You escrita por PepitaPocket


Capítulo 11
Dia de Folga




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Em seus quase cinquenta anos de vida, Unohana nunca tinha se deparado com alguém como Inoue Orihime.

Em seis dias de trabalho, ela conseguiu quebrar o bebedouro, queimar um computador, fazer um arquivo cair, misturando todos os registros ali guardados. Fora quando ela quebrou a unha com a cadeira, caiu dentro do cesto de lixo e se queimou com café.

Essas coisas, seriam o bastante para revogar seu contrato de experiência, mas a garota era estranhamente competente. Havia em poucos dias, refeito todo o projeto político pedagógico da escola, cumprindo sua promessa de fazer as adequações exigidas pelas universidades, sem deixar de lado os valores da sua empresa.

— Mandou me chamar Retsu-sama. – A garota entrara ali com um curativo na cabeça, porque ela havia achado que a porta de vidro estava aberta, e acabou dando de cara no vidro, e conseguindo se cortar com isto.

Em seus olhos castanhos era visível, que ela estava receosa. A maioria dos seus funcionários, tinha a mania de querer falar por ela, e fazia questão de aterrorizar Orihime, fazendo-a acreditar que Unohana não estava contente com seus serviços, e a mulher tinha impressão que isso estava deixando a jovem mais apreensiva e por isso mesmo, mais propensa a acidentes.

— Chama-me de Unohana, querida. – A mulher disse calmamente, fazendo um sinal para que a ruiva se sentasse, mas ela estava imaginando o momento que a outra iria lhe apontar impiedosamente o dedo, e dizer as palavras cruéis “vocês está demitida”. Como em um programa televisivo que ela assistia quando mais nova.

— Se a senhora vai me demitir, onegai... Diga de uma vez, eu aguento. – Ela disse fazendo uma expressão tão engraçada que a mulher ficou tentada em dar risada.

Mas, não era essa sua intenção, por isso Unohana suavizou sua expressão e lhe dirigiu um olhar gentil:

—  Longe disso, querida. Estou muito satisfeita com seu trabalho. – Unohana dissera calmamente, o que surpreendeu tanto Orihime que ela deixou o queixo cair.

— Mas, está todo mundo dizendo que.. – Ela se encolheu um pouco, e parou de falar por causa do modo que Unohana a encarou. Era um tantinho assustador, mas essa não era a intenção da mulher que sempre acabava mal interpretada por causa disto.

— Acho que você precisa ser mais atenta e cuidadosa. Para evitar coisas como isso. – Unohana dissera apontando o dedo para a testa de Orihime, que ficou sem jeito por causa do comentário de sua chefe, mas aliviou-se quando a mesma sorriu.

— Você lembra tanto minha filha. – A mulher comentou calmamente.

— Ela tem sua idade e está cursando medicina. – Ela disse calmamente, mas no instante seguinte pareceu arrepender-se do que tinha dito.

Percebendo isto, Orihime fez um aceno com a cabeça, mas não teceu nenhum comentário.

— Acho que você fez um brilhante trabalho com o PPP. – Unohana voltara a falar em um tom mais formal, e Orihime mudara sua postura mais despojada, para algo a altura da situação.

— Não foi difícil, a senhora me disponibilizou todas as informações necessárias. – Orihime dissera com uma seriedade que não lhe era característica – Qualquer alteração que a senhora deseje que eu faça. Por favor, pontue e deixe-a em cima de minha mesa que eu faço mais tarde.

— Nada disso. – Unohana a interrompeu com um sorriso. – Você fez um ótimo trabalho, isso não será necessário.

O semblante de Orihime se iluminou por causa disto.

— Tanto que vou recompensá-la. – A mulher disse calmamente fazendo Orihime arquear a sobrancelha, sonhando com uma comissão. – Tire o restante do dia de folga.

Orihime entreabriu a boca, surpresa com aquela oferta.

— E, não se preocupe, algumas horas a menos de trabalho nesse dia, não iram atrapalhar o andamento da escoa. – Unohana dissera conciliadora. – Acho sinceramente que você precisa de uma pausa.

A mulher dissera oferecendo-lhe uma piscadela de divertimento, mas quando ela ficara séria, Orihime entendeu que era hora de sair de fininho dali.

— Não sei porque as pessoas me acham tão assustadora. – Unohana dissera pensativa, e acabara dando um sorriso terno ao lembrar-se de Orihime, a garota sempre a fazia sorrir, mesmo com todos seus problemas.

...

Orihime não sabia muito o que fazer com aquele inesperado dia de folga. Ela havia acabado de almoçar e não estava com fome e não estava a fim de voltar para casa.

Pensou em dar uma volta pelo centro, mas aquilo sempre implicava gastos com compras que ela não precisa. Então, para o bem de suas finanças ela decidiu evitar.

Tatsuki, certamente estava trabalhando. Karin, tinha aula naquele horário, e Uryuu deveria estar trabalhando. Então, pensou em Ichigo, pensou em mandar uma mensagem, mas quando lembrou do desastre que foi sua última tentativa desistiu.

