Sirius' daughter escrita por Bianca Lupin Black
Notas iniciais do capítulo
Jonay, este cap é pra vc kkkkk
Naquela noite, Bianca não conseguiu dormir. Depois de ler mais livros do que acharia possível em duas horas, ela pegou o leão de pelúcia que Fred lhe dera e se enrodilhou nos cobertores, pedindo para que o sono viesse. Uma hora e meia se passou e nada de fechar os olhos. Desistindo, ela simplesmente se levantou e foi para a sala de estar, jogando-se em uma das poltronas. Vinte minutos depois, Sirius apareceu no aposento e chamou:
–Você está aí, Bianca. Não adianta fingir que está dormindo.
–Oi pai – ela falou, baixinho.
Ele caminhou até a filha e acariciou seus cabelos.
–Aposto quinze sicles que não dormiu porque está com medo de Voldemort nos encontrar.
Não fale sobre os sonhos,ordenou a si mesma. Desviou os olhos, não podia deixar que o pai os decifrasse. Seu pai é um ótimo Legilimente, lembrou-se do que Severo dissera na quarta.
Bianca visualizou sua mente trancada, esperando não ser punida por usar Oclumência fora da escola. Aparentemente, funcionou.
–Tenho um presente para você – Sirius anunciou e pegou uma caixa de madeira. - Eu e Pontas, pai de Harry fizemos dois espelhos para nos falarmos quando cumpríamos detenções separados. Era raro, mas acontecia. Lembre-se que Harry tem tanto direito a este espelho quanto você.
Bianca assentiu. Cuidaria daquele objeto com sua vida.
)))))))))))))))))))))))
Temeroso, Sirius deixou as crianças no trem, dizendo-lhes que recorressem ao espelho sempre que fosse necessário. Despediram-se e entraram no trem.
–Fred! - Bianca reconheceu o amigo ruivo e correu até a cabine onde ele estava, e só havia um lugar vago.
–Vou procurar outra cabine… - disse Harry sem graça, saindo rápido.
–Harry! - uma voz peculiar o chamou. - Sente-se aqui!
Era Draco Malfoy, um sonserino primeiranista que o observava durante as aulas de Poções e queria muito ser amigo de Harry. E se continuasse assim, ia conseguir.
–Oi Draco – Harry foi simpático, tudo o que Draco queria.
–Oi Harry – o loirinho abriu um sorriso. - Como foi o fim de semana?
–Ótimo. E você?
–Não foi muito legal… - Draco disse, baixinho, virando o rosto e corando.
–O que aconteceu Draco? - Harry tentou não deixar transparecer a preocupação em sua voz.
–Minha mãe está doente e meu pai é ocupado demais para lidar com ela. E ainda diz que sou folgado.
Harry estava triste pelo amigo, isso era uma sensação nova para ele, porque a criação que os Dursley lhe deram não deixava margem para se entristecer por alguém que não fosse ele mesmo. Se havia alguém que merecia a pena e solidariedade de Harry, era Bianca, que era atormentada por Voldemort sem motivo algum, mas por alguma razão, a situação de Draco pedia a atenção de Harry.
–Ele não sabe bem como lidar com isso – disse Harry tentando consolá-lo. - O filho dele está longe e a mulher não está bem de saúde. Veja o lado dele, Draco.
–Eu até queria – o menino suspirou. - Mas ele tem dinheiro, pode pagar para alguém cuidar dela, em vez de abandoná-la. Pode pagar para alguém trabalhar por ele ou ficar comigo, em vez de se sentar no escritório o dia todo.
–Entendo. Também tive um “pai” que não ligava muito para mim, mas encontrei outro que se importa comigo. É isso que você tem de fazer. Encontrar uma pessoa que se importe com você.
–Obrigado Harry, ajudou muito. Ah, chegamos.
Os estudantes entraram no salão principal e Draco e Harry se destinaram a mesas separadas. Durante o jantar, o memorável banquinho de madeira com o Chapéu Seletor em cima estava disposto frente ao salão. A profa. McGonagall disse em alta voz:
–Atenção todos. Nós tivemos… um aluno que recebeu a carta fora do prazo este ano, e iniciará seus estudos no primeiro ano. Dudley, Dursley.
