Pós Breaking Dawn Edward Bella escrita por Lolo Cristina


Capítulo 31
31 - La Push




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31 – la push

Bella

 

- Alice, temos que ir. – reclamei. Ela estava com Renesmee a mais de uma hora no Closet. – Jacob está esperando.

- Só mais uns minutinhos, Bella. Paciência é uma virtude.

Depois de vários minutos elas deram o ar da graça na varanda, onde Edward, Jacob e eu estávamos... esperando...

- Uma virtude que você não possui, devo acrescentar. – ela resmungou.

- Hey, você está incrível, Nessie. Pronta para agitar. – falou Jacob com um audível tom de empolgação.

Ela estava pronta, mais do que pronta, passou o dia de ontem só falando sobre isso.

Eu estava animada também. Com saudades de meu antigo refúgio.

Tantas foram as vezes que estive na pequena reserva – que no passado foi parte de meu lar. Lembro-me de ter desejado que Edward pudesse estar lá comigo.

Também estava receosa. Parecia tão estranho ir até lá. Sentimento que é a penas fruto de um preconceito que nem sequer deveria existir.

Seguimos para a casa principal para pegar o carro. Me adiantei e coloquei a bolsa com as coisas de Renesmee no porta malas do Volvo.

Todos me olharam.

- O que foi? – demandei, fingindo não entender os olhares questionadores.

Ninguém disse nada, Edward segurou a porta do motorista para mim com um sorriso nos lábios.

- Você conhece o caminho. – disse ele.

Ele também conhecia... até certo ponto, mas questionei.

Suspirei, peguei as chaves de sua mão e liguei o carro.

 Vejo vocês mais tarde. – cantou Alice. – Divirtam-se.

Edward bagunçou seu cabelo antes de entrar no carro. Nessie que estava no banco de trás com Jacob, pulou para a frente no colo de Edward.

O percursso foi curto e familiar.

Olhei ai meu redor quando estacionei o carro – próximo a pequena casa vermelha de Jacob – e notei mais uma vez, o quanto aquele lugar foi e sempre será importante para mim.

Uma churrasqueira de metal bruto estava posicionada do lado de fora da casa assim como uma grande mesa de madeira – batida devido ao uso.

Billy – que foi até a porta em sua cadeira de rodas quando ouviu o som do motor de nosso carro - sorriu para mim.

Pareceu tão natural.

- Bem vinda novamente, Bella.

- Obrigada, Billy. É bom estar de volta.

Muito bom e estranho. Acrescentei em minha mente.

- É bom tê-los aqui, também. – disse ele olhando para Edward. Seu sorriso pareceu sincero.

- Obrigado, Billy. – respondeu Edward.

- Olha só para você. – falou ele para Nessie. – Tão grande, não demora Jacob vai ter que olhar para cima quando forem conversar.

Ela riu e tocou o rosto de Jacob – ela ainda estava com Edward.

- Claro que pode. – respondeu ele a sua pergunta silenciosa.

Nessie olhou para Billy, desceu do colo de Edward e correu – com uma graciosidade incrível -  até o pai de Jacob, parando na sua frente. Seus olhinhos especulativos. Ele abriu os braços para ela. Foi tudo o que precisou fazer. Renesmee pulou em Billy abraçando-o.

Ele pareceu deliciado com seu gesto.

Eles já se conheciam e haviam – alguma vezes - passado o dia na casa de Charlie, mas como Renesmee sempre foi muito cuidadosa com seu comportamento próximo ao meu pai – tentando não assusta-lo ainda mais - eles nunca haviam interagido dessa forma.

- Cadê o Seth? – perguntou Nessie.

- Ele está vindo. Na realidade todos estarão aqui em alguns minutos. – respondeu Billy.

- Grande festa? – perguntei a Jacob.

- Ah... você sabe como todos aqui são. Não podemos nos reunir sem comer... e muito. – ele riu. – Vem Nessie, quero te mostrar minha garagem.

Jacob olhou para mim e piscou.

- É lá que você conserta seus carros? – perguntou ela enquanto se afastavam.

A garagem era perto o suficiente para Edward poder “escuta-los”.

Os observei desaparecendo entre as árvores – um caminho muito utilizado por mim no passado.

As coisas mudaram tanto.

Hoje seria um dia nostálgico.

Voltei meus olhos para meu marido e pude vê-lo acenando com a cabeça para Billy, que sorriu se desculpando para mim.

- Preciso falar com você, Bella. É meio que importante. – disse Billy em voz baixa.

Seu rosto era mais sério agora.

- Sobre?

Ele precionou os lábios e hesitou por uns segundos.

- Vocês gostariam de entrar? – ele convidou de repente. Talvez achando que estivesse sendo rude.

Edward sorriu gentilmente.

- Não é necessário.

- Acho melhor manter o nosso perfume no ar livre. – acrescentei.

Billy riu.

