Abortion Magic escrita por Hot Stuff


Capítulo 4
Capítulo 3 - Reconciliações desastrosas


Notas iniciais do capítulo

Eu demoro? Eu demoro. Eu sei que eu demoro MUITO mas me desculpem, eu tive prova atrás de prova!
As únicas ideias que eu tinham eram dos meus novos projetos de fanfic (totalizando 7 fanfics) que pretendo postar.
Um beijo enorme para todas as leitoras novas, e um beijo especial para Lyn Black e missValdez que sempre deixam reviews enormes.
Esse capítulo ficou bem grande, espero que gostem.



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Abortion Magic – Capítulo 3: Reconciliações desastrosas.

Era fato, Rose Weasley nunca tinha beijado nenhum garoto. E foi por esse exato motivo que a ruiva ficou boquiaberta quando Brooke Stuart confessou que já tinha beijado dois garotos.

A Weasley se encontrava no quarto de Claire Agnoletto, acompanhada por Brooke, Alison Scherer e Ella Groeff. Era noite do dia 30 de dezembro, e a melhor amiga de Rose decidiu fazer uma festa do pijama com direito a quatro convidadas.

— E quem foram esses meninos? — Alison perguntou, enrolando um cacho loiro com o dedo e olhando para Brooke com ar de superioridade. Rose não gostava muito da garota.

— Vocês não os conhecessem! Eles... Eles moram perto da minha casa, mas não frequentam nossa escola!

  — Poderia nos apresentar eles. Acredito que Ella ficaria feliz em conhecer um garoto que beija qualquer uma tão fácil, não é? — a garota de cabelos negros extremamente lisos sobressaltou-se.

— Cla-claro, eu acho... — sussurrou, e continuou encarando as mãos nervosamente.

— E você Rose? Já beijou alguém? — Alison desviou a atenção de Ella para Rose. A ruiva arregalou os olhos.

— A Rose? Está mais do que obvio que ela não beijou ninguém! — Brooke sorriu, confiante de que tinha ajudado, de alguma forma, Alison.

— Quieta, Brooke. Minha conversa é com Rose.

— Casper!

— O que tem o irmão da Claire? — Brooke questionou.

— Eu já o beijei! — mentiu.

— Isso é verdade, Claire? — Alison virou-se bruscamente para a morena.

— Não! — Claire respondeu, por impulso. Rose arregalou os olhos mais uma vez e orou para que a amiga conseguisse ler sua mente. — Quer dizer... Não acham que a Rose mentiria para vocês, não é? Rose não mente! — assegurou.

Alison olhou Rose de cima a baixo, avaliativa. Por fim, empinou ainda mais o nariz e disse:

— Sabem Carl Lewis? Ele já me pediu um beijo, mas eu não quis.

— Carl Lewis?! Ele é, tipo, o garoto mais bonito de todo colégio! — exasperou Claire.

— Eu sei, mas eu não quero ser beijada por um garoto que já beijou Melody Denver. Aquela garota é um nojo.

— Você tem razão, Ali. A Denver é tão...

— Calada, Brooke. E quanto a você Claire? Jared Fitz gosta de você.

— E-Eu não...

— Pouco importa! Estou com fome, vocês estão? Poxa, Clair, achei que quando me convidou para a sua festinha teria algo para comer...

— E tem! Vamos buscar algo para comer, Rose — a descendente de italianos puxou o braço da amiga ruiva quarto afora.

No caminho do quarto até a cozinha, Rose viu que o relógio grande e antigo que ficava no corredor da casa de Claire marcava quase meia noite. Daqui a pouco tempo ela já estaria em um ano novo, com sonhos novos e objetivos novos. Se os desse ano fracassaram, não significou nada para a garota que se sentia cada vez mais disposta a realizar os próximos desejos.

— Que história maluca é essa de que você beijou meu irmão?! Quer mesmo que eu coopere nessa sua ideia idiota?! Rose, você não era assim! A Rose que é a minha melhor amiga em todo universo nunca mentiria para ser melhor que gente como Alison Scherer!

— Por que convidou ela, então?

— Você sabe o porquê! Ela é toda popular e maravilhosa! Cansa ter que sentar com o Simon Blauth todo almoço só porque ele é o único que não rejeita a gente quando sentamos com ele!

— Está fazendo mesma coisa. Não tem direito de brigar comigo e... A pipoca vai queimar!

