Descobertas escrita por Nyne


Capítulo 1
Descobertas - Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Como prometi, aqui está a extensão / bônus da minha fic tão querida por vocês, "Chance - Primeira e Segunda temporada".
Pra quem não leu, segue o link:
https://fanfiction.com.br/historia/206408/ChancePrimeiraeSegundatemporada/
Espero que gostem dessa One, pois a fiz com muito carinho, assim como quando escrevi Chance.
Ótima leitura!



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O ar já estava começando a faltar nos pulmões de ambos, mas nenhum pretendia acabar aquele beijo. Parecia uma competição para ver quem aguentava mais tempo. Como sempre, o vencedor foi Miguel.

– Droga! Não queria ter parado. Estava tão bom...

– Recupera o fôlego e começamos de novo ué. Não vou achar nenhum pouco ruim...

– Às vezes acho que você me enganou sabia?

– Te enganei? Por que Gabi?

– Lembra a primeira vez que ficamos e eu disse que aquele tinha sido o meu primeiro beijo?

– Lógico que lembro. Foi o seu e o meu também.

– É aí que acho que você me enganou.

– Posso saber o porquê dessa desconfiança?

– Ah... Você está beijando bem demais pra quem nunca beijou antes na vida. - diz descontraída, mas ficando vermelha, uma das suas marcas registradas.

Miguel riu com o comentário e reação da namorada. Adorava quando ela ficava daquele jeito na frente dele.

– Bom, se for assim você também me enganou, porque também beija muito bem.

Gabriela, ainda vermelha ri.

– Ah, mas o que eu sei eu aprendi com você.

– E eu com você bobona. É que estamos namorando tem o que, uns dois anos certo? É tempo pra caramba praticando. Aliás, falando em praticar... Sonhei com você essa noite. - diz um pouco sem jeito.

– Sério? E como foi o sonho?

– Eu não lembro direito...

– Miguel, você não sabe mentir. Anda logo, me fala como era o sonho. Fiquei curiosa agora!

– Quer mesmo que eu diga?

– Lógico!

– Ok. Só não me bata.

– Te bater? Por que bateria em você?

– É que tinha uma parte do sonho que eu... Eu tirava a sua blusa.

Gabriela ficou com o rosto completamente vermelho, porém Miguel não estava tão diferente dela.

– Só isso? Quer dizer, não acontecia mais nada?

– Acontecia. Na verdade isso foi só o começo do sonho.

– Não sei se vou conseguir ouvir o resto.

– Ficou com raiva de mim?

– Não, nada a ver. É que eu fico sem graça quando tocamos nesse assunto.

– Eu sei, também fico pra falar a verdade.

– Só me responde uma coisa. No sonho... Você e eu... A gente... Fazia?

Ele faz que sim com a cabeça. Gabriela ri.

– Tenho que confessar uma coisa pra você Guel. Eu também tenho tido sonhos assim.

– Sonhos? Assim mesmo, no plural?

Agora foi a vez dela de fazer sim com a cabeça.

Miguel parece ficar um pouco perdido em pensamentos. Olha para a namorada e em seguida lhe beija a testa. Gabriela sorri com o gesto.

– Gosto quando você me beija assim.

– Eu sei.

Eles ficam abraçados por um tempo. Não pronunciaram uma única palavra, mas os pensamentos corriam soltos. Miguel quebrou o silencio.

– Gabi?

– Hum.

– Você quer... Tentar?

– Eu? E você? Quer?

– Quero, mas só se você quiser também.

– Eu quero, mas tenho medo.

– Medo de que?

– Não sei explicar. Tantas coisas.

– Eu também tenho medos Gabi.

– Mas você é homem!

– E o que tem a ver? Por isso não posso ter medo também?

– É diferente Guel... Com certeza os meus medos não são como os seus.

– Conta os seus medos pra mim então.

Gabriela fica em silêncio por um tempo e desvia os olhos de Miguel. Ele segura o rosto dela, fazendo com que o olhasse novamente.

– Gabi, sou seu namorado. Você sabe que pode confiar em mim.

– Eu sei... Você não vai rir de mim né?

– Prometo que não.

Ela respira fundo e começa a falar.

– Ouvi as meninas na escola conversando sobre isso e fiquei com medo.

– O que elas falaram que deixaram você com medo?

– Todas falaram que na primeira vez delas doeu muito e algumas falaram que sangraram bastante também.

– Hum... Esses são seus medos então?

– Na verdade tem mais um. Acho que o maior deles.

– E qual é?

– Você perder o interesse em mim depois que acontecer e querer saber como é com outras garotas, mais entendidas no assunto do que eu. Querer descobrir coisas novas.

Miguel sorri e passa os dedos levemente pelo rosto de Gabriela.

– Você disse que não ia rir.

– E não estou rindo. Gabi presta atenção. Se eu não quis experimentar outros beijos depois de conhecer o seu, porque vou querer experimentar outras coisas?

Gabriela fica corada e mais uma vez Miguel lhe beija a testa, mas de uma forma mais demorada que a anterior.

– Como te falei agora pouco, eu quero muito tentar, mas só se você quiser também. Não vou forçar a barra, você sabe disso não sabe?

– Sei.

– Então relaxa. Pensa bastante, sem pressa.

– Tá bom.

**************************************************************

Naquele mesmo dia Miguel ficou relembrando a conversa que teve com Gabriela.

Ficou criando inúmeros cenários em sua cabeça de como seria enfim a primeira vez deles. Queria que fosse perfeito, especialmente para ela, mas com todos os medos e inseguranças que a namorada tinha, as coisas seriam um pouco mais complicadas.

Queria conversar com alguém, mas não queria expor Gabriela e o relacionamento deles pra qualquer um.

Não poderia conversar sobre isso com o melhor amigo, Rafael, afinal ele era irmão gêmeo de Gabriela. Pensou em falar com a própria irmã, Amanda, com quem se dava muito bem apesar dos seis anos de diferença, mas também acabou descartando a ideia. Não achava que era um assunto com o qual poderia falar com a mãe sem ficar morrendo de vergonha. Foi então que se deu conta que tinha com quem conversar, alguém que poderia confiar para se abrir e com a certeza que não ficaria tão constrangido.

