A Seleção da Herdeira escrita por Cupcake de Brigadeiro


Capítulo 25
Diga meu nome quando ninguém estiver olhando | A Elite


Notas iniciais do capítulo

a-ha! *dando um susto em vocês, sorrindo, saltitando* E aí, que passas? *sorrindo torto, enfiando as mãos no bolso* Como vocês estâo? Sei que atrasei, mas foi realmente sem querer. A internet acabou e alguns contratempos com a minha correção do capítulo acabaram me fazendo tardar, mas bem, aqui estou yo, agradecendo imensamente a todos vocês que comentaram no capítulo anterior e me deixaram, mais uma vez, em completa êxtase! Stuart é um dos meus personagens prediletos, e saber que vocês gostaram dele também é impagável a felicidade que sinto! ♥ *sorrisão* Espero que gostem do capítulo, que dá um passo para o clímax dessa segunda etapa, e é bem provável que quem já leu os livros saibam mais ou menos o que virá a acontecer.
Bom, boa leitura, serhumaninhos! ♥
Ps.: Coloquei um poema, mas aconselho a música Say My Name, Destiny's Child, porque o final é bem "diz meu nome se ninguém está perto", e também porque o ritmo é sinistro, 'tá ligado? *fazendo pose séria, de óculos escuros, como se eu fosse das quebradas, mas não quebro nem o lápis verde da bic*
https://www.youtube.com/watch?v=J_lmRg5jo0o esse é o link, e essa é a letra https://www.letras.mus.br/destinys-child/10584/traducao.html
Beijons!



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A amizade

é o mais belo afluente do amor,

ela ajuda a resolver,

com paciência,

as complicadas equações

da convivência humana.

 

A amizade

é tão forte quanto o amor,

ela o educa,

sinalizando o caminho da coerência,

apontando as veredas da justiça

controlando os excessos da paixão.

 

A amizade

é um forte elo que une pessoas

na corrente do querer.

 

Amizade

é cola divina,

cola demais,

pode doer.

A amizade

tem muito mais

juízo que o amor,

quando ele se esgota

e cisma de ir embora,

ela se propõe a ficar

vigiando

o sentimento que sobrou.

— Ivone Boechat

— Sei lá — Finnick disse rindo, pensativo. — Eu gostaria que os convidados fossem com roupas extremamente à vontade.

O rei nos convidou para irmos em seu escritório, pois ele tirou o dia de folga justamente para conversar com os Selecionados, e nos perguntou como gostaríamos que seja a nossa festa de casamento.

— Tipo bermudas e blusas de praia? — Gale perguntou risonho, e todos rimos ao assentir de cabeça de Finn.

— Exatamente! — concordou, e o rei também riu.

— E você, Peeta? — Ouvir meu nome na voz do rei me causa frio na espinha. Todos haviam dito coisas que gostariam na festa, como por exemplo, um bolo bem gigante — e foi Blane que disso isso —, Gale disse que gostaria que a escolha fosse toda da Princesa, porque eles têm o mesmo gosto, no geral — e infelizmente eu sei disso, como todos —, Calvin disse que presentearia todos os convidados, e eu... bom... Nunca parei para pensar nisso. Sempre imaginei apenas eu, a garota que amava e a burocracia no cartório de Sant Cloud.

— Não importa como seja... — falei sincero. — Seja com luxo ou na simplicidade. Sempre imaginei apenas o momento em que espero no altar e vejo a garota que amo entrar.

— Mas isso acontece com todo mundo — Cato disse, revirando os olhos.

— Acho que o mais importante é a pessoa que vai passar o resto da sua vida com você, e não a festa.

O rei sorriu, feliz pela minha resposta, mas eu fiquei envergonhado, porque havia sido algo sincero. Preciso memorizar que o rei é legal, e a rainha não. Ele é como a Katniss e Prim.

— E o senhor? — Gale perguntou, com seus olhos cinzas que brilhavam em curiosidade. — Como acha que a princesa gostaria da própria festa de casamento?

Ele sorriu mais uma vez, balançando a cabeça em negativa.

