, indiretamente pedi-la em casamento.

“Aproveita a chance, e pede uma promoção que esse idiota sabe que você merece”.

Hisagi dissera depois de um assobio, pois estava feliz por sua ex-namorada. Mesmo assim, Nanao ficou incomodada, por sua atitude e lhe deu um beliscão no braço, e ele apenas rolou os olhos perguntando-se porque sua esposa tinha de ser tão conservadora?

Rangiku que tinha praticamente se jogado nos braços de Urahara, sorriu por seu amigo que não era o único que discordava da posição subalterna que a loira ocupava no jornal de Urahara, mas como sempre ela iria deixar para depois aquela diferença.

E, o beijou, diante dos aplausos.

E, Orihime se debulhou em lágrimas para surpresa de Ichigo que ficou um pouco cabisbaixo, ainda ia levar muito tempo para ele conseguir dar um presente daquele para sua doce Hime.

Depois, Hisagi ocupara um pequeno palco improvisado na sala, e começara a cantar, um dos hits mais tocados de sua banda, animando muitos casais a dançar.

Incluindo, Ichigo e Orihime que foram o segundo casal a ir para a falsa pista de dança. Depois, Renji conseguira convencer Tatsuki a dançar com ele, sob o olhar de um emburrado Uryuu, que enquanto observava aqueles dois, literalmente queimava de ciúme.

Karin, por sua vez ficara mais perto de Hinamori, perguntou se iria dançar com Uryuu, mas a Kurosaki fingiu não ouvir e seguira apenas ali, fingindo uma alegria que não sentia.

...

Enquanto dançava ali grudadinha com Ichigo, Orihime sentia com todo seu coração que não queria ficar longe dele, nem por um minuto.

Ao menos, não por uma noite.

Ainda cedo, para se quer cogitar uma experiência mais íntima com o rapaz, mas isso não a impedia de querer a experiência de dormir abraçadinho com ela, apenas para sentir seu calor naquela noite fria.

— Kurosaki-kun, fica comigo essa noite? – Ela pediu tão baixinho, que o rapaz tivera de fazer muita força para escutá-la, mas quando enfim entendera seu pedido, seu coração quase saiu pela boca, sendo certo que ele não conseguiria lhe dizer não.


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