Secret of Wind escrita por Jooy Jones
Jacob POV
Eu não entendo como Bella ainda conseguia fazer isso. Como ela podia mexer tanto comigo? Achei que tudo ficaria bem se Aria estivesse lá. Ela é meu imprinting! Então, por que droga foi tão difícil ouvir Bella falar sobre seu casamento? Odiava o fato de ela e aquele sanguessuga idiota estarem tão felizes. Eu queria ser ele... Ah cara! No que eu estou pensando?
Entrei em casa batendo fortemente a porta. Billy olhou-me assustado da sala.
— O que houve, garoto?
— O imprinting! Não está funcionando! – falei frustrado.
— Como assim não está funcionando? – perguntou confuso.
— Por que eu ainda fico tão abalado quando vejo Bella?
— Jacob, você teve uma forte ligação com ela...
— Mas a Aria esteve comigo! Não era para isto acontecer! – Billy contorceu seu rosto em uma careta e murmurou um “estranho”. Droga de vida!
— Por enquanto, mantenha-se afastado dela – concluiu, e logo mudou de assunto. – Os garotos estavam a sua procura. Foram à praia.
Ignorei meu pai e fui dormir. Estava cansado de pensar em coisas desnecessárias. Aria viria à noite, eu me divertiria, e Bella faria parte do meu passado.
Infelizmente, eu dormi mais que o esperado e quando dei por mim já estava anoitecendo. Eu tinha perdido a hora! Saí irritado do meu quarto, encontrando Paul deitado no colo de minha irmã. Eu não precisava acordar presenciando essa cena.
— Sua namorada passou aqui – disse Rachel ao me ver.
— Aria? – perguntei. – O que ela disse?
— Não lembro. – Deu de ombros.
— E por que não me acordaram?! – falei irritado. Aria era orgulhosa, se ela achasse que eu tinha dado o bolo nela, não voltaria a falar comigo tão cedo.
Saí de casa apressado. Precisava falar com ela, e provavelmente ela estaria em casa.
— Jacob, não se esqueça da reunião! – gritou Paul. Ignorei-o e saí. Mas para onde eu deveria ir? Voltei.
— Alguém sabe onde ela mora? – perguntei. Paul sorriu debochado e falou:
— Está mais calminho, Black.
— Sabe ou não? – Eu já estava perdendo a paciência.
— Ela mora próximo à praia. Na antiga casa abandonada.
Agradeci e fui caminhando para lá. Torcia mentalmente para que ela ainda quisesse ir. Avistei, minutos depois, a casa de madeira. Bati na porta uma, duas, sete vezes. Mas ela não abriu. Bati novamente impaciente.
— Sabia que existe uma lei contra vizinhos barulhentos? – falou Aria, ao abrir a porta. Ela estava descabelada, sua voz estava rouca e vestia um short muito curto, dando uma ótima visão de suas pernas torneadas.
— Estava dormindo?
— Eu estava em coma, Black – falou irônica. – A propósito, obrigada por me salvar.
— Engraçadinha. – Revirei os olhos. – Soube que você foi à minha casa – comentei, invadindo a dela.
— Existe outra lei também, contra invasão a domicilio – disse carrancuda.
— Você fez um bom trabalho aqui. – Analisei o local. A casa era limpa e tinha um ar reconfortante.
— O que você quer?
— Não vai comigo para o luau? – perguntei apreensivo. Ela estava rabugenta e eu tinha medo de que ela dissesse não.
— Achei que não iria ter mais. – Deu de ombros. – Sua irmã me disse que você não estava em casa e...
— Eu estava dormindo. – E quando ela me olhou confusa, expliquei. – Dor de cabeça.
— O que causou sua dor de cabeça? Bella? – perguntou curiosa. – O que aconteceu entre vocês?
— Nada. Você não oferece comida para as visitas? – mudei de assunto.
— Você não é visita, Black, é encosto – disse sarcástica. – E não fuja do assunto.
— Eu só tive dor de cabeça, por causa daquele cheiro insuportável de vampiro. – Ela ainda parecia desconfiada, mas assentiu. – Vamos para o luau? – Aria ponderou a ideia e suspirou cansada.
— Vou me trocar.
— Não precisa – falei, encarando descaradamente suas coxas. – Belas pernas! – Ela corou e subiu rapidamente para o segundo andar.
Enquanto a esperava, olhei ao redor. Poucas coisas naquela casa lembravam Aria, com exceção de um porta-retratos, e nele tinha uma foto curiosa. Aria estava rodeada por mais três pessoas, e sorria como eu nunca tinha presenciado antes.
— São meus antigos amigos – disse, interrompendo meus pensamentos.
