Pós Breaking Dawn Edward Bella escrita por Lolo Cristina


Capítulo 11
11 - Fragilidade




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11 – Fragilidade

 

Edward

 

Estávamos deitados em meio a grama congelada. Ela estava em meus braços, seu corpo em contato com o meu, sua cabeça descansando na base de meu pescoço. Podia sentir sua respiração acariciando minha pele. Seus dedos brincando em meus cabelos, e constantemente descendo até meu pescoço, acariciando-me.

Seu cheiro era incomparável. Uma combinação de todas as maravilhas da Terra. Era tão doce, tão... Não existiam palavras que podiam descrever apropriadamente.

Sabia que tínhamos que voltar, tínhamos planos...

Eu... definitivamente não queria voltar. Não queria me mover.

A sensação que me tomava após fazer amor com Bella era indescritível, incomparável.

Não estávamos cansados, só estávamos saboreando o momento em completo silêncio.

Silêncio que foi quebrado por sua voz.

- Temos mesmo que ir a Dartmouth? – perguntou Bella. Sua voz macia e preguiçosa.

A noite era fria, não havia som algum, nem mesmo de animais. Sua voz ecoou pelas árvores mesmo sendo apenas um sussurro.

Sorri. Ela também não queria partir.

- Dartmouth vai estar no mesmo lugar ano que vem. – continuou ela no mesmo tom.

- Eu sei. – suspirei. – Queria que você conhecesse o lugar...

Queria de verdade, mas também queria ficar ali, abraçado a ela para sempre.

Ela se moveu, apoiando em seu cotovelo para poder encontrar meus olhos.

Linda. Com o movimento, seus cabelos caíram como uma cortina sobre seu rosto.

Retirei delicadamente, acomodando-o atrás de sua orelha.

 - Essa coisa toda, de “conhecer Dartmouth” é mais uma daquelas coisas onde você tenta priorizar o que seria melhor para mim?

 

- Eu não “tento” priorizar você. – enfatizei o verbo, e assumi um tom de quem acabou de ser ofendido. Claro... estava provocando ela. Adorava fazer isso. – Você já é prioridade, a muito tempo...

Ela me interrompeu,  colocando um de seus dedos em meus lábios.

- Sendo assim, minhas vontades fazem parte de suas prioridades, assim como as suas fazem parte das minhas. Seguindo essa lógica, você deve estar tentado a fazer agora...

Interrompi seu discurso com um beijo.

- Também não quero ir. – confessei.

- Isso é bom... fico muito feliz.

E aquilo foi tudo que ela disse.

 

Um pouco mais tarde, nos colocamos de pé – resignados - sabendo que Renesmee já estaria acordada a algumas horas.

Escutei a “voz” mental de Alice antes de chegarmos.

...Ela vai ficar tão preocupada.

Não conseguia ver do que se tratava, só  que ela se referia a Bella.

Um segundo se passou e entendi o motivo de sua preocupação.

Charlie.

Peguei a mão de Bella no intuito de corrermos mais rápido.

Os pensamentos de minha família estavam envoltos em preocupação, aguardando nossa chegada.

Após mais alguns segundos eles sentiram nossa aproximação.

Alice foi quem falou... só para mim.

... Charlie sofreu um acidente de carro, hoje pela manhã. As imagens apareceram apenas segundos antes de realmente acontecer...

Ela estava se sentindo culpada por não ter conseguido ver com mais antecedência.

Eu não conseguia processar sua preocupação corretamente, estava tomado pela minha. Bella iria desmoronar.

Quando entramos, todos esperavam de pé, claramente preocupados.

Bella notou imediatamente que algo havia acontecido.

- O que houve? Onde está Renesmee? – perguntou, sua voz carregada de medo e tensão.

Senti seu corpo enrijecer, aguardando pela resposta.

 - Renesmee está bem. – respondeu Carlisle. Sua voz assumiu um tom tranqüilizador. – Ela está com Jacob e Rosalie na casa da piscina.

- Ela está bem, amor. Posso ouvir seus pensamentos... aconteceu algo com Charlie...

- Charlie...? O que foi?

Alice se aproximou e segurou a mão livre de Bella, sentindo que ela precisaria de apoio.

- Charlie está no hospital – disse ela calmamente, preocupada com a reação de Bella. – Ele sofreu um acidente de carro, hoje pela manhã.

