Diário Virtual escrita por kathe Daratrazanoff


Capítulo 31
Clichê


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal! Eu sei, sumi de novo, mas por uma boa causa: ganhei um curso de web site e estou AMANDO ele! Ta sendo bem cansativo, estou conciliando faculdade, o curso, blogs (sim, pra quem não sabe eu sou blogueira) e as histórias acabaram ficando meio de lado.

A parte boa é que já tenho meu 1º cliente: o dono de um supermercado que abriu aqui do bairro, e vou fazer um site pra ele. Baita responsabilidade, ne não? Mas aos poucos, tudo vai se ajeitando. Tenham um bom capítulo^^



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Essa é a minha penúltima semana de aula. A maioria dos alunos estarão se despedindo dos colegas e se preparando pra começar as férias, eu não. Porque semana que vem terei minha última chance em matemática, uma prova de não sei quantas questões onde vai cair conteúdo do ano todo. Como se não fosse o bastante, passei raspando em química, o que significa que era pra eu ter reprovado mas por piedade a professora me passou.

Essa a primeira vez que isso me acontece. Eu já disse isso antes? Então vou repetir. Eu nunca, nunquinha mesmo tirei um vermelho na vida, independente do bimestre. E isso foi quebrado graças a uma matéria que achei queria ser muito legal mas não foi. Imaginei que ia fazer misturas, segurar em vidrinhos coloridos e causar algumas explosões. Bom. A única explosão que teve foi minha nota.

A professora perguntou se eu tinha mostrado minha prova de química do 1° bimestre pra minha mãe. Eu disse que sim mas que nem lembrava dessa prova, tinha sido a tantos meses. Mas eu me lembrava sim da nota 1 que tirei. Rasguei e pedacinhos, joguei fora e fingi que nunca aconteceu. Acho que não foi tão inteligente essa ação, eu devia ter percebido que algo estava errado desde o começo do ano. Devia ter me esforçado ali e não empurrado com a barriga.

Matemática eu nem sei o que dizer. Houve uma época em que eu e ela éramos amigas e eu me esforçava para compreendê-la. Mas hoje ela fica nesse cu doce interminável, misturando letras e símbolos e umas línguas esquisitas que não entendo. Saudades, matemática, de quando você ainda era boa.

Eu baixei vários arquivos pra estudar e adivinhe só? Eu não consigo ler nem metade porque :

1) me á sono
2) não entendo nada
3) fico pensando nas coisas engraçadas que eu vi na internet

Precisei fazer uma pausa e comecei a pensar na minha fantasia para o baile. Estou pensando em me vestir como a Nick Minaj no clipe Turnê me On. Nenhuma parte do corpo de fora, relaxe. Tudo coberto e com aquela peruca com cabelo grande e cor de rosa. Eu só teria que fingir que sou meio que um robô e não deve ser difícil, basta eu fazer minha cara natural. Agora só tenho que convencer minha mãe.

Ela veio falar comigo hoje cedo, antes de eu ir pra escola. Me pediu pra conversar com a Rebeca, ver se ela tava bem e tals -uma coisa que eu já ia fazer mas não fiz. Aparentemente saiu o boletim da Rebeca e surpresa, ela reprovou de ano. O que não é tão "surpresa" assim não, geral já imaginava isso. Ela vai ter que refazer o 2° ano, dá pra acreditar? E pra um aluno reprovar ou ele faltou muito ou reprovou em mais de três matérias. No caso dela, foi as duas opções. E poxa, quem reprova em educação física? Rebeca precisa mesmo voltar ao psicólogo. Não, precisa de algo a mais que um psicólogo, precisa se internar. Sei bem disso porque pesquisei sobre o assunto.

Mas voltando a falar de mim, o dia hoje foi bem deprimente. Na escola, os professores e alunos só davam risadas e comemoravam o fim do ano letivo. Passei o intervalo na biblioteca, não querendo ver a fuça de ninguém e ninguém me incomodou.

Professor Jean pediu pra que eu cumprisse minha última detenção e agora estou aqui, deprimida, querendo falar com alguém e não tendo ninguém. Minha irmã já terminou de fazer as malas e vai mesmo voltar pra faculdade, prometendo voltar na véspera de natal. Não queria que ela se fosse, mas não tem nada que eu possa fazer contra isso.

David está jogando pelo time dele, eles estão na final. Ele não me mandou nenhuma mensagem perguntando se eu queria ir, então nem me ofereci. Eu só sinto que vou vomitar e essa vontade vem sendo minha companheira fiél nos últimos tempos. Essa ânsia, esse tédio, essa preguiça.

Me sinto cansada sem ter feito nada.

—--*---

Em um universo paralelo nem tão distante...

Eu tive um pesadelo. Abro os meus olhos, assustada, e tento enxergar algo. Só vejo escuridão. Meu coração está batendo forte, minhas mãos estão suando e eu estou com medo. Sinto uma pequena câimbra nas pernas e me forço a levantar. Não importa o quão rápido eu me mova, não o suficiente, é lento demais.

Quando finalmente acho o interruptor, acendo a luz e observo atentamento meu quarto. Tento controlar meus batimentos, mas o que sinto é pavor indescritível. Por que estou com tanto medo? Isso não faz sentido. Sobre o que eu sonhei?

Tento me lembrar do sonho, não consigo. É como se tivesse uma barreira me impedindo de olhar pra trás. Merda. O que eu vi que me deixou tão assustada? Eu tenho que lembrar.