Foi até a sala de casa, onde se certificou que não haveria mais ninguém além dele.

– Pai?

– Oi filho. Que milagre é esse que não está no video game?

– Não estou conseguindo me concentrar em nenhum jogo hoje.

– O que foi Miguel? Aconteceu alguma coisa?

– Mais ou menos... Posso falar com o senhor?

– Claro. O que está acontecendo?

– Pode ser no meu quarto pai? Não quero que a mamãe ou a Amanda escutem sabe?!

Bernardo já estava começando a entender sobre qual assunto o filho queria falar.

– Claro, como quiser.

Eles vão até o quarto de Miguel, que antes de fechar a porta olha atentamente para ambos os lados do corredor. Bernardo senta na cadeira da mesa do computador e Miguel na cama.

– Não acho que seria necessário todo esse esquema de segurança, até porque sua mãe e a Amanda foram ao shopping e nós dois sabemos bem que, quando isso acontece, não têm hora pra voltar.

– Eu sei, mas isso agora é o de menos pai. Estou confuso e preciso de ajuda.

– Começa pelo começo Miguel. O que aconteceu?

– Está certo. Bom, não é novidade nenhuma que eu namoro a Gabi certo? Tem a ver com ela, comigo e com ela na verdade.

– Hum. - diz Bernardo cruzando os braços e ficando com as costas eretas na cadeira.

– Sei que pode parecer ridículo o que vou falar pai, ainda mais nos dias de hoje e com a minha idade, mas eu amo demais a Gabi. Demais mesmo, muito, desde criança. Ela me faz muito feliz e eu quero ficar com ela pelo resto da minha vida. Quero casar com ela, ter filhos com ela.

– A Gabriela é uma ótima menina filho, sei bem disso. Não se esqueça que vi ela e o irmão crescerem junto com você. Mas porque você não vai direto ao assunto?

– Certo, é verdade. Então pai, eu amo muito a Gabi e sei que ela também me ama. Sei também que é normal duas pessoas que se amam terem certos... Desejos...

– Desejos... Sei... Continue.

– A questão é a seguinte pai: Ela é virgem e eu também e nós dois queremos perder a virgindade juntos, mas ela tem medo. Conversamos sobre isso hoje e eu não faço ideia de como tranquilizar ela, até porque eu também tô com medo.

– Qual é o seu medo?

– De machucar ela. E o machucar que digo não é só no físico em si, mas em tudo. Tenho medo de sem querer falar ou fazer alguma coisa errada e machucar a Gabi. Falei pra ela pensar sobre a nossa conversa, de tentarmos ter a primeira vez da gente, mas sem pressa, exatamente por isso, porque não quero que ela ache que estou forçando a barra entendeu?

Bernardo faz que sim com a cabeça e apóia os cotovelos nos joelhos.

– Certo, me deixa falar agora tudo bem?

Miguel concorda enquanto Bernardo se ajeita na cadeira.

– Primeiro. Não acho ridículo o que você sente pela Gabriela, pelo contrário. Eu também me apaixonei cedo pela sua mãe. Segundo. Acho muito bacana isso de você e a Gabriela se descobrirem juntos e acredite filho, eu entendo os seus medos, aliás, passei pelos mesmos.

– Como assim pai?

– Sua mãe falava que na época da escola eu era um galinha. Eu era mesmo, mas não do jeito que ela pensava. Eu fiquei com muita menina na escola, mas nunca fiquei com nenhuma do jeito que fiquei com sua mãe. Ela foi a minha primeira e única, mas ela não sabe disso até hoje. - diz Bernardo rindo.

– Sério pai? Mas porque nunca contou isso pra ela?

– Sua mãe sempre foi muito teimosa, não ia acreditar em mim. E admito que eu tinha vergonha de ser virgem. A fama de galinha que sua mãe me deu foi bem útil. Ah, antes que me esqueça, nunca diga isso pra sua mãe entendeu?

Miguel ri e concorda com o pai.

– Enfim, continuando. Vocês dois se descobrirem juntos é uma coisa bacana e até mesmo saudável pra vocês, mas tem que existir respeito mútuo de ambas as partes. Você está absolutamente certo sobre isso de não querer forçar a barra com ela. Cada menina tem o seu tempo.

– Eu sei pai. Eu quero muito, mas só se ela também quiser.

– Comigo e a sua mãe foi meio que na afobação. Ela queria, eu queria, mas nós nunca chegamos a ter uma conversa como essa que você disse que teve com a Gabriela. Era tudo novo pra gente, não queríamos perder tempo com conversa ou o que quer que fosse. Exatamente por isso acabamos sendo muito irresponsáveis. Você já conhece a história.

– Já. Quando a mãe ficou grávida da Amanda ela tinha 16 e você 17.

– Isso. Não foi tanto tempo depois que tivemos a nossa primeira vez. Muita coisa mudou na nossa vida por isso. Sua mãe largou os estudos e mesmo eu insistindo pra ela retomar ela nunca mais voltou pra escola. Eu só terminei a escola e a faculdade porque ela me apoiou. Por muito tempo me senti culpado por isso, mas dona Larissa é teimosa, vivia me dizendo que ela estava feliz como dona de casa, mãe e esposa. E realmente filho, quando olho pra sua mãe vejo uma felicidade genuína nela.

Miguel sorria enquanto o pai falava. Ele queria que sua história com Gabriela fosse como a dos pais, pois sabia que assim como ele e a namorada, seus pais também eram amigos antes de terem um relacionamento.

– Quanto a sexo seguro sei que você está bem informado certo? Mas é sempre bom reforçar: Não deixe de usar camisinha.

– Eu sei pai, isso está tranquilo pra mim. É outra coisa que está me deixando nervoso.

– O que?

– As amigas dela disseram que a primeira vez dói e sangra. Isso é mesmo verdade ou só falaram isso pra tocar o terror mesmo?

– Bom, cada menina é de um jeito filho. Não é porque isso aconteceu com as amigas dela que é obrigatório acontecer o mesmo com ela. Mas ela vai estar nervosa na hora, tanto ou mais que você, então pode ser que ela se sinta desconfortável também.