Bella ficou parada, como uma estátua, escutando atentamente. Seus olhos mostravam o desespero que passava por sua mente.

- Ela está bem agora. – continuou Alice. -  Apesar de não ter sido capaz de ver após sua chegada no hospital, os Quileutes  provavelmente estavam lá...

- Ele está bem agora, Bella. – Carlisle reafirmou. - Apenas uma perna quebrada, alguns hematonas e escoriações.

Bella se moveu, virando-se para olhá-lo.

- Você ligou para lá, para o hospital? – perguntou ela com a voz sufocada.

- Sim. Ele ainda está sob o efeito do anestésico. Charlie precisou de cirurgia para corrigir a fratura na tíbia. Ele irá ficar de molho por um tempo, mas não existem riscos de seqüela.

Bella balançou a cabeça, aceitando as palavras de Carlisle. Pude ver a expressão de dor em seu rosto, como se quisesse chorar.

- Ele vai ficar bem. – reforcei, apertando-a a mim.

Eu estava tenso.  Ela continuou. Todos estavam esperando.

- Precisamos voltar. – Bella finalmente falou.

- Sim, claro. Já providenciei as passagens, partiremos em algumas horas. Não se preocupe Bella, ele está em boas mãos. E assim que chegarmos cuidarei dele pessoalmente.

Carlisle havia se antecipado e reservado nossas passagens aéreas e Alice preparado nossas malas.

Bella respirou fundo antes de falar novamente.

- Até onde Renesmee sabe?

Quem respondeu foi Esme.

- Ela não sabe de nada ainda. Nem mesmo que vamos voltar a Forks. Achamos melhor esperar que vocês conversassem com ela... e por favor minha querida Bella, tente relaxar um pouco, sei que é pedir demais agora. – Ela se aproximou e tomou Bella em um abraço maternal.  – Charlie vai ficar bem.

Esme se afastou após afagar seu rosto, assumi novamente meu lugar ao lado de Bella.

Alice ainda estava com sua expressão torturada.

- Sinto muito, Bella. – disse Emmet. Ele não sabia o que mais poderia dizer diante a tal situação.

- Você quer que eu fale com Renesmee? – perguntei. Ela parecia em choque. A tristeza que tomou conta de sua face era tão contrária a sua expressão de apenas alguns minutos atrás.

Queria poder fazer alguma coisa para consolá-la, mas sabia que ela só se sentiria melhor em Forks, após ver Charlie.

Sua dor era minha dor.

Podia perceber através de Jasper sua intensidade. Talvez pelo fato do acidente ter acontecido e nós estarmos tão distante.

A puxei pela mão. 

- Vamos... Renesmee está nos esperando. – foi só o que precisei dizer para que ela se movesse.

Renesmee e Rosalie estavam sentadas na beirada da piscina, um pouco mais afastado estava Jacob. Quando passamos pela porta, os três pares de olhos travaram em nossa direção.

Ao nos aproximarmos, Jacob se levantou e abraçou Bella.

Eu podia ver como ele também sofria com a situação. Charlie era como família para ele.

- Eu sinto tanto, Bells.

Eles se mantiveram assim por mais de um minuto.

Renesmee olhava sem entender, seus olhos já carregavam tristeza ao perceber que algo havia acontecido.

- Obrigada, Jake.

- Eu liguei para Billy, todos estão no hospital com ele. Sue, Sam, Seth e até Leah. Ele vai ficar bem.

- Obrigado, Jacob. - não podia deixar de agradecer também, Bella claramente se sentiu melhor com a confirmação de que Charlie não estava sozinho.

Renesmee se levantou assim que Jacob falou. Ela era inteigênte o suficiente para entender somente atravéz das palavras de Jacob.

- Mamãe. – e então ela a abraçou. – Vovô ta doente?

- Não meu amor, ele só se machucou. – Bella se abaixou para que seus olhos a encontrasse. – Ele está bem agora.

- Por isso vamos ter que voltar para casa mais cedo. – expliquei.

Ela apenas concordou com a cabeça.

- Tudo já está organizado. – falou Rosalie ao se aproximar. – Podemos partir agora.

Sem mais uma palavra sequer, Rosalie desapareceu em direção a casa. Ela havia apenas lançado um olhar de compaixão para Bella. E isso foi o suficiente.

