Pós Breaking Dawn Edward Bella escrita por Lolo Cristina


Capítulo 22
22 - Nova Rotina




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/65529/chapter/22

22  - nova rotina

Bella

 

O primeiro rosto que procurei e vi quando chegamos ao aeroporto de Seattle foi o de Renesmee.

Ela pulou em meu colo, assim que me aproximei. Emmett e Rosalie estavam com ela.

Senti tanta falta de minha pequena.

Apesar da desaceleração de seu crescimento, ainda esperava encontrá-la um pouquinho diferente... o que não aconteceu.

Edward carregava as bagagens ao meu lado.

Os quadros ficaram para trás e seriam entregues no dia seguinte. Eles exigiam um pouco mais de cuidado no transporte.

- Onde está o Jacob? – perguntei curiosa a Rosalie enquanto seguíamos para o carro. Era sábado e o sol havia acabado de se por, ele normalmente estaria com Renesmee.

Emmett quem respondeu.

- Ele está lá fora. Eles não estão se dando muito bem ultimamente. – ele disse gesticulando para Rosalie com a cabeça. – E Renesmee preferiu não esperar no carro.

Como o “relacionamento” de Rose e Jacob poderia ter piorado?

- Rose. –Edward repreendeu os pensamentos de Rosalie.

- Ele acha que tem todos os direitos sobre Nessie. Vocês a deixaram sob meus cuidados...

- Ele não fez nada de errado. – Emmett a interrompeu. Ela rosnou.

No estacionamento, encostado no Mercedez de Carlisle, estava Jacob, com sua expressão fechada... isso até nos avistar.

- Bella. – ele me abraçou apertado, eu passei Renesmee para os braços de Edward.

- Hey, Jake. – disse rindo. – Bom te ver também.

Fomos recebidos com festa pelo restante da família.

Alice já tinha dado início aos preparativos da festa de Renesmee que apesar de presença de Jacob, só saia de meu colo para o de Edward.

Ela estava matando saudades.

Tudo agora girava em torno da comemoração do primeiro aniversário de Nessie.

Alice queria fazer aquela data mais especial do que já era, queria fazer o dia memorável.

Claro... para ela, isso não seria algo difícil de conquistar.

Saímos para caçar. Edward estava sentado em um tronco de arvore, apenas observando, Renesmee e eu.

Ele ainda era muito melhor e mais rápido do que nós.

Renesmee ria, todas as vezes que conseguia abater um cervo. Quanto maior, mais ela se divertia.

- Ainda com sede? – perguntei a ela. Eu estava satisfeita, cheia na realidade.

O animal que ela havia abatido não era exatamente pequeno.

- Não, mais é divertido pega-los.

Edward riu.

- Não podemos fazer isso só por diversão, mas podemos apostar corrida... – sugeriu ele se levantando.

- Vamos correr. – Ela respondeu eufórica. - Vamos mamãe.

Coloquei-me ao seu lado.

- Até onde? – perguntei a Edward também animada. Amava correr.

- Nossa campina?

Sorri e concordei.

- Quando chegar a três... UM, DOIS, TRÊS...

Renesmee era rápida. Não tão rápida quanto Edward, mas ainda rápida.

Chegamos juntos a campina, Renesmee apenas uns passos a frente... essa era claramente a intenção e Edward.

Ela não gostou.

- Papai me deixou ganhar de novo. – afirmou ela para mim.

Nós rimos.

- Você é quem está ficando mais rápida. – murmurou ele.

Ela fez a mais adorável careta. Como quem não estivesse acreditando.

Edward fingiu de desentendido ao se sentar no solo úmido entre as flores silvestres.

Juntei-me a ele.

Renesmee começou a correr por toda campina, colhendo algumas flores.

- Podemos nadar no rio mais tarde? Está um pouquinho mais quente... – perguntou ela.

A temperatura havia aumentado, mas muito pouco.

Ela vivia me pedindo para nadar, eu sempre dizendo “não”.