– Tô com medo de machucar ela, pai.

– Você não vai machucar ela filho, mas você também vai ter que ser paciente e cuidadoso. É complicado pedir isso na primeira vez, mas você vai ter que se esforçar pra isso. Ela vai confiar em você.

– Eu sei. - diz passando a mão nos cabelos. - Não quero decepcionar ela pai.

Bernardo levanta e vai até a cama onde o filho está, sentando-se ao lado dele.

– Miguel, se você ama tanta a Gabriela quanto diz que ama, e digo isso por dizer, porque sei que é verdade e tenho certeza que ela também sabe, não tem com o que ter medo. Siga o seu coração. Nervosos vocês vão ficar mesmo, muito, mas aos poucos vai passando.

Miguel olha para o pai com um leve sorriso nos lábios.

– Valeu pai.

Bernardo dá um beijo no topo da cabeça do filho.

– Sempre que precisar sabe que pode contar comigo. - diz ao se levantar e seguir em direção a porta - Ah Miguel! Nenhuma palavra sobre aquilo com a sua mãe hein?!

– Pode deixar pai, ela nunca vai saber.

Bernardo sorri e sai do quarto. Miguel se joga na cama e pensa em Gabriela.

– Minha cerejinha... Queria que você estivesse aqui agora.

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Gabriela tinha o mesmo pensamento quanto a Miguel. Estava deitada na cama, abraçada a um urso de pelúcia que havia ganhado de presente dele quando Alice bate a porta.

– Está aberta. - diz a menina ao se sentar.

– Tem roupa suja Gabi? Vou colocar roupa na máquina.

– Não mãe, as que tinha coloquei no balde já.

Alice concorda com um maneio de cabeça e se prepara para sair quando Gabriela a chama.

– Mãe, meu pai ou o Rafa estão em casa?

– Não, foram no jogo hoje. Porque filha, queria falar com eles?

– Não, na verdade é o contrário. Quero falar com você, mas sem eles por perto.

Alice vai até a cama e senta ao lado da filha.

– Bom, estou aqui. Sobre o que quer conversar?

– Sobre o Miguel. Bom, na verdade é sobre o Miguel e sobre mim também.

– Vocês brigaram?

– Não, na verdade estamos muito bem.

– Então o que foi?

Gabriela começa a ficar vermelha.

– Oh meu Deus Gabi, vocês dois...

– Não mãe! Ainda não...

– Ainda não?!? - pergunta Alice confusa e vermelha (Gabriela havia puxado esse traço dela).

– O Miguel e eu sempre conversamos sobre tudo mãe, inclusive sobre isso, mas de uns tempos pra cá eu tenho me sentido diferente.

– Diferente como?

– Eu penso na gente junto, fico imaginando como vai ser entende? Já até sonhei com isso, literalmente falando. E conversando hoje ele falou que também tem sentido essas mesmas coisas.

– Vocês já estão juntos tem um tempo não é filha?

– Dois anos.

– Dois anos - diz Alice com um sorriso. - O mesmo tempo que aconteceu comigo e com seu pai.

– Como assim, o mesmo tempo que aconteceu com você e meu pai? Aconteceu o que?

Alice sorri.

– Quando seu pai e eu começamos a namorar eu tinha 14 anos e ele 17. Eu tinha 16 anos, a sua idade hoje quando perdi a virgindade com seu pai. Exatamente dois anos depois que começamos a namorar.

– Isso é sério mãe? A sua primeira vez foi com o papai?

– Sim. Seu pai foi o primeiro e o único homem na minha vida.

– Que lindo mãe!

– Até hoje eu me lembro Gabi. Foi um dos dias mais lindos da minha vida, juntamente com o dia que me casei com ele e o dia que você e o Rafa nasceram.

– Também queria que a minha primeira vez fosse assim, mas tenho medo que não seja do jeito que sonhei.

– E por quê?

– Ouvi a conversa de umas meninas na escola que me assustou.

– Que tipo de conversa?

– Ah, elas estavam falando como foi a primeira vez delas. Todas falaram que dói pra caramba e que sangra muito também.

– Não é bem assim filha. Isso não é regra. Algumas meninas sentem dor, outras não, do mesmo jeito que algumas sangram e outras não.

– Como foi com você mãe? Quer dizer, se não se importar em falar...

– Não me importo, como te falei, tenho boas lembranças desse dia, além do mais, sou sua mãe, não preciso ter segredos com você, do mesmo jeito que você também não precisa ter comigo.

Gabriela sorri para a mãe que com um sorriso bobo começa a contar como as coisas aconteceram.

– Eu me sentia exatamente como você Gabi. Ficava imaginando como seria, fazia mil e um planejamentos na minha cabeça. Mas o seu pai não, bom, na verdade eu achava que não.

– Como assim?

– Seu pai é três anos mais velho que eu, então terminou os estudos antes. Logo começou a trabalhar e fazer cursinho, por isso nos víamos mais nos fins de semana. Nesse tempo queríamos matar a saudade e as coisas ficavam mais...

– Quentes?!? - completa Gabriela com um sorriso irônico.

– Sim, quentes. - respondeu Alice vermelha. - Mas sempre que acontecia isso o seu pai se afastava de mim. Eu não entendia e ficava com várias pulgas atrás da orelha. Pensava que ele não gostava mais de mim, que tinha conhecido alguma outra moça no cursinho dele, várias coisas.

– O papai sabia que você era virgem?

– Sabia. Na verdade foi exatamente por isso que ele se controlava. Dizia que não queria ultrapassar os meus limites e que não queria me forçar a fazer algo que eu não estava pronta.

– Mas quando a gente sabe que está pronta mãe?

– Foi a mesma coisa que perguntei pra ele. Disse que se ele não me ajudasse eu nunca ia saber.

– E ele?

– Ele riu e disse que quando eu estivesse pronta eu saberia sozinha. Fiquei com raiva do seu pai nesse dia, mas ele estava certo, porque foi exatamente assim.

– Então é assim? Do nada a gente sabe que está pronta? E se eu achar que estiver e não estar?

