Aquela Guria. escrita por Bê
Notas iniciais do capítulo
Oinnnnnnnnnn,
Pensaram que eu tinha sumido? Estou aqui, e vim postar mais.
Sem textão dessa vez, só espero que aproveitem!
Aliás, feliz natal e próspero ano novo atrasados gurias!
beijão.
Acordei atrasado pra ir pra faculdade, acabei pegando o Eduardo no meio do caminho, porque ele também estava atrasado.
— Bom dia pra você também. – ele disse depois de entrar no carro.
— Perdi a porra da hora. – resmunguei. – hoje era uma aula importante.
— Eu sei, eu estudo na mesma sala que você, esqueceu? – ele ligou o som e estava tocando a música que ouvi a Alicia cantar no sábado, desliguei o som na hora. – ué, essa música é legal. – ele disse.
— Essa música é uma droga. – resmunguei.
— Beleza, vamos conversar então. Fez as pazes com a Mari? – ele perguntou.
— Fiz, mas acho que vamos brigar de novo. – fiz careta e o encarei depois de parar no farol.
— Por quê?
— Porque a Mariana sempre resolve as brigas daquele jeito e depois volta a encher meu saco. – murmurei.
— Mas o que é isso, pensei que o sexo te deixava de bom humor. – ele disse rindo.
— Eu vou enlouquecer. – sussurrei.
— Nós não estamos mais falando da Mariana né?
Balancei a cabeça negativamente.
— Sabe quem foi tomar banho na minha casa ontem? – dei um olhar sugestivo pro meu melhor amigo e ele arregalou os dois olhos.
— Não!
— Sim.
— Não posso acreditar, vocês dois transaram?
Buzinei na hora porque um cara deu uma freada brusca.
— Idiota! Vai aprender a dirigir! – gritei e depois olhei pro Eduardo. – claro que não, é por isso que eu estou de mal humor. E isso não quer dizer que ela ficou de calcinha e sutiã na minha frente, viu? – falei sarcasticamente.
— Wol, como assim? – ele perguntou. – ela tirou a roupa pra você? Nossa, isso ta parecendo um filme pornô, sem a parte do sexo porque vocês não transaram.
Eu ri. Porque era engraçado, de certa forma.
— Ela não tirou a roupa pra mim, idiota! Ela deu uma de João sem braço e quis que eu a visse em roupa, foi uma tentação tão grande Edu – olhei pra ele – eu não sei como eu consegui sobreviver a aquilo. Minha mente ficou trabalhando em mil formas de transar com ela na minha casa.
O Eduardo riu.
— Você ficaria muito bravo se eu dissesse que ela não vai parar até conseguir?
— Muito. – eu admiti.
Perdemos o primeiro tempo na faculdade, então ficamos jogando conversa fora com a galera que também chegou atrasado, foi só quando tocou o sinal pra segunda aula que eu estava quase chegando na minha sala que esbarrei com a Alicia, ela estava com um copo de café em uma mão e lendo um livro na outra.
— Bom dia. – ela disse sorrindo.
— Bom dia. – respondi.
— Sua aula é de que?
— Biotecnologia. – respondi. – e a sua?
— Cálculo dois. – ela riu e eu fiz careta.
— Boa sorte. – eu disse.
— Obrigado, boa aula! – ela mandou um beijo e eu fui pra aula porque perder outro tempo de biotecnologia era bomba no final do semestre com certeza!
No intervalo eu estava indo até a cantina porque estava com fome e de mau humor já que por ter saído atrasado de casa não deu tempo pra comer nada, e acabei encontrando a melhor amiga da minha namorada na cantina: Jéssica.
Ela me odiava e o sentimento era totalmente recíproco.
Houve uma troca de olhar de ódio logo de manhã, já que eu estava de péssimo humor, mas nada que pudesse atrapalhar meu dia... até agora.
— Bom dia Gustavo. – ela disse alto e claramente do meio do seu grupo de amigas.
— Bom dia Jéssica. – respondi da mesma forma.
Qualquer que fosse a provocação dela eu não iria ceder, não iria ceder, não iria ceder.
— Falou com a Mariana hoje? – ela perguntou.
Virei o rosto na sua direção.
— E você? Falou? – perguntei.