Tinha certeza que não era por consideração a Jacob que Edward havia recusado o convite, mas sim por imaginar que o odor interno deva estar dezenas de vezes pior do que aqui fora.

Meu nariz ardia.

- Bom, melhor falar logo antes que Jacob volte. Ele não consegue me escutar daqui, consegue?

- Não como humano. – respondeu Edward.

- Ótimo. – Ele se virou para mim. – Bella, eu sei que vocês irão se mudar no começo do ano e também sei como Jacob tem sido bem recebido por todos vocês apesar das circunstâncias... mas eu gostaria muito que ele ficasse aqui, até terminar os estudos. Entendo que para ele é difícil se afastar da pequenina, estou familiarizado com todo o conceito do imprinting. Mas é apenas mais um ano. Estou velho e talvez seja egoísmo meu, mas gostaria muito de passar mais um tempo com meu filho.

- Eu não entendo... – comecei a dizer.

- Já conversei com ele sobre isso, claro não da mesma forma. Preferi não expor minhas fraquesas, não quero que ele fique por se sentir culpado...

Jacob queria ir conosco? Quero dizer... Billy precisa dele.

Entendia que seria muito difícil quando nos mudassemos, mas imaginei que ele não iria, não para morar... – pelo menos não agora – por causa do pai.

Comecei a me sentir culpada – não entendi bem porque.

Não acreditava que Jacob havia considerado deixar Billy sozinho, não que ele já não passasse parte de sua dia assim, mas sozinho de verdade. Rachel não ficava em casa.

Ele tinha responsabilidades com o pai.

Billy conseguia se virar sozinho em quase tudo, mas haviam coisas que ele necessitava de ajuda devido a sua deficiência.

- Falo com ele. Podemos pensar em alguma maneira de fazer isso da certo. – disse e ele sorriu.

Não seria como se ele fosse proibido de ver Nessie. Nós dariamos um jeito.

- Obrigado. Sei que estou pedindo muito a vocês...

- De forma alguma. – interrompeu Edward.

- E eu agradeceria muito se não mencionassem a ele que eu...

Ele foi interrompido por alguém do outro lado da pequena estrada de terra. Edward continuou a conteplar os olhos de Billy, assim como eu. Ele parecia triste. E então, alguém gritou meu nome.

- Bella! – claro que reconheci a voz imediatamente. Me virei e o encontrei o enorme sorriso de Seth aberto para nós. Sue estava ao seu lado.

- Hey, Seth.

- Cara, é bom ter vocês aqui. – ele mal podia esconder o entusiasmo. Edward riu e estendeu a mão para ele. Eles se comprimentaram como velhos amigos.

Sue pareceu tremer levemente ao contato dos dois. Ela ainda não parecia nos ver como amigáveis. Bom, pelo menos para mim ela passou a sorrir - meio obrigada a fazer, imagino – levando em consideração seu relacionamento próximo a Charlie.

Leah não estava em nenhum lugar. Talvez ela tenha decidido que nossa presença em seu território era demais para ela agüentar.

- Onde está Nessie? – Seth perguntou.

- Na garagem com Jacob. – respondi.

- Claro. – disse ele sarcasticamente. – Eu acho melhor começar acendendo o fogo.

Tive a sensação que seria melhor me afastar um pouco. Mesmo sendo bem vinda na pequena reserva, não sentia que deveria fazer parte da comemoração.

Que sentimento mais estranho.

Edward estava quieto ao meu lado. Calmo e sereno. Nem um pouco desconfortável. Seus dedos entrelaçados nos meus.

Ao norte da casa de Jacob, vi Leah se aproximar. Essa foi minha deixa para sair.

- Vocês se importam se dermos um volta em sua praia? – direcionei minha pergunta a todos presentes.

- Claro que não. Sintam-se em casa. – Billy quem respondeu. – Charlie estará aqui mais tarde.

- Oh, eu sei, ele me disse.  – me virei para Edward. -  Podemos ir?

- Sim. – e eu pude ver que ele também não queria ficar alí. Ele só parecia a vontade.

Passamos na garagem e avisamos a Renesmee e Jake que estaríamos na praia e por perto. Ela ficou animada com a chegada de Seth e puxou Jacob até ele.

A medida que andávamos a terra do chão foi substituída por areia. Muitas pedras e troncos de árvores caídas no caminho.

A água do mar era cinza e as ondas quebravam baixas. Exatamente como me lembrava.

- Então essa é a famosa Primeira Praia. – comentou Edward. Seu tom se tornou estranho.

- Sim...

Seus olhos estavam longe, perdidos no horizonte.

Isso me intrigou. Ele estava bem um segundo atrás. Pelo menos essa foi minha interpretação.

Toquei seu rosto com a ponta de meus dedos. Ele sorriu e olhou para mim.

- Esse um dos lugares que você passava seu tempo com Jacob. – não era um pergunta.

Era isso que o estava incomodando? Lembranças ruins?

- Sim, aqui era um dos lugares.