— Te conheço de algum lugar. – A garota estava parada no meio da rua, pensativa, quando uma voz feminina chamou sua atenção e ao virar-se para trás a garota ficou surpresa ao ter se deparado com o maior par de seios que havia se deparado na vida.

O que a deixou aliviada, porque perto da bonita loira de olhos azuis e sorriso simpático que a olhava com curiosidade, ela ne era tão peituda assim.

— Perdão, eu não me lembro. – Orihime disse com sinceridade.

— Ah, você é a garota que quase jogou o Morango-kun na lixeira. –  A jovem mulher dissera zombeteira, e Orihime deu um riso sem graça, ao lembrar do incidente com Ichigo logo que ela chegou na cidade.

— Hai, aquilo foi sem querer. – Orihime disse constrangida, mas a outra apenas riu mais ainda.

— Você é uma graça sabia? – A outra dissera dando-lhe uma piscadinha, de um jeito que Orihime sentiu suas bochechas aquecerem.

— E você é? – A outra perguntou trocando o peso de uma perna para a outra.

— Ah, onde está minha cabeça nem me apresentei. – A outra disse de um jeito espalhafatoso. – Sou Rangiku Matsumoto, a seu dispor. – A outra disse puxando Orihime para um abraço de urso, e aquilo foi agradável, já que ela não tinha muitas pessoas para abraça-la no seu dia-a-dia.

— Você conhece o Kurosaki-kun? – Orihime perguntou com curiosidade, e a outra não pode deixar de notar o modo amanteigado que a outra dissera o nome de seu colega de trabalho.

— Ele é estagiário, no mesmo jornal que eu. – Ela disse mostrando a câmera fotográfica que carregava consigo. – Sou responsável pela sessão do clima, por livre e espontânea pressão.

Rangiku disse amuada porque seu sonho era ser repórter investigativa, mas Urahara não lhe dava chance, até porque pouca coisa acontecia naquela cidade, de qualquer maneira.

— E, você parecia perdida aqui na calçada... – A outra dissera com curiosidade, e Orihime apenas comentou que estava de folga e não sabia o que fazer naquele dia.

— Estou no meu dia de folga e não sei o que fazer com isso. – Orihime disse um pouco sem jeito, porque Matsumoto a encarou como se fosse louca.

— Que desperdício. – Matsumoto disse um tanto dramática. – Eu iria para casa, ficar com o meu gato. – A outra dissera como se fosse óbvio e Orihime lembrou-se de Ichigo e notou que realmente ela gostaria muito de ficar com ele.

A questão é: ele ia querer passar algum tempo depois do que houve na praia?

...

Ichigo não queria, mas não conseguia parar de pensar em Orihime. Na maciez de seus lábios, e em todas suas palavras doces.

— Droga, eu nem resolvi as coisas com uma... E, quero me envolver com outra?

O Kurosaki ralhara consigo indignado, com o modo como as coisas aconteceram.

Pegara o celular, pensando em tentar contatar mais uma vez Senna. Mas, a verdade é que ele já estava sem ânimo para isto.

Cansado correr atrás de quem não o queria, quando tinha pessoas muito mais interessantes a seu redor, e novamente Orihime encheu seus pensamentos.

E, antes que se desse por conta, havia deslizado até o nome de Orihime. E, dado um sorriso abobalhado quando vira o bonito rosto da garota na tela do celular.

Então, como que por uma conexão mágica ele vira seu celular tocando e era justamente Orihime.

— Hime, aconteceu algo? -  O jovem perguntou preocupado. Desastrada como a ruivinha era, era quase certo que uma hora iria sofrer um acidente sério.

— Hm. Você mora no prédio, amarelo... No azul.. No verde ou no... – A menina disse parecendo bastante nervosa.

— Eu moro no marrom, porque? – Ichigo perguntou com o coração tamborilando.

— É meu dia de folga e eu pensei em te fazer uma visita... Claro... se...se... Claro se você... não... não... não...

— Claro que não me importo, Hime. Estou indo te encontrar.

Ichigo levantara-se eufórico da cama. Orihime estava indo para visita-lo. Sua casa estava toda suja e revirada. E, ele também estava deplorável. Olhara-se no espelho e viu seus cabelos arrepiados, e as olheiras, que não o deixavam a altura da sua princesa.

Orihime estava quase desistindo quando Ichigo descera usando uma calça jeans, e uma blusa toda mal abotoada, e os cabelos bem penteados, para trás, fazendo parecer que uma vaca tivesse dado uma boa lambida na cabeça do ruivo, esse pensamento fizera Orihime sorrir.

— Kurosaki-kun, obrigada por vir... – Sem aviso Ichigo puxara a garota pela cintura, e fizera exatamente o que ela mais queria, a beijara, como se não houvesse amanhã.

Definitivamente, ele estava perdendo seu coração, mais uma vez. Restava saber se era para a pessoa certa desta vez.


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