— Ela nunca planejou seu casamento. Não que eu saiba. Sempre esteve preocupada demais com quem se casará e os seus sentimentos serem absolutos. Ela acha mais importante a pessoa com quem vai passar o resto da vida do que com a festa. — Levantei os olhos, que estavam em minhas mãos, pois eu não sabia em que fixar os olhos, embora as pinturas e fotografias da família real sejam realmente fascinantes.

A conversa se estendeu por mais meia hora, onde todos diziam o que achavam sobre algo que passava longe de política e economia. Nos despedimos do rei, que foi sinceramente agradável e divertido. Me lembrava meu pai aos domingos à tarde, e isso me deixava feliz, porque ambos têm os cabelos escuros, mas os do meu pai são castanhos escuros, e do senhor Snow é em tons mais claros.

Mas ainda sim, o jeito que nos tratava era tão fácil como a relação de pai e filho, ou seja, de melhores amigos.

É bom ver que Katniss puxou o lado bom da família, assim como sua irmã.

...

— Eu gosto do Sol — Layla disse, colocando suco no meu copo. — E você?

Sorri.

Hoje era dia de ficarmos ao ar livre porque a princesa e a rainha solicitaram isso, mas o rei e Prim vieram conosco, só que estão em partes diferentes do jardim, a enorme parte de grama verde, com mesas e guarda-sóis para cobrir a todos, mas apenas eu estou escrevendo, terminando trabalhos logo de uma vez.

— Não ligo muito pra ficar por aqui — admiti, marcando mais algumas respostas. — Ordeno que você e seus irmãos me deem as respostas para esse dever.

Espreguicei-me, como um gato, ficando de bruços sobre a mesa, olhando para os três, que riam. Era a minha primeira ordem, mas sabiam que não era uma ordem de verdade, por isso riam.

Sorri torto, cansado, desejando com todas minhas forças uma cama macia.

— Infelizmente, mesmo que quiséssemos, não temos ensino adequado para isso — Stefan disse, me passando um prato com pudim. Pudim!

— Só de me terem trago pudim enquanto faço esse dever entediante, me ajuda muito. Obrigado. — Afastaram–se um pouco, para ficarem a postos a qualquer coisa que eu fosse pedir ou precisar.

Fiquei focado em resolver as questões militares, que me deixavam cansado psicologicamente falando, mas continuei, com o pudim quase intocado, até que ouvi uma agitação suave dos criados.

Arrumei a postura, esfregando os olhos, pois minha vista estava um pouco cansada. Katniss estava de pé a dois metros de mim, com os braços cruzados, observando-me. Cruzei os braços também, apoiando minhas costas na cadeira, ficando bem a vontade.

— Vocês me entregaram! — Eles riram, afastando-se um pouco, quando ela se aproximou. — Olá, Querido.

— São quatro horas da tarde, não acha que está cedo para me chamar dessa forma tão sexy essa hora da manhã em público? — Ela gargalhou, sentando-se ao meu lado, pegando a caneta da minha mão, e logo marcou três questões, as que faltavam.

— Eu já fiz isso divers...

— Katniss! — Delly veio em passos furiosos até a princesa.

— Sim?

— Você me enganou! Me enganou! — a loira (agora morena) urrou, com muita raiva. — Quase caí no riacho!

Katniss gargalhou.

— Mas aquilo não tem nem um metro de profundidade!

— E daí?! Esses tênis NÃO são para passar por lamaceiros! — Delly estava bem vermelha.

— Você! Quer me fazer estudar! Eu quero sair um pouco, aproveitar esse Sol! Olhe que dia lindo! — Katniss abriu um sorriso enorme, apontando sugestivamente para o Céu azul. Realmente, estava um belo Sol. Se eu estivesse no Sete agora, provavelmente estaria tomando um banho, depois para o quarto dos meus pais que tem ar-condicionado e uma cama de casal extremamente confortável, então, eu deitaria como uma estrela de barriga pra baixo, sentindo o arzinho gelado.

Se o calor permanecesse até à noite, dormíamos no chão do quarto deles. Eu sempre gostei de dias quentes.

— Ah! Ok! Vou falar para o rei que você não quer saber de estudar! Vou contar agora! Nesse momento! — E se virou, indo em passos pesados e decididos.

— Se liga. — Katniss me cutucou, com um sorriso. — Três... — Ergueu três dedos. — Dois... — Abaixou um. — Um...