Um menino loiro, gordo e rosado como um porco sentou-se no banco. Harry o fitou, tentando quebrar tudo a sua frente de tanta raiva. Como Duda poderia ser bruxo? Ele seria aceito pelos pais? Ele teria sido expulso de casa quando recebeu a carta?
–SONSERINA! - bradou o Chapéu.
A mesa da serpente aplaudiu educadamente, à contragosto. Nenhum deles parecia gostar de ter um porco que não agregaria em nada à casa como colega. Harry tinha certeza que ele foi selecionado para a Sonserina porque a) não era gentil o bastante para a Lufa-Lufa; b) não era inteligente o bastante para a Corvinal; c) não era corajoso o bastante para a Grifinória; e d) talvez fosse mau o bastante para a Sonserina. Certo, as referências que Harry tinha sobre as “maldades” de Duda eram as tardes que ele passava com seus cúmplices batendo em menininhos. O porquinho sentou-se e o banquete apareceu. Rony e Duda o atacaram vorazmente.
–Coma devagar – Bianca repreendeu Ron -, parece o porco ali – ela gesticulou para Duda.
Harry riu pelo nariz. Em algum lugar, Duda seria ridicularizado por ter o tamanho e peso de um filhote de orca. Bianca reparou que o menino loiro com quem ela trombara no início da semana estava incomodado com a proximidade do novato. Para deleite e riso de todos, Duda agarrou uma coxa de peru e deu-lhe uma dentada, fazendo voar um pedaço de carne na testa do loiro. Até o professor Snape secretou um riso.
–Aquele é o seu primo? - Hermione perguntou, rindo. - O porquinho?
–Sim, ele mesmo.
–Não se parecem nem um pouco – opinou Rony, a boca cheia de suco de abóbora.
–Você parece com ele – Bianca limpou uma gota de suco que voara em sua bochecha.
Fred limpou o queixo dela. - Tem molho aqui.
Bianca cobriu a boca com um guardanapo, tampando as faces coradas. A refeição terminou e os grifinórios foram para a cama e Bianca sonhou de novo.
Era o largo Grimmauld, e uma mulher ria loucamente.
–Encontrei Bianca Black! Encontrei Bianca Black!
–Deixe minha filha em paz! - gritou Sirius.
–Vou matar Sirius Black! Vou matar Sirius Black!
–Cale a boca, Bellatrix – mandou a voz que Bianca ouvira no outro sonho. - Se apontar a varinha para ele de novo, azaro você.
–Mas… - Bellatrix choramingou – porque precisamos dele vivo, Mestre?
–Ele sabe onde está a menina. Você não. Agora diga, Sirius, onde está sua filha?
–Acha mesmo que vou contar, Tom?
–CRUCIO! - gritou a voz, o Mestre, Aquele-Que-A-Perturbava, Voldemort.
Bianca acordou em um rompante. Pegou o espelho em sua mala e pediu por Sirius Black.
–Filha? Está tudo bem?
–Está. E você está ok?
–Não tanto sabendo que está tão mal. O que aconteceu?
–Nada. Estou cansada e vou voltar para a cama. Boa noite – guardou o espelho de volta.
A máxima de Fred voltou a sua cabeça como sempre, mas valeria a pena incomodá-lo a essa hora da madrugada? Uma viagem a sala comunal seria rápida. Sentou-se em uma poltrona e enrodilhou-se em si mesma, rezando para não dormir.
–Bia? - alguém chamou.
–Fred? - ela respondeu.
–Porque não está na cama?
–Pesadelo – ela estava assustada demais para falar muito.
–E porque não me procurou como combinamos?
–Não queria incomodar.
Com um suspiro doce, Fred deitou-se ao lado dela e a abraçou.
–Durma – pediu.
–Não quero. Não quero sonhar de novo.
–Fale sobre o que viu.