Bom... estando em Forks, não poderia esperar pelo verão.

- Claro. – respondi. – Podemos ir assim que Jacob chegar e apenas por uns minutos.

Ela sorriu em resposta e continuou a colher as flores.

Acomodei minha cabeça no ombro de Edward. Seus braços em minha cintura.

Estávamos a observando dançando por toda a campina.

Por diversas vezes ela parava o que estava fazendo para poder acenar para nós.

- Ela anda exatamente como Alice. – comentei. Era verdade, ela dançava com a tamanha elegância da tia.

Edward riu.

- Ela adquiriu um pouco de cada um através da convivência.

- Uhumm... ela é competitiva como Emmett. – falei.

Ele concordou.

- Adora ganhar presentes como Alice e Rosalie.

- Também gosta de dar presentes como o pai. – disse empurrando levemente seu ombro com o meu.

- Verdade. – concordou ele com uma expressão séria. – Mas a teimosia ela puxou da mãe.

- Não, não. Não foi só de mim que ela puxou isso. Você é teimoso também.

- Tudo bem. – murmurou ele condescendente.

Revirei meus olhos e o ouvi suspirar. Seus dentes travaram.

- Quem?– conhecia sua expressão muito bem.

- Abadir. Ele está voltando de sua viagem de caça.

- Ele está sozinho? – perguntei novamente em voz baixa.

- Sim.

Após alguns segundos, ouvi seus passos. Renesmee virou para ver quem era. Ele se aproximou, ainda correndo, porém em menor velocidade.

Seu rosto era simpático. Ele sorria para nós.

Edward permaneceu sério ao meu lado. Calmo – eu esperava.

- Bom vê-los novamente. – disse ele ao se aproximar. – Não sabia que estavam de volta.

Seus olhos estavam ficando mais claros. O vermelho menos vivo.

Ele parecia estar levando a sua nova dieta a sério.

Isso era bom.

- Chegamos a dois dias. – falou Edward. Sua voz era suave. Eu o conhecia muito bem, bem o suficiente para saber que ele estava se esforçando...

Renesmee acenou para Abadir de longe.

- Ela ficou perguntando quando você... vocês voltariam o tempo todo. – murmurou ele para mim apontando com a cabeça para Renesmee.

Edward pareceu um pouco menos a vontade.

Apertei sua mão.

- Eu sei. – respondi olhando para minha menina. – Normalmente não a deixamos sozinha... sem ambos os pais. Na realidade, essa foi a primeira vez.

- Acho que posso entender. Deve ser difícil...

- Tem razão, é difícil. – respondeu Edward, olhando para Renesmee. - Mas é impossível realmente saber como é difícil  até que se tenha alguém que basicamente signifique tudo no mundo para você. Alguém que realmente pertença a você. – sua voz era suave. – E para que isso aconteça, é necessário encontrar outro alguém que possibilite tudo, - ele tocou meu rosto e segurou meu olhar. – que o ame incondicionalmente... – ele suspirou. - ...então como pode ver, não é tão simples realmente entender coisas a qual não se tem acesso.

Ele não estava olhando para Abadir, mas havia virado o rosto rapidamente em sua direção ao terminar de falar.

Estava completamente paralizada.

Em outro momento, o pequeno discurso de Edward teria me deixado emocionada, mas nesse em particular existia outra motivação por trás de suas palavras, que apesar de lindas, poderiam ser interpretadas como hostis.

Por Abadir.

Apenas poucos metros de distância, Abadir permaneceu de pé, sua expressão inalterada.

Ele balançava levemente a cabeça.

Edward se virou e tocou os lábios delicadamente em meu ombro.

Permaneci imóvel.

- Acho que está certo. Não posso ter o mesmo entendimento que você com relação a isso... – Abadir sorriu. – É em momentos como esse que é bom saber que temos tempo ilimitado... para alcançar nossos objetivos. Independente de quais sejam.

Edward o olhou, sua expressão superficialmente calma. Seus braços me apertaram protetoramente.