O vôo para Seattle pareceu longo demais, me torturava ver Bella sofrendo, trocamos poucas palavras durante todo o caminho, ela parecia perdida em pensamentos.

Pensamentos que estavam trancados para mim.

Renesmee estava aconchegada em seu colo, brincando com seu cabelo, de vez em quando passando suas mãozinhas por seu rosto. Bella sempre sorria em resposta. Um sorriso que não tocava seus olhos. Não consegui desviar meu olhos de seu rosto, ela estava sofrendo, mas ainda parecia tão calma.

A princípio todos ficaram ansiosos esperando que sua reação fosse incontrolável, mesmo provando ser diferente de todos os outros vampiros recém transformados, todos ainda esperaram algo mais, especialmente diante da situação. Claro, ela não recebeu a notícia bem, ainda assim sua reação foi muito além de controlada, ela havia ficado paralisada, verbalizou apenas algumas perguntas, conversou rapidamente com Renesmee e depois disso só falava quando alguém perguntava algo.

No que ela estava pensando? Não conseguia sequer imaginar o que se passava por sua mente naquele momento e não queria perguntar agora, esperaria para quando estivéssemos sozinhos.

De Seattle para Forks foi mais rápido. Seguimos diretamente para o hospital. Estacionei o carro na entrada de funcionários ao lado esquerdo do prédio. Entramos por lá.

Carlisle já havia conversado por telefone com o plantonista que atendeu Charlie. Ele repetiu tudo o que havia dito a meu pai assim que chegamos.

Charlie estava realmente bem. Acordado e falando.

Um peso enorme pareceu deixar os ombros de Bella, ainda assim, ela mantinha um pequeno traço de tristeza em seus olhos. Ninguém conseguiu identificar, porque ninguém conhecia Bella tão bem quanto eu.

 - Você pode entrar para vê-lo, Bella. – disse Carlisle.

- Eu espero aqui. – falei e beijei sua testa.

Ela simplesmente sorriu, dessa vez o sorriso foi verdadeiro.

Suspirei e me sentei ao lado de Alice e Jasper. Eles nos acompanharam até o hospital. Emmet e Rosalie foram direto para casa com Renesmee. Concordamos que seria melhor para ela  ver Charlie após nos certificarmos de sua condição física.

Ela se impressionava facilmente.

- Vou aproveitar que estou aqui e fazer uma rápida ronda. – avisou Carlisle. – Me avise se precisar de algo, Edward.

Difícil encontrar alguém tão apaixonado por seu trabalho.  Carlisle sentia prazer em praticar medicina.

Jasper segurava a mão de Alice, ela ainda parecia afetada pelo que aconteceu. Seus pensamentos não entregavam muita coisa.

Jasper sentia que ela estava incomodada. Eles não conversavam muito durante esses momentos.

- Você está bem? – perguntei a ela.

- Sim.

Ela continuou em sua mente.

... Eu fiquei muito assustada quando tive a visão, não conseguia o ver chegando ao hospital, só o via sendo resgatado cheio de sangue e ferimentos, não tinha como saber qual era seu estado...

Ela tentava não pensar na cena, vê-lo daquela forma a entristecia.

... e quando os lobos se envolveram não tive como saber... - ela parou, naquele segundo em que ela teve a visão, sua conclusão não havia sido boa.

- Fico feliz por Billy e Sue estarem aqui para ele. Passar por isso sozinho não seria bom para Charlie. – completou ela em voz alta.

- Não, não seria. – concordei.

- Bella está mais tranqüila agora. – falou Jasper.

- Eu sei, ela só precisava vê-lo... e obrigada por não interferir, quando ela soube da notícia.

- Eu estava pronto - caso a reação dela fosse outra, mais ela permaneceu em controle, não seria justo impedi-la de sentir-se triste quando era necessário.

Concordei. Jasper sabia analisar bem diversos tipos de situações.

Depois de cerca de uma hora, Bella saiu do quarto. A tensão havia evaporado de seu corpo, ela sorria delicadamente. O pequeno traço de tristeza, que não deveria mais estar ali, insistia em marcar presença.

Levantei-me para abraçá-la.

- Ele dormiu. – murmurou ela contra meu peito.

Disso eu sabia. Eu estava atento a conversa entre os dois, atento ao rosto de Bella através da mente de Charlie.