Claire desfez a expressão de indignação para tirar as pipocas do micro-ondas e, por um minuto, pareceu ter esquecido a briga entre as duas. A Weasley queria que Claire realmente esquecesse a briga que estavam tendo, não sabia onde estava com a cabeça quando disse para a loira Scherer que já tinha beijado Casper. Sua mãe sempre ensinou que mentir era uma das coisas mais baixas e repugnantes que um ser humano pode fazer, e ela sempre levou isso como um preceito para a vida. Ser honesta e sincera estava no seu sangue, no seu sangue que provinha de uma longa linhagem de Grifinórios que sempre levaram a coragem de ser quem são como bem maior. Rose demorou tanto para construir uma ideologia que a seu ver era perfeita, por que ela vinha se desmoronando tão facilmente agora? Rose culpava os acontecimentos.

— Estamos fazendo quase a mesma coisa. A diferença é que eu não estou mentindo para me sobressair de todas — suspirou, segurando uma tigela onde havia colocado as pipocas. — Não vamos discutir, certo? Faz parte do nosso juramento de melhores amigas para sempre. Vamos voltar.

— Sabe que não gosto de pipoca de micro-ondas, Clair. Onde está o seu compromisso com o nosso juramento? — riram, as duas meninas deram um rápido abraço.

— Ainda bem que sabe onde ficam as coisas na cozinha, vou subir antes que Alison mate Brooke lá em cima. Consegue fazer pipoca sem mim?

— Não sou uma tonta, Agnoletto!

— Se é o que diz. Boa sorte, Weasley.

A morena se retirou da cozinha, mas assim que chegou à sala de jantar, pronta para subir as escadas, deparou-se com uma versão sua masculina e de olhos azuis encostado na parede.

— Está aqui há quanto tempo? — sussurrou, com medo que a ruiva na cozinha escutasse.

— Tempo suficiente.

— Ouviu muita coisa?

— O suficiente.

— Parece um retardado falando isso — disse zombeteira.

— Jura? Achei que estava parecido com os caras dos filmes.

— Não pegue tão pesado com ela. Aconteceu alguma coisa ruim e ela não quer me contar, então, eu te peço que seja delicado — a garota alertou, retomando o foco do assunto principal.

— Acha que sou tão bruto assim?

— Boa noite, Casper.

— Não vá dormir tão tarde, Clair.

Os irmãos se despediram com um aceno de cabeça, enquanto a mais nova dos Agnoletto seguia para o seu quarto, o mais velho seguiu para a cozinha.

— Sabe, eu espero que você divida pelo menos metade da pipoca comigo.

— C-Casper! Assustou-me! Não é prudente chegar assim em alguém no meio da noite — diz, a mão tremula da garota era evidente enquanto colocava a panela no fogão.

— Ainda acho engraçado o jeito como fala mais rebuscado do que as garotas da sua idade.

— Diz como se fosse muito mais velho do que eu.

— Está estranha, o que aconteceu?

— Alguém já te disse que é muito invasivo falar assim com qualquer pessoa?

— Disse a garota que invadiu minha boca sem mais nem menos.

— Você ouviu? — o silencio instalado era tão vergonhoso para Rose que ela queria entrar no forno, só não o fez porque a voz de Casper a impediu.

— O que acha? Está na minha casa.

— Ai, Merlin... — sussurrou, nervosa. — Eu não queria fazer isso! É que Alison me estressa tanto com seu cabelo loiro perfeito e seus olhos cor de jade.

— Quem é Merlin? Esquece, não é importante. Vamos focar que você está mesmo se submetendo a Alison Scherer. A cabeça daquela menina é tão vazia que deve ter eco.

— Isso foi rude. Mas diga-me, o que está fazendo acordado tão tarde?

— Estava com sede e vim aqui. Foi uma surpresa enorme ouvir você e a minha irmã discutindo. Achei que tinham um pacto de amizade ou sei lá.

— Um juramento, na verdade.

— Tanto faz. Ei, um passarinho de olhos e cabelos castanhos me disse que você nunca beijou ninguém.

— Claire te contou mesmo isso?

— Na verdade não, eu deduzi sozinho.

— Saiba que sua irmã não está melhor do que eu — disse, colocando sal na pipoca já pronta.

— Está me devendo uma pipoca — o moreno chegou mais perto e roubou uma das dezenas que estavam dentro da tigela.

— Por qual motivo?

— Por não acabar com seu show dizendo que eu nunca te beijei.

— Obrigada, Casper, de verdade.