Renesmee voltou correndo para meus braços, com as mãos cheias de flores.

Todos a olhamos.

- Vamos escolher a mais bonita... – falou ela colocando uma pequena flor roxa em meu cabelo.

- Melhor ir. – disse Abadir de repente. - Garret está me esperando. É bom tê-los de volta.

Ele partiu em direção a casa.

Edward bufou. O olhei incrédula.

- Por que você não pega para mim mais algumas flores, aí podemos fazer um colar com elas. – sugeri a Renesmee. Queria conversar com Edward.

Ela colocou mais uma flor em meu cabelo e se lançou para o outro lado da campina.

- Caiu muito bem essa cor em você. – murmurou Edward, tentando me distrair.

Sacudi a cabeça, virando-me para que pudesse ficar com meu corpo frente ao dele.

- O que foi aquilo? – perguntei aos sussurros. Renesmee não precisava escutar nossa conversa.

Ele suspirou antes de responder.

- O mesmo de sempre...

- Achei que tínhamos combinado que você iria ignora-lo.

- Eu tentei, além do mais, não disse nada além da pura verdade.

- Edward, não sabemos quanto tempo ele ficará conosco... você não pode deixar que isso se torne algum tipo de confronto pessoal...

Seu rosto se enrijeceu e ele falou entre os dentes.

- Já é pessoal. Ele tornou isso pessoal...

- Sou casada com você e ele sabe disso. Seja lá o que for que esteja passado pela cabeça dele – fiz careta, ele sorriu levemente. – vai ficar lá.

Ele olhou para minhas mãos, que estavam no meu colo por um breve segundo antes de voltar seus olhos para os meus.

- Não é só isso. – sua voz era ainda mais baixa. Seu rosto assumiu uma expressão diferente, não soube identificar.

Ele pegou minha mão.

- Então o que é... fala comigo.

- Bom... é um pouco disso, mas só uma pequena parte. Seus pensamentos não são gráficos, pelo menos grande parte deles, como os de Mike Newton era. O grande problema é que ele sabe que eu posso ouvi-los e no começo pelo menos se esforçava para evitá-los... agora, ele não faz mais isso. E ele vem até a nossa casa, convive com nossa família...

Ele parou de falar quando Renesmee fez menção em voltar.

- Podemos continuar a conversar mais tarde? – perguntei delicadamente. Ele estava perturbado. Não gostava de vê-lo assim.

Edward pareceu se sentir desrespeitado? Será que era isso mesmo?

Ele concordou.

- Está bom? – Renesmee perguntou jogando várias flores no solo a nossa frente.

- Perfeito.

Começamos a trabalhar no colar. Eu não era muito boa, mas Edward ajudou... do jeito dele.

Minha cabeça ainda girava em torno do desabafo interrompido de Edward.

O que eu poderia fazer com relação a isso?

Talvez se eu conversasse com Tanya... será que ela entenderia?

Uma pequena parte de minha mente ouviu mais alguém se aproximando. Assim que uma corrente de ar me atingiu, soube que era Alice.

- Oi pessoal. – disse ela sorrindo ao se aproximar. – Está tudo bem? – Ela notou os traços de estresse no rosto de Edward.

 

- Sim. – respondeu ele levemente.

– Preciso pegar Bella emprestada por um segundo.

- Mais planejamentos? – perguntei.

- Só uma pequena dúvida. Você pode me ajudar.

Alice me puxou pela mão.

- Trago sua mãe de volta em um segundo, OK?

Ela me puxou para o lado norte da floresta, onde provavelmente Renesmee não poderia mais escutar.

- O que aconteceu? – demandou ela assim que paramos.

- Nada demais. Abadir apareceu...

- Oh... Edward realmente não gosta dele...

- Não.

- Bom... tenho certeza que ele tem seus motivos.  Mas não foi para isso que a trouxe aqui. Estou com uma dúvida cruel... é a única coisa que não consigo decidir... Rosalie acha que a festa deveria ser com tema de princesa – Alice fez careta. – e eu acho que deveria ser tudo rosa, mas sem tema específico. Nessie não é muito ligada a contos de fadas infantis e não consigo ver qual das duas ela irá gostar mais.... O que você acha?

