Resistance escrita por Evy


Capítulo 1
De que deus ele é filho?


Notas iniciais do capítulo

Bem, faz tempo que eu não escrevo nenhuma fanfic e eu me acostumei a apenas revisar as histórias de uma pessoa que conheço (que por algum motivo que não sei, parou de postar as suas histórias aqui), então eu queria tentar de novo. Parece até que eu só escrevo sobre Percy Jackson, mas isso é uma mentira, eu tenho muita pouca criatividade para escrever fanfics dessa saga, eu escrevo mais sobre animes do que livros então, para não lotar o meu perfil com um bocado de histórias que eu nem sei se um dia vou terminar, eu estou colocando essa aqui, porque quero ver se consigo comprovar uma de minhas teorias.



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Grover não sabia de que deus ele era filho, mas seu cheiro era poderoso. Segundo os registros da escola que ele e Quiron bisbilhotaram, a criança é órfã e isso abria a possibilidade para diversos deuses diferentes. Eles conseguiram descartar os deuses que não possuem uma personalidade semelhante a do pequeno semideus e colocaram em destaque os deuses que possuem a personalidade e a aparência ligeiramente idêntica. Não descartando, obviamente, os três grandes. Pois apesar de tudo, Thalia havia nascido e isso significa que Zeus poderia quebrar o pacto novamente ou um de seus irmãos poderia quebra-lo. Eles não poderiam deixar escapar nenhuma possibilidade.

Já fazia quase um ano desde que o pequeno semideus tinha chegado à Academia Yancy, uma escola para crianças problemáticas no norte do estado de Nova York. Aquilo era estranho, nenhum monstro se aproximou dele e ele conseguia controlar muito bem o seu TDAH (Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade). Grover tinha uma teoria, se houvessem monstros por perto, eles eram bem racionais e não queriam atacar um semideus na presença de Quiron.

As férias de inverno já estavam se aproximando, faltavam apenas um dia para o “final das aulas” e quase todos os alunos estavam com seu espirito festivo. O único que parecia não gostar muito do fato de sair da escola era o próprio semideus que Grover ainda tentava incansavelmente fazer amizade, mas o garoto parecia evita-lo mais do que a morte. Mas o garoto não evitava somente o sátiro, ele evitada a todos os estudantes e só falava o necessário na hora e no momento certo. Grover acreditava que era assim que ele conseguia se livrar das atenções dos monstros. Grover apenas esperava do fundo do seu coração, que acontecesse um ataque de monstros ao garoto para que ele pudesse ter uma maneira de se aproximar do garoto, lhe explicar a situação e leva-lo para o acampamento meio-sangue, mas parecia que Grover tinha encontrado um semideus de sorte e isso, definitivamente, o deixava irritado.

Mas hoje, Grover faria sua ultima tentativa. Naquele dormitório, ele faria sua ultima tentativa de se aproximar do garoto, mas teria que espera-lo chegar ao local enquanto ele não chegava, Grover decidiu arrumar a sua mala. Segundos, minutos ou horas, Grover não sabia, pois do jeito que ele estava ansioso e excitado com a perspectiva de ter mais uma chance de se aproximar do semideus. Aquela seria sua ultima chance e se desse certo, Grover poderia arrasta-lo para o acampamento meio-sangue junto com ele e Quiron.

A porta do dormitório se abriu revelando um garoto, mas não qualquer garoto, o semideus com a aura mais poderosa que Grover já sentiu, mas forte até do que a de Thalia. O garoto tinha 14 anos e era levemente alto, era forte e mesmo com a sua blusa um numero maior, dava para ver um pouco de seus músculos em relevo. Usava uma calça jeans azul escura, blusa preta e tênis da mesma cor. Seus cabelos negros estavam arrepiados para todos os lados, mas ele não parecia se importar. Ele tinha olhos azuis elétricos e todas as vezes que ficava com raiva eles pareciam soltar pequenos raios. Lá estava ele, Percy Jackson e Grover temia que ele fosse outro filho de Zeus por causa de seus olhos, mas logo se lembrou de que os olhos do garoto mudavam conforme o seu humor então não se sabia a cor verdadeira deles.

- Oi Percy, como vai? – Grover falou tentando agir como se o conhecesse há muito tempo. Percy estreitou os olhos e eles mudaram de cor para um verde meio amarelado em pouco castanho fazendo Grover de repente pensar em uma folha de arvore morta.

- Olá – respondeu Percy apesar de parecer estar hesitando em fazer isso, mas Grover ficou feliz em saber que o garoto não o ignorou – Sinto muito, mas, quem é você? Não o conheço.

Talvez porque você evita tudo e todos como se eles fossem a sua perdição”. Grover pensou em responder isso só que ele percebeu que aquela era uma frase um pouco hostil e nenhum pouco amigável para poder se usar. Então ele simplesmente respondeu:

- Sou Grover Underwood, somos da mesma sala. – Grover forçou uma risada de constrangimento – Você parece evitar alguns tipos de pessoas, deve ser por isso que também não me conhece – o sátiro viu o menino dar um passo para traz estreitando os olhos – Além disso, só consegui coragem para me socializar com as pessoas agora – ele disse a ultima frase murmurando baixo e abaixou a cabeça para parecer envergonhado. Como se fosse um garoto normal com problemas de timidez.

Vou querer um Oscar de melhor sátiro ator esse ano” Grover pensou. Percy hesitou em dar um passo para frente, mas depois que o fez começou a se aproximar do sátiro a sua frente sem saber que isso seria o primeiro passo para o começo de suas aventuras. Eles começaram a conversar enquanto arrumavam as malas para voltar para casa, apesar de que a conversa poderia ser considerada até um monologo já que Percy muitas vezes só movia a cabeça para disser sim ou não e em algumas vezes ele apenas abaixava a cabeça como se estivesse triste.