– Sei que parece confuso assim filha, mas acredite, quando você estiver realmente pronta você vai saber. Foi assim comigo.

– E como aconteceu mãe? Vocês combinaram alguma coisa?

– Não, nada planejado. Bom, eu tinha um roteiro na minha cabeça, que não aconteceu exatamente como imaginei, mas o seu pai nem imaginava nada.

– O que você fez?

– Você sabe que seu pai me chama de moranguinho né? Ele começou a me chamar assim na escola, porque eu ficava vermelha quando ficava com vergonha.

– Eu também sou assim, por isso o Miguel me chama de cerejinha. - diz rindo.

– Bom, no dia do aniversário de 19 anos do seu pai eu não sabia o que dar de presente pra ele. Queria dar alguma coisa especial, mas nada do que eu via parecia ser o suficiente. Foi aí que eu me dei conta que enfim estava pronta.

Gabriela arregala os olhos e leva as mãos à boca.

– Mãe... Você se deu de presente pro papai?! Foi isso mesmo?!

– De certa forma sim - diz rindo. - Na verdade o presente foi uma camisinha de morango, mas nós dois sabíamos que só tinha um jeito dele usar.

– E a reação dele?

– Ficou bem parecido com você agora, chocado. Disse que não precisava ser daquele jeito, que ele podia esperar eu estar pronta e blá blá blá. Você sabe que seu pai fala pra caramba né? Então eu falei que uma vez ele mesmo me disse que quando eu estivesse pronta eu saberia e que eu tinha certeza que estava pronta naquela hora. Ele ficou um pouco relutante, mas cedeu, porque viu que eu estava pronta mesmo, não estava sendo pressionada e nem nada. Então aconteceu.

– E como foi mãe? Doeu e sangrou com você?

– Não vou mentir filha. No começou doeu, mas não foi uma dor insuportável, mas não durou muito também. Eu estava nervosa, tensa, isso acabou ajudando. E sangrou, mas só um pouquinho.

– É isso que não entendo. Se você estava pronta então porque ficou nervosa?

– Uma coisa não tem nada a ver com a outra Gabi. Sempre se fica tensa, ansiosa ou nervosa diante de algo que é novo pra você. Dificilmente você vai conhecer uma garota que não ficou nervosa na primeira vez.

– Tenho certeza que vou ficar, me conheço.

– Mas o Miguel também te conhece e tenho certeza que ele vai respeitar o seu tempo. Aliás, ele não só te conhece bem como também ama você. Isso é visível nos olhos dele.

Gabriela ri sem jeito, ficando corada. Alice ri por ver tantas semelhanças na filha.

– Eu te contei que ele foi o meu primeiro beijo né? Que nós perdemos o bv juntos.

– Sim, contou.

– Eu também estava nervosa, mas ele me deixou calma. Mesmo estando tão nervoso quanto eu. Será que na nossa primeira vez também vai ser assim mãe?

Alice segura à mão da filha e a abraça pelos ombros.

– Vocês estão vivendo uma fase de descobertas meu amor, uma fase linda e que infelizmente muitos casais não conseguem viver por pular etapas ou simplesmente achar bobagem. Se vocês dois se deixarem guiar pelo sentimento que sentem um pelo outro e se respeitarem sempre, tenho certeza que todos os momentos que viverem juntos serão maravilhosos.

Gabriela sorri e dá um beijo em Alice.

– Obrigada por me ouvir e contar sua história com o papai. Quero que a minha com o Miguel seja tão feliz como a de vocês dois.

– E eu quero que você seja feliz filha.

Alice dá um beijo na filha e se prepara para sair quando olha para Gabriela.

– Só uma última coisa. Quando você sentir que está pronta, não esqueçam de usar camisinha ok?

Gabriela ri ficando vermelha.

– Não se preocupe, isso não será esquecido.

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Dois meses depois

– Droga! Mil vezes droga!

– O que foi Gabi?

– O Rafa não te contou? Não vai mais viajar no feriado com a gente.

– Sério? Mas ele estava tão empolgado. O que foi?

– Avisaram em cima da hora que um dos caras do time de vôlei se machucou e ele foi escalado no lugar. E avisam hoje, em cima da hora!

– Calma cerejinha, não precisa ficar brava.

– Precisa sim Miguel. Sem o Rafa o meu pai não quer me deixar ir.

– Você esqueceu um detalhe. O Rafa não vai poder ir, mas eu vou. Comigo seu pai deixa.

– Será?

– Certeza.

– Mas Guel, você não ia passar o feriado no sítio com uns parentes do seu pai?

– Ia, mas a Amanda e eu demos um jeito de fugir - diz rindo. - Ela vai viajar com umas amigas da faculdade também, então meu pai e minha mãe vão sozinhos.

– Ah tá, entendi.

– Cadê o tio Daniel? Vou falar que também vou viajar com o pessoal, aí ele fica mais tranquilo.

Foi exatamente como Miguel havia dito. Daniel ficou mais tranquilo e não implicou mais com a viagem da filha.

– Viu só cerejinha? Eu sou o máximo.

– Convencido. - diz beijando o namorado.

– Bom, mais tarde passo aqui pra te buscar. Meu pai pega a gente, deixa na rodoviária e de lá vai pro sítio com a minha mãe.

– Combinado.

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– Não esqueceu nada filha?

– Não mãe, peguei tudo.

– Documento, protetor solar, uma blusa caso esfrie...

– Tá tudo aqui mãe, relaxa.

– Camisinha também?

– Mãe! - diz Gabriela com o rosto completamente vermelho.

– Estou brincando, mas é uma brincadeira com fundo de verdade. Caso venha a acontecer alguma coisa...

– Não vai mãe, vai ter uma galera lá.

Uma buzina toca. Gabriela se despede do pai, do irmão e da mãe.

– Quando chegar, liga pra avisar que está tudo bem.

– Tá bom.

Assim que entra no carro, Gabriela cumprimenta os pais de Miguel.

– Oi tio Bernardo, oi tia Lari. E a Amanda?

– Já foi. Uma amiga foi buscar ela.