Apesar de festa ser de minha filha, eu não era a pessoa certa a se perguntar.

- Hummm... ela realmente não gosta de contos infantis.

- Eu sei, mas a festa ainda tem que ser infantil, você sabe... Charlie vai estar aqui. Todos sabemos como ela adora a cor rosa. E se eu for seguir especificamente os gostos de Nessie... bom, vamos só dizer que é quase impossível decorar uma festa baseado nos poemas de Frost.

Eu ri.

- Praticamente impossível? Sei que você encontraria alguma forma de fazer acontecer.

- Provavelmente. – concordou .

- Por que não mistura um pouco de tudo... deixe Renesmee escolher como quer se vestir, não decore com nenhum personagem específico...

- Oh! Como uma festa a fantasia? Que idéia ótima... por que não pensei nisso? – perguntou ela a si mesma.

- Hum... eu não sei Alice... não foi isso que eu quis dizer.

Ela me ignorou.

- Todos podem ir vestidos a caráter... Obrigada Bella!!! Vou contar a Rosalie. – ela correu e parou um pouco mais a frente. – Podemos sair amanhã? Para comprar algumas coisas?

- Claro. – respondi um pouquinho desanimada.

Ela riu.

- A vejo mais tarde. Tenho muito que fazer. Não conte nada para Nessie ainda.

Voltei para a campina, onde Edward estava com Renesmee.

Ele estava sorrindo... provavelmente porque ouviu tudo. Estávamos longe do alcance dos ouvidos, mas ele conseguia ler pensamentos a uma distância assustadora.

Seja como for, eu com certeza não iria me fantasiar. Isso estava fora de cogitação.

Edward se voltou a Renesmee para prender uma pequena flor em seu cabelo.

- Você escolheu a azul. – comentei.

- Papai falou que ficou bonito e combina com o colar. - ela apontou para o pescoço.

- Ficou perfeito, mas temos que voltar agora, você precisa comer, Jacob já deve estar a caminho.

- Mãeeeeeeeeeee... – cantou Renesmee em protesto fazendo cara feia.

- É só um pouquinho...

- Mas eu não quero. – ela abraçou Edward.

Nessa parte, Renesmee era bem infantil. Ela fazia bico, careta e muita manha.

- Jacob vai almoçar com você... e depois a gente por ir nadar. – falou Edward.

Ela olhou para ele, ponderando e após alguns segundos soltou um suspiro resignado.

Ele riu, colocando-a no chão.

Quando chegamos apenas Carlisle e Emmett estavam na casa. Ambos na frente da TV. Alice havia saído com o restante das meninas e Jasper estava com Garret e Abadir.

 

- Que cara é essa, Nessie? – perguntou Emmett ao ver seu narizinho franzido. – Jacob ainda não está aqui... pode respirar normalmente.

Sua careta se tornou mais pronunciada.

- Mamãe disse que tenho que comer. – falou ela desanimada.

- Oh... eca.

- Emmett. – Carlisle chamou sua atenção.

Edward abaixou ao lado de Renesmee.

- Sua mãe adorava tudo que eu cozinhava para ela.

- Verdade. – confirmei e completei em seu ouvido com um sussurro. – Até mesmo quando era ruim.

Ele ergueu uma sobrancelha e ela riu em sintonia com Emmett e Carlisle.

- Não se preocupe, meu amor. É só um pouquinho.

Edward seguiu para a cozinha, Renesmee ficou na sala até Jacob chegar. Ele preparou para ela – e Jacob – uma porção de batatas recheadas, e frango grelhado.

Ela comeu apenas alguns pequenos pedaços, como sempre fazendo cara feia. Já Jacob devorou tudo em instantes.

Eles esperaram algumas horas antes de descerem até o rio.