- Bonito. – seus olhos deixaram o meu rosto e ele se sentou na areia me levando com ele.

Então de repente algo passou por minha cabeça: talvez ele não quisesse estar alí, talvez ele se submeteu a isso por Nessie, pior, por mim. Nunca cheguei a perguntar se ele concordava...

Idiota. Queria me chutar ao perceber a gafe.

- Sinto muito. – sussurrei. – Eu devia ter perguntado antes de dizer “sim” para Jacob. Estou tão acostumada com todos convivendo, que estupidamente me fez pensar que vocês estaria bem com isso. Eu sinto muito. De verdade.

Ele pareceu surpreso.

- Ahmm... – ele murmurou parecendo confuso. -  O que?

Suspirei e beijei a ponta de seu nariz.

- Você não queria estar aqui. Está tudo bem, eu entendo.

E realmente entendia. Só não sabia como havia sido tão relapsa e não considerar a história que ele tinha com o lugar.

Novamente, senti vontade de me chutar.

Ele riu.

- Você nunca vai deixar de me surpreender com pensamentos absurdos. De onde você tira essas coisas está além de minha compreensão.

Tentei falar, mais ele – ainda rindo – colocou o dedo indicador em meus lábios.

- Esse é um dos poucos lugares do mundo em que nunca pisei. Entende? Um dos poucos lugares que não conheço. Não que eu fizesse muita questão antes. – ele sorriu olhando para as nuvens – Lembro-me da primeira vez em que desejei poder vir aqui. – então ele me olhou. – Foi quando você fez planos com Mike Newton – Edward fez careta – Lembra?

A memória era embaçada, lamacenta, mas pude recordar.

Não sabia que ele era um vampiro. Nem sequer sabia que essas criaturas míticas existiam. Muito menos que me tornaria uma.

- Sim, descobri a verdade sobre você aqui... naquele dia.

Ele balançou a cabeça, também lembrando.

- E ainda usou todo o seu charme para conseguir a informação, correto?

Fechei a cara.

Ainda me sentia culpada por ter jogado sujo com Jacob – naquela época um simples garoto que acreditava que o pai não passava de um tolo superticioso.

- A culpa foi sua. – disse. Por algum motivo senti que deveria me defender. – Você se negou a me contar a verdade.

Seu sorriso diminuiu – só um pouquinho.

- Naquela época, julguei que seria perigoso para você... saber a verdade. Mas esse não foi o único motivo. – ele sussurou. – Estava principalmente com medo que você se afastasse de mim. Não me entenda mal... naquela época tentei fazer você se afastar... mas a decisão teria que partir de você. Eu já estava completamente – e perdidamente – apaixonado, e por isso não era forte o suficiente para tomar essa decisão... era uma batalha de sentimentos, entre o que era melhor para você e o que queria para mim. Muito complicado.

Fiquei atenta ao seu rosto enquanto ele desabafafa. Conhecia a história – claro - mas percebi que havia coisas – pequenos detalhes – que pertenciam somente a ele. Então sorri e decidi fazer algumas perguntas, já que ele havia dispensado minha preocupação anterior. Definitivamente o compensaria por ser tão perfeito. Agora, tiraria proveito da porta que ele abriu. A porta do passado.

Me virei, para ficar de frente a ele. Fiquei de joelhos na areia e apoiei minhas mãos em sua perna.

- Me diga uma coisa...

- Qualquer coisa. – ele sorriu ao perceber meu tom animado.

- Quando – exatamente – você percebeu que estava... humm...

- Que eu estava...?

- Que gostava de mim.

- “Gostava de você?” – ele riu. – Bom... não sei se algum dia cheguei a apenas “gostar de você”, a descrição não é ampla o suficiente para descrever o que senti, o que sinto. Mas matando sua curiosidade... e como já disse, foi naquela primeira noite que estive no seu quarto. Foi naquele momento que percebi que já estava perdido em você.

Sorri para ele. Seus olhos brilharam ao relembrar aquele momento em particular.

- Sim, você me contou isso, mas, esse momento foi quando você percebeu... mas quando aconteceu? Pela primeira vez...

- Oh... isso foi quando a ví, na cafeteria no seu primeiro dia na escola. – ele disse casualmente. – Só percebi isso muito depois. Naquele primeiro dia, na minha cabeça, você era apenas uma simples garota, mas estranhamente senti a necessidade de protege-la de algumas pessoas, de alguns pensamentos. Hoje, eu entendo que isso aconteceu porque foi amor a primeira vista. – ele sorriu para mim. - Agora entendo o que isso significa, entendo que mesmo sem ter consciência, você pode se apaixonar por alguém. E foi isso que aconteceu. Nunca tinha acontecido comigo, então não entendi no início.  – ele riu novamente. – Foi preciso Alice me dizer o que eu estava sentindo. Inacreditável.

Eu ri também.

- Eu não sabia dessa parte. – disse a ele.

- Agora você sabe.