— Eu sei, sou a melhor pessoa do mundo e o cara mais bonito também. Acho melhor subir antes que aquelas garotas transformem a minha irmã em uma metida e esnobe.

Rose deu uma risada, contente por tudo estar certo entre ela e Casper. A ruiva confiava nele, afinal ele era irmão da sua melhor amiga.

— Bom restinho de noite — desejou, subindo as escadas.

Ela já sabia disso, mas por um deslize cometera o mesmo erro. Não que ela havia esquecido o aprendizado ou algo do tipo, ela só foi enganada, como qualquer garota de onze anos seria. Rose Weasley aprenderia novamente a não confiar cegamente em todo mundo.

***

— Bom dia, meninas! O sol radiante do último dia do ano está aí! — a mulher esbelta e de cabelos castanhos entrou no quarto onde cinco garotas de onze anos dormiam.

— Mãe, estamos no inverno. Não tem sol no inverno — Clair projetou as palavras que todas estavam pensando.

— Claro que tem, bobinha, ele só é mais fraco — a senhora Agnoletto disse, abrindo as cortinas. — Fiz um maravilhoso café da manhã, vamos, levantem! Aquela que chegar por último é a mulher do padre!

— Desculpe, senhora Agnoletto, mas ninguém fala isso hoje me dia — Alison levantou do colchão, com os cabelos loiros perfeitamente arrumados.

— Verdade? Que pena. No meu tempo isso fazia todos serem tão competitivos. Enfim, vocês têm dez minutos para estarem lá em baixo e o desjejum continuar inteiro — e saiu.

— Vou ao banheiro primeiro! — o grito estridente de Alison fez com que as outras quatro garotas sonolentas acordassem de fato.

— Vem cá, Alison dormiu ou passou a noite toda no cabelereiro? — Brooke perguntou, com uma escova em mãos, tentando inutilmente tirar os nós do cabelo.

— É uma das habilidades em ser popular — proferiu Rose.

— Acordar bonita?

— Não, gritar tão fino quanto um balão desenchendo — as quatro garotas explodiram em risadas.

Depois de arrumadas, as meninas desceram para tomar café da manhã. O senhor Agnoletto tinha uma expressão comparada com a de uma porta, sem vida. Já a senhora Agnoletto era uma jovem adolescente presa no corpo de uma mulher de 30 e poucos anos.

— Rose, querida, sua mãe me ligou dizendo que já vem lhe buscar. Está com tudo pronto?

— Sim, senhora — respondeu enquanto mordia um pedaço da panqueca.

***

— Como foi a festinha, Rosinha? — Hermione perguntou.

— Mãe! Não me chame de Rosinha, parece que tenho três anos! — reclamou, entrando no carro trouxa da mãe.

— Ah, me desculpe, senhorita “sou uma garota crescida”, mas lembrando de que eu ainda sou sua mãe e posso te deixar de castigo por ter me respondido assim — a senhora Weasley disse, Rose arregalou os olhos, preocupada, até que a castanha desfez a expressão de brava e começou a rir.

— Mãe! — a ruiva resmungou, fazendo biquinho, mas logo acompanhou a mãe nas risadas.

***

 Depois da enorme insistência da mãe, ela finalmente desceu as escadas, aceitando a derrota. Não havia conseguido convencer os pais de passar a virada de ano na casa dos Granger. Claro, todos já estavam acostumados a ficar n’ A Toca quando os fogos de artificio preenchiam a noite estrelada do dia 31 de dezembro, e apesar de toda a beleza e amor que sempre reinava naquele local tão amado pelos Weasley, Rose queria ir para o mais longe dali, não se sentia mais da família, não se sentia mais uma Weasley.

— Não se preocupe, Rose. Todo mundo vai estar lá, e Lily não parou de perguntar sobre você no Natal — Hugo assegurou a irmã.

Droga! Como pôde ser tão idiota ao ponto de esquecer-se completamente de Lily? Estava tão preocupada com não se mostrar abalada para ninguém que nem se recordou da prima dois anos mais nova. Será que Lily ainda falaria com Rose? Ela pedia a Merlin que sim, mesmo que sua fé nele estivesse abalada.

— Papai! Papai! James disse que iria me ensinar a jogar Quadribol de verdade, e que eu poderia usar a vassoura dele! — comemorou o ruivo mais novo, dando um sorriso tão lago capaz de deixar a mostra sua janelinha, marcando que o último dente de lente já havia caído.