— Ok! Eu não vou lá no rei! — Delly deu meia volta, sem ter nem imaginado que era feita uma contagem regressiva para retroceder, arrancando uma risada sincera de mim e da futura rainha de Panem, pelo rosto de confusão de sua professora.

— O que é tão engraçado?

— Diz pra ela, Peeta! Diz! — ri, batendo palmas, fechando os olhos.

— Você é previsível demais, demais — falei, rindo de Katniss agora, que caiu na cadeira de tanto rir. — E tem galhos nos seus cabelos.

Delly gritou internamente, pois suas bochechas ficaram bem vermelhas, então, ela se debateu com muita raiva, puxando com força os cabelos, embaraçando os fios ainda mais.

— Tchau! Estou indo fazer algo útil que não seja cuidar de você!

Katniss olhou para mim com um sorriso.

— O que veio fazer aqui além de olhar o lindo Sol que está fazendo sobre nossas cabeças? — perguntei, desviando nossos olhares, olhando para as folhas, terminando de estudar, guardando a folha no caderno para entregar a Trudy, professora de história.

— Nada — disse, simplesmente, dando de ombros. — Ficar ao seu lado é bom, ainda mais pelo fato que daqui posso ver minha irmã desenhando. Ela é ótima nisso, sabia?

— Oh... — Não me surpreende tanto. Ricos gostam de coisas assim, e Prim era extremamente delicada em tudo o que fazia.

— Mas ai, tenho que fazer um anúncio especial que...

— Katniss! — A voz de sua mãe a interrompeu, como uma flecha corta o ar. Fria, rápida e cortante.

— Você pode ir no meu quarto mais tarde — lembrei-a, voltando minha atenção para as questões militares. Eu tinha que passar a caneta agora.

— É verdade. Mantenha-se acordado. Gosto de sua presença. — Deu um beijo rápido na minha bochecha, perto da boca, que me fez levantar os olhos, com as bochechas rosadas, fazendo-a rir. — Você é bonitinho, Peeta Mellark. Até logo, vejo-o mais tarde.

Quando ela se levantou, Finnick se aproximou com um sorriso torto, então deram um breve abraço com sorrisos, sussurrando algo que a fez rir, cobrindo a boca com a mão.

— E ai, Dude! — Finn se sentou de frente pra mim, pegando meu copo de suco, acabando com todo o conteúdo em rápidos três segundos, fazendo um "aaaaahhhhh", juntamente com um sorrisão, espalhando-se na cadeira. Ri, balançando a cabeça em negativa, colocando os papéis na pasta, e logo Stefan veio pegar, para entregar a professora por mim. Agradeci, então, eu e o loiro do Distrito 4 começamos a conversar.

— Fico pensando quanto tempo essa coisa toda vai durar. Estou gostando de ficar aqui. — notei que de vez em quando olhava vagamente para uma parte do palácio, para as janelas. Dava um sorriso, depois, voltava a olhar para mim.

— Eu também, honestamente, por mais falta que eu esteja sentindo da minha família. Sinto que sem eles aqui algo fica incompleto. — Sorriu, concordando.

— Também acho isso, o que é complicado, mas ao nosso redor existem pessoas que se importam. Katniss é uma dessas. — Levamos nossos olhos para onde a futura rainha estava, concentradíssima em algo que sua mãe lhe mostrava, de forma severa, e parecia se conter para não começar a gritar com ela. Queria poder ajudá-la, mas mal sei sobre como me ajudar!

— É verdade — concordou, e ficamos conversando durante um bom tempo, até todos precisarem ir para cada quarto, pois amanhã teria o Jornal Oficial.

/...

— Então, senhor Cato, concorda que é adequado que invistamos em novos recrutas? — Caesar perguntou.

Todos sabíamos que essas perguntas eram para nos testar, afinal, terceira semana de novembro, logo teríamos dezembro — meu mês favorito —, e, então, a virada de ano. A população queria menos Selecionados e um casamento. Até o rei e a rainha, com seus diversos conselheiros, os olhares para Katniss eram extremamente significativos.

Ela fingia não ver, mas sua inquietação indicava preocupação, e isso me deixava preocupado.

— Acho que seria adequado o recrutamento dobrado, pois essa guerra se estende faz anos e anos, então o mais correto para finalizar com tudo isso é enviar uma demanda maior.