Ficamos na casa. Estava conversando com Carlisle quando ouvi Emmett.

 - Hey, Edward. – chamou ele do alto das escadas com uma bola de futebol americano nas mãos. - Vamos jogar bola no campo? Jasper, Garret e Abadir?

Os olhos de Edward se estreitaram ao ouvir o nome de Abadir.

Ele estava sentado em seu Grand Piano, brincando com as teclas.

- Hoje não. Talvez apareça por lá amanhã.

- Oh, vamos lá! Bella e Nessie podem sobreviver sem você por algumas horas. – ele insistiu. – Melhor ainda... elas podem ir e “torcer” para você.

- Hoje não. Amanhã.

- Ok... amanhã você não vai ter desculpas.

Edward voltou sua atenção ao piano.

- Eles partirão após a festa. – murmurou Carlisle para Edward que parou novamente os dedos sobre as teclas.

- Espero que sim. – sussurrou ele.

- Seu talento pode ser realmente tão angustiante quanto útil. Só posso imaginar como deve estar sendo difícil conviver com os pensamentos de Abadir.

- Eu me viro. – ele dispensou o assunto.

Me sentei ao seu lado, no banco do piano.

Ele sorriu para mim e voltou a tocar.

- Tenho uma solução fácil para isso. – sugeri.

- Tem?

- Aham... podemos simplesmente nos isolar. Nunca mais sair em público. Podemos ficar aqui, no Chalé...

- Sair somente à noite, como verdadeiros vampiros. – completou Carlisle.

- Exato.

Edward riu, balançando a cabeça ainda tocando piano.

- A idéia não é ruim. – concordou ele.

- Tenho que ir para o hospital, rondas a fazer, pacientes a atender...

Ficamos sozinhos. Aquela seria a hora perfeita para conversar... ele segurou meu olhar enquanto tocava.

 

- Podemos falar sobre isso depois, outro dia?

Seus olhos eram intensos nos meus.

Era agradecida por não precisar mais de ar. Eu estava deslumbrada.

Ele tocou o meu rosto sorrindo e se virou para o piano, dessa vez parando de tocar.

- Acho que preciso comprar um desses para o chalé. Um como aquele da orquestra. Era um ótimo piano.

- Boa idéia... sinto falta das minhas aulas de piano.

Ele estava de frente ao piano e eu de frente para ele.

Beijei um pouco abaixo de sua orelha. Senti seu corpo tremer levemente.

Ele virou o rosto para o meu.

- Definitivamente irei comprar um... amanhã.

Suas mãos que estavam paradas nas teclas, passaram para meu rosto, puxando-me para o seu.

 

Era incrível o quanto aquela imagem o influenciava.

Tinha que manter em mente que não estávamos na privacidade de nosso lar, que Renesmee e Jacob estavam lá fora e que qualquer um dos Cullens poderiam retornar a qualquer momento.

Mas era tão difícil pensar coerentemente quando ele me tocava daquela forma.

Não sabia se deveria esperar para que ele tomar a iniciativa de parar ou se eu teria que fazê-lo.

Estava começando a ficar tonta... então decidi que seria melhor parar, já não podia escutar mais nada além de nossa respiração.

O empurrei gentilmente, ele não retirou suas mãos de minha pele, apenas afastou os lábios dos meus.

- Temos que adiar nossas aulas por algumas horas.

Seu rosto tinha uma expressão relutante.

- Eu sei.  - murmurou ele suspirando.

- Temos que ir para casa, Renesmee precisa tomar um banho antes de dormir.

- Tudo bem, só me dê um minuto para pegar o quadro que está no escritório de Carlisle.

Segui ao encontro de Jacob e Renesmee. Ambos estavam sentados na escada da varanda. Ela com uma toalha enrolada nas costas.

- Hora de ir para casa. – anunciei.

- Já? Ainda é cedo, Bella.

- Ela precisa tomar banho antes de dormir. – murmurei a Jacob e me virei para Renesmee. – Você deve estar cheia de terra do rio.

