Sirius' daughter escrita por Bianca Lupin Black


Capítulo 101
There was nothing of mine


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a Juliana Sato e Jonay fanfics pelos comentários do cap anterior! Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/652950/chapter/101

Na Toca, Jorge tinha mais sonhos estranhos. Dessa vez, ele observava Fred e Bianca na torre da Grifinória, em ruínas.

Ela estava sentada no colo de Fred e se beijavam febrilmente, como se não se vissem há séculos.

—Você conseguiu – ele sorriu. - Sobreviveu, voltou.

—Eu disse que voltaria – ela riu também. - Agora meus pais vão casar, eu vou para a faculdade e ninguém mais vai ter medo das trevas.

Ofegante, Jorge acordou tentando lembrar os detalhes do sonho, mas logo deitou e sonhou novamente.

Fred e Bianca corriam desesperados para o salão principal. Fred colocara-se atrás de Bianca, de modo a protegê-la de algum ataque. Algumas azarações e Expelliarmus atingiam as costas do rapaz, mas não tinham efeito.

Incarcerous! -gritou uma voz grave atrás deles.

Cordas pretas atingiram e prenderam Bianca, que caiu no chão, e Fred tropeçou nela, caindo alguns degraus abaixo dela.

—Levem-nos – disse o bruxo que a prendera – e coloquem junto com o Potter.

Bianca e Fred foram levados para um porão, onde Harry estava amarrado a uma parede. Comensais colocaram os novos prisioneiros ao lado dele e desaparataram.

—Bellatrix… - disse Harry, fraco – se encontrar Bianca, vai matá-la. O que os denunciou?

—O esconderijo. Era muito óbvio que estaríamos na torre da Grifinória, não é?

Harry meneou a cabeça. Um clarão verde atingiu os três no peito ao mesmo tempo e Bellatrix gritou:

Avada Kedavra!

 

—Está dizendo que isso tudo foi causado pelo camafeu que a Morte lhe deu? - perguntou Bill, desconfiado.

George assentiu. Sabia o que o irmão faria em seguida. Diria que George fora fraco e que agora pagava por seus atos. De fato, Bill disse que as alucinações eram o preço da joia, e que livrar-se dela não faria os sonhos pararem.

—Há esperanças – Bill consolou o irmão – se voltar para Bianca e Fred… tenho certeza que eles o aceitariam.

—Eu não sei onde eles estão – George choramingou. - Meu melhor palpite é a região do bosque, mas…

Antes que ele terminasse de falar, uma coruja jogou uma carta em seu colo. Era de Remus Lupin.

Ao sr. George Weasley

Chegou ao conhecimento do Ministério, que o senhor desobedeceu a uma ordem do seu superior e por isso deve comparecer a uma audiência às 17 horas de hoje.

Atenciosamente,

Remus J. Lupin.

—Estou perdido – George esfregou os cabelos compulsivamente. - Posso ser demitido e Fred pode morrer.

—Calma. Talvez sejam apenas você, Sirius e Remus na audiência e no máximo, eles te obrigarão a voltar para a busca.

Tomara que seja só isso, pensou o ruivo mais novo, para se acalmar. O relógio marcava três e quinze. Milhões de coisas passavam pela mente de George, como a situação de seu gêmeo e sua cunhada. Logo eram quatro e quarenta e cinco. George aparatou para o Ministério, sendo recebido pela mãe.

—O ministro e o chefe dos aurores estão à sua espera, sr. Weasley – ela disse com um semblante sério que o fez tremer internamente.

George assentiu e entrou na sala. Como Bill dissera, a reunião seria íntima, apenas ele, Sirius e Remus, mas ele bem sabia que não era hora de ser descontraído, porque eles estavam ali como sr. Black e sr. Lupin.

—Primeiro de tudo – começou Sirius -, por que foi embora?

—Eu achava que já tínhamos chegado à Horcrux, e depois que recebi o camafeu, pensei que não havia nada mais de meu naquela busca e voltei para casa, pois estava sentindo saudade de casa.

—Quem te deu o camafeu? - perguntou Remus, como se quisesse confirmar uma hipótese.

—A Morte. A encontramos em uma clareira e…

—Ela os presenteou por sua magia? - conjecturou o lobisomem. O ruivo assentiu. - Sirius, pense comigo. A Morte surge apenas quando é preciso e faz sempre o que deve fazer, segundo a Ordem Natural. Se George voltou, é porque os outros tinham de seguir sozinhos. Fique longe da busca George, isso não é mais seu, de fato.

George deixou a sala, meio relaxado, meio tenso. Não seria punido por voltar, e não seria difícil ficar em casa, mas os pesadelos continuariam agora que ele sabia que não tinha culpa?

******

—E aí, Bianca? - saudou Nico, sorrindo. - Como vai, Frederich?

