A Seleção de Arendelle escrita por Ana Carolina Lattaruli


Capítulo 16
Truth or Dare - Final


Notas iniciais do capítulo

EU. NÃO. ACREDITO. NISSO. 11 RECOMENDAÇÕES??????????? C****** AMO MUITO VCSSSSS!!!!!!!!!!!! Já disse que amo números pares? 12...
HEHEHEHEHEHE Capítulo grande e extremamente tretoso, leiam com atenção!
Beijos gelados!



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Ela me odeia nesse momento, mas é o jogo.

Suas mãos formam uma concha. Ela está nervosa.

—Verdade. – Responde.

—É verdade que eu serei um dos seis?

—Não posso responder isso, Sr. Frost. – Sr. Frost. Que educada, né?

—Entendo, até Verdade ou Consequência, nesse caso, tem suas regras... então, é verdade que você já beijou alguém da seleção? – Sorrio e ela entende o recado. O observatório. O forte aberto. O beijo. Ela fecha o rosto. Os rapazes ao redor começam a se entreolhar e alguns balançam a cabeça negando. Ela bebe do copo.

Adam encara-me desconfiado, Hans também. Tento conter esse sorriso gigante que cresceu em meu rosto, sem muito êxito.

Ela pigarreia e gira a garrafa, sem dizer absolutamente nada.

—Verdade ou consequência? – Astrid encara Hiccup profundamente. Na verdade, Astrid sempre encara todos de modo que quase pode ler a sua mente se você se descuidar.

Ele encara Astrid de volta. Inexpressivo.

—Verdade. – Ele responde.

Ela não tira os olhos dele. Parece com raiva. E então parece apenas estar entediada. E então parece que ela não sente nada.

—É verdade que você ainda ama a mesma garota que amou antes?

Ele fica encarando o copo. Parece que vai beber. Não bebe. Passa os dedos pela beirada e fica pensativo.

E então, finalmente, gira a garrafa. Ele não ama mais a garota que amava antes.

Olho de cenho franzido para Astrid. Ela está encarando todas as partes do chão, como se fosse algo extremamente interessante. Enquanto a garrafa gira, nesses milésimos de segundos, ela olha-me. Parece pedir ajuda. Parece que vai chorar a qualquer momento. Seu rosto está rosado. Seus olhos nem piscam. Quero me levantar e quero tirá-la daqui. Tudo está se encaixando na minha cabeça.

A garrafa para.

—Verdade ou consequência, Watt? – Hans pergunta.

—Consequência! Vamos agitar esse jogo! – Watt sendo Watt.

—Certo. – Hans ri. Percebo que ele tem costeletas. Estranho. – Eu desafio você a... beijar ela.  – Ele aponta para a garota ao lado de Anna. – Beijo de verdade, hein?

Lia. Eu lembro dela. Ela ri, sem jeito.

Seus cabelos longos são tão negros quanto seus olhos.

Elsa sorri, afirmando com a cabeça e entrando na brincadeira.

Watt, como sempre, não está nem um pouco envergonhado. Alguns dos selecionados começam a gritar e bater palmas, inclusive eu e Elsa e Anna, assim que ele se levanta. Lia coloca o rosto entre as mãos, ainda mais envergonhada.

Ele ri, agachando-se ao lado dela e segurando com leveza em seus pulsos. Parece sussurrar algo para ela, que não consigo ouvir, mas seja o que for, fez ela rir alto.

Aproxima-se e coloca suas mãos nas bochechas dela, trazendo-a mais para perto e a beijando lentamente. Seus sorrisos somem conforme o beijo avança. Não parece um beijo inocente. De jeito nenhum.

—Arrumem um quarto! – Hiccup grita.

—Acho que depois dessa deveríamos deixá-los à sós. – Pitch brinca.

Watt afasta-se rindo. Lia ri também, mas mais contida.

Não sei quem gira a garrafa, estou ocupado demais encarando o sorriso da Elsa.

Ela não percebe, então foco na garrafa. Ela para justamente em quem?

Exato. Em mim.

—Verdade ou consequência? – Anna pergunta.

—Verdade. – Eu sei, estou usando minha segunda Verdade. Na próxima terei que falar “consequência”. Estou com certo receio? Sim. Céus, com certeza.

Ela me estuda. Seus olhos azuis são quase do mesmo tom que o da irmã. Mas não gelam corações como o dela. Há algo diferente no olhar da Elsa, é quase... mágico.

—É verdade que você conhece lugares secretos aqui no castelo? – Ela joga a bomba.

Eu. Literalmente. Congelo.

Devo mentir? Devo. Não, seria feio. Minha mãe me ensinou que mentir é para os fracos. Eu venho mentindo demais. É, pelo jeito eu sou fraco mesmo.

Não, não posso mentir descaradamente na frente da Elsa. Não vale a pena o risco.

Bebo do copo. A bebida desce rasgando e faço uma careta. Anna sorri, curvando os lábios de forma vitoriosa.

Me pergunto se ela sabe de algo sobre nós. Será que Elsa falaria de mim para a irmã? Não sei, não.

Não é impossível.

Observo Astrid. Ela parece completamente fora do ar, mas às vezes volta ao mundo real e dá alguma risada forçada.

Watt olha várias vezes para Lia. Há algo acontecendo entre eles, ou não?