O relógio ainda nem marcava duas horas quando os quatro apareceram n’ A Toca. Rose olhou ao redor, será que daria mesmo para jogar Quadribol com toda aquela neve? Seria mais fácil todos só fazerem um boneco de neve, sem usar magia, como pessoas normais que tem uma vida maravilhosa e não precisam de magia para que seu dia seja feliz. Se Ronald e Hermione ouvissem os pensamentos que rondavam a cabeça da filha, ficariam magoados.

— Achei que não chegariam! Por que sempre são os últimos? — questionou Gina, abrindo a porta.

— Tivemos alguns problemas em casa, não é Rose?

— Desculpe — sussurrou.

— Isso não importa. Rony, querido, acho que iria gostar de dar uma olhada no jardim — a ruiva mais velha piscou o olho.

O homem não perguntou só assentiu e seguiu em direção do lugar indicado pela irmã.

— Decoraram o jardim exclusivamente para o jogo do Chudley Cannons, hoje é a final. E também vai ter uma partida mais tarde, Weasley contra Weasley — as mulheres riram.

— O jardim deve estar tão maneiro! — anunciou Hugo, correndo na mesma direção que o pai foi.

— Rosie, todos os seus primos estão na sala, por que não vai lá?

Ela não precisou concordar ou negar, porque Gina puxou Hermione para qualquer lugar da casa. Sem lugar para onde ir, Rose viu-se sozinha, seguindo a passos lentos até onde todos os primos se encontravam.

— Não falem dele assim! Ele é meu amigo, está bem? E tem mais, ele nunca falou nada desrespeitoso sobre nossa família!

— Oh, me desculpe senhor “eu defendo minhas amizades da Sonserina” — disse James com um tom de voz zombeteiro.

— Ele não fala na sua frente, mas quem te garante que ele não sai falando pelas suas costas? — alfinetou Fred II.

— Vocês não são pessoas sensatas. Estão julgando ele pela casa e pelo sobrenome. Vamos, pergunte para Molly se ela acha isso dele.

Todos os olhares recaíram sobre a garota de cabelos incrivelmente diferentes, o tom de castanho e ruivo pareciam lutar entre si para ver quem dominaria.

 — Ele é seu amigo, não é? Confia nele e ele em você, certo? — Albus concordou. — Pronto, agora parem de perturbar minha paciência com essas suas discussões infantis.

— Parece que alguém acordou naqueles dias hoje — Roxanne arqueou a sobrancelha, sugestiva.

— Calada, Roxy. Não está vendo que ela só está assim porque aquele namoradinho dela nunca mais mandou uma carta para ela? — Fred comentou.

— Vocês são os piores primos do mundo — resmungou, jogando um dos feijõezinhos mágicos em Fred.

— Isso é mentira, você nos ama tanto que até vai emprestar esse livro aí para gente — James começou, trocando olhares cúmplices com Fred.

— Acho que ouvi errado. Eu vou o quê?

Ninguém respondeu, os dois garotos só pegaram o livro da prima e saíram correndo, com uma Molly enfurecida correndo atrás. Fazia jus ao nome.

— Ei, Rose! Está aí há muito tempo? Vem cá sentar com a gente — Albus quase gritou, fazendo o restante dos primos virarem na direção da ruiva, que só acenou, tímida.

— Rose, diz que você vai torcer por mim quando estivermos jogando Quadribol. Os idiotas do James e do Fred disseram que vai torcer por eles.

— É, Rose! Vai torcer pelo time das meninas, não é? Mamãe até vai jogar com a gente! — Lily exasperou, animada.

— Rose não vai só torcer... — disse Albus, baixo o bastante para ninguém escutar. — Ah, me diga que vai estar aqui no verão, quero te apresentar uma pessoa. Tenho certeza que vai gostar dele!

— Rose não nos daria esse desgosto — comentou James, voltando juntamente com Fred. Os dois com as pontas da orelha vermelhas, Molly com certeza deu um jeito neles.

— Crianças! Vamos para o jardim! O jogo já vai começar! — Gina Weasley gritou de seja lá onde ela estivesse.

— James — Albus chamou. — Sabe o que fazer? — o mais velho dos Potter assentiu, e junto deles Fred também sumiu.

Lily Luna agarrou o braço de Rose a puxou até o jardim d’ A Toca. Vislumbrando o quintal totalmente desprovido de neve, Rose repensou se magia era tão inútil quanto ela vinha insinuando ultimamente.

***

— Ron acha mesmo que o Chudley Cannons vai ganhar? Quer dizer, eles não vencem um campeonato desde, sei lá, 1892 — ouviu-se o cochicho de Harry Potter preencher o ar silencioso enquanto o jogo dava-se início.