— Eles são como você?
— Todos eles são elementais – falou tristonha. Aquele assunto parecia afetá-la, então, achei melhor não perguntar mais nada.
— Vamos? – Ela assentiu e seguiu-me em direção à praia. Não conversamos muito durante o trajeto, mas ainda assim, era boa a sensação de tê-la por perto.
Todos os outros membros da matilha já estavam ali. E assim que nos viram, fizeram uma careta. Aria encolheu-se ao meu lado.
— Por que trouxe essa garota para cá? – perguntou Paul zangado.
— Pare, está deixando-a desconfortável – defendeu Sam.
— Esta é uma reunião privada. Não devemos trazer imprintings. – respondeu Paul.
— Acho melhor eu ir... – cutucou-me Aria.
— Você fica – falei, sentindo meu corpo esquentar.
— Relaxa, cara, nada vai acontecer – disse Quil, acalmando Paul.
— Jacob insiste em trazer garotas desnecessárias para cá – falou Leah, ácida.
— Cale a boca, Leah! – repreendi.
— Estou falando a verdade, oras! – defendeu-se. – A garota vampiro só nos trouxe problemas.
— Garota vampiro? – interessou-se Aria. – Está falando de Bella? – perguntou curiosa. Se alguém mais abrisse a boca ali, eu não iria me controlar.
— Não contou para a garota sobre a sua obsessão?
Meu corpo tremeu. Seth e Jared tentaram me segurar. Quem aquela infeliz da boca grande pensava que era? Mas antes que eu me transformasse, Aria falou boquiaberta:
— FALA SÉRIO! Ela é a garota que você me falou no outro dia? – perguntou espantada. – Eu não consigo entender! O que vocês viram naquela songa-monga?!
Foi o suficiente para causar uma explosão de gargalhadas de Embry e Quil. Leah, por sua vez, soltou um sorrisinho irônico, e Paul tentou segurar a risada. Sentia-me mais calmo, diante da atmosfera divertida que se criara. Essa não era a reação que eu esperava dela.
— Adorei essa garota! – disse Leah sarcástica.
— Não está... chateada? – perguntei confuso.
— Por que eu estaria? – Aria deu de ombros. Aquilo tinha me decepcionado um pouco. Talvez eu tivesse me confundido em relação ao imprinting. Talvez ele sequer tenha acontecido.
— Podemos começar a reunião ou não? – disse Sam, dando um fim à bagunça que tinha se formado.
Porém, tudo o que ele falava parecia distante para mim. Aria não gostava de mim e eu ainda não havia esquecido Bella. O imprinting era uma farsa!
— O que acha, Jacob? – perguntou Sam. Todos os olhares voltaram-se para mim. Eu não tinha prestado atenção em nada.
— Com licença. – Suspirei, afastando-me de lá. Precisava de ar. Precisava ficar sozinho. Mas o destino parecia não agir a meu favor, já que uma voz gritou:
— Black! – chamou-me. – Já é a segunda vez hoje que faz isso comigo! – disse Aria zangada.
— Por favor, deixe-me, Campbell. – Me virei, continuando a andar, mas uma mão pequena e delicada segurou o meu braço.
— O que está acontecendo com você? É a primeira vez que me chama de Campbell. – Fez uma careta.
— Não é assim que eu deveria chamá-la?
— Black, você está distante e parece triste – comentou. – Te machuca tanto assim falar dela? Você ainda sente algo por ela, não é? – Os olhos de Aria brilhavam em um misto de preocupação e expectativa.
— Eu não sei o que sinto. Eu queria mesmo jogar fora os pensamentos sobre ela, mas eu não consigo! Eu acho que a... – Antes que eu concluísse a frase, o corpo de Aria chocou-se contra o meu em um abraço apertado. Meu coração pareceu parar por alguns segundos. O ar parecia não vir. Era a primeira vez que tinha estado tão perto dela. Era a primeira vez que tínhamos sido tão íntimos.
Acho que ela estava esperando por alguma reação minha, e quando não obteve, afastou-se sem graça.
— De-desculpe – gaguejou. Puxei-a novamente, apertando-a fortemente contra meu peito. Dessa vez, eu não pretendia soltá-la nem tão cedo.
— Obrigado, Aria – sussurrei, afundando meu nariz em seus cabelos e inalando o inebriante cheiro de alguma flor, desconhecida para meu olfato.
— É Campbell – murmurou baixinho, retribuindo o abraço.
Eu não sabia o porquê de ainda estar tão ligado a Bella, ou o porquê de estar tão chateado com seu casamento, mas eu tinha plena certeza de apenas uma coisa: que meu destino era dela, que eu era de Aria.
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