O Quarto Maroto. escrita por Juliana


Capítulo 1
One


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Quando Fred abriu os olhos a claridade era tão forte que foi obrigado a fechá-los de novo, esperou um certo tempo até poder abri-lo novamente, levantou-se de onde estava deitado. Tudo era branco, muito branco. Olhou para si mesmo, e estava nu. Sim, nu num mar de branco. Nada fazia sentido naquele momento. Ele podia ver duas portas mais adiante, mas antes dela haviam quatro pessoas. Todas nuas também, mas por algum motivo isso não lhe chamou atenção, não ficou envergonhado nem excitado ao ver que uma delas era uma mulher. Ele era capaz de reconhecer três delas. Ou ele achava que era.

- Professor Lupin? Sirius? Harry...? - Ele falou o último com certa dúvida, na verdade, o homem parecia muito com Harry, mas olhando bem, não era o Harry.

- Olá, Fred. - Cumprimentou o homem que parecia-mas-não-era-o-Harry sorridente. Sorriso que era estampado na expressão de todos. - Eu não sou Harry. Sou James, e essa é minha esposa Lily. O resto você já conhece.

Fred deu dois passos para trás. Tinha algo MUITO errado acontecendo.

- Espere aí um minuto. Vocês três deviam estar mortos. Porque nós estamos, aqui professor? Onde eu estou? O que é isso? O que vocês estão fazendo aqui? E o mais importante, porque eu estou pelado?

- E quem disse que não estamos mortos? - questionou Sirius. - Nós estamos e, bem, não sei como dizer isso, mas...

Ele não precisou terminar a frase, de repente Fred lembrou-se de tudo, estava na guerra de Hogwarts, ajudando uma garota que se ferira quando viu Rookwood acertar um feitiço na parede e tudo veio a baixo, atingindo-o na cabeça e então... acordara ali.

- E-eu morri? - todos concordaram com a cabeça. Ele não sabia o que pensar. Falou a primeira coisa que lhe veio a cabeça. - E você, professor, morreu também?

- Sim. - Fred não sabia se ficava triste por Remus ou se ficava feliz por não estar sozinho naquele barco. - Devo isso a Dolohov.

- E o Teddy? E a Tonks?

- Tonks juntou-se a mim em seguida, Bella fez isso, mas ela está em outro lugar, um lugar que esperamos que você vá conosco. E Teddy ficará bem, ele te a avó e tem a Harry.

- Mas... mas e o George? Ele já não tem uma orelha, e agora ficou sem mim também. - Fred não pode se conter em fazer essa piadinha infame.

- Olha - a mulher ruiva manifestou-se pela primeira vez, sua voz era doce e soava como uma cantiga de ninar - ele parece Sirius. Ele também chegou aqui fazendo piadinhas. E quanto a George, ele está sofrendo muito, não podemos negar. É por isso que precisamos tirar você daqui logo, quando sua alma sossegar, o coração dele sossegará também.

Por algum motivo, Fred não duvidava nem se surpreendia com nada do que eles diziam. Parecia que a morte tinha acabado com todas as dúvidas e incertezas que ele podia sentir, ele só sentia-se em paz. Por isso não entendeu o que a mãe de Harry quis dizer quando disse que sua alma ainda não estava sossegada.

- Afinal, onde estamos? Me sinto tão em paz, por que minha alma não está sossegada. E porque vocês estão aqui?

- Isso aqui se chama purgatório. - Explicou Remus, como o bom professor que era - Você morreu e deixou tudo para trás, mas ainda não está no paraíso. Ainda tem uma escolha a fazer antes de ir, ou não ir, para lá. Nós estamos aqui para uma coisa que chamada de "recepção". James foi recepcionado por seus pais; Lily por James; Sirius por James e Lily; eu por James, Lily e Sirius. Nosso caso foi uma espécie de reencontro.

- Mas porque vocês? Porque não minha avó Audrey? Eu realmente gostava muito dela.

- Ela queria vir - disse Sirius - mas nós pedimos para que ela nos desse a honra. Ela está esperando por você.

- E porque vocês fizeram isso?

Os marauders trocaram um sorrisinho entre si. James limpou a garganta forçadamente, demonstrando que queria falar.

