A Seleção de Arendelle escrita por Ana Carolina Lattaruli


Capítulo 30
We Are Cold Like Fire


Notas iniciais do capítulo

PRIMEIRAMENTE: Que recomendação ma-ra-vi-lho-sa foi essa que eu recebi hein???????????????????? alguém pode me dar uma bombinha de ar pelo amor de Deus?
Em segundo lugar: CONSEGUI! LANCEI MEU LIVRO! ELE TÁ VIVO MINHA GENTE! ME SIGAM NO INSTA: ANA LATTARULI PARA SABER MAIS SOBRE ELE (LANÇAMENTO NAS LIVRARIAS, ONDE COMPRAR, ETC.) AMO VOCÊS!



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"No capítulo anterior de A Seleção De Arendelle:

 

As coisas não vão nada bem no coração da nossa querida Elsa. Jack está invadindo seus pensamentos e isso, segundo ela, é inaceitável. 

Rapunzel guarda um segredo, assim como todos que se envolvem de alguma forma com o reino de Arendelle. 

Qual será o passado desse reino?

Que tipo de pessoa é o Rei? 

 

 

E isso é o que você viu no capítulo anterior de A Seleção De Arendelle.

 

*

 

Happy - Marina and the diamonds: So now you know, you know it all, that I've been desperately alone.

 

*

 

 

Pov. Elsa

 

 

Eles me disseram para me esconder quando eu não puder correr e para correr quando eu não puder me esconder.

E eu comecei a pensar que o amor é uma arma e que ninguém quer disparar primeiro. As palavras ficam mais curtas e o silêncio fica maior, e é esse silêncio que me destrói mais rápido do que qualquer outra coisa.

—Vá embora. – É a primeira coisa que falo assim que vejo o seu rosto. Ele apenas entra dentro da espécie de quarto que estou e me encara, a porta ainda aberta, para que eu perceba que eu posso ir embora quando quiser.

Mas estou cansada de fugir.

—O que há com você? – Pergunta, de um modo atencioso, e eu quase desarmo-me. Sua expressão facial me dá vontade de socá-lo.

Controlo meus nervos, sou uma princesa e não estou agindo como tal ultimamente. Definitivamente estou pecando na etiqueta.

—Não podemos ficar no mesmo cômodo juntos sem guardas. – É a minha primeira desculpa.

—Por que?

—É contra as regras.

—A porta está aberta. – Ele insiste, respirando pesadamente.

—Retire-se, por favor.

Ele se aproxima bruscamente e fica a, literalmente, um centímetro do meu rosto. Posso sentir sua respiração fria e seu olhar congelante sobre mim. Sei que causo o mesmo efeito nele, pois nós dois somos tão frios quanto qualquer inverno.

—Eu não tenho poder nenhum, Elsa. – Ele tenta me convencer, em um sussurro dolorido. Mas eu sei o que eu vi. Eu sei o que eu senti.

Monstros sabem reconhecer outros monstros.

—Retire-se. – Peço calmamente, apontando para fora e sentindo uma leve pressão no coração com esse gesto.

Ele dá dois passos para trás, saindo do quarto, porém ainda com os olhos fixados nos meus.

Eu fico do lado de dentro, mas não fecho a porta.

—Você é a princesa menos popular de todo o reino, sabia disso? – Seus olhos perfuram minha pele. – As pessoas não estão gostando de você no momento.

—Eu sei. – Tento não soar impaciente e nem me doer com as suas palavras.

—Sua irmã daria uma rainha melhor do que você, se o reino dependesse de simpatia.

—Isso é um sermão, selecionado? – Indago.

Se o reino precisasse de simpatia. – Ele continua, me ignorando, e eu perco o fôlego por um momento. – Mas não é disso que eles precisam, eles precisam de alguém que tenha voz, que saiba liderar e que seja forte o suficiente por todos nós. Você tem uma coisa que sua irmã não tem, você tem poder correndo naturalmente nas suas veias.

—Eu vou chamar os guardas, isso já passou dos limites.

Ele abre espaço e faz sinal para que eu avance, aceito a deixa e ando para fora do cômodo, dando-lhe as costas e me preparando para continuar meu caminho tortuoso até o baile.

—Eu prefiro ir para casa, sabia? – Sua voz me faz diminuir o passo e parar. – As pessoas de lá são pobres, mas são verdadeiras. Sinceras. – Viro-me para ele, séria. – Não precisamos sorrir falsamente para câmera nenhuma. Não precisamos fingir que não queremos algo nem falar com pessoas que não suportamos.

Começo a voltar, andando em sua direção.

—Você sabe por que preciso fazer essas coisas, não pode me julgar. – Falo. As palavras saem pesadas e arranham minha garganta.

Ele me encara e posso jurar que seus olhos caem para os meus lábios por meio segundo. Inconscientemente, mordo o lábio inferior discretamente, mais para me lembrar de não fazer nenhuma besteira.

Seu semblante fica sério.

—Elsa, sinceramente, quem é você?

Seu tom sai baixo e a sua voz é rouca, dói para ele perguntar isso da mesma forma como dói para que eu ache a resposta.

