Stay Strong escrita por Queen Manuela


Capítulo 8
Everything




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Find me here

And speak to me
I want to feel you
I need to hear you
You are the light
That's leading me to the place
Where I find peace... Again

You are the strength
That keeps me walking
You are the hope
That keeps me trusting
You are the life
To my soul
You are my purpose
You're everything

And how can I stand here with you
And not be moved by you?
Would you tell me how could it be any better than this?

You calm the storms
And you give me rest
You hold me in your hands
You won't let me fall
You steal my heart
And you take my breath away
Would you take me in?
Take me deeper now?

And how can I stand here with you
And not be moved by you?
Would you tell me how could it be any better than this?

( Everything - Lifehouse )

— O que foi que você disse? — indaguei indo ao seu encontro e segurando em seus ombros — diz Felicity — gritei nervoso fazendo ela encolher os ombros — diga alguma coisa.

****
Demorei alguns segundos para assimilar o que estava acontecendo. Fiquei pouco atônita, pouco pensativa. Estava incapaz de olhar em seus olhos, precisava procurar alguma desculpa ou alguma coragem, mas aquele instante meu cérebro era incapaz de qualquer ação, tão pouco mandava os comandos que me fizessem respirar.
Oliver soltou meus ombros e armou um soco que acertou a parede, eu sabia que ele não me machucaria mas imediatamente fui tomada pelo medo. Encolhi meus ombros recuando alguns passos até sentir a parede a minhas costas.
Abri minha boca e vi seus olhos me olharem com expectativa, mas nada consegui dizer. Eu já havia me convencido de que não contaria a ele, depois de noites sem dormir ensaiando diversas formas de contar me convenci de que ele viveria melhor se não soubesse.
O silencio estava me torturando, eu sentia minha respiração entrecortada fazer contraste com meus batimentos que ora batiam acelerados, ora paravam por algumas frações de segundos.Estava escancarado no rosto dele a sua revolta.

— Vá embora Oliver, por favor — supliquei.

— Você tem noção do que está fazendo? — indagou se aproximando — você está brincando comigo Felicity — maneei a cabeça negando sentindo meus olhos marejarem — qual o seu problema? porque disse a Sara que seu bebê é meu? o que você quer de mim — que diabos ele estava falando.? — quer se vingar por ter quebrado seu coração?

— Cala a boca Oliver — gritei — eu quero que você vá embora.

— Eu não vou embora enquanto você não olhar na minha cara e disser que esse bebê é meu.

— Ela não é sua. Ela é minha, só minha — algumas lagrimas começaram a descer pelo meu rosto — você pode ser a droga do doador mas você nunca será nada dela.

— Mas que droga — gritou jogando um vaso de flores na parede — você pretendia esconder isso até quando?

— Você nunca saberia — confessei — não era isso que você queria quando decidiu fazer a doação? não saber para quem foi doado muito menos que vida foi gerada ?— joguei as palavras a sua cara com nojo — estava te fazendo um favor.

— Você não tinha esse direito

— Você é quem não tem direitos aqui, quem você pensa que é? algum tipo de Deus que pode manipular a vida das pessoas sem permitir que a sua seja afetada? sinto te informar MAS VOCÊ NÃO É — voltei a gritar e vi seu punho se fechando — você não tem direito algum sobre a minha filha, muito menos sobre a minha vida

— Eu nã...

— Não mesmo — interrompi — você nunca teve a intenção de ser pai, esse papo todo eu já sei Oliver, mas deixa eu te contar uma coisa — me aproximei dele secando as lagrimas no meu rosto — ser pai é mais do que doar espermatozoides, pai é aquele que da amor, você nunca quis ser pai porque você é incapaz de amar.

Ele observou meu rosto por alguns instantes confuso, depois me deu as costas se aproximando do porta-retrato na estante.
Minhas mãos ficaram geladas e meu coração se acelerou, minha visão começou a embaçar e minhas pernas a fraquejarem, imediatamente levei minhas mãos a barriga procurando um sinal de vida da minha filha, ela parecia alheia a tudo que estava acontecendo pois assim que sentiu o toque se mexeu. Por alguns instantes a sensação de alivio me invadiu, mas então minhas pernas não aguentaram o peso do meu corpo, e eu deixei que ele deslizasse pela parede até chegar ao chão me sentando. Eu podia sentir meu coração batendo mais alto, mais rápido, parecia que a qualquer instante ele saltaria do meu peito. Eu queria gritar por socorro, mas Oliver estava de costas totalmente irredutível em sua bolha de fúria, minha voz estava sufocada e eu só conseguia pensar em Beatrice. Soltei um urro de dor involuntariamente quando senti uma pontada no peito. Oliver se assustou e assim que se virou seus olhos se arregalaram me vendo ao chão. Seus braços rodearam o meu corpo imediatamente me levantando enquanto ele abanava meu rosto, as lagrimas caiam sem cessar, a pontada estava cada vez mais forte. Aninhei minha cabeça na curva do seu pescoço completamente inerte e apaguei.
Não sei ao certo como aconteceu, mas quando recuperei minha consciência estava deitada em uma maca com uma agulha enfiada em meu braço, ao meu lado um monitor cardíaco media minha pressão arterial e controlavam meus batimentos, cinco pessoas andavam de um lado para o outro apressadas, meu coração começou a se apertar a pensar em Beatrice, eu não a sentia mais dentro de mim, talvez fosse efeito dessa coisa que aplicaram em meus braços mas o desespero tomou conta de mim. O Dr. Steele se aproximou com uma prancheta em mãos conferindo o monitor, depois voltou-se a mim.