Alguns conselheiros trocaram breves palavras, parecendo otimistas, e isso me deixou com raiva. Notei que batia silenciosamente um pé no chão, por não saber o que faria, mas quando eu vi, já estava falando, afinal, ontem mesmo eu estava estudando sobre as questões militares acerca do país.

— Discordo. — minha voz saiu normal, como se eu estivesse falando para duas ou três pessoas sobre um assunto sério. Não importava, desde que eu fosse contra a opinião de Cato, que incomodava a tudo e a todos.

— E por qual razão, senhor Peeta Mellark? Como sugere que a guerra seja finalizada de uma vez? — Caesar questionou, com uma expressão tranquila.

— Voluntários. — Perdi-me em mim mesmo por alguns instantes. As pessoas logo começaram a comentar entre si. — Porque caso tenhamos pessoas interessadas em lutar porque querem, aumentaríamos de forma estrondosa o rendimento, e também seria um incentivo para quem já está lá. Grande parte dos Dois podem pagar para se livrar do recrutamento. — Não olhei para Cato, mas era claro que eu me referia a ele. — Porém, há outros que não tem a mesma "sorte". Muitos contribuem para a renda familiar, o que é muito sério, pois muitos vão apenas com um pensamento, que é voltar para a minha vida normal.

Finnick me deu uma cotovelada, com um sorriso em concordância.

— Eu concordo com o Peeta — Finn disse, assentindo. Ele fugia de assuntos assim, um pouco desconfortável, então era sempre breve. Apenas o seu sorriso em concordância foi o suficiente para me deixar mais relaxado.

Katniss parecia imparcial.

Caesar estava surpreso, assim como os conselheiros e a realeza. Pareciam não ter pensado nisso antes.

— E não deveria haver essa coisa de poder burlar a lei, mesmo sendo um Dois — Gale disse, tranquilo como sempre. — Direitos iguais. Sou totalmente a favor do recrutamento ser voluntário, podendo abrir-se também para os Oito.

Cato se virou para Gale, já que agora éramos posicionados em duas fileiras de três cadeiras.

— Se você fosse um Oito ou um Dois, realmente se alistaria? — perguntou. Era uma boa pergunta, afinal, um Dois se preocupava mais em status, filmes e música, e um Oito, bom, era mais preocupado em sobreviver, e não ir de encontro com uma morte eminente, que é o caso do recrutamento.

Gale riu, balançando a cabeça em negativa para Cato, que voltou a olhar para onde nos mandavam, que era, no momento, para Caesar.

— Obviamente não, mas não se deve deixar enganar por ternos. Existem pessoas com um verdadeiro instinto assassino por debaixo dessas roupas confortáveis, ou uma alma grandiosamente gentil por detrás de bandanas.

/...

— Eu concordo totalmente sobre essa coisa toda — Júlia disse, enquanto escovava o meu cabelo para o dia seguinte. — Conheço diversas pessoas que não morreram de fome pela misericórdia de Deus depois que receberam a carta do governo.

Suspirei, concordando, cobrindo a orelha esquerda com uma mão, a pedido dela, para não correr o risco de queimar.

Minha vizinha é prova disso. Seu marido foi convocado, mas após sua morte, ela e o filho conseguiram se sustentar, mas chegou os temidos 18 anos. Sete meses, foi o tempo que ela ficou, em estado de choque. Mamãe a ajudou como pôde, e ela nos ajudou — porque é quando estamos fracos que somos fortes —, mas a carta e o uniforme de Becker chegou, e ela ficou maluca, literalmente. Às vezes eu a via quando vinha dos trabalhos, mendigando, e queria ajudá-la, mas nunca nem tinha para meus irmãos, quem dirá para mim. O que eu tinha a lhe oferecer eram minhas orações.

Eu escapei por três meses, graças a Deus, de todo meu coração. Pois se a ideia egoísta de Cato fosse colocada em prática, eu não teria a chance de vir para o palácio, e estaria morto, com certeza. Não tenho coragem nem para matar uma lagartixa — que é o meu maior medo depois de perder minha família e esquecer-me de onde eu vim —, quem diria uma outra pessoa, e criar estratégias. Fora que se eu morrer, não sei como minha família reagiria, afinal, uma coisa é eu estar longe, outra totalmente diferente é eu estar morto.