Edward estava conosco em um piscar de olhos.

- Prontas?

- Diga boa noite para o Jake, querida.

Ela se despediu...

Seguimos calmamente para nosso chalé.

- Mais quadros? – perguntou Renesmee.

- Aham...

- Tem mais alguma comigo? – ela pulou na frente de Edward e continuou a andar de costas.

- Algumas...

Ela tentou puxar o quadro da mão de Edward. Sem sucesso.

Ele riu. Ela também.

 - Você está ficando mais rápida. – afirmou ele.

- E impaciente.  – completei.

Durante o trajeto cruzamos com o cheiro de Alice e Rosalie.

Ambas estavam nos esperando, em frente ao chalé.

Muitas bolsas no chão.

- Não vamos mais sair amanhã? – perguntei animada ao me aproximar.

Edward riu, Renesmee correu para dentro de casa puxando Rose.

- Você realmente acredita nisso? – perguntou ele a mim.

- Uma garota pode sonhar. - suspirei

Alice riu. Assim como Rose – dentro do chalé - e Edward.

- Não seja boba, claro que vamos. – respondeu Alice. – Isso aqui são apenas algumas coisinhas decorativas. Não se preocupe, não comprei nada para você... ainda.

- Vou deixá-las sozinhas... – Antes que pudesse se mover ele olhou para Alice, lendo algo em sua mente. – Bom saber. – disse ele. Seu sorriso se tornou enorme.

- O que?

- Ele vai encontrar o piano perfeito para o chalé. – respondeu ela e então se virou para ele – Não pode ser um Grand Piano, você não tem espaço para isso, mais mesmo assim vai gostar muito. Tenho certeza!

Meus olhos se arregalaram.

O que ela andou vendo?

Mesmo não sendo possível, podia sentir meu rosto todo queimar.

Edward vai ter que me contar depois.

- O que foi? – perguntou Alice sem entender minha expressão.

- Vou encontrar um lugar para colocar isso. – ele piscou para mim e se retirou rapidamente.

- O que? – Insistiu Alice.

- Nada. – ela não parecia entender meu constrangimento. Provavelmente só visualizou Edward comprando o piano, sem entender suas motivações.

- Bom... só queria confirmar umas coisinhas para amanhã e eu sabia que estava na hora de vocês voltarem... então, Jasper está querendo caçar agora, nada especial, alguns cervos por aqui mesmo, por isso só poderemos sair no final da tarde.

- Não tem problema. Se quiser remarcar também não vou reclamar. – sugeri.

- Boa tentativa, Bella.  – ela piscou para mim.

- Eu queria assistir o jogo... – tentei me esquevar de nossos planos.

- Eles vão jogar o dia todo, aliás, estão jogando desde cedo. Emmett foi o único que acabou de chegar.

Não tinha como argumentar com Alice, ela nunca aceitaria minhas desculpas.

- E você não vai conseguir escapar amanhã, Edward. Emmett está comprometido em te levar para o campo. – ela falou olhando para trás.

- Já imaginava. – respondeu ele reaparecendo.

- Vai tudo correr bem. Abadir não estará lá.

Era bom saber disso. Assim Edward poderia se divertir com o irmão.

- Sinceramente não faz a menor diferença. – dispensou ele.

Revirei meus olhos.

Como se adiantasse bancar o indiferente com Alice.

Ela riu de seu comentário.

- Era só isso. Preciso ir, Jasper está me esperando. Vejo você amanhã. – ela quicou e me deu um beijo no rosto.

- Espere... estou indo também. – falou Rose, saindo do chalé com Renesmee ao seu lado. – Vejo você amanhã, pequena. – ela beijou sua testa e sorriu para Edward e para mim antes de partir.

 

Renesmee havia acabado de adormecer e Edward estava na sala com um livro em mãos, porém ele não estava lendo, apenas observando a pintura que colocou em cima da lareira.