Todos iam conversando paralelamente dentro do carro e algumas vezes Bernardo via pelo retrovisor Miguel e Gabriela. Lembrou da conversa que teve com o filho e sorriu.

Assim que chegaram à rodoviária os jovens se despedem de Larissa e Bernardo.

– Já compraram as passagens?

– Vamos comprar agora pai.

Eles saem do carro e se despedem, mas antes que Miguel se afastasse, Bernardo segurou seu braço.

– Filho, fica com isso também. Caso precise. - diz entregando um saquinho de papel pardo para o filho.

Miguel parece não entender. Dá uma olhada no interior do saquinho e ri.

– Valeu pai.

Bernardo sorri e dá partida no carro. Larissa olhou para o marido com os braços cruzados.

– Por acaso aquilo que você deu pra ele é o que estou pensando?

– Nosso filho cresceu dona encrenca. Se for pra acontecer, que seja com responsabilidade não acha?

Larissa ficou pensativa um tempo e suspirou.

– Você tem razão.

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Miguel guardou o saquinho antes que Gabriela pudesse ver. Ao chegarem aos guichês levaram um susto.

– Olha o tamanho dessas filas Miguel. Ferrou!

– Ferrou nada. Impossível esse tanto de gente estar indo pro mesmo lugar. Só vamos ter que ficar na fila, mas fora isso, tudo bem.

Foi o que fizeram. Aguardaram quarenta minutos na fila, mas a noticia que tiveram assim que foram atendidos não foi nada animadora.

– O último ônibus pra Bertioga acabou de sair. O próximo só pra amanhã no fim da manhã.

Gabriela e Miguel se olham, frustrados.

– Pra amanhã de manhã não vai dar mais tempo. Até chegarmos lá... Não vamos aproveitar nada. - diz Gabriela triste.

– Vamos pra casa então, lá decidimos o que fazer.

Eles pegam um táxi com o dinheiro que comprariam as passagens e logo estão na casa de Miguel. Enquanto Miguel colocava as malas no sofá, Gabriela perguntou se poderia ligar para casa e avisar onde estava.

– Claro, nem precisava pedir.

Ela liga para casa e ao segundo toque Alice atende.

– Alô? Mãe? Sou eu.

– Nossa já chegou?

– Na verdade nem fomos. Ficamos um tempão na fila pra comprar a passagem e na nossa vez o ônibus já tinha ido embora. Agora estou na casa do Miguel. Vou dormir aqui tá?

– Tudo bem. Juízo e se cuida tá bom? Beijos filha fica com Deus.

Alice desliga e Daniel pergunta se era a filha.

– Sim. Ligou pra avisar que está tudo bem.

– Só isso mesmo Alice? Ouvi você pedindo pra ela ligar quando chegasse. Ela não chegou rápido demais não?

Alice riu e senta ao lado do marido.

– Eles perderam o ônibus. Ela vai dormir na casa do Miguel.

– Dormir lá? Mas espera, O Bernardo, a Larissa e a Amanda não foram viajar também?

Alice faz que sim com a cabeça.

– Você quer dizer que os dois estão sozinhos? Vão ficar assim por um fim de semana inteiro? Vou buscar a Gabriela agora! - diz Daniel se levantando, mas é impedido por Alice.

– Você não vai a lugar nenhum.

– Mas Alice! Os dois estão sozinhos! Sabe aonde isso pode dar não sabe?

– Amor, você está igualzinho o meu pai quando comecei a namorar você.

– Hoje entendo o seu pai.

Alice beija Daniel e segura seu rosto entre as mãos.

– Você me ama Daniel?

– Que pergunta! Claro que amo.

– Quando vejo aqueles dois, lembro da gente. Consigo ver que o que sentem um pelo outro é verdadeiro, assim como sempre foi entre a gente. Conhecemos o Miguel desde a barriga da Larissa, o vimos crescer. Sabemos que ele é um bom menino. Além do mais, a Gabi cresceu. Ela tem desejos, vontades...

– Ela falou dessas coisas pra você?

– Sim. Não fique bravo com ela e principalmente com o Miguel. Eles não planejaram nada, posso garantir.

– Já entendi. Mas pra mim ela ainda é uma criança. Minha menininha.

Alice abraça o marido e o beija novamente, rindo.

– Sua menininha cresceu - diz com um sorriso. - Quem diria... Você tão ciumento quanto o meu pai!

– Nunca pensei que o nome Miguel fosse me deixar com medo em duas épocas tão diferentes...

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– Já escolheu?

– Já. Só estou esperando você pra dar play.

Miguel vai até o quarto com um pote de sorvete nas mãos. Senta ao lado de Gabriela e ambos deixam as costas encostadas na cabeceira da cama. Ela usava um pijama de calor e ele uma camiseta e uma bermuda.

– Não é melhor colocar em potinhos Guel?

– Pra que? Vamos comer tudo mesmo! - diz rindo. - Que filme você escolheu?

– A sétima alma. Já viu?

– Não que me lembre. Mas coloca aí.

Gabriela aperta o play e eles começam a ver o filme. Como Miguel havia previsto, eles comeram todo o sorvete antes mesmo do filme acabar.

Em determinada parte, Miguel olha a namorada e vê que ela havia caído no sono.

Ele a cobriu e continuou vendo o filme. Assim que o mesmo acaba, Miguel desliga o DVD, mas a televisão continua ligada. Quando ia desligar ouve a voz de Gabriela.

– Não é legal?

Ele a olha e ri.

– Legalzinho. Tão bom que você dormiu na metade.

– Ah, mas eu já tinha visto umas dez vezes, decorei até as falas. - diz rindo e se espreguiçando.

Miguel deita ao lado dela e apóia um dos cotovelos no colchão, segurando a cabeça. Com a mão livre começa a passar os dedos suavemente pelo rosto dela.

– Você fica tão linda dormindo. Parece um anjo.

– Miguel, pára... - diz ficando vermelha e cobrindo o rosto com o lençol deixando apenas os olhos a mostra.

– Fica linda vermelha também. Aliás, você é linda.

Gabriela ri e Miguel aproveita para tirar o lençol de cima dela, jogando o ao lado deles na cama. Ela não se move, apenas olha o namorado. Miguel olhava todo o corpo dela enquanto deslizava apenas as pontas dos dedos por toda sua extensão.