— Sim, com certeza. – ela disse dando aquele sorriso amarelo sarcástico que eu odiava com todas as minhas forças.
— Que bom. – respondi e então virei o rosto pra frente de novo.
Quando faltava uma pessoa pra minha vez, ouvi a voz fina novamente.
— Aquela ali não é a garota nova? – virei pra olhar e a Alicia vinha correndo na minha direção.
— Oi lindo! – ela disse me dando um beijo no canto da boca.
Fiquei sem reação automaticamente e encarei a Jéssica que estava com a mesma cara que a minha.
— Compra um lanche pra mim? – ela disse colocando uma nota de dez reais na minha mão. – obrigado. – e saiu andando na direção da onde veio.
Jéssica me encarou por alguns segundos e então tirou o celular do bolso.
Comprei meu lanche com calma e depois o da Alicia e então andei até o grupo de amigas da Jéssica.
Elas pararam o assunto na hora.
— Não que eu te deva alguma explicação, mas, ela é a namorada do Eduardo. – eu disse para ela. – então, vê se não envenena a minha namorada contra mim. – dei um sorriso irônico e virei as costas saindo.
— Não preciso Gustavo. – ela disse alto e eu me virei pra ela. – você perde a Mariana sozinho sem a ajuda de ninguém.
Não respondi aquela provocação. Fui até onde a Alicia estava e entreguei o lanche pra ela.
— O que foi? – ela perguntou pra mim.
— Você me deu um beijo no canto da minha boca na frente da melhor amiga da minha namorada. – eu disse enquanto mordia um pedaço do meu lanche e ela ficou me encarando.
— Eu não fiz de propósito, não foi na boca. Era pra ser na bochecha.
Assenti.
— É sério.
— Ta bom, Alicia.
Ela pareceu não querer discutir, já que se afastou e assim ficou até o final do intervalo e até o final da aula na faculdade.
No final da aula, eu almocei e depois fui trabalhar. Como se não desse pra piorar, meu pai estava de péssimo humor e tinha uma pilha de contratos pra revisar com ele.
O dia só tinha tendência a melhorar.
Quando estava quase no final do expediente recebi uma mensagem da Mariana no celular, e foi o pingo que faltava pro tsunami: “Vem me encontrar na minha casa assim que sair do trabalho, a gente tem que ter uma conversa muito SÉRIA.”
Maldita Jéssica.
Maldita Alicia.
Amaldiçoei até a segunda geração da minha família.
— Aonde você vai? – meu pai perguntou quando eu estava terminando de arrumar minhas costas.
— Encontrar a Mariana. – eu disse.
— Sua mãe pediu pra você não esquecer que hoje é o aniversário da sua irmã, ela vai dar um jantar com as amigas, é pra você ir.
Puta merda, o aniversário da Camila.
— É rapidinho, eu vou estar lá daqui a pouco. – eu disse.
— Leve a Mariana. – ele disse me olhado sobre os óculos. – a Camila gosta dela.
— Se ela quiser ir. – eu disse.
— Até mais tarde Gustavo. – meu pai disse sem tirar o olho do papel.
— Até, pai.
E pensar que todos os meus problemas podiam ser resolvidos se eu tivesse saído da cama com o pé direito.
Mandei uma mensagem pra Mariana avisando que nem ia entrar e que estava esperando ela no portão e dentro do carro, ela saiu um tempo depois, ainda estava com a roupa da faculdade e entrou no banco do carona.
Nenhum cumprimento.
Nada.
— A Jéssica disse que a Alicia te deu um beijo na boca hoje no intervalo. – ela disse.
Suspirei.
— Oi, tudo bem com você também? – perguntei.
— Responde logo. – ela disse.
— Não foi uma pergunta. – respondi da mesma forma que ela.
— A Jéssica – ela disse reformulando a pergunta – disse que a Alicia te deu um beijo na boca hoje no intervalo, é verdade?
— Não. – menti.
— Todas as meninas disseram que parecia um beijo na boca.
— Então namora com as suas amigas. – respondi irritado. – você ta cansada de saber que a Jéssica me odeia, não sei por que você ainda fica ouvindo as coisas que ela te fala!
— Ela te odeia, mas não é mentirosa!
Eu estava perdendo a paciência.