— Como está se sentindo? — perguntou.

— Eu perdi o bebê? — proferir essas palavras fez a pontada voltar a atingir o meu peito, mas o Dr. Steele maneou a cabeça negando — estou sentindo algumas pontadas bem aqui — coloquei a mão próxima ao meu peito esquerdo.

Ele não disse nada, se virou e deixou a sala. Duas enfermeiras se aproximaram colocando mais uma agulha em meu braço, minutos depois o Dr. Steele voltou com Oliver ao seu lado. Eu não sabia exatamente o que ele estava fazendo ali, mas aquelas malditas borboletas voltaram a se agitar em meu estomago. Percebi que um liquido escorria de minhas pernas e imediatamente gritei chamando a atenção das enfermeiras.

— A bolsa dela estourou Sr. Precisamos fazer o parto imediatamente antes que o cordão sufoque a criança. — Uma delas enfatizou chamando a atenção de Oliver que se aproximou na cabeceira da maca.

— Cheque a dilatação, ela está entrando em trabalho de parto. Precisamos fazer o parto o mais rápido possível, caso contrario as vidas delas estarão em risco.

— Mas Sr. Os batimentos não estão bons — tentou argumentar.

— Faça o que eu disse.

Naquele momento o ar congelou, meu mundo estava desabando. Depois de todos esses meses enfrentando todos os obstáculos por ela, havia a possibilidade de não conseguir tê-la em meus braços. Chorei, comecei a fazer um retrocesso da minha gravidez, me julguei, tentando entender a onde é que eu tinha errado. O sofrimento parecia não ter fim. As contrações começaram a surgir, e eu me punia abafando todos os gritos me castigando por submetê-la a isso. Eu precisava ser forte, eu precisava agüentar firme, a vida dela estava dependendo disso. As dores só aumentavam e as enfermeiras ficavam apenas me olhando, uma delas instruiu Oliver a fazer massagem em minhas costas para ajudar na dilatação e diminuir as dores. Ele não tinha que passar por tudo isso, não depois de tudo que eu havia dito a ele, mas ele estava ali ao meu lado. Sua mão grande fazia movimentos circulares em minha coluna amenizando um pouco da dor.
O Dr. Steele voltou a sala já usando as mascaras e luvas, os equipamentos já estavam todos a postos, Oliver estava se afastando quando segurei a manga de sua camisa chamando sua atenção.

— Me prometa Oliver — seus olhos se arregalaram ao me ouvir — me prometa que se tiverem que escolher entre ela ou eu você se certificará de que seja ela.

— Shiiiu — ele levou sua mão até o topo de minha cabeça fazendo ali um carinho — vocês vão ficar bem, as duas vão.

— Prometa — nesse instante uma contração mais forte veio me fazendo soltar um longo grito que o assustou — prometa que será ela, eu te imploro.

— Eu prometo — ele assentiu — agora você precisa ser forte, precisa agüentar firme.