- Então, onde vai passar as férias de inverno? – Perguntou Grover mesmo sabendo que o menino voltaria para um orfanato, mas Percy não tinha falado em nenhum momento que era órfão, talvez por medo de que Grover sentisse pena dele ou por pura vergonha de revelar isso. Então o pequeno sátiro não podia sair falando que sabia que o garoto era órfão e que ele tinha mexido da fixa de Percy para encontrar informações a seu respeito. Não daria certo fazer isso e o semideus de olhos agora castanhos como chocolate poderia se afastar ao receber tal informação.

- Eu vou ficar em casa, não posso sair até que o ano escolar comece – Murmurou Percy e hesitou em continuar a falar – Meus pais são... Hm... Super protetores.

Grover não sabia dizer se ele estava dizendo a verdade ou não, aquela era a primeira vez que ele não conseguia ler as emoções de alguém. Aquilo o irritava, e muito. Como ele levaria aquele garoto para o acampamento? Teria que sequestra-lo por acaso? Ele tinha que achar um jeito... Alguma coisa para fazê-lo ir com ele para o acampamento. O cartão! Sim, o cartão com o endereço do acampamento meio-sangue.

- Percy? Como hoje é o ultimo dia aqui, bem, caso você queira me visitar... – Eu peguei o meu cartão e o entreguei – é só ir nesse endereço.

Eu sorri enquanto Percy pegava o cartão. O cartão era bem simples, feito de papel reciclado. Não tinha muita coisa escrita nele, apenas:

Grover Underwood

Guardião

Colina Meio-Sangue

Long Island, Nova York.

(800) 009-0009

Ele parecia estar tentando ler. Dislexia, ele tinha dislexia. Eu só tinha percebido isso agora. Eu não deveria ficar surpreso com isso, a maioria dos semideuses tinha dislexia, mas ele se dava tão bem nas provas e durante as aulas de literatura ele lia perfeitamente bem, que eu achava que ele era um dos poucos semideuses sem dislexia. Ele parecia ter finalmente conseguido terminar de ler e estava pensando em algo. Rápido como um raio ele soltou o cartão que caiu suavemente no chão e deu um passo para trás, a boca ligeiramente aberta e seus olhos arregalados em estado de choque. Seus olhos antes cor chocolate mudaram para verde-mar e depois para azul-elétrico. Faíscas de raios começaram a sair. O que tinha acontecido?! O que ele tinha feito de errado? Porque o garoto ficou tão assustado?

- Grover... – Ele finalmente disse, com um leve tremor em sua voz novamente hesitante – Oque... Oque você é?

Oque? Lembrei-me da excursão que fizemos ao Metropolitan Museum Of Art. em Manhattan. Nancy Bobofit, por achar que aquela aula era inútil e para irritar a Percy cochichou para uma de suas amigas “Como se fôssemos usar isso na vida real. Como se fossem falar nas nossas entrevistas de emprego: ‘Por favor, explique por que Cronos comeu seus filhos. ’”. Lembro-me agora que Quiron havia perguntado para Percy se aquilo realmente importava na vida real, e Percy nos surpreendeu com sua resposta: “Se esse mundo mitológico realmente existisse isso realmente seria importante. Pelas histórias, os deuses desciam ao mundo mortal para terem filhos com os mortais, esses filhos eram chamados de meio-sangue, ou semideus. Se de fato o mundo dos deuses existisse, esses semideuses teriam que aprender sobre a história de outros iguais a eles, por questão de sobrevivência, saber a melhor forma de se defender de um monstro que os ataca, garantiria mais um dia de vida ao semideus em questão. Além disso, se os deuses existissem, teríamos que aprender sobre eles também, não? Ninguém gostaria de pisar no calo de um deus para depois ser transformado em um inseto ou coisa parecida. Porém, mesmo que não precisemos dessas informações pra nos manter vivos, saber de certas coisas a respeito de acontecimentos mitológicos ou não, nos ajuda. Se lermos a trilogia que Sófocles escreveu com a história de Édipo Rei, por exemplo, aprendemos sobre algo que hoje em dia chamamos de complexo de Édipo, é algo interessante, de qualquer maneira.”. Quiron deu três pontos para ele por essa resposta. Quiron parecia bastante impressionado com a resposta. Nem mesmo eu esperava por ela. Achava que ele diria que não sabia como todos os semideuses que não sabem em que mundo realmente vive não saberia responder aquela pergunta e até mesmo a maioria dos semideuses que estavam no acampamento não sabiam responder a aquela pergunta.

A palavra chave do cartão era “Meio-Sangue”. Ele tinha entendido, e eu tinha cometido o erro de subestima-lo. Percy estava me examinando, como se fosse um filho de Atena, como se estivesse querendo descobrir como me fazer perder em um combate. O que ele não queria. Não estávamos em uma luta. Mas ele queria entrar em minha mente. Já tinha visto Annabeth com aquela expressão no rosto de vez em quando enquanto me olhava.

- Sátiro... Grover, você é um sátiro? – Novamente me surpreendi com ele. Percy era tão inteligente quanto um semideus de Atena, e talvez ele fosse mesmo. Eu empalideci. Aquilo não era possível!

- Oque? Percy, você está bem? – Seu instinto começou a apitar, Atena! Atena! Ele só pode ser filho de Atena! Não é atoa que ele é tão esperto! Aquilo era assustador para si.


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Notas finais do capítulo

Então... Se alguém leu esse capítulo, deixe o seu comentário, mesmo que não vá acompanhar, quero saber o que foi bom e o que foi ruim, porque todas as críticas podem ser aproveitadas de uma forma boa para melhorar minhas habilidades de escrita.. :D