Gritos, eu ouvi gritos. Em algum lugar, no meu sonho, ouvi gritos como esse. Gritos como...

Alguém está gritando agora e não é coisa da minha mente. E o som, o som é igualzinho ao que ouvi enquanto dormia. Me apresso para calçar mais chinelos e fechar meu roupão, abro a porta do quarto e me encontro em um corredor vazio e silencioso. O grito parou. Que merda está acontecendo?

Continuo olhando para ambos os lados, tentando fazer com que meus olhos se adaptem à escuridão. É nesses momentos que eu queria saber como foi que o Batman aprendeu a ser o que ele é. Minha respiração está tão alta que aposto que do outro lado da casa dá pra ouvir.

—Aaaahhhh!

O grito volta novamente do andar de baixo. Corro para as escadas e paro, colocando minha mão sobre a minha boca. Não posso gritar, não devo fazer nenhum barulho, nenhum ruído, nada. Não sei quem está ali embaixo e um passo em falso pode me prejudicar.

Tento parecer positiva, pensar e coisas boas, quand na verdade eu estou me cagando toda de medo. Não consigo aguentar isso, é como se a qualquer momento eu fosse dar um berro.

Vou descendo as escadas devagar, degrau por degrau, bem devagarinho. Continuo ouvindo um choramingo lá embaixo, é a minha irmã? Sinto meus olhos se encherem de lágrimas e começarem a cair pelo meu rosto. Não posso continuar assim. De minha irmã estiver sendo refém ou coisa parecida? Preciso ligar pra polícia, preciso pegar meu celular.

Quando tento subir pelo caminho do qual andei até aqui o degrau faz barulho, um barulho de "estou sendo pressionado por uma sola de sapato suspeita". Eu vou gritar a qualquer momento, eu sei que vou. Sinto esse arrepio na espinho crescendo mais e mais. E então eu sinto algo atrás de mim.

Pense em coisas boas, pense em coisas boas. Por que não consigo pensar em um hino de igreja pra cantarolar nesses momentos? Uma maldição Winchester para espantar o mal? Péssima ideia.

Fecho os olhos enquanto sinto a coisa atrás de mim me cercando. Tento pensar em Girls In The Home mas nem isso ameniza minha dor.

Minha irmã volta a gritar, dessa vez soando mais desesperada que nunca, e o suor que eu sentia só vai aumentando. Quando estou prestes a tomar uma decisão entre escolher uma das opções ou NAO escoher nenhuma a vida fez isso por mim.

Respiro fundo e com toda a coragem que me resta viro pra trás, estou conformada pra morrer. Fecho os olhos e fico frente a frente com a coisa, tentando não surtar.  Então é assim que uma vítima de roubo ou sequestro se sente?

Abro meus olhos, sabendo que esse é o meu fim. Não posso lutar contra coisa nenhuma. Sou apenas uma adolescente que às vezes tem uns sonhos muito esquisitos e que não via a hora de se enquadrar no normal, mas talvez isso só não fosse pra mim.

Abro os olhos, eles estão embaçados. Um soluço escapa da minha boca e algumas lágrimas acabam entrando por ali. Até que lágrimas tem gosto bom. Gosto de tristeza e sofrimento.

Vejo dois olhos verdes me encarando com um sorriso diabólico. Eu reconheço eles de algum lugar? Tento olhar melhor mas não consigo, as lágrimas não param. E então, repentinamente algo afiado passa pelo meu estômago, e tão rápido quanto acordei sei que falta menos que segundos pra eu morrer.

—---*

Querido Diário, eu peguei no sono e tive um sonho muito louco. Sonhei que estava dormindo e sonhando dentro do sonho. Eu sei, bizarro. Eu estava sonhando que estava tendo algum pesadelo e quando eu abria os olhos e saída do quarto sabia que minha irmã estava em perigo e então acontecia umas coisas meio louca. Escrevi a primeira parte do sonho mas a segunda chega a ser demais. Porque ao invés de morrer eu vou parar numa nave espacial e nessa nave tem alienígenas.

E os caras lá tão discutindo sobre a destruição de um planeta e eu fico tipo, whats? Mas não me intrometo porque estou com muito medo deles me notarem e resolverem abrir meu cérebro. Então eles decidem que vão abduzir 1/3 da população na terra e começa a invasão, eles matam as pessoas que não querem levar e ficam procurando alguma coisa no nosso planeta.

No fim das contas, eles só queriam sorvete. Queriam descobrir como se faz, já que algund alienígenas teriam vindo ao nosso planeta antes e se apaixonado por essa sobremesa, o que fez cm que o sorvete se tornasse uma das comidas mais gostosas na intergaláctica.

Eu não devia ter assistido O Guia dos Mochileiros da Galáxia. Até agora eu to meio confusa com esse sonho. Parecia tão real e assustador ao mesmo tempo. Fazia tempo que eu não sonhava com umas coisas tão estranhas assim.

A última vez que sonhei algo tão ilógico faz quase uns seis meses, sonhei que um cara arrancava meu olho e trocava por um falso. Eu li na internet que sonhos costumam ser interpretações da realidade e do nosso pensamento. Vou tentar separar cada elemento do meu sonho e ver se sai algo que preste.

 


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Notas finais do capítulo

Quem quiser, segue lá nos meus blogs:

umremediochamadoler.blogspot.com
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revisandoecorrigindo.blogspot.com

Ufa kkkk
E até a próxima o/



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