E ele me beijou – suavemente – por um longo momento.

Quantas vezes seria grata por não precisar mais de ar?

- Agora é sua vez de me contar algo que eu não saiba. – ele murmurou contra meus lábios.

- Humm... acho que você já sabe de tudo. – respondi com um sussurro.

Não podia pensar em nada no momento. Na realidade, não era justo ele me pedir para pensar em algo além de seus lábios movendo contra os meus. Eu estava concentrada nisso. Apenas nisso.

- Tenho certeza que existem coisas que você nunca me contou. Coisas pequenas que possam parecer irrelevante. Eu gostaria de saber. – dessa vez ele se afastou para falar e o seu olhar estava cheio de expectativa.

- Tudo bem... deixe-me pensar por um segundo...

Estranho. Não conseguia pensar em nada.

Ele estava esperando.

- Me desculpe... não consigo pensar em nada.

- Tem que haver alguma coisa... – ele insistiu.

- Você sabe de tudo. Não tenho nada para contar – revelar. O que eu tenho são mais algumas perguntas.

Ele pressionou os lábios e pareceu ponderar algo por alguns segundos. 

- Mais é claro que você tem perguntas, disso eu já sabia.

Esperei e ele gesticulou – tão elegantemente – para que eu pudesse continuar.

Ótimo. Eu tinha várias perguntas triviais.

- Você espiou? No meu vestido de noiva.

- Não. – ele respondeu rápido e com um tom de seriedade. – Me senti tentado a fazer por várias vezes, mas não. A tradição é clara. O noivo deve ver o vestido pela primeira vez durante a cerimônia.

- Você tão tradicional. – resmunguei.

- Eu sei.

- Meu vampiro tradicionalmente antiquado. – revirei meus olhos.

Ele gargalhou.

- Nós somos o que somos. – ele disse, claramente se divertindo com o assunto.

- Oh, eu sei. Não estou reclamando.

- Você não está reclamando agora...

Dessa vez eu ri.

Oh... como eu reclamei no passado.

Ele suspirou e olhou para o mar. Após alguns segundos ele falou novamente.

- Você se importa se eu conversar com Jacob sobre... Billy? Sei que ele pediu a você...

- Eu não me importo, mas... por que?

- Nenhum motivo muito especial, será mais fácil se eu compartilhar com ele parte das preocupações de Billy, claro, sem entregar que ele conversou conosco.

- Oh.

Na realidade seria melhor. Não queria ser a pessoa a dizer a Jacob que ele não deveria ir conosco... mas não queria pensar nisso agora. Me concentraria nesse “problema” em outro momento. Já estava começando a antecipar como Jacob receberia a notícia.

Claire havia chegado com Quil e o restante dos meninos. Nessie estava dividindo sua atenção com todos. As risadas eram altas e pude ouvir o carvão queimando na churrasqueira. A festa havia começado.

Parecia que havia tempo demais desde a última vez que pisei na pequena reserva Quileute. As imagens eram embaçadas, mas provavelmente porque desde que me casei, tentei muito não pensar na última conversa que tive com Jacob, aqui, na reserva.

De qualquer forma estava estranhamente feliz por estar aqui... especialmente com Edward.

- Então... você consegue ficar de “olho” na Nessie se nos afastarmos um pouquinho mais, não consegue? – perguntei.

Ele sorriu, se levantou e me colocou de pé.

- Vamos andar! – ele disse em um tom animado.

Sorri ao seu entusiasmo e de repente percebi que o celular de Renesmee havia ficado comigo.

- Volto em um Segundo. – avisei antes de partir para onde a festa se concentrava.

E era uma festa. Nessie estava rindo sentada no chão – sobre uma toalha de banho – ao lado de Jacob e Seth.

- Você esqueceu seu telefone.

- Oh, não percebi. Por que você e papai não ficam aqui comigo? – ela questinou.

- Porque seu pai não conhece a praia de La Push e eu estou aproveitando que você está tão bem acompanhada – sorri para Jacob. – e estou mostrando a ele. Não vamos longe.

Ela pressionou os lábios como se ponderasse algo. Claro que eu sabia que “algo” era esse.

- Eu volto um pouco mais tarde aí você e eu podemos dar uma voltar também. Combinado?

- E Jacob e Seth e Charlie.

- Claro que eles podem vim.

- Ok. Posso nadar com Jacob mais tarde? – pediu ela.

- Não… está frio demais para nadar. – respondi lançando um olhar exasperado para ele. Não gostava quando Jacob ficava colocando idéias na cabeça de Nessie. Como se ele pudesse decidir algo por ela.

- Eu disse a ela que está frio demais e que você não ia deixar. – ele se defendeu rapidamente. Pelo canto dos olhos pude ver Leah revirando os dela.

Até o momento, Renesmee não era mais do que aparentemente resistente a tudo ao seu redor. Quem poderia me garantir que ela não ficaria doente – gripe, resfriado ou algo pior – afinal ela é meio humana. Era exatamente por isso que – mesmo sem sentir frio – ela estava agasalhada para esse dia, incomumente frio para Forks.