- Como você está?

- Eu estou bem... agora. – ela suspirou, parecendo relaxar ainda mais. – Mais foi um susto e tanto.

Ouvimos os relatos de Charlie sobre o acidente. Um motorista intoxicado por álcool passou o sinal vermelho quando ele estava indo para o trabalho, atingindo-o lateralmente.

O acidente só não foi pior porque Charlie estava apenas a 30km/h.

O motorista do outro carro estava em estado grave. Mas ninguém estava pensando nisso.

Veio do nada... minha mente foi invadida pela visão de Alice. Tanya, Kate e Garret conversando com um nômade que mencionava o nome de nossa família, seus olhos eram vermelho carmim.

Bella percebeu os olhos desfocados de Alice. Não sabendo do que se tratava, ela imediatamente ficou tensa.

- O que foi agora, Alice? – ela perguntou quando seus olhos voltaram a se focalizar.

Ela olhou para Bella e depois para mim.

- Nosso visitante, o vampiro que passou pelas terras dos Quileutes, está com Tanya. Ele realmente estava curioso e se assustou com a presença dos lobos.

- Ele está no Alaska? Por que? – demandou Bella.

- Ele correu naquela direção, encontrando o rastro que o levou até Tanya.

- Podemos esperar pela ligação de Tanya essa noite. – falei.

Então era apenas um nômade curioso.

- Bella. - Chamou Seth se aproximando e interrompendo meus pensamentos.

- Oi, Seth, obrigada por fazer companhia a Charlie. – agradeceu Bella fervorosamente.

- Sem problemas, na realidade eu estava fazendo companhia ao Charlie, minha mãe e a Billy... – ele riu. – Todos vieram, o quarto de Charlie ficou lotado, parecendo mais um banheiro público.

Todos rimos.

- Onde está Jake? – ele perguntou.

- Ele ficou lá fora para desobstruir minha visão, tanto com Charlie quanto com Nessie em casa. Billy está com ele. – respondeu Alice.

- Oh, me desculpe, eu não sabia... – ele começou.

- Não tem problema, já ví o que precisava aqui, Charlie vai ficar bem e apenas uma semana preso aqui, depois poderá ir para casa.

Bella suspirou novamente, aliviada. Percebi que ela ainda não tinha essa informação.

- Ok... eu vou procurar por Jacob, passar as fofocas da matilha. – ele riu novamente.

- Bom te ver de novo, Seth. – falei.

- Você também, Edward.

Ele seguiu em direção a entrada principal.

- Acho que Charlie deve dormir até amanhã, mas não posso ter certeza...  – falou Alice, novamente frustrada. Sue havia acabado de entrar no quarto de Charlie.

 

- Carlisle vai ficar por aqui, mais se quiser ficar podemos também. – sugeri a Bella. A decisão era dela e se ela ficasse eu ficaria também.

- Vamos para casa, amanhã volto com Renesmee para visitá-lo. Quero estar presente quando Tanya ligar.

- Então vamos para nossa casa. – concordei.

Falamos com Carlisle antes de voltarmos para casa, relatei a visão de Alice e a provavel ligação de Tanya. Ele pediu para que eu conversasse com ela, pois ele ficaria no hospital durante o restante do dia e noite também - para que Bella pudesse se sentir melhor.

Apesar de saber que o vampiro que quase cruzou nosso caminho estava apenas curioso, não sabia qual era a origem de sua curiosidade e isso me deixou inquieto, não verbalizei minha preocupação, esperaria para falar com Tanya e ter minhas dúvidas esclarecidas. Não queria Bella mais ansiosa do que já estava. Aquele dia estava sendo muito longo para o meu amor.

Por mais incrível e confiante que Bella pudesse ser aos meus olhos e aos dos demais, de certa forma ainda havia vestígios de sua antiga fragilidade, ela poderia ser emocionalmente atingida como aconteceu hoje e não havia muito que ser feito nesses momentos. Poderia tentar confortá-la, mostrar que estava ali para ela. Sei que disso Bella não duvidava, mas se era a única coisa a se fazer, eu iria fazê-lo.

Agora bastava esperar. Esperar pela ligação, esperar pela recuperação de Charlie e esperar para ficar sozinho com Bella e tentar desvendar o que a entristecia.

 

 


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Notas finais do capítulo

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