É incrível como apenas um beijo pode bagunçar sua cabeça completamente.

Nem percebo quando a garrafa para em Hiccup.

—Verdade ou consequência? – Hiccup pergunta.

—Verdade. – Jamie responde.

—É verdade que você já beijou a princesa?

Para a minha triste surpresa, Jamie bebe do copo.

Tento não pensar, nem olhar para Elsa. Tento não fazer nada.

O tempo passa, posso sentir, mas não estou conseguindo assimilar mais nada. Quando ela beijou Jamie? Antes de ter me beijado é praticamente impossível.

—Verdade ou consequência? – Elsa pergunta.

Anna sorri com os olhos.

—Consequência. – Percebo que ela é a corajosa da família. A que fala o que pensa, sem medo.

—Eu não sei fazer consequências legais. – Elsa admite, sorrindo. – Não consigo pensar em nada.

—Fala para ela beijar algum dos selecionados. – Watt oferece.

Todo mundo ri.

—Certo, Anna, vamos fazer assim: Eu desafio você a beijar um dos selecionados. Exceto o Watt.

Ele faz bico.

Anna corre os olhos pelo círculo, escolhendo o sortudo, mas eu sei quem ela vai escolher. Todos sabemos quem ela vai escolher. Kristoff, dã.

Seus olhos passam por todos nós.

Ela aponta o dedo para o selecionado. Meu sorriso cai totalmente da minha face. Meus olhos arregalam-se. Meu coração bate muito rápido.

Ela está apontando o dedo para mim.

Por que? Quando? Onde?

Como assim?

Olho para Elsa, ela está encarando Anna.

Levanto-me e forço minhas pernas a andarem até a princesa. Tenho certeza que ela não fez por mal, mas acabou de criar uma discussão interior. Dentro de mim e, espero eu, dentro de Elsa.

Agacho-me na sua frente e encaro aqueles olhos. Não escondiam nada. Não possuíam segredos, mas sim almas devoradas por completo.

Muito bonita, tenho que admitir. Mas Elsa...

Observo rapidamente Elsa, logo ao lado da Anna. Logo ao meu lado.

Seu rosto, pela primeira vez, diz tudo. Ela não quer que eu beije Anna. Claro que não quer. Mas seria por ela ser sua irmã, ou por algo a mais?

Anna toca em meu rosto com dois dedos e direciona meu olhar para ela, em vez de para Elsa.

Seguro seu rosto, apreensivo e busco seus lábios com os meus em um encaixe perfeito. Não me atrevo a fazer mais que isso, até porque tudo que consigo pensar é em Elsa olhando o que estamos fazendo.

Afasto-me e o rosto da Anna vira-se quase que de imediato para a irmã.

Elsa está com a cara fechada, encarando a irmã. Anna franze o cenho e há uma espécie de conversa silenciosa entre elas.

Não dura muito.

Eu volto para o meu lugar e todos estão falando muito alto sobre coisas aleatórias.

Hans gira a garrafa.

Quando ela para, Astrid se pronuncia:

—Alteza, eu não estou me sentindo muito bem, posso me retirar?

—O que houve? – Elsa pergunta, preocupada. Todos olhamos diretamente para as duas.

—Uma dor de cabeça, apenas. – Diz, levantando-se. Elsa levanta-se junto.

—Você... – Ela não consegue nem completar a frase. Astrid desmaia e quase cai feio no chão se não fosse por Elsa que a segurou. Rapidamente me levanto e coloco-a no colo.

—Chamem os médicos! – Anna grita.

—Voltem para os quartos, por favor! – Elsa pede para o restante do grupo, que obedece de prontidão.

—Eu vou com vocês. – Lia profere.

—Tudo bem. – Anna diz.

Eu corro pelos corredores, segurando-a. Astrid não acorda.

Elsa está logo na minha frente, guiando-me.

Logo acha a porta da enfermaria, que era, para variar, enorme. Deito Astrid em uma das macas e logo algumas pessoas usando roupas esverdeadas aparecem. Um deles pede para eu me afastar e eu saio da sala.

Apoio minha testa na parede do corredor. Milhões de pensamentos rodeando a minha cabeça.

Dor. Eu sinto dor ao ver qualquer um se machucar. Tenho isso desde os sete anos, quando um passarinho morreu ao tentar atravessar a janela da minha casa. Eu senti algo doer dentro de mim naquele dia, e mal dormi.

Alguém coloca a mão em meu ombro. Viro-me e encaro Lia.

—Você está bem? – Ela pergunta.

—Não. – Respondo, sentindo minha garganta secar. – Como está Astrid?

—Acordou. Mas não entre agora, ela precisa descansar.

—O que houve com ela? – Indago, virando-me completamente em sua direção.

—Não cabe a mim falar. Mas temo que ela precisará de você. – Ela encurva a boca, indo embora pelo corredor.

 


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Notas finais do capítulo

@#$@#$@#@$%@$!@% AGORA FERROU! O QUE QUE VEM POR AÍ HEIN? O tanto de coisa que aconteceu nesse capítulo... MDS Muita informação HEHEHEHEHE Teve gente que não teve chance de jogar, que garrafinha chata! Mas calma gente, não tiveram chance agora, mas CERTEZA q vcs vão descobrir coisas logo logo...