Secret of Wind escrita por Jooy Jones


Capítulo 17
Luau




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  Jacob POV

Eu não entendo como Bella ainda conseguia fazer isso. Como ela podia mexer tanto comigo? Achei que tudo ficaria bem se Aria estivesse lá. Ela é meu imprinting! Então, por que droga foi tão difícil ouvir Bella falar sobre seu casamento? Odiava o fato de ela e aquele sanguessuga idiota estarem tão felizes. Eu queria ser ele... Ah cara! No que eu estou pensando?

Entrei em casa batendo fortemente a porta. Billy olhou-me assustado da sala.

— O que houve, garoto?

— O imprinting! Não está funcionando! – falei frustrado.

— Como assim não está funcionando? – perguntou confuso.

— Por que eu ainda fico tão abalado quando vejo Bella?

— Jacob, você teve uma forte ligação com ela...

— Mas a Aria esteve comigo! Não era para isto acontecer! – Billy contorceu seu rosto em uma careta e murmurou um “estranho”. Droga de vida!

— Por enquanto, mantenha-se afastado dela – concluiu, e logo mudou de assunto. – Os garotos estavam a sua procura. Foram à praia.

Ignorei meu pai e fui dormir. Estava cansado de pensar em coisas desnecessárias. Aria viria à noite, eu me divertiria, e Bella faria parte do meu passado.

Infelizmente, eu dormi mais que o esperado e quando dei por mim já estava anoitecendo. Eu tinha perdido a hora! Saí irritado do meu quarto, encontrando Paul deitado no colo de minha irmã. Eu não precisava acordar presenciando essa cena.

— Sua namorada passou aqui – disse Rachel ao me ver.

— Aria? – perguntei. – O que ela disse?

— Não lembro. – Deu de ombros.

— E por que não me acordaram?! – falei irritado. Aria era orgulhosa, se ela achasse que eu tinha dado o bolo nela, não voltaria a falar comigo tão cedo.

Saí de casa apressado. Precisava falar com ela, e provavelmente ela estaria em casa.

— Jacob, não se esqueça da reunião! – gritou Paul. Ignorei-o e saí. Mas para onde eu deveria ir? Voltei.

— Alguém sabe onde ela mora? – perguntei. Paul sorriu debochado e falou:

— Está mais calminho, Black.

— Sabe ou não? – Eu já estava perdendo a paciência.

— Ela mora próximo à praia. Na antiga casa abandonada.

Agradeci e fui caminhando para lá. Torcia mentalmente para que ela ainda quisesse ir. Avistei, minutos depois, a casa de madeira. Bati na porta uma, duas, sete vezes. Mas ela não abriu. Bati novamente impaciente.

— Sabia que existe uma lei contra vizinhos barulhentos? – falou Aria, ao abrir a porta. Ela estava descabelada, sua voz estava rouca e vestia um short muito curto, dando uma ótima visão de suas pernas torneadas.

— Estava dormindo?

— Eu estava em coma, Black – falou irônica. – A propósito, obrigada por me salvar.

— Engraçadinha. – Revirei os olhos. – Soube que você foi à minha casa – comentei, invadindo a dela.

— Existe outra lei também, contra invasão a domicilio – disse carrancuda.

— Você fez um bom trabalho aqui. – Analisei o local. A casa era limpa e tinha um ar reconfortante.

— O que você quer?

— Não vai comigo para o luau? – perguntei apreensivo. Ela estava rabugenta e eu tinha medo de que ela dissesse não.

— Achei que não iria ter mais. – Deu de ombros. – Sua irmã me disse que você não estava em casa e...

— Eu estava dormindo. – E quando ela me olhou confusa, expliquei. – Dor de cabeça.

— O que causou sua dor de cabeça? Bella? – perguntou curiosa. – O que aconteceu entre vocês?

— Nada. Você não oferece comida para as visitas? – mudei de assunto.

— Você não é visita, Black, é encosto – disse sarcástica. – E não fuja do assunto.

— Eu só tive dor de cabeça, por causa daquele cheiro insuportável de vampiro. – Ela ainda parecia desconfiada, mas assentiu. – Vamos para o luau? – Aria ponderou a ideia e suspirou cansada.

— Vou me trocar.

— Não precisa – falei, encarando descaradamente suas coxas. – Belas pernas! – Ela corou e subiu rapidamente para o segundo andar.

Enquanto a esperava, olhei ao redor.  Poucas coisas naquela casa lembravam Aria, com exceção de um porta-retratos, e nele tinha uma foto curiosa. Aria estava rodeada por mais três pessoas, e sorria como eu nunca tinha presenciado antes.

— São meus antigos amigos – disse, interrompendo meus pensamentos.