O vento não era desagradável para mim, mas podia facilmente identificar que seria demais para um humano, se exposto a ele.

- Eu não vou então. – disse ela, frisando um pouco sua testa.

- Você vai comer. Não se esqueça do que me prometeu. – falei. Ela havia prometido se comportar e comer pelo menos um pouquinho.

- Só quando Vovô Charlie chegar.

- Ok, desde que cumpra sua promessa. – disse.

- Eu vou. Prometo. – ela me mostrou suas mãozinhas para que eu pudesse ver que nenhum de seus dedos estavam cruzados.

Todos riram.

Voltei para a praia correndo e me deparei com nada.

Edward não estava ao alcance de meus olhos. Sua fragrância ainda fresca no ar. Exceto pelo fato de que não havia rastro.

Olhei para as águas agitadas do oceano e nada.

- Edward. – chamei. – Cadê você?

Ouvi alguém fazer um levíssimo movimento – quase inaudível – vindo de uma das arvores de atrás – seguindo o sentido contrário da brisa. Era por isso que não havia pegado o rastro de imediato. Eu teria ficado preocupada se o seu cheiro não fosse - ainda – tão doce e só se entrelacesse com o meu – e mais dezenas de lobos que eu propositamente tentava ignorar, mesmo fazendo meu nariz arder.

Corri em direção ao som. Meus olhos absorvendo tudo ao meu redor. E então eu o vi.

Edward estava na mais alta árvore, sentado no mais alto galho. Claro, ele queria que eu o visse agora.

Ele saltou – elegantemente.

- O que foi isso? – perguntei, não entendo suas motivações.

- Eu só queria ver uma coisa.

- Que coisa? – demandei.

- Seu tempo de resposta... é meio lento. – ele disse suavemente.

- Meu o que?

- Tempo de resposta. Quando seus olhos começaram a varrer o local eu troquei de árvore e você não conseguiu me ver. Muito lento.

- Meus reflexos são lentos?

Ele sorriu apologeticamente.

- Oh. Ok. Mas, por que...? – eu ainda não estava entendendo.

Ele suspirou e colocou as mãos em meu ombros.

- Estava pensando e talvez... talvez, eu deva te ajudar com essa coisa toda de luta.

Meus olhos se iluminaram. Ele mudou de idéia. Seja lá o seu motivo... isso era ótimo.

- Isso é ótimo!

- Sim, mas, quando digo “luta” eu quero dizer que vou ajuda-la se proteger evitando qualquer tipo de confronto físico possível.

Meu sorriso murchou.

- Então não é luta.

- É sim, só de uma forma mais defensiva do que agressiva.

- Porque eu sou lenta demais?  - perguntei, deixando o sarcasmo aparecer em minha voz.

Ele riu de meu tom desgostoso.

- Não necessariamente. É mais porque eu sei que você precisa aprender a se defender e o instinto natural não é o suficiente para isso e principalmente porque você não vai precisar ser agressiva com ninguém... se algum dia isso chegar a ser necessário, eu lido com a situação.

- Acho que seria útil aprender um pouquinho de tudo. – ele abriu outra porta interessante, então decidir insistir.

Edward pressionou os lábios.

- Bella, eu fico apavorado só de imaginar você em meio a uma luta. Como disse, se algum dia, por algum motivo, você precisar lutar dessa forma... ainda não vai. Eu faço essa parte. É o meu dever.

- Mas... – insisti. – Não acha que seria bom se eu pudesse me defender e atacar sozinha, mesmo que um pouquinho? Sei que estava tendo minhas aulas com Emmett, mas faz tempo que não marcamos nada, além do mais você é muito melhor do que ele.

- Uma coisa por vez, Ok? – ele disse, ignorando meu pedido.

- Tudo bem.  – resmunguei. Ele riu. – O que te fez perceber que eu sou “lenta demais”?

Ele suspirou e o sorriso se esvaiu.

- Abadir. – seu rosto se retorceu ao dizer o nome. – Ele a pegou de surpresa naquele dia.

O dia do beijo. Fechei a cara. Odiava aquele lembrança.

- Você acredita que se eu treinar... defensivamente, posso a vir evitar que qualquer coisa do tipo aconteça novamente?

- Sim, eu acredito. Nós temos o instinto natural de nos afastar do que consideramos perigoso ou simplesmente desconhecido e esse instinto pode ser trabalhado em todos. Um vampiro pode sim, surpreender outro vampiro como você já sabe. Você pode até assustar alguns aparecendo do nada. – ele riu. – Emmett tentou algumas vezes comigo.

- Aham. Ótimo. Então me ensine isso. – pedi entusiasmada em tê-lo como meu tutor.

- Eu vou. Só não aqui e não agora. Vamos dar uma volta. – ele passou seu braço em minha cintura e eu passei os meus ao redor dele.