— Então eu que to mentindo? – eu disse. – acordei atrasado pra faculdade hoje, fui comprar um lanche na cantina e ele me deu um beijo no rosto e pediu pra eu comprar um pra ela também. – frisei a parte do rosto.
— Eu não quero brigar, mas desde que essa menina chegou a gente só tem discutido.
— Não é culpa da Alicia, a culpa é dessas suas amigas que colocam coisa na sua cabeça. – respondi. – eu não tenho tempo pra ficar aqui discutindo, hoje é aniversário da Camila, você vai querer ir comigo na casa dos meus pais?
— Não posso. – ela disse. – tenho um trabalho da faculdade pra entregar amanhã.
— Ta bom então. – eu virei o rosto pra frente, a Mariana me encarou por um tempo e então saiu do carro sem falar mais nada.
Esperei ela entrar em casa e acelerei com o carro.
A casa dos meus pais não era tão longe. E tinha uma porrada de carros estacionado no gramado da minha mãe, ela teria uma sincope quando visse, desci do carro acionando o alarme e entrei pela sala. Não tinha ninguém lá, então parei pra tentar distinguir as vozes que ouvia e da onde elas estavam vindo: vi umas luzes acesas na piscina e vozes vindas da cozinha, fui primeiro na cozinha.
— Eduardo, ela é muito engraçada... – entrei na cozinha e minha mãe e meu pai estavam rindo alto. Encostado na bancada estava o Eduardo e a Alicia estava parada na porta segurando uma tigela com alguma coisa... Espera, a Alicia?
— Oi. – eu disse desconfiado.
— Oi querido! – minha mãe disse. – a Mariana não veio? – ela perguntou enquanto dava um beijo no meu rosto.
— Não podia vim, tinha um trabalho da faculdade pra fazer. – respondi sem tirar os olhos da Alicia que passava um dedo na – agora eu descobri – maionese e lambia o mesmo sem quebrar o nosso contato visual.
E o Eduardo percebeu.
— Bom, gente. Vamos lá né? A Camila deve estar esperando a gente.
— Vem Alicia! – minha mãe a chamou e ela passou por mim piscando enquanto saia da cozinha com meus pais.
Puxei o Eduardo pela camisa antes que ele conseguisse sair de fininho da cozinha.
— Que porra é essa? – perguntei.
— Sua mãe me ligou pra me convidar pro aniversário da Camila e eu estava dando uma carona pra Alicia, ai eu soltei sem querer que era aniversário da sua irmã e ela perguntou se podia vim. Eu fiquei sem ter o que falar!
— Porra Eduardo! – eu disse.
Meu dia tava mesmo uma maravilha.
— Algum problema? – a Alicia perguntou.
— Nenhum. – respondi.
— Ah bom, vamos então? Você nem falou com a sua irmã ainda.
O Eduardo assentiu e me puxou pra sair da cozinha.
Quando chegamos lá fora estava cheio de amigas da minha irmã, eu poderia ter pego uma ou duas no período em que a Mariana viajou, mas não me lembrava qual, já que havia muitos rostos novos.
Cumprimentei alguma das garotas que eu conhecia, as outras eu dei um aceno.
— Sua irmã parece muito com você. – Alicia disse sentando do meu lado.
— Parece mais com o meu pai, todos dizem. – falei me servindo de um pouco de picanha recheada que minha mãe fazia.
— Bom, eu acho que parece mais com você. – ela espetou meu pedaço de carne e mordeu um pedaço enquanto me encarava.
Devia ser coisa da minha cabeça, mas tudo que ela fazia soava como um convite para alguma coisa maliciosa, era muito constrangedor.
— Você está corando, o que foi? – ela perguntou.
— Nada. – desconversei. – será que minha mãe ta deixando essa criançada beber? – sorri.
O Eduardo me encarou.
— Quanta novinha gata! – ele disse. – meu deus, queria voltar aos 17 pra ser amigo da sua irmã, eu ia pegar todas elas.
Eu ri.
— É pedofilia na sua idade viu? – eu disse.
— Eu sei. – ele suspirou.
A Alicia entrou em uma conversa animada com umas gurias novinhas e eu comecei a conversar sobre futebol com meu pai e meu melhor amigo.