— Ainda bem que trabalhando aqui eu não sou convocado... — Stefan disse, em um suspiro aliviado.

— Você se daria bem, Stef — Layla falou, um pouco sonhadora, arrumando a penteadeira.

— Não me daria nada — ele debateu, revirando os olhos. — E eu não gosto que me chame assim. Parece nome de garota.

Ri, balançando a cabeça em negativa. Esses três são demais.

— E daí? Com esse nome esquisito, Stef é ótimo.

— Isso é abreviação de Sthefani, sua mongol! — ele exclamou, enquanto Júlia estava quietinha, com os lábios tremendo para não rir, assim como eu.

— E eu com isso?! — perguntou a caçula, cruzando os braços na frente do corpo. — Seu nome nem significado ou origem tem, a não ser de uma série de televisão de cem anos atrás!

— Mas diz a minha personalidade, que eu sou tranquilo e inteligente! Diferentemente do seu nome ridículo. Layla, Layla... Significa "escura como a noite", e você nem é morena! Tá mais pra tarde com essa cor de pele parda sem graça que você tem.

Ela ficou boquiaberta, ofendida. Aquilo foi o fim da picada. Eu comecei a gargalhar, assim como Júlia.

— Seu idiota, você é da mesma cor que eu! E eu queria ser morena, mas infelizmente foi a Rue que deu mais sorte... — Ele fez uma cara de "'tô nem ai pra você", desviando o olhar.

— Pode falar o nome dela quantas vezes quiser. Já superei. E você é parda, não é negra, aceite que dói menos.

— Ah tá, por causa da tal garota que você viu, não é? Aliás, Peeta, sabia que o Stefan está afim de uma garota aí? — Ri, vendo as bochechas do meu amigo ficarem roxas de vergonha, pegando coisas para fazer, saindo do quarto.

— Esqueci o nome dela. Mas é muito bonita — Júlia disse, com um sorriso torto, voltando a escovar meu cabelo. Esse negócio de mecha por mecha está começando a me incomodar.

— Tomara que ela tenha um nome decente, pelo menos — Layla disse, revirando os olhos. — Rue é um nome feio demais. Stefan, mesma coisa.

— Eu vou fazer algo útil, que é sair daqui, porque já deu a hora!

— Tudo bem, vamos juntas com você, espera, seu chato — Júlia pediu, sorrindo, terminando de escovar o meu cabelo. — Pronto.

~*~

Mais uma vez, dormi depois de deitar na cama, sem saber como, exatamente, e sem sonhos, fazendo eu logo sentir um corpo se deitar ao meu lado.

— Mas que... — Eu já ia mandar a pessoa se identificar, mas o aroma dos cabelos e da pele, mel puro, eram inconfundíveis: Katniss.

— Olá, meu bem — disse, passando uma perna pela minha cintura, aconchegando-se em meu peito. — Vim te fazer uma pergunta.

— Faça, mas antes, que horas são? — Riu, balançando a cabeça.

— Dez e meia da noite ainda, não se preocupe. O que vim te perguntar é... O que acha de ver sua família?

O ar escapou dos meus pulmões. O que isso significa?

— C-c-como assim? — perguntei, sentando-me na cama, vendo-a fazer um muxoxo, insatisfeita.

— Ah, estava melhor antes... Bem, o que acontece é que já enviei uma carta convidando todas as famílias dos Selecionados presentes para uma festa de Halloween, então, eles ficarão aqui durante três dias. Gostaria que ficassem mais, mas realmente não deu. Chegam depois de amanhã.

— Meus pais vão vir? Com meus irmãos? — Seu sorriso se abriu, gentil, assentindo.

— Claro que sim. Todos eles — disse, olhando em meus olhos. — O que acha da notícia? É o segundo pra quem estou contando isso.

— E quem foi o primeiro? Cato? — perguntei, revirando os olhos. Ela sorriu.

— Com ciúmes, Mellark? — Remexi–me na cama, incomodado. Sim, eu estava. Mas ela não precisa saber disso, necessariamente.

— Não vai arrancar nada da minha boca, Princesa. — Olhou–me maliciosa, não me permitindo prever seus atos seguintes, que consistiam em me beijar. Mas não foi uma surpresa negativa, abrindo um sorriso, correspondendo o beijo, inclinando meu corpo na cama, devolvendo o beijo.