—Eu... – Tento começar, mas não encontro as palavras. Elas fogem de mim, saem correndo do meu cérebro.

—Você se lembra quando me fez essa pergunta? – Sua voz começa baixa e logo se estabiliza em um volume médio. Como se estivéssemos contando um segredo. – Estava pensando em algo, estava querendo dizer algo. Seus olhos eram selvagens e foram justamente eles que me hipnotizaram. Onde está sua alma corajosa, agora?

—Minha alma não entra na questão. – Devolvo com uma voz calma, baixa.

—Claro que entra, quando foi a última vez que deixou o seu coração decidir algo?

Minhas mãos tremem por um segundo, meu coração acelera e meus olhos querem colocar para fora todo o mar solitário que existe dentro de mim. Eu não aguento mais me afogar.

Encaro-o com uma certa mágoa.

—A última vez que deixei meu coração decidir algo, pessoas morreram.

Percebo o que disse imediatamente após dizer. Ele se aproxima de mim e eu dou um meio passo para trás, olhando para o lado.

—Elsa. – Percebo que ele ia tocar em meu queixo, mas sua mão recua da mesma forma que veio: rápido. Está lutando contra si mesmo. – Quero que você seja sincera comigo agora, só dessa vez, pode ser?

Concordo vagarosamente com a cabeça.

—Não há nada que eu possa dizer que vá mudar seu modo de pensar, eu sei disso. Então me responda apenas essa pergunta... – Ele faz uma pausa que dói. – Se você não fosse princesa, me beijaria nesse exato momento?

—Eu não sei o que quer dizer com isso.

—Seja sincera.

—Eu sou uma princesa, Jack. Beijar você ou não, não mudaria isso.

—Está fugindo da pergunta.

—Não faz sentido essa pergunta. Volte para o baile, ok?

Ele fica agitado, olhando para o teto com uma certa indignação no olhar.

De repente, me encara.

—Não minta para mim dessa vez.

Ele enfatiza o dessa vez e capto a sua mensagem. Eu venho mentindo demais para todos ao meu redor, sei disso. Mas ele não precisa esfregar isso na minha cara.

Encaro-o, sentindo uma raiva crescer em mim e, com ela, uma sensação de perigo e adrenalina.

Observo seus olhos cristalinos antes de revirar os olhos. Posso sentir a eletricidade subir pelas minhas veias e passar do meu corpo para o dele em um fio invisível. Estamos interligados.

—Beijaria, está bem? – Olho para o outro lado, evitando contato visual. – Satisfeito?

Passa-se alguns segundos e eu penso que ele está zombando de mim. Ele observa meu rosto, e quando digo observar quero dizer observar mesmo, como se estivesse procurando em mim todas as estrelas do mundo. Ele me observa como se eu fosse uma pintura, e isso me dá vontade de socá-lo. As pessoas não costumam me olhar assim, como se vasculhassem a minha alma e achassem dentro dela algo que eu nunca pensei que veria em um coração congelado como o meu. Achassem fogo.

Mas se minha alma é fogo, a de Jack é incêndio.

—Eu gosto dessa melodia. – Ele diz, me fazendo encará-lo como se ele fosse louco. Saio dos meus devaneios aos poucos.

—Que melodia?

—Essa música que está tocando, bem mais calma que as outras.

Deixo meus ouvidos prestarem atenção no som de fundo e sinto minha garganta dar um nó.

—Ah, essa.

Ele percebe que esmoreci e me observa, preocupado.

—O que houve?

—Nada, só... essa música me lembra de coisas ruins do passado.

Ele concorda com a cabeça, apesar de não saber nem de metade da história. Por um momento, tenho vontade de contar tudo, mas esse momento é interrompido por ele estendendo a mão para mim.

—Alteza, me daria a honra de uma dança?

Observo sua mão estendida e corro meu olhar pelo seu braço, seu ombro, seu pescoço, seu queixo e paro nos olhos dele. Chego a ficar hipnotizada por um segundo. Chego a pensar que ele poderia ser um príncipe de verdade. Apenas um lampejo passa pela minha cabeça.

Ele poderia ser um rei de verdade. Talvez, o meu rei. Minha mente afasta esse pensamento, porque sei que é loucura e que jamais poderia acontecer.

Aceitando com uma reverência, sinto sua mão na minha e esqueço completamente do mundo ao meu redor.

 

 

*


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Notas finais do capítulo

GENTE PARA TUDO!

Vocês viram como o Jack se comportou?? Que amor, não é mesmo???

Então, assunto importante para tratar com vocês: Eu estou indo viajar quarta-feira dia 08 e só volto em março, dia 05. Não desistam de mim, pois vou agendar uns capítulos para vocês não ficarem sem mim nesse mês.
QUERO MAIS SURPRESINHAS LINDAS COMO AS QUE ESTOU RECEBENDO HEIN???????????????? Recomendação enchem meu coração de alegria e favoritos também, comentários então nem te falooooo!!! Eu fico atualizando direto para ver se chega algo...
Amo vocês e leiam Rio De Tinta!

Beijos gelados ♥