– Sua pele é macia.

– E você consegue sentir isso só com a ponta dos dedos?

Miguel a olha surpreso com o comentário. O rosto de Gabriela estava ficando vermelho, mas ela não desviou o olhar do dele.

– Usa a palma da mão... Pra ter certeza do que disse.

Miguel a olhou e em seguida para a perna dela, onde havia parado de mexer. Aos poucos foi abrindo a palma e deixando que a mesma sentisse por completo a pele de Gabriela. Aos poucos ele vai subindo a mão e consegue sentir que por onde passa causa arrepios na garota. Quando chega em sua barriga ele para.

– Você está toda arrepiada.

– Eu sei. Mas é uma sensação gostosa.

– Bastante.

– Porque você parou então?

– Na verdade eu não sei. - diz sem graça.

Gabriela pega a mão de Miguel e a guia até seu seio, por debaixo da blusa do pijama. Mesmo usando sutiã consegue sentir o mesmo enrijecer de imediato ao toque. Olha para Miguel, que parecia estar prendendo a respiração.

– Não é pra você parar Guel.

– Gabi... Tem certeza?

Ela faz que sim com a cabeça, ainda segurando a mão de Miguel sobre seu seio. Com a mão livre ela o segura pela nuca e o trás para um beijo, ajeitando o corpo de forma que o namorado ficasse sobre ele.

Inicialmente Miguel estava receoso de colocar todo o peso em Gabriela, então aos poucos foi se ajeitando sobre ela. Com a mão livre passou a mexer em seus cabelos, enquanto a outra agora começava a explorar o outro seio da garota.

Não demorou a ficar excitado e não teve como disfarçar isso. Gabriela sentiu a excitação do namorado e cortou o beijo, o olhando de forma assustada. Miguel a olhou da mesma forma, porém também constrangido.

– Desculpa Gabi. Das outras vezes eu conseguia disfarçar, mas agora está complicado...

– Hei, está tudo bem. Eu só preciso de um pouco de ar. - diz com um sorriso sem jeito.

– Gabi, é sério, tem certeza que quer continuar com isso? A gente nem planejou nada, quero que seja especial pra você.

– Nunca tive tanta certeza de alguma coisa na vida como tenho agora Miguel. E vai ser especial, porque vai ser com você. Você faz a minha vida especial.

Miguel sorri e Gabriela consegue ver um brilho diferente se formar nos olhos dele.

– Você também cerejinha. Eu amo você.

– Também te amo Guel. E vou te amar pra sempre.

Eles trocam sorrisos e voltam a se beijar. As mãos de Gabriela passeiam pelas costas de Miguel e logo ela tira a camiseta dele, jogando-a em um canto qualquer. Ele faz o mesmo com a parte de cima do pijama dela.

– Você sempre dorme de sutiã?

– Na verdade não, mas como ia ficar aqui fiquei com vergonha de dormir sem.

Miguel parecia alheio a explicação. Apenas passava os dedos pela renda envolta do tecido.

– Quer que eu tire o sutiã pra você? - pergunta ela sem jeito.

– Não. Eu mesmo quero fazer isso. Posso?

Ela concorda com um maneio de cabeça. Miguel senta na cama e ajuda Gabriela a fazer o mesmo, ficando de frente pra ele.

– Tô nervosa.

– Eu também. Mas relaxa. Temos a noite toda. Sem pressa.

Ele coloca os cabelos de Gabriela atrás de sua orelha e em seguida começa a descer as mãos pelo pescoço, ombros e braços dela. Em seguida faz o caminho de volta, seguindo pelas alças do sutiã, até encontrar seu o fecho. Tem um pouco de dificuldade, mas consegue abri lo. O retira com cuidado e fica admirando a visão a sua frente.

Mais uma vez Gabriela o surpreende, pegando suas mãos e as colocando sobre seus seios.

– Gostei de sentir suas mãos assim em mim.

– Percebi - diz rindo. - Mas gostei tanto quanto você.

Ele então começa a acariciar os seios dela que dá um suspiro e fecha os olhos.

– Você é muito linda Gabi.

Movida pelo instinto ela avança sobre a boca do rapaz e o beija. Aos poucos voltam a deitar. Gabriela com as costas no colchão e Miguel sobre o corpo dela. Pela primeira vez, é Miguel que para o beijo.

– Consegui tirar seu ar dessa vez?

– Conseguiu, mas por pouco tempo.

Gabriela esperava um beijo de volta, mas agora foi Miguel que a surpreendeu, levando a boca a um dos seus seios enquanto massageava o outro. Ela abriu a boca, mas não conseguiu emitir nenhum som. Apenas fechou os olhos e se deixou levar. Quando sentiu que Miguel havia abandonado seu seio, antes que pudesse reclamar, teve a boca invadida pela língua dele. Aquele beijo foi sem dúvida um dos melhores beijos que já haviam trocado.

Ela agarrou os cabelos dele e não o deixava se afastar por nenhum segundo. A excitação do namorado era cada vez mais evidente sobre ela, mas Gabriela já não se assustava mais, pelo contrário, gostava de saber que Miguel estava daquele jeito por causa dela.

Eles param o beijo ao mesmo tempo, ofegantes.

– Se nós vamos mesmo seguir em frente é melhor eu pegar a camisinha né?

– Sim, bem melhor.

Miguel levanta da cama em um salto e corre pra sala. Abre o bolso da mochila e tira de lá um pacote de preservativos que seu pai havia lhe dado. Volta para o quarto e encontra Gabriela com cara de confusão.

– Onde você foi?

– Pegar a camisinha.

– Você guarda camisinha na sala?

– Estava na minha mochila.

– Mochila? Você ia levar pra viagem então?

– Não, não planejei nada, sério! Prometo que depois te explico.

– Tudo bem vai... Mas é pra contar mesmo.

Miguel ri enquanto coloca o pacote de preservativos sobre seu criado mudo.

– Vou contar tudo, pode deixar. Mas, onde tínhamos parado mesmo?