Suas mãos correram para meus ombros, escorregando em meus braços e abdômen rapidamente, e as minhas para seu rosto e cintura, trazendo-a para perto, aproximando-nos ainda mais, querendo prosseguir com aquilo tudo.

Katniss e seu domínio sobre minhas emoções.

Os beijos desceram para seu pescoço, com nossos olhos fechados, a temperatura do quarto aumentou em um suspirar, que estranho.

— Agora pode me dizer se sente ciúmes de mim...? — questionou, persuasiva, em meu colo, quase, com as pernas pendendo apenas para um lado. Minha respiração estava o mais contida possível, mas eu queria continuar com aquilo. Ela me tinha, nesse momento, nas mãos, literalmente, fazendo carinho nas minhas costas e nuca. Eu desejava ela. Desejava tudo.

Sim, eu sinto — respondi, em um tom baixo, inebriagado pela situação.

— Muito ou pouco? — sussurrou, carinhosa. Oh, droga, Katniss.

Muito — sussurrei de volta, com os olhos fechados. Eu iria me matar quando me tocasse o quão submisso eu fico quando afagam minha nuca e cabelos.

— Que bom saber, mas que fique claro que eu espero sempre o momento em que a gente fica sozinho — disse, sorrindo, beijando meu pescoço, fazendo todo meu corpo arrepiar. Foi demais pra mim, apertando sua cintura, ficando ofegante.

— Katniss... — adverti, vendo as nossas intenções que a situação toda tomava. Ela estava quase no meu colo, com as duas pernas ao redor da minha cintura. — Pare com isso.

— Isso o quê? — sussurrou, beijando meu pescoço mais uma vez, sorrindo, então nossos olhares se encontraram mais uma vez. — Os beijos?

— A provocação. — Sorriu, divertida. — Sabe que é errado.

— Sim... Vou tentar não mexer com você, senhor Certinho.

— Isso é ótimo, ótimo! — respondi, cínico, observando ela desabotoar alguns botões de seu casaco, deslizando pelos braços, mãos, jogando ao lado da minha cama, revelando sua blusa azul de dormir, combinando com a calça de cetim preta. Cetim... Stuart gostaria de sentir o tecido nas roupas que uso e nas roupas de cama.

— Posso dormir aqui hoje? — perguntou, suspirando. — Antes de passar no quarto de Cato, eu estava tomando soro. Os testes com a maconha não deram muito certo. Tenho intolerância agora... E as coisas começaram a ficar confusas.

— Claro que pode dormir aqui, mas quero que faça carinho no meu cabelo. — Riu, assentindo. Nos deitamos na cama, normalmente, um do lado do outro, mas com um braço envolvi sua cintura, deixando-a bem perto de mim. Uma de suas mãos estava entre nós, próxima aos nossos corações, mas outra estava no meu rosto, fazendo um casto carinho, tão puro quanto uma criança, e seus olhos redondos me encarando lindamente. Com meu braço que não estava em sua cintura, sua cabeça repousava, e minha mão acariciava seu braço.

Dormi sem saber que horas eram, e a única coisa que senti foi seu carinho, trocando mais um beijo calmo com ela. Não sei se alguém tinha esse poder no mundo, mas Katniss dominava toda a gravidade quando se aproximava de mim.

E nesse momento, eu tive a certeza de que ela tinha muito domínio sobre meu humor, coisa que apenas Delly conseguia mudar.

Quando acordei, Katniss estava totalmente sobre mim, repousando com a cabeça em meu peito, e um braço meu rodeava sua cintura, com um edredom cobrindo nossos corpos. Estávamos totalmente vestidos, mas ainda sim, ao nos acordar, Layla, Stefan e Júlia estavam com olhos maliciosos.

Katniss apenas riu, estando ainda um pouco sonolenta, esfregando os olhos.

— Por favor, só mantenham a descrição. Nenhum jornalista pode saber disso, por favor — pediu, ficando de pé, enquanto eu suspirava, rolando para o outro lado da cama, cobrindo até minha cabeça, com frio, tirando deles risadas.

— Como quiser, Vossa Alteza. Pode contar com o nosso silêncio — Stefan garantiu.