- Você acha que Abadir vá tentar... me pegar desprevinida... novamente?

Senti seu corpo enrijecer, embora ainda estivéssemos andando.

- Não. Ele não vai chegar a um centímetro de você. Não permitir, Bella. Eu só... Leah estava pensando agora a pouco em como era conveniente para ela poder se defender. Ela estava pensando – analisando – o fato de ser a única entre as mulheres da reserva que pode fazer isso. E seu pensamento me fez perceber que você é a única em nossa família que não sabe, não da forma correta, pelo menos.

E eu era a única que não conseguia me defender de uma forma efetiva. Até Esme sabia mais que eu nesse quesito. Esme... a pessoa mais doce desse mundo.

O que sabia era muito básico, não servia para muita coisa. Apenas como base para mais treinamentos. Sempre me pareceu que algo estava faltando. Talvez fosse exatamente o que Edward falou, talvez era isso que Emmett não havia me ensinado. Talvez ele realmente só estivesse se divertindo as minhas custas.

- Quando podemos começar? – perguntei animada.

- Em breve. Precisamos colocar algumas coisas em ordem primeiro com relação a New Hampshire.

- Oh. Verdade.

- Nessie vai precisar de novos documentos. Ela não aparenta apenas 3 anos mais.

- Isso é com o J. em Seatle. Posso resolver isso essa semana.

- Sim... o quanto mais rápido melhor. E você terá que mudar a foto em seus documentos.

- Uhum... e colocar o meu nome de casada também. Posso fazer tudo relacionado a documentação no mesmo dia. Eu também tenho que ler aquele brochure que veio com minha carta de admissão.

- Não leu ainda?

- Não... naquela época eu nem sequer queria olhar para os papéis de Dartmouth.

Ele ignorou o que disse.

- Tem muitas informações úteis naqueles papeis. O campus é ótimo. E a biblioteca Baker-Berry é a maior de todas. A Rauner é a que possui os exemplares raros...

- Dartmouth tem quantas bibliotecas?

- Sete. Só a Baker-Berry tem mais de dois milhões de exemplares.

Definitivamente seria visitante assídua desses lugares.

- Você já esteve lá?

- Não, eu li os brochures que vieram com minha admissão.

Revirei meus olhos.

Andamos mais alguns quilômetros. Passamos por diversos lugares onde costumava a brincar quando criança, com Charlie.  Paramos em cima de uma pedra que dava para uma das pequenas piscinas de água salgada da Reserva. Edward parecia interessado em absolutamente tudo que eu já havia feito em La Push... e eu estava tendo problemas para recordar de algumas coisas.

Contei a ele que por várias vezes quase me afoguei ali quando criança. Seu rosto expressou preocupação – mesmo com um fato passado. Ainda bem que Charlie sabia a filha que tinha e nunca ficava mais do que apenas alguns centímetros de distância de mim.

Enquanto Edward olhava o horizonte e relatava o alívio por Charlie ou Renée serem pais responsáveis, decidi testar os reflexos dele.

Manti meus olhos em seu rosto, como se estivesse prestando atenção exclusivamente ao que falava. Movendo uma de minhas mãos bem lentamente o empurrei em direção a água. Ele quase me levou junto. O pequeno círculo de água não era fundo e – lógico – Edward caiu de pé – porque ele se virou graciosamente e rapidamente para não cair sentado.

Seu rosto transparecia completo choque – inicialmente – e apenas meio segundo depois sua expressão se tornou divertida. Algumas gotas de água respingaram em seu rosto e cabelo, assim como em mim.

- Você pediu por isso. – ele avisou e seu corpo se curvou ligeiramente para frente, como se ele fosse atacar. Me atacar.

- Oh Não... – ergui minhas mãos ao falar - Eu só estava tentando ver como funcionava essa coisa toda de reflexo... nunca achei que você fosse cair nessa.

- Eu nunca achei que você fosse tentar algo de tipo. De agora em diante vou manter guarda alta com você.

Ele não mudou de posição... eu me afastei um pouco.

- Ok... me desculpe. – eu comecei a rir a medida que a expressão dele parecia se tornar impossivelmente mais divertida. – Você não pode me jogar na água, Alice vai me encher a paciência se eu chegar em casa toda molhada e desarrumada.

Ele movimentou a cabeça de um lado para o outro. Minha desculpa não colou.

- É sério, Edward.

Ele estava com a água na altura da cintura e o corpo se inclinou um pouco mais – como para dar o bote.

- Deveria ter pensado nisso antes de me empurrar.

Olhei para ele incrédula.

- Quer saber de uma coisa... a culpa é sua!

- Minha culpa? – o confundi por uns segundos.

- Sim... você acabou de dizer que meu “tempo de resposta” era lento, o que me levou a imaginar que o seu fosse rápido... – agora eu já estava provocando. O que ele iria fazer? – E acontece que você é tão “lento” quanto eu.