Eles trocam sorrisos e voltam a se beijar. As mãos de Miguel estão mais a vontade passeando pelo corpo de Gabriela, que ainda fica arrepiada com os toques, mas já se sente mais a vontade com eles.

As mãos de Miguel vão descendo até encontrar o short do pijama dela. Ele olha a namorada que faz um gesto positivo com a cabeça, incentivando Miguel a seguir em frente com o que pretendia fazer.

Ele então abaixa o short de Gabriela até enfim tirá-lo.

– Agora você. Não é justo só eu ficar assim.

– Você tem razão.

Dizendo isso Miguel tira sua bermuda e fica apenas de boxer. O volume agora era muito mais evidente e Gabriela acabou ficando muito mais vermelha do que o normal, a ponto de sentir o rosto esquentar. Miguel não deixou de notar isso e tentou distrair a namorada.

– Acabei de descobrir uma coisa.

– O que?

– Tenha tara por lingerie de renda.

Gabriela ri e Miguel a acompanha. Ele passa os dedos sobre o tecido da calcinha dela e vê Gabriela fechar os olhos e prender a respiração. Aos poucos ele volta a se deitar sobre ela e começa a beijar seu pescoço, fazendo assim com que ela soltasse a respiração novamente. Miguel consegue sentir as mãos de Gabriela percorrendo por suas costas e braços.

– É tão gostoso Gabi... Sentir a sua pele assim, tão perto da minha.

– Você está tão quente... - diz colocando as mãos no peito dele. - E seu coração está batendo tão rápido...

– O seu também. Consigo sentir.

Eles se olham nos olhos e percebem que apesar de descompassadas suas respirações estão no mesmo ritmo.

– Guel... Tô com medo.

– Tem certeza que quer isso mesmo Gabi? Se você não estiver pronta não tem problema, espero você estar. Eu entro debaixo do chuveiro gelado, dou um jeito.

– Estou pronta sim, mas estou com medo. É normal ter medo do que é novo não é?

– É. - ele acaricia o rosto da namorada. - Só sigo em frente se você quiser.

– Eu quero.

Ele vê segurança nas palavras dela. Mesmo estando nervosa, realmente Gabriela estava decidida a continuar. Miguel então começa uma trilha de beijos até chegar à calcinha da namorada, que aos poucos ele vai deslizando pelas pernas dela até enfim tirar.

– Já falei isso várias vezes hoje, mas não vou cansar de dizer isso nunca. Você é linda Gabi. Muito linda. E se duvidar de mim, lembre que foi você mesma que disse que eu não sabia mentir.

Ele volta a beija - lá enquanto segura uma das mãos dela. A outra desce até alcançar sua intimidade, o que faz Gabriela dar uma leve mordida no lábio dele.

Devagar ele coloca um dos dedos dentro dela e começa a movimentar devagar.

Gabriela suspira e morde seu lábio novamente.

– Tá doendo?

– Não. É uma sensação... Diferente.

– Mas é boa?

– Muito.

Ouvindo isso ele decide aumentar um pouco mais o ritmo, sempre atento as reações da namorada. Após alguns minutos ele sente Gabriela se contrair em seu dedo e arquear o corpo. Ela respirava com rapidez.

– O que você fez comigo Guel?

– Fui tentar deixar você um pouco mais relaxada. Pelo visto você gostou. - diz rindo.

– Mas e você? Também quero fazer alguma coisa especial pra você.

– Gabi, só de ter você assim pra mim é muito mais que especial.

Ela fica vermelha mais uma vez, mas antes que Miguel note, ela agarra seu pescoço e o beija. Por instinto o jovem começa a fazer movimento sobre o corpo da namorada, que corta o beijo para conseguir falar com ele.

– Acho que já é hora de você colocar a camisinha.

Com dificuldade Miguel se afasta de Gabriela e pega o pacote de preservativos no criado mudo. O nervosismo faz com que ele tente várias vezes abrir a embalagem até enfim conseguir.

– Quem está nervoso agora sou eu.

– Vou virar pro lado pra você colocar tá? Tô com vergonha de olhar... Mas prometo que nas próximas eu olho.

Miguel dá um beijo na testa dela que se vira. Ele então tira a boxer e abre uma das camisinhas. Ele tremia enquanto colocava.

– Já?

– Quase.

Assim que tem certeza que colocou a camisinha corretamente Miguel avisa Gabriela, que se vira novamente na cama, ficando com a barriga pra cima.

– Dá tempo de eu correr pro chuveiro gelado ainda...

Gabriela ri e faz que não com a cabeça.

– Quer que eu apague a luz?

– A luz já está apagada Guel.

– Tem a luz da TV. Quer que eu desligue?

– Não vai ficar bravo?

– Claro que não.

Ele pega o controle e desliga a televisão. Agora havia o mínimo de luz no quarto.

– Posso ir agora?

– Pode.

Ele aos poucos vai ficando mais próximo da namorada na cama e com cuidado se coloca sobre ela. Ele abaixa um pouco o corpo para beijar Gabriela, o que faz com que ela sinta sua ereção. Ela aperta os braços de Miguel com força.

– Calma, só vou começar quando você falar. Não precisa ficar com medo.

– Tô nervosa.

– Eu também. Mas relaxa amor, temos a noite inteira lembra? E qualquer coisa eu corro pro chuveiro gelado.

Gabriela ri e ele também.

– Me beija? Daqueles beijos que você tira todo o meu fôlego? - pede sem jeito.

Ele faz o que ela pede. O beijo começou devagar, suave, mas em pouco tempo evoluiu para algo mais urgente. Alguns minutos foram o suficiente para fazer com que ambos sentissem uma necessidade maior de um pelo outro.

– Guel, pode ir agora. Mas tenha paciência tá?

Ele não fala nada, apenas faz um sinal positivo com a cabeça. Posiciona-se melhor entre as pernas de Gabriela e começa a mexer no cabelo dela. Segura uma das mãos dela, que aperta a sua.