— Os Falmouth Falcons são barra pesada nos jogos, com certeza vão acabar com os Chudley Cannons — Angelina concordou.

— Fiz bem em me casar com alguém que entende Quadribol — George abraçou a esposa.

— Esse seu carinho falso não vai me fazer ter pena de vencer você no jogo, querido.

Fleur veio até onde todos estavam reunidos, e Louis agarrou-se na barra de seu vestido. Sendo o loiro o mais novo dos primos, era até plausível que ele ficasse de fora das brincadeiras mais brutas, mas Louis parecia ter medo de tudo.

— Então, família, para o começo campeonato de Quadribol particular dos Weasley, eu gostaria de chamar todos os jogadores para o nosso campo improvisado — seu sotaque francês fazia as palavras saírem cantadas, Rose gostava disso. — Como todos sabem, os times serão divididos entre time das meninas e time dos meninos. O time das meninas será composto por: Angelina, Gina, Roxy, Victoire, Molly II, Teddy e Carlinhos.

— Espera, se é grupo das meninas por que o tia Carlinhos e o Teddy estão nele? — Lily ergueu a mão e fez a pergunta que também circundava na mente de Rose.

— Porque não tinha gente suficiente no nosso time e porque Teddy não iria conseguir jogar contra mim — a loira mais velha sorriu debochadamente para o noivo de cabelos azuis.

— Não me interrompam, vamos voltar à atenção para mim — pegou Louis no colo e trocou a lista com os times para a outra mão. — O segundo time será formado por Harry, Rony, George, Fred II, Gui, Albus e James. Prontos para começar?

— Calma! Fred, James e Albus sumiram!

— Onde estão essas crianças? Eles não sabem que temos que acabar com esse jogo logo? A final do campeonato vai começar daqui à uma hora! — Ronald reclamou.

— Aqui! Estamos aqui e prontos para jogar! — Albus veio correndo, seguido pelos primos mais velhos.

— James Sirius, o que você fez com a sua vassoura? E por que ela está achatada? — Gina quis saber.

— É para Rose. Albus achou que ela ficaria entediada se só olhasse e não pudesse jogar, então nós fizemos isso — apontou para a achatamento que localizava-se logo após onde era comum os jogadores ficarem.

Gina transbordava de orgulho internamente, a vontade de abraçar os filhos era tanta que desejava não jogar no time contrario ao deles, porque a competitividade Weasley ainda era maior.

— Acha que consegue levar Rose sem nenhum problema?

— Claro, eu sou o melhor nas aulas de Voo — virou-se para a ruiva. — Você aceita, Rosie?

— Pode ser — levantou-se do lado de Lily e seguiu até o primo, temorosa.

Por dentro, ela queria gritar, pular e correr de felicidade. Queria abraçar James, Albus e Fred até que ficassem roxos e sem ar. Por fora, ela aparentava uma expressão impassível, como se não houvesse diferença entre assistir um jogo que nunca poderia participar e poder finalmente participar de algo inédito. Era nova demais e já sabia disfarçar as emoções melhor do que um adulto.

— Certo, Rosie, segure-se firme. Se quiser descer é só me avisar, confie em mim — ele pediu, com os olhos castanhos esverdeados focando nos olhos azuis da garota.

Sem ninguém perceber, o rosto de Dominique atingiu uma coloração avermelhada, expressando a raiva que sentia. Rose era a queridinha de todos, já não bastava isso? Não, agora ela tinha que roubar o seu James.

Sentou-se ao lado de Lily, resmungando palavras feias. A ruiva olhou para a prima de forma duvidosa, a loira olhou para a ruiva de forma ameaçadora.

Passando quase 40 minutos desde o começo do jogo, Rose podia afirmar que aquela era a melhor sensação do mundo. O vento frio de inverno batia leve em seus cabelos, fazendo-os encaracolar-se e balançar como as chamas de uma fogueira. Agarrava-se em James, rindo como uma criança boba. O Potter mais velho estava feliz só pelo simples fato de Rose estar feliz, sentiam saudades da prima nos tempos em Hogwarts.

— Vamos parar um pouco! Preciso ir ao banheiro! — Rony gritou, alertando os outros familiares.

Todos desceram das vassouras, menos Rose, James e Fred II. A ruiva havia pedido que eles voassem mais um pouquinho, só para aproveitar algo que ela nunca mais vivenciaria. Ele cedeu. Como não ceder? Rose era tanto sua irmã quanto Albus e Lily.