Bianca suspirou e contou, rendendo-se às lágrimas no final. Fred apertou o abraço e sussurrou:
–É normal temer, pequena. Eu também teria medo se Voldemort perturbasse meu sono. Fico com você a noite toda, se quiser.
–Fica… - ela pediu. - Canta pra mim?
Fred começou a cantarolar o hino da escola. Totalmente fora de contexto, mas fez o coração de Bianca se acalmar e seus olhos se fecharem. Fred não cantava mal, sua voz era doce e suave. Os dois adormeceram no sofá, abraçados.
++
–Bom dia! - Rony berrou.
–Ah! Vá pro Inferno Ronald – resmungou Fred. - Cuidado, não acorde Bianca.
–Já acordei – a menina disse, grogue. - Temos Poções com a Sonserina.
Fred foi para Defesa Contra as Artes das Trevas com Jorge e os outros terceiranistas, enquanto os primeiranistas rumaram para as masmorras. Draco pediu a Harry que se sentasse com ele, Hermione fez dupla com Bianca e Rony juntou-se a Duda.
–Juntamos os porcos – Hermione disse e Bianca riu.
–Hoje farão a poção do Sono Sem Sonhos – anunciou Snape, dando um sorriso maldoso na direção de Bianca e Hermione, que pensaram juntas: droga!
No decorrer da aula, Hermione e Bianca e Harry e Draco foram as duas melhores duplas da aula, enquanto que Rony e Duda obtiveram uma substância azul – que deveria ser verde – grudenta e que por algum motivo, fizera suas varinhas adormecerem. Snape podia ter limpado a sujeira, mas preferiu ter uma “conversa particular” com Bianca.
–Teve outro sonho? - ele perguntou. - Não minta.
–Tive – a menina respondeu com medo.
–Usou a Oclumência?
–Ia usar – mentiu. - Mas vi meu pai e preferi terminar o sonho.
–Você vai beber a poção do Sono Sem Sonhos hoje, está bem? Precisa de uma noite decente na vida.
–Mas o meu pai! Ele ameaçou meu pai, professor.
–Severo – ele corrigiu docemente. - Para você, Bianca, eu me chamo Severo.
–Severo – ela repetiu -, vai mesmo me obrigar a beber sabendo que eu poderia impedir que algo ruim aconteça ao meu pai se eu tiver os sonhos?
–Bia… - ele colocou o cabelo dela atrás da orelha – é apenas uma noite, e eu sei que você sabe que Sirius está bem.
–Como sabe?
–Eu apenas sei – ele tentou ser evasivo e lhe deu o frasco. - Vá para a aula.
Bianca guardou o frasco nas vestes e saiu, rumando para a aula de Transfiguração.
–Onde estava? - perguntou Harry.
–Falando com Se… Snape.
–Sobre o quê? - perguntou Rony.
–Nada demais.
Ela podia dizer que eram assuntos da Ordem, mas a sociedade ainda era secreta e ela não queria entregar Severo – que todos pensavam ser um Comensal da Morte e não um homem de Dumbledore.
Ficou em silêncio pelo resto da aula, indicando que não gostara da “invasão à sua privacidade”. Durante o almoço, conversou normalmente com os amigos. Os primeiranistas tinham Defesa Contra as Artes das Trevas com Quirrell, que olhou nervoso para Bianca. Qual é o problema dele comigo?, a bruxinha se perguntou. Harry abraçou o ombro da amiga e sussurrou:
–Eu o conheci no Beco e posso dizer que ele é estranho assim todo o tempo.
–Obrigada pelo consolo, mas é o segundo professor que “me estranha”,para usar a linguagem do Brasil.
–Você nunca falou do Brasil – opinou Hermione. - Como é lá?
–Um péssimo lugar para ser trouxa. Imagino que seja pior para os bruxos.
Bianca tinha uma pergunta entalada na garganta desde a aula de Poções.
–Harry, quem era aquele sonserino que sentou com você em Poções?
–Draco Malfoy, porque?
–Nada – ela mentiu, mordendo os lábios.
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