Miguel estava com medo de acabar se empolgando e machucá-la. Lembrou das palavras do pai e respirou fundo para não perder o foco. Aos poucos foi a penetrando, sempre atento as reações dela. Ele estava se sentindo diferente, algo que nunca sentiu antes e sequer poderia imaginar que era tão bom. Em determinado momento, saiu dos seus devaneios quando ouviu um gritinho quase imperceptível de Gabriela.

– Gabi? Tô te machucando? Quer que eu pare?

– Não, tá tudo bem. Só senti uma fisgada.

Miguel se deu conta que já estava totalmente dentro dela, mas ficou com medo de se mexer e machuca - lá. Resolveu esperar um pouco, até que ela se acostumasse com ele ali. Aproveitou para beija - lá.

Durante o beijo notou que Gabriela parecia apreensiva, pois mal mexia a boca. Ele então a olhou e lhe beijou a testa.

– Está sentindo dor?

– Não.

Ele beija sua testa novamente e em seguida volta a sua boca. Começa com um leve roçar de lábios, seguidos por selinhos. Só então aprofunda o beijo, mas de uma maneira lenta, percebendo que agora a namorada seguia seu ritmo. Pouco depois ela começa a se soltar mais, tornando o beijo mais intenso e deixando seu corpo responder de forma involuntária a certos estímulos.

Miguel corta o beijo e encosta sua testa na de Gabriela.

– Você está me apertando aí embaixo... - diz ofegante e com um sorriso tímido.

– Desculpa, foi sem querer.

– Não, é bom. - diz voltando a beijá-la.

Durante o beijo Miguel e Gabriela sentem a mesma sensação e ficam rindo entre o beijo, como duas crianças que estavam aprendendo algo novo.

– Gabi, posso me mexer?

– Pode, mas vai devagar tá?

– Se te machucar me fala e eu paro.

– Tá.

Ele lhe dá um selinho e começa a se movimentar devagar sobre ela, a olhando enquanto se mexia. Não via expressão de dor no rosto dela, o que fez com que se sentisse mais a vontade.

– Isso é tão... Bom. - disse ela olhando para o namorado. - Vai mais rápido Guel.

– Tem certeza?

– Tenho. Não está doendo não.

Ele aumenta o ritmo e sente a mesma sensação de alguns minutos antes, mas muito mais intensamente. Olha para Gabi e nota que pela expressão do rosto dela, deve estar sentindo o mesmo que ele. Ela segura uma das mãos dele, entrelaçando os dedos com os seus.

Sem pensar Miguel aumenta ainda mais seu ritmo e sente que Gabi o acompanha, agora deixando até alguns gemidos escapar por entre seus lábios. Ela o arranha nas costas com a mão que estava livre e joga a cabeça pra trás.

– Minhas pernas Guel... Estão formigando.

Ela solta um gemido um pouco mais alto que o anterior e sente como se tivesse desmontado.

Ele a beija profundamente enquanto aumenta a pressão em seus dedos entrelaçados. Pouco depois também acaba deixando escapar um gemido, perdendo as forças e deitando o corpo sobre ela. Olha Gabriela por alguns instantes e deita a cabeça entre os seios dela, que passa a acariciar seus cabelos.

Eles ficam um tempo em silêncio, esperando as respirações se normalizarem.

Gabriela tinha um sorriso tímido nos lábios quando Miguel quebrou o silencio.

– Dá pra ouvir seu coração bater.

– Está disparado né?

– Está. O meu está do mesmo jeito.

Ele levanta a cabeça, ainda a deixando apoiada entre os seios de Gabriela. A olha e sorri.

– Foi a melhor noite da minha vida.

– Da minha também. - responde com um sorriso.

– Eu machuquei você Gabi? Fala a verdade.

– Não Guel, você não me machucou. Teve uma hora que senti uma fisgada um pouco forte, mas passou logo. Acho que foi na hora que você... Entrou todo. - diz vermelha.

– O meu maior medo era machucar você.

– Pode ficar tranquilo então, você não me machucou.

– E seus medos? Passaram também?

– Pra falar a verdade ainda tenho um.

– Acho que me lembro dele. Eu perder o interesse em você não é?

Ela faz que sim com a cabeça. Miguel se apóia nos braços e dá um pequeno impulso no corpo, de modo que agora ficasse ao lado da namorada. A traz para seus braços a abraçando, beijando sua testa. Ele sabia que Gabriela gostava quando ele a beijava assim, além do que, também era uma forma só deles de se comunicar, como se fosse um código próprio deles. Em seguida olha no fundo dos olhos dela.

– Você tinha razão. Vou querer experimentar coisas novas, sensações novas. Mas vou querer experimentar tudo isso com você. E só com você. Eu te amo Gabriela.

Ela sorri tímida, o beijando em seguida.

– Minha primeira vez não poderia ter sido com outra pessoa. Você é o homem da minha vida. Te amo Miguel.

– Tivemos tantas primeiras vezes juntos... Ainda quero ter muitas outras Gabi. Quero viver coisas novas com você todos os dias da minha vida.

– Eu também.

Ele a abraça e ela deita a cabeça em seu peito.

– Quero ficar com você pra sempre Guel.

– Eu também cerejinha. E vamos ficar. Vamos ter uma história tão ou mais bonita que a dos nossos pais.

– A gente vai casar também?

– Lógico! Não agora, porque temos que terminar os estudos, fazer faculdade e tudo o mais, mas é claro que vamos casar.

Gabriela sorri e abraça forte o namorado.

– O que foi cerejinha?

– Já disse que eu te amo?

– Já, mas quero que me diga sempre, todos os dias, porque eu com certeza farei isso com você.

– Direi, com certeza direi. Guel?

– Que foi?

– Quero fazer outra vez. Você aguenta?

Ele a olha com um sorriso de lado e uma sobrancelha arqueada.

– Bom... Só tem um jeito de saber... Mas aposto com certeza que a resposta é sim. Mas e você, aguenta?

Gabriela morde o lábio, virando o corpo de forma que fique sentada em cima de Miguel.

– Só tem um jeito de saber... - diz rindo e o beijando.

As descobertas daquela noite estavam apenas começando.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Espero que sim =)
Comentem tá? Mesmo que seja uma palavrinha. Isso faz toda a diferença na vida de um autor.
Beijos e até a próxima!