— Ei, Roxy — chamou a loira. — Pode me emprestar sua vassoura?

— Você nem sabe voar, pra que iria querer?

— Por favorzinho, Roxy. Eu sou sua prima preferida!

— Errado. Minha prima preferida é a Lucy.

— A Lucy? Por que a Lucy? — indagou.

— Porque ela não me irrita tanto quanto você.

— Não ligo para suas mentiras. Empresta-me logo a vassoura! — Roxanne colocou a vassoura na mão da prima e seguiu até a cozinha para beber algo.

A loira não sabia nada sobre vassouras, só que voavam. Isso era o suficiente, não? Era só subir e voar. Fácil e simples.

Foi tudo muito rápido, de verdade. Foi tão rápido que nem deu tempo de raciocinarem o que acabara de acontecer. Ronald tinha acabado de sair do banheiro e a primeira visão que teve foi da filha caída no gramado. Aparentemente inconsciente.

Fred II jogara uma goles para James segurar, e o mesmo teria feito com sucesso se não fosse por Dominique que entrara na direção da bola. A loira se desiquilibrou, caiu da vassoura em direção ao chão. Mas não caiu de verdade, porque James a segurou antes disso.

Uma reação levou a outra. Rose não se segurava em James, visto que planavam lentamente. A movimentação abrupta para o resgate de Dominique foi a deixa para que ruiva perdesse o equilíbrio. Ela caiu no chão, e não tinha ninguém para impedir.

— Rose! Rose! Rose! — Ronald gritava enquanto corria até a garota imóvel.

Os Weasley fizeram um circulo em volta da garota. Tentavam tanto acalmar Ron como acordar Rose.

— Hermione... Eu preciso da Hermione...

— Ela saiu com Audrey para comprar mais cerveja amanteigada. Devem demorar por causa da neve nas ruas.

— O que eu vou fazer? Eu não sei o que fazer agora! Gina, você é mãe! Ajude-me! — ele estava quase enfartando.

— Vamos leva-la ao hospital trouxa! Não podemos fazer nada com magia em Rose.

— Você dirige — foi a única coisa que disse, colocando Rose no colo e tentando fazer com que Hugo parasse de gritar pedindo explicações.

***

— Graças aos céus não foi nada muito sério, senhor Weasley. Ela quebrou o braço devido à queda, mas não terá nenhuma sequela cerebral. Foi muita sorte.

— Pronto, Rony, está tudo bem. Agora, larga meu braço, está ficando vermelho — ele desculpou-se com a irmã.

— Ela já acordou, está um pouco zonza e não lembra muito bem o que aconteceu. Pode visita-la se qui... — o médico nem terminou de falar e o Weasley correu em direção ao quarto da filha.

Rose parecia tão serena e calma deitada naquela cama de hospital. Seu braço estava engessado, tinha um corte fino na testa e um hematoma perto da bochecha. Naquele momento, ela parecia a sua Rosie, a sua princesinha. Ele perguntava-se quando foi que cortou aquela relação tão boa com a sua filha. Até que lembrou que Rose não era mais a sua princesinha, ela havia crescido num piscar de olhos. Ela era tão especial.

— Papai, entra logo no quarto — ela sussurrou, tirando Ron de seus devaneios.

— Estou tão feliz que você está bem. Achei que nem conseguiria mais se lembrar de mim, mas você tem um crânio forte — passou a mão pelo cabelo da filha, idêntico ao seu.

— Desculpa por fazer o senhor perder o jogo do Chudley Cannons.

— Isso não importa. Desculpa por ser um pai ruim de vez em quando.

— Isso não importa — repetiu. — Eu te amo, papai.

Hermione olhava a cena e sorria bobamente. Aquele homem sim era seu marido.

Naquela noite de ano novo, o Chudley Cannons não foi o único a ganhar algo. Ronald também ganhou o amor de sua filha novamente.


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Notas finais do capítulo

Capítulo bem bonitinho para dar um pause no drama darkness!
Personagens novos! Alison Scherer, gravem esse nome.
Próximo capítulo teremos a aparição de um loiro querido e conhecido na terceira geração.
Um beijinho bem fofo para as meninas do grupo Weasley Valente Fanfics por me apoiarem nos meus outros projetos de fanfic! O próximo capítulo é de vocês!
Queijos e até a próxima porção de drama Weasley! (esse vai ser meu bordão agora)



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