E aquilo foi tudo que precisou.

Ele se lançou em minha direção e eu tentei me esquivar – inutilmente é claro. Suas mãos agarraram minha cintura como garras... ele nos lançou em direção as ondas do mar. Pude ver perfeitamente o grande sorriso e seu rosto durante nosso trajeto no ar. Ele rodopiou um pouco antes de tocarmos a areia, me colocando por cima – para que suas costas tocassem a areia molhada e não a minha. Em menos de três quartos de segundo atingimos o chão. Suas mãos, que estavam segurando firme minha cintura daram lugar aos seus braços quando ele me abraçou.

- Ah! – reclamei.

Pelo menos ele não me jogou na água.

Ele estava rindo.

- Eu não molhei o seu cab... – antes que ele pudesse completar a frase uma onda nos atingiu. Se ele estava apenas parcialmente molhado antes, agora estava ensopado, assim como eu.

Seus olhos estavam arregalados.

- Inacreditável. – disse.

- Me desculpe. – Edward não parecia arrependido. – Falando na possibilidade de se surpreender vampiros...

E então ele riu de novo. Nós rimos.

Me coloquei de pé e o puxei comigo.

- O que faço agora? – meu cabelo estava pingando e cheio de areia, assim como minhas roupas.

- Também estou na mesma situação. – Edward sacodiu os cabelos tirando o excesso de água. Ainda rindo de minha expressão.

Estava ventando e ao invés de ajudar a secar, o vento trazia mais grãos de areia e eles se prendiam a nossa pele. Por isso nos sentamos na árvore mais alta.

Claro,  descansei meu corpo contra seu peito, ele passou o braço ao meu redor e assim pude colocar minha cabeça em seu pescoço. Seu cheiro estava ainda mais doce.

- Só para constar, eu não acho você lento. Só estava te provocando. – esclareci.

- Oh... eu sei. – ele respondeu com um sorriso torto lindo.

- Convencido.

Seu cabelo estava todo embolado e bagunçado, então comecei a passar meus dedos para retirar os pequenos nós. Eu só podia imaginar como o meu deveria estar – completamente não apresentável.

Edward fechou seus olhos e sorriu bem fraquinho – como se estivesse apreciando muito meu carinho.

 

 

Edward

 

Suas mãos continuaram meus cabelos. Ela estava olhando para longe. Seus dedos dançavam em movimentos que pareciam ser feitos aleatoriamente.

Algo tão simples, tão natural que me enchia de uma sensação quase que indescritível.

Uma forma diferente de prazer.

Ela estava cuidando de mim da forma mais despretenciosa possível.

Era surpreendentemente bom e sim... não era a primeira vez, mas havia algo especial no momento, talvez porque seu cheiro estava tão doce e floral – mais do que de costume.

Respirei fundo, absorvendo todo seu aroma.

Bella sempre seria meu “ponto fraco”. O restante do mundo – que havia passado para segundo plano a muito tempo – quase desaparecia em momentos como esse. Era difícil manter minha prioridades em ordem. Tinha que concentrar para não perder os pensamentos de Renesmee.

Abri meus olhos, Bella estava olhando para trás. Se preocupando com Renesmee?

Ela estava bem, segura. Estava prestes a dizer isso – não queria sair dali – quando ela falou.

- Você ainda está escutando... a Nessie?

- Sim, ainda posso ver seus pensamentos, assim como os de Jacob.

Muito pouco, mas podia escuta-lo também.

- Só os deles?

- Uhum, são os mais familiares.

- Estamos bem longe. – ela pareceu impressionada.

- Estamos. – concordei, sentindo uma pontada de orgulho por ainda conseguir impressiona-la, mesmo com algo tão comum.

- Incrível.

- Não muito. – murmurei, tentando ser modesto. - Não há muita coisa que eu possa fazer com relação a isso. É uma habilidade que não depende de mim, diferente da sua. Você tem que exercita-la, bom... você tinha. Passado. Sei que agora seu escudo está completamente sob seu controle.

- Você disse que conseguia “desintonizar” algumas vozes... – Bella disse, fingindo não ouvir a última parte.

Ela nunca vai facilitar minha vida nesse ponto.

Suspirei antes de responder.

- Um pouco, é mais como se fingisse que não escuto essas certas vozes quando na realidade escuto absolutamente tudo. Bom... quase tudo. – lancei um olhar desgostoso para ela.

Ela sorriu.

Como a pouco, compartilhei mais um pequeno detalhe que ainda não era de seu conhecimento. Era fácil achar que ela já sabia de tudo. Era bom saber que não. Estava particularmente gostando de conversar sobre isso.

Tinha certeza que havia muitos detalhes sobre ela que também desconhecia. Esse pensamento me fez sentir um pouco frustrado.

- Sei que você zela pela privacidade de seus pensamentos. Quero que saiba que respeito isso...

- Eu abro minha mente para você, constantemente. – ela me interrompeu.