—Nico – cumprimentaram-no. - O que faz aqui?

—Tenho uma proposta para vocês. Ir à Cidade Dourada.

Bianca franziu as sobrancelhas. A Cidade Dourada era um mito infantil trouxa, sobre uma cidade feita de ouro e pedras preciosas, mas não passava disso, um mito. Fred perguntou do que se tratava, e Nico explicou o que Bianca já sabia, acrescentando um poço no centro da cidade que concedia desejos.

—Um minuto – pediu Bianca. - Nada é de graça, ainda mais quando tem magia no meio. Qual é o preço do poço?

Nico negou com a cabeça, sem saber. Ele era apenas um pesquisador, sabia o que e onde tudo devia ser feito, mas faltavam-lhe coragem e poder para executar tais feitos, então ele pedia a ajuda de Bianca. Desnecessário dizer que isso despertava a raiva de Fred, que odiava o Rei dos Mortos por sempre colocar a vida de Bianca em risco.

—Então não vamos com você - disse Fred, colocando a mão protetoralmente sobre o ombro da namorada.

—Não quer saber por que seu irmão foi embora? Por que Harry os deixou? - Nico provocou.

—Eles só queriam voltar para casa – disse Bianca, na defensiva.

—E vocês terem encontrado a Morte poucas horas antes disso não tem nada a ver? A Morte escolhe os presentes que dá e tenta aos mais fracos.

—Explique melhor, e talvez pensemos em ir com você.

Nico suspirou e repetiu a história que ouvira dos espíritos de Antíoco, Cádmio e Ignotto.

—A Morte desenvolveu formas diferentes de se vingar daqueles que a enganam. Ela lê seus corações e realiza os mais profundos desejos momentâneos. George e Fred receberam camafeus porque queriam rever a família. Harry ganhou o celular pelo mesmo motivo, já Bianca queria se defender da Morte, mas sabia que sua magia não seria de valia, a Morte deu-lhe armas.

“George e Harry cederam à tentação e partiram. Fred quase fez o mesmo – Bianca fuzilou o namorado com os olhos -, mas o seu amor, afeição e proteção por Bianca te impediram. O plano da Morte era afastá-los, deixar Bianca só, mas falhou.”

Fred virou-se para a garota, cujos olhos diziam que ela não queria ir, porque eles já haviam dado uma pausa na missão, sem contar que Bianca só tinha até o fim do ano para destruir a Horcrux, mas se o poço realmente não cobrasse nada ou se o preço fosse baixo, poderiam pedir que lhes desse o livro e logo em seguida, queimá-lo.

—Eu posso pagar o preço sozinho – propôs Nico.

—Então vai nos levar ao poço dos desejos, deixar que peguemos o que queremos e pagar o pato depois? - Fred ergueu uma sobrancelha. - Simples assim?

—Bem… é. Bianca já perdeu muito por minha causa. Eu me recusei a conservar a alma de Severo Snape.

—Falando nele -começou Bianca -, ele conseguiu seguir em frente?

Nico assentiu, contando em detalhes o que se passava no outro mundo.

*****

Enquanto Nico guiava Bianca e Fred para El Dorado, passaram por inúmeros bosques e florestas. Não faziam ideia de onde estavam, só podiam chutar que estavam no interior da Grã-Bretanha, se afundando mais e mais, até chegar a Austrália, talvez.

Enquanto caminhava, Fred tentava usar o anel para se orientar, mas a rosa-dos-ventos continuava estampada na pedra, ou seja, a joia era inútil.

Esse cara está nos levando para o quinto dos infernos, ele pensou, fuzilando Nico com os olhos. Recebeu de Bianca uma curta olhadela, porém muito expressiva.

Mesmo tendo concordado ir à Cidade Dourada, Bianca sabia que a prioridade continuava sendo o livro. O poço, o poço, ela repetia para si mesma enquanto prometia que, assim que encontrasse o poço, pediria a Horcrux, destruiria-a e aparataria para casa. Aparatar! Ela e Fred poderiam levar Nico para El Dorado usando a Aparatação Acompanhada e fazer tudo o que precisavam em menos de uma hora.

—Nico -ela chamou -, eu e Fred podemos aparatar com você em El Dorado.

—Não, não podem – o garoto foi grosso. - Acha que os portões não têm defesas para impedir bruxas imbecis como você de tomarem todo o ouro da cidade?

—Não fale assim com ela – Fred rosnou. - Já que bruxos não podem usar seus poderes na cidade, porque está nos levando lá?

Nico deu um sorriso de escárnio, agarrou o braço de Bianca, puxou-a para seu peito e deu-lhe uma punhalada. Sangue espirrou e escorreu, manchando a blusa branca da garota. Tudo isso em questão de segundos. Em seguida, empurrou-a, gargalhando.

—Para matá-la, é claro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sirius' daughter" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.