— Eles são como você?

— Todos eles são elementais – falou tristonha. Aquele assunto parecia afetá-la, então, achei melhor não perguntar mais nada.

— Vamos? – Ela assentiu e seguiu-me em direção à praia. Não conversamos muito durante o trajeto, mas ainda assim, era boa a sensação de tê-la por perto.

Todos os outros membros da matilha já estavam ali. E assim que nos viram, fizeram uma careta. Aria encolheu-se ao meu lado.

— Por que trouxe essa garota para cá? – perguntou Paul zangado.

— Pare, está deixando-a desconfortável – defendeu Sam.

— Esta é uma reunião privada. Não devemos trazer imprintings. – respondeu Paul.

— Acho melhor eu ir... – cutucou-me Aria.

— Você fica – falei, sentindo meu corpo esquentar.

— Relaxa, cara, nada vai acontecer – disse Quil, acalmando Paul.

— Jacob insiste em trazer garotas desnecessárias para cá – falou Leah, ácida.

— Cale a boca, Leah! – repreendi.

— Estou falando a verdade, oras! – defendeu-se. – A garota vampiro só nos trouxe problemas.

— Garota vampiro? – interessou-se Aria. – Está falando de Bella? – perguntou curiosa. Se alguém mais abrisse a boca ali, eu não iria me controlar.

— Não contou para a garota sobre a sua obsessão?

Meu corpo tremeu. Seth e Jared tentaram me segurar. Quem aquela infeliz da boca grande pensava que era? Mas antes que eu me transformasse, Aria falou boquiaberta:

— FALA SÉRIO! Ela é a garota que você me falou no outro dia? – perguntou espantada. – Eu não consigo entender! O que vocês viram naquela songa-monga?!

Foi o suficiente para causar uma explosão de gargalhadas de Embry e Quil. Leah, por sua vez, soltou um sorrisinho irônico, e Paul tentou segurar a risada. Sentia-me mais calmo, diante da atmosfera divertida que se criara. Essa não era a reação que eu esperava dela.

— Adorei essa garota! – disse Leah sarcástica.

— Não está... chateada? – perguntei confuso.

— Por que eu estaria? – Aria deu de ombros. Aquilo tinha me decepcionado um pouco. Talvez eu tivesse me confundido em relação ao imprinting. Talvez ele sequer tenha acontecido.

— Podemos começar a reunião ou não? – disse Sam, dando um fim à bagunça que tinha se formado.

Porém, tudo o que ele falava parecia distante para mim. Aria não gostava de mim e eu ainda não havia esquecido Bella. O imprinting era uma farsa!

— O que acha, Jacob? – perguntou Sam. Todos os olhares voltaram-se para mim. Eu não tinha prestado atenção em nada.

— Com licença. – Suspirei, afastando-me de lá. Precisava de ar. Precisava ficar sozinho. Mas o destino parecia não agir a meu favor, já que uma voz gritou:

— Black! – chamou-me. – Já é a segunda vez hoje que faz isso comigo! – disse Aria zangada.

— Por favor, deixe-me, Campbell. – Me virei, continuando a andar, mas uma mão pequena e delicada segurou o meu braço.

— O que está acontecendo com você? É a primeira vez que me chama de Campbell. – Fez uma careta.

— Não é assim que eu deveria chamá-la?

— Black, você está distante e parece triste – comentou. – Te machuca tanto assim falar dela? Você ainda sente algo por ela, não é? – Os olhos de Aria brilhavam em um misto de preocupação e expectativa.

— Eu não sei o que sinto. Eu queria mesmo jogar fora os pensamentos sobre ela, mas eu não consigo! Eu acho que a... – Antes que eu concluísse a frase, o corpo de Aria chocou-se contra o meu em um abraço apertado. Meu coração pareceu parar por alguns segundos. O ar parecia não vir. Era a primeira vez que tinha estado tão perto dela. Era a primeira vez que tínhamos sido tão íntimos.

 Acho que ela estava esperando por alguma reação minha, e quando não obteve, afastou-se sem graça.

— De-desculpe – gaguejou. Puxei-a novamente, apertando-a fortemente contra meu peito. Dessa vez, eu não pretendia soltá-la nem tão cedo.

— Obrigado, Aria – sussurrei, afundando meu nariz em seus cabelos e inalando o inebriante cheiro de alguma flor, desconhecida para meu olfato.

— É Campbell – murmurou baixinho, retribuindo o abraço.

Eu não sabia o porquê de ainda estar tão ligado a Bella, ou o porquê de estar tão chateado com seu casamento, mas eu tinha plena certeza de apenas uma coisa: que meu destino era dela, que eu era de Aria.


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