- Essa idéia foi perfeita... – comentei ao me sentar ao seu lado no sofá, com minhas pernas dobradas contra meu corpo. – Nossa história pode ser contata através de quadros assim como a de Carlisle.

- Era exatamente isso que tinha em mente.

- Todos são lindos, mas esse é o meu favorito.

Era o quadro que mais tinha chamado minha atenção em Aspen.

Edward, Renesmee e eu, em frente ao chalé, apenas algumas semanas após seu nascimento. Tão pequenininha.

O plano de fundo fazia parecer que a pintura era antiga e não copiada de uma fotografia.

Havia tantos outros. Edward presenteou Esme com alguns – do nosso casamento e de Renesmee - que já estavam pendurados em locais visíveis por toda a casa.

- De qual você gosta mais? – perguntei curiosa.

- Todos eles.  – respondeu ele honestamente.

- Claro...

Ficamos em silêncio por uns minutos.

Minha mente vagou para o comentário de Alice sobre o piano.

Senti novamente meu rosto queimar... não literalmente é claro.

- Edward.

- Humm. – ele parecia perdido em pensamentos, ainda olhando o quadro.

- Alice chegou a ver alguma coisa com relação ao piano? – perguntei em voz baixa. Apesar de não ser necessário.

Precisava saber. Alice não conseguia ver quase nada a nosso respeito, pois sempre estávamos com Renesmee e/ou Jacob, mas esse caso seria diferente, e mesmo ela tendo agido como se não tivesse visualizado nada demais, precisava perguntar.

Ele riu.

- Não se preocupe amor, ela só nos viu comprando. Alice é ótima na questão de privacidade.

Ele riu novamente.

- Se não soubesse melhor, poderia jurar que vi você corando naquela hora.

Enterrei meu rosto em seu pescoço.

Seria embaraçoso ter nossa vida íntima sendo visualizada por terceiros.

Ele beijou meus cabelos e riu suavemente.

- Ela não viu nada, eu juro. – ele me confortou.

- Acredito em você. – minha voz soou abafada, meu rosto ainda escondido em seu pescoço.

Ele se afastou para poder me olhar.

Sua expressão era suave.

- Você fica linda toda envergonhada... Tem um certo tempo que não vejo esse lado seu.

 

Por mais incrível que pareça, ele conseguiu me deixar ainda mais constrangida. Era bobagem, eu sabia. Por que teria vergonha dele?

Comecei a rir. Ele me acompanhou sem entender.

- O que?

- Nada. – respondi ainda rindo.

- Eu disse algo engraçado?

- Aham... mas esquece.

- Bella... – ele me repreendeu e insistiu. – O que foi?

- Esquece por enquanto. Prometo te mostrar depois.

Seus olhos brilharam.

- Ok... vou cobrar depois.

Decidi que seria mais “boazinha” e o deixaria ter acesso a minha mente com um pouco mais de freqüência. Edward merecia.

Movi, pegando o livro de sua mão.

- Você realmente quer ler agora? – perguntei balançando o livro em minhas mãos. – Ou quer fazer outra coisa?

Ele não sorriu, seus lábios pressionaram como se ele estivesse ponderando algo, mas seus olhos estavam brilhavam.

- Depende... o que você está pensando em fazer?

Hummm... ele e seus joguinhos de palavras.

- Eu estava pensando que ainda tenho um monte de lingerie que você ainda não viu – enquanto falava, meus dedos contornavam os traços de seu rosto. – Mas se quiser ficar aqui e ler eu não me importo, só me deixe pegar um livro para poder te acompanhar.

Ele não me deixou sair do lugar, me puxando para seu colo.

Ficamos de frente um para o outro. Minhas pernas dobradas contra o sofá, ao lado de seu corpo.

- O livro pode esperar. – disse ele beijando meu pescoço.

Ele sabia muito bem como fazer isso... minhas mãos se prenderam ao seu cabelo automaticamente.

- Eu posso esperar também... – disse muito baixinho.

- Mas eu não posso.

Gargalhei.