Finalmente entrei em trabalho de parto, Oliver se afastou ficando longe dos meus olhos, eu sentia algumas contrações mais leves mas a mesma pontada no peito. Uma das enfermeiras segurava minha mão e pedia que eu fizesse força. Força. Eu procurava internamente dentro de mim algum lugar que eu pudesse encontrá-las, mas nada adiantava, eu estava vulnerável e impotente.
Nesse exato momento comecei a depositar o pouco de fé que tinha em uma oração, não ser dizer para quem eu rezava, mas a todo instante pedia misericórdia. Eu sabia que de onde quer que ela estivesse, minha mãe estava olhando por mim, e sem saber se ela poderia ou não me ouvir pedi que ela intercedesse pela minha filha. Eu estava completamente entregue, o único fio de esperança que me prendia a vida era lutar para que ela conseguisse nascer. Meu peito ardia, meus batimentos voltaram a aumentar. Eu ouvi alguém dizendo para eu ser forte, que eu precisava lutar pela Bea. Fechei minhas mãos agarradas ao lençol e concentrei toda a força que consegui juntar em minha barriga, a enfermeira voltou a falar "força mãe" quando uma nova pontada atingiu meu peito. Inconsequentemente um urro de dor fugiu dos meus lábios, e atendendo as minhas orações eu encontrei forças. Oliver se aproximou entrelaçando meus dedos com os dele beijando o topo da minha cabeça. Uma sensação de conformo me invadiu e fui tomada pela confiança, nesse momento eu precisava ser forte por Bea, mas precisava sobreviver para lutar por ele. Eu iria convencê-lo de que poderíamos ser uma família, porque aqui dentro do meu peito há um amor tão grande por ele que seria capaz de amar por dois.

Meus olhos encontraram os dele a medida que eu comecei a sentir Bea deslizando pelo meu canal vaginal. Forcei o aperto em sua mão e soltei um longo suspiro, ela havia conseguido.

OLIVER

Descobri da pior maneira possível de que o bebê que eu já amava sem nem ao menos conhecer era meu. Eu já havia me resolvido quanto a paternidade de Bea, independente de quem fosse, eu cuidaria e a amaria caso Felicity permitisse. Foi um choque e tanto ouvi-la dizer que eu era o doador e que não iria me contar. Ela havia me prometido que não abriria aqueles arquivos mas ainda assim ela o fez, e eu sei o quanto fui imprudente e egocêntrico quando disse a ela que não queria o bebe daquela doação, mas agora sabendo que ele era Bea eu não conseguia pensar em viver longe dela.Eu amo Felicity, e farei tudo o que estiver ao meu alcance por ela.

Eu não sabia como sua saúde estava debilitada, ela estava com problemas no coração e não poderia passar por nenhum estresse ou grande emoção. Não sabia e não poupei esforços em nossa briga. Quando a vi quase desfalecida no chão, com o rosto totalmente cansado e urrando de dor, percebi que não sobreviveria se alguma coisa acontecesse com uma delas. Peguei-a no colo e corri para o hospital mais próximo que encontrei, no caminho avisei Thea e pedi que avisasse a John e Sara. Cheguei e com ela no hospital e corri colocando-a sobre uma maca gritando que salvassem as duas. Felicity estava inconsciente e eu acertando os detalhes na recepção, o nervosismo me dominando, John foi o primeiro a chegar e me disse que ela precisaria de mim. Mal sabia ele que provavelmente ela não iria querer olhar em minha cara nunca mais.
Quando o Dr. Steele avisou que ela entraria em trabalho de parto entrei com ele. Ela estava deitada numa maca com uma agulha no braço, alguns aparelhos ligados no coração que davam direto no monitor que mostrava seus batimentos altos. Eu entendia bem pouco, ou melhor, quase nada, mas eu sabia que algo estava errado. Uma das enfermeiras questionou se eu era o marido me fazendo perder a fala. Apenas respondi que era o pai do bebê. Ela me passou algumas instruções de como ajudar Felicity e eu prontamente aceitei. Seu corpo inteiro estremecia em dor, seus olhos estavam fundos mostrando sua feição cansada, ela estava sofrendo e eu não podia fazer nada. Fui pego de surpresa quando sua mão alcançou a manga da minha camisa me forçando a olhar para ela, ela me pediu, me pediu não, me fez prometer que se ficasse entre ela e a Beatrice eu teria que escolher a Beatrice. Eu não conseguia considerar perder nenhuma delas, mas tive que concordar para que se sentisse melhor. Ouvi as enfermeiras a chamarem de guerreira por agüentar todas as contrações calada. E ela era, a mulher mais forte e guerreira que eu já conheci.

And how can I stand here with you
And not be moved by you?
Would you tell me how could it be any better than this?

Cause you're all I want
You're all I need
You're everything, everything
You're all I want
You're all I need
You're everything, everything
You're all I want
You're all I need
You're everything, everything
You're all I want
You're all I need
Everything, everything

And how can I stand here with you
And not be moved by you?
Would you tell me how could it be any better than this?


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Notas finais do capítulo

Amores, amanhã o ultimo capitulo. Espero que vocês gostem. Hoje estou atrasada, quase não consigo postar o capitulo mas aqui está. Prometo responder os comentários do outro capitulo assim que possível, espero o feedback de vocês nesse aqui pois se houver algo errado eu quero melhorar com o final. Muuuito obrigada de coração a todas vocês. Bjs!