- Temos definições diferentes da palavra  “constantemente”.

- Você está reclamando?  - ela se virou para ficar de frente para mim. Sua voz carregada de surpresa e incredulidade. – Essa é nova, Sr. Cullen.

Sempre tentei não expressar muito meu sentimento com relação ao assunto. Mas ele parecia aumentar com o tempo. Seus pensamentos eram tão viciantes como sua presença e seu perfume. Pelo menos não entrava em crise a abstinência dos últimos dois.

- Só estou comentando.

- Não tem nada de muito interessante aqui. – ela colocou o dedo na têmpora. – Não consigo entender sua atração.

- É aí que se engana. Tudo que está aí... – coloquei minha mão em seu rosto.  – escondido de mim, é interessante. Você tem a mente mais linda... E eu sou mais do que qualificado para afirmar isso.

- Oh... agora estou me sentindo culpada. – murmurou ela.

Eu não queria isso. Não era minha intenção.

- Não sinta. Sua cabeça é como se fosse seu refúgio particular. E eu sou muito grato por você permitir minha entrada, mesmo que só de vez em quando.

- Prometo tentar ser mais “cabeça aberta” com relação ao assunto.

Revirei meus olhos ao seu pequeno trocadilho.

- Já ouvi isso antes em algum lugar. – disse.

- Sério... eu prometo.

Bella se inclinou para me beijar e encerrar o assunto de vez.

Como tinha mencionado, ela era meu ponto fraco... em tantas formas.

- Você tem alguma idéia de como seu cheiro é intoxicante? – disse. Não havia como deixar de mencionar.

- Seu perfume também não é ruim.

Percebi que estavamos fazendo uma transição um pouco perigosa. A praia era um cenário perfeito e familiar, mas longe de ser ideal para fazer o que queriamos. Inapropriada, não por ser uma praia, mas por ser essa praia.

Bella se afastou um pouco. Minhas mãos não deixaram sua pele.

Prioridades.

- Talvez devessemos voltar. – sugeri.

Ela fez bico.

Linda.

- É mais seguro. – continuei.

Não queria me juntar aos Quileutes. Mesmo estando a vontade – o que provavelmente era devido ao fato de estar longe dos lobos e próximo a Bella – parecia estranho demais socializar com eles dessa forma, mesmo com a camaradagem.

Algumas horas haviam se passado e nossas roupas estavam quase completamente secas. Os cabelos de Bella estavam embaralhados de uma forma adoravelmente sexy. Sua blusa delicada blusa vinho, amassada. Colocamos nossos casacos úmidos e descemos da árvore.

- Nessie está começando a se perguntar onde estamos. – disse.

 

Ficamos pouco tempo com o grupo.

Os olhos de Emily – que havia chegado a pouco – e Sue passaram parte do tempo arregalados. Nenhuma delas estava acostumada com Renesmee tão a vontade, podendo agir como ela mesma. Elas sempre estavam próximas a Nessie quando Charlie também estava – Sue principalmente. Por isso elas ficaram um pouquinho chocadas quando ela escutava atentamente as histórias de Billy e fazia perguntas tentando entender alguns pontos.

- Garota esperta essa sua. – Billy comentou. Ele estava sorrindo para ela.

- A mais inteligente de todas. – disse Jacob bagunçando o cabelo de Nessie.

Todos pareciam ter aceitado – temporariamente – nossa presença. Todos menos Leah.

Seus pensamentos eram agressivos e especialmente direcionados a Bella. Aquilo me deixou irritado.

Um pouco mais tarde, Charlie apareceu para completar a festa.

 

Foi uma experiência interessante observar o comportamento coletivo dos lobos – em seu formato humano e na segurança de seu lar.

Me senti aliviado quando chegou a hora de partir. Esse tipo de convivência era de certa forma bizarra. Bella também sentiu. Foi dela o comentário mais explícito do dia.

- Bom… - disse ela enquanto seguíamos para casa. Renesmee dormia em seu colo. – Estou muito feliz por tudo ter dado certo e mais feliz ainda por isso ter sido um momento único… quero dizer, nunca imaginei que fosse me sentir desconfortável, mas feliz ao mesmo tempo. Tão estranho.

- Não foi só para nós.

- Leah? – perguntou ela sabiamente.

- Leah. – confirmei.

- Vamos deixar o carro na garagem e voltar para o Chalé. – ela murmurou.

 

Tudo parecia estar se encaixando, mesmo ainda tendo problemas a resolver – problemas como Abadir – consegui deixa-lo fora de minha mente por boa parte do dia.

Não existia nada mais adorável do que a companhia de Bella e hoje ficamos sozinhos por um longo momento. O que quase nunca acontecia durante a luz do dia.

Estava ansioso para chegar em casa e poder insistir um pouco mais no assunto do escudo. Afinal ela havia prometido ser um pouquinho mais aberta com relação a isso.

Sorri ao imaginar as possibilidades...

 


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Notas finais do capítulo

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