Foi só depois de comer tudo que eu tinha direito da comida da minha mãe e que estava a ajudando a levar os pratos pra pia foi que ela me parou no meio do caminho.
— Porque você não leva sua amiga pra conhecer a casa? – ela disse sorrindo.
— O Eduardo pode levar. – respondi de mau gosto.
Ela me bateu com o pano de prato.
— Não implica com ela! – ela disse.
— Mãe, não é implicância. – repliquei.
Não é implicância mesmo, Deus sabe como não é implicância.
— Então vai fazer isso. Ela é uma garota divertida, engraçada e eu falei que ia apresentar a casa a ela, mas não posso deixar a Camila sozinha com os amigos, eu sou a anfitriã. Faça isso por mim, ok? – ela beijou minha bochecha e eu assenti.
Quando voltamos pra mesa o pessoal tinha se dispersado pela piscina e minha mãe foi sentar do lado do meu pai.
Sentei do lado da Alicia.
— Minha mãe disse que você queria conhecer a casa, quer que eu te apresente?
— Se não for muito incomodo, porque parece que eu to te incomodando muito ultimamente.
Balancei a cabeça negativamente e estendi uma mão na sua direção para ela se levantar, Alicia puxou a jaqueta de coro pra baixo e cruzou os braços, eu enfiei a mão no bolso da minha jaqueta.
— Não é isso. – eu disse após um tempo calado enquanto andávamos pelo jardim. – não é isso de forma nenhuma. Se é desse jeito que eu tenho me comportado, me desculpa.
— Parece que hoje qualquer coisa que eu falo te irrita profundamente.
Parei de andar abruptamente e parei na sua frente.
— Não é você. É essa situação. – eu disse apontando em volta.
— Que situação? – ela perguntou.
— Alicia, eu namoro! – eu sussurrei. – eu nunca trai ela antes, nunca fiz isso. E você me deixa confuso. – admiti.
— Confuso? De que jeito? – ela deu um passo na minha direção.
— Desse jeito, quando você faz essas coisas eu fico muito confuso. – falei.
— O contato físico te deixa confuso?
Balancei a cabeça negativamente.
— Então o que? Me fala, o que é?
Todos os meus limites tinham ido para o espaço, e eu sempre ficava confuso quando ela estava perto demais. Como agora.
— Não me provoca Alicia. – porque eu sabia que a qualquer momento tudo que eu prezava podia ir pro espaço e eu estava na casa dos meus pais.
— Ou o que? – ela me desafiou.
Olhei em volta para ver se alguém estava olhando e puxei a Alicia pelo braço para a parte de trás da casa dos meus pais.
— Ei, pra onde você está me levando?
Encostei ela na parede com um pouco mais de violência do que eu previ e prendi seus dois braços na parede.
— Você gosta de fazer seus joguinhos comigo não é? – perguntei com a boca bem próxima da dela. – gosta de me ver completamente caído por você, não é? – rocei nossos lábios bem lentamente.
Segurei seus dois pulsos com uma mão só e com a outra desci até o seu rosto e passo o dedão pelo seu lábio inferior lentamente.
— Me responde quando eu estiver falando com você! – ela me encarou.
— É, eu gosto.
— Você ficou pelada no meu banheiro porque achou que eu não ia resistir? – perguntei.
— Sim. – ela disse me encarando.
— Achou que a gente ia transar no meu quarto? – perguntei novamente e ela demorou pra responder. – me responde Alicia. – mandei.
— Sim. É Gustavo, eu achei. Achei que você não ia resistir.
— Como você se sente agora? – perguntei com a boca colada a dela. – quer transar comigo? – perguntei.
— Aham. – ela respondeu.
— Então não brinque comigo. – afirmei e me afastei em seguida.
Seu peito subia e descia com irregularidade, ela estava respirando pesado.
Controlei meus impulsos mais impróprios para aquele local e a encarei.
— Quer conhecer o resto da casa? – perguntei de forma irônica.
— Não.
Eu sorri e estendi a mão em sua direção.
— Então vamos voltar pra festa. – ela segurou minha mão e depois passou por mim andando rápido.
Respirei fundo e sorri.
Era eu quem estava no controle agora. A banda ia tocar conforme a minha música!
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Comentem gurias!!
Beijos.