- Não é segredo para ninguém que quando Peter nos traiu, nós ficamos com um marauder a menos. Também não é segredo que você e seu irmão George são os príncipes das traquinagens em Hogwarts, os príncipes porque os reis somos nós, claro. Sendo, portanto, fortes candidatos a vaga. Por isso, eu como o líder dos Marauders, tenho o prazer de comunicar-lhe que os Srs. Prongs, Padfoodt e Moony gostariam que vocês ocupasse o cargo. - Terminando de seu discurso polido, James acompanhado dos outros homens fizeram uma reverência a Fred.

- Pelas cuecas freadas de Merlin! Quase esqueci que vocês são os Marauders. Caras, sou um grande fã de vocês! Aquele mapa, nossa! Não posso acreditar. George ficaria louco se soubesse, ele com certeza invejaria o fato de eu ter morrido e não ele. - Os homens riram com a piada. - Eu tenho a honra de dizer que, sim, eu aceito "quebrar esse galho" para vocês.

- Hey, garoto, não vá se achando muito. Você ainda é o novato. - Sirius repreendeu brincalhão.

O recém chegado apressou-se a apertar a mão de todos, repetindo "caraca, eu sou um marauder agora!". Ele então lembrou-se de Lily, a mulher mantivera-se calada até aquele momento, virando-se para ela percebeu o singelo sorriso em sua face.

- E você? Também tem algum motivo especial? Harry tem os olhos iguais aos seus, uma vez minha irmã caçula fez um poema falando deles.

- Ah, nós sabemos. Sabemos de tudo. Acompanhamos Harry em toda sua jornada, gosto muito de Ginny. É justamente por acompanhar Harry em sua jornada que eu estou aqui. Vim pagar uma dívida, com muito prazer.

- Dívida?

- Sim. Uma dívida que adquiri com sua mãe no momento em que Harry a conheceu. Durante anos, sua mãe cuidou do meu amado filho, guiou-o, protegeu-o, tratou como se fosse dela. Sua mãe foi a mãe que eu não tive a oportunidade de ser para o Harry. É por isso que estou aqui hoje - ela afagou o rosto de Fred - para cuidar de você como sua mãe cuidou do meu Harry.

Fred estava sem palavras, sentiu tanta tristeza por aquela mulher que não pôde cuidar do próprio filho e pelo próprio Harry que não teve a oportunidade de conhecer a mulher mais doce do mundo. Viu os olhos da ruiva lacrimejarem e a abraçou.

- Ele ama você. Ama muito você. Muito obrigado por querer cuidar de mim, é uma honra, Sra. Potter.

- Por favor, é Lily. Só Lily.

- Tudo bem, Só Lily.

A mulher riu e Fred viu a oportunidade perfeita para se desvencilhar do abraço e perguntar sobre sua última dúvida:

- E aquelas portas? Para onde levam? O céu e o inferno?

- Não, quem vai para o inferno nem ao menos chega ao purgatório. Vai direto para lá. - Comentou Sirius, quanto todos se aproximavam da porta.

- Uma porta - Prosseguiu Remus apontando para porta à direita - O faz reencarnar. Você vai poder viver novamente, mas sem nenhuma lembrança de sua vida passada. E pode reviver tanto quanto bruxo, como quanto trouxa. Em qualquer parte do mundo. É bom para quem acha que ainda não viveu o suficiente e quer viver ainda mais, ou aqueles que nunca conheceram o amor e têm essa vontade, ou os que queriam ser ricos e não foram, ou...

- A outra - Lily interrompeu impacientemente, indicando a porta à esquerda . - O leva para o paraíso. Sim, ele existe. E o nome o descreve perfeitamente. E você pode acompanhar a vida daqueles que ama de lá.

- Foi a porta que escolhemos. - James esclareceu, como se realmente precisasse de esclarecimentos quanto a isso. - Nós não podemos influenciar na sua decisão. Só viemos até aqui para dar a notícia da morte e explicar como funciona. Depois de entrar por uma das portas, não há como voltar. Agora é com você.

Fred não precisou de muito tempo refletindo para responder.

- Mesmo sendo jovem, acho que vivi o bastante. E vivi bem. Eu quero ver como minha família está. E, bem, não posso desfalcar vocês novamente, posso? - perguntou, sorrindo, aos Marauders retoricamente.

E, juntos, eles entraram pela porta à esquerda. Com Lily "pagando" sua dívida e com o grupo mais encrenqueiro de Hogwarts finalmente completo.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Será que mereço comentários?