- Se realmente quiser que eu me vista para você... – seus lábios desceram para minha clavícula. Meu corpo tremeu. Não consegui terminar a frase.

Desde que voltamos de Aspen, eu não havia conseguido colocar nenhuma lingerie para ele, mesmo tendo feito diversos planos para isso. Nós sempre nos empolgávamos demais antes mesmo de chegar ao quarto.

- Ok... – disse me colocando rapidamente de pé. – Eu vou para o closet agora... – ele também se colocou de pé e em menos de um segundo, estava me beijando novamente. Suas mãos subindo por minhas costas, por baixo de minha blusa.

- Você não está cooperando. – disse aos sussurros.

- Desculpe... o gosto da sua pele é extremamente viciante.

Após seus lábios deixarem minha mandíbula, e encontraram os meus... por diversos minutos. Eu já tinha dado como perdido a questão da lingerie quando ele suspirou e quebrou o contato entre nossos corpos.

Seus olhos estavam com aquele familiar tom de excitação.

- Acho que vou tentar esperar você se vestir.

- Ok... – disse lentamente e segui em direção ao quarto. Parei antes de entrar no closet e olhei para ele. – Tem alguma preferência de cor? – perguntei ele já havia se sentado na poltrona branca que ficava no canto do quarto, de frente para a cama.

- Não. Tenho certeza que você vai ficar ainda mais irresistível em qualquer coisa que vestir.

Sorri para ele e me voltei ao closet.

Eram tantas, que decidi não perder tempo escolhendo. Passei a mão na embalagem branca da Victoria Secrets que estava por cima de todas as outras.

Quando abri o zíper, tive que conter uma risada.

Eu nunca tinha usado uma peça com liga antes.

Isso seria interessante.

Estranhamente me senti nervosa ao colocá-la.

Era preta, e a parte de cima era de renda transparente que aderia até o quadril. Muito justa mesmo. Como um vestido bem curto. Considerei não colocar as meias, mas mudei de idéia. Apenas não coloquei a liga. Para finalizar, coloquei sapatos – mais uma vez tive que segurar uma risada. Aquilo eram coisas que a um ano atrás nunca consideraria em usar.

Como sempre... não me olhei no espelho antes de sair do closet.

Ele ainda estava sentado na poltrona, esperando. Seus olhos presos na porta do closet.

Sua reação fazia muitoooooo bem ao meu ego.

Meus dias como humana desajeitada se foram. E eu estava muito feliz por isso.

Seus olhos percorreram todo meu corpo, antes dele se levantar.

Eu poderia ter feito uma entrada mais apropriada... mais ainda não cheguei a esse ponto.

Quem sabe um dia.

Ele não se moveu, permaneceu de pé, seu corpo completamente imóvel. Apenas seus olhos seguiam meus movimentos, que eram deliberadamente lentos.

Parei a uma curta distância para que ele pudesse apreciar.

- O que achou? – perguntei com falsa inocência.

Ele respirou fundo. Seus olhos ainda me devorando. Eles eram de uma intensidade tão profunda, que me senti ligeiramente envergonhada e ao mesmo tempo presunçosa.

Que loucura.

Edward se aproximou com movimentos lentos... lentos demais.

Seus lábios se enrugaram, como se procurasse pelas palavras corretas.

Ele beijou meu ombro, muito suavemente. Seus dedos correram sobre a parte de renda da meia e subiram vagarosamente até meus lábios.

E então ele me beijou, inicialmente com uma delicadeza deliberada, mas após alguns segundos seus lábios se tornaram famintos...

Desde que nos casamos - salvo alguns momentos – nossa vida tem sido uma lua de mel constante e ainda assim as coisas pareceram ter melhorado depois de nossa viagem a Aspen.

Nunca imaginei que isso fosse possível.

Nossa prioridades estavam perfeitamente em ordem.

Conseguíamos passar o dia com nossa família sem a menor dificuldade... e as noites eram sempre muito bem aproveitadas.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Pós Breaking Dawn Edward Bella" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.