— Eu sei que sim. Muito obrigada mesmo. Bom dia, espero vê-los em breve. E, Peeta — balançou meu pé —, melhore aquilo que eu te falei. As posições não estão adequadas ainda.

Olhei pra ela, um pouco confuso. Ela não havia mandado eu melhorar em nada e... Ai ela piscou, com um sorriso de segundas intenções. Entendi. Está falando sobre estratégias militares.

Mas não precisam saber.

— Ah, claro... Vossa Alteza. No entanto, não acho que seja coerente falarmos sobre isso na frente deles... Ainda mais quando se trata... de nós — respondi, com um sorriso esperto no rosto. Ainda bem que eu ao menos estava totalmente vestido e tinha me contido na noite passada. Ou essa frase poderia ser uma verdade, afinal, não sei nada sobre o que acontece depois dos beijos, apenas que as pessoas ficam sem roupas.

— É verdade... A velocidade das coisas na noite passada... — suspirou, cansada. Layla estava boquiaberta, literalmente. Precisei lutar com todas minhas forças para não começar a rir.

— Melhore também na vossa pontualidade — retruquei, porque eu não presto. — Isso não teria acontecido se houvesse chegado a tempo. E hoje à tarde, não se esqueça do nosso encontro.

Ah, Katniss, se tem uma coisa que eu sou, é aproveitador.

— Claro que não... — disse, passando as mãos nos cabelos bagunçados, como se tivéssemos feito uma zona na noite passada. — Às três no meu escritório, ao lado do pertencente à Rainha.

Ela estava fazendo um jogo comigo, mas achei legal e divertido que as coisas estivessem ficando subentendidas pelos meus amigos.

— Obviamente, Alteza. Mal posso esperar.

— Nem eu. — E sorriu, indicando que tudo estava absolutamente bem entre nós dois. Voltando-se para meus criados, que prestavam toda a atenção na cena, sem saber exatamente o que falar, sorriu calma e gentil. — Vocês não iam querer ter entrado no quarto horas atrás, com certeza. Porém, sou grata que tenha sido vocês que entraram aqui. Espero que tenham um dia excelente, mais uma vez. Até logo.

— Igualmente, Alteza. — E fizeram mais uma reverência antes de Katniss sair pela porta.

— Vai nos contar exatamente o que aconteceu aqui! — Júlia foi a primeira a exclamar, sentando na beirada da cama, seguida pelos irmãos, que me olhavam curiosos. Eu comecei a rir.

Contei o que me era permitido, sem a parte do tratamento da princesa ou coisas do gênero, mas contei sobre o fato que apenas dormimos juntos. Dormimos no sentido literal, não no sentido coloquial.

— Não acreditamos em você — Stefan disse, rindo. — Já olhou para os seus cabelos? E a cama como está amarrotada? O robe dela estava no chão.

— Ah, que seja, eu estou dizendo a verdade! — Ergui as mãos em rendição. — Desisto de tentar explicar a situação para vocês, quero dormir mais um pouco. E aliás... — eram 07h21min agora —, ainda tenho uma hora de sono! O que fazem aqui a esta hora?

Eles riram, fazendo eu rir também, pois foi tão sincronizado, que me dava medo. Eu e Amélia fazíamos isso também?

— Viemos porque tínhamos que arrumar algumas roupas suas para mais tarde. Anna nos avisou que teremos visitas, então temos muito trabalho. Volte a dormir, imaginamos o quão cansado a princesa tenha te deixado. — Fiquei boquiaberto, com os olhos semicerrados. Quanta audácia.

— Tudo bem. Vou dormir mesmo, e não estou muito disposto a ir tomar café da manhã... — eu disse, passando a mão lado esquerdo do pescoço, onde Katniss tinha beijado. Muita coisa aconteceu, muitas revelações em minha mente para que eu possa viver em sociedade no café.

— Diremos nesse momento que você está com dor de cabeça, não se preocupe. Cuidaremos disso agora mesmo! — Júlia exclamou, empolgadíssima, levantando-se com os irmãos, que riam, cada um indo cumprir o seu trabalho. Revirei os olhos com um sorriso, jogando-me para trás na cama. Não que eu estivesse com sono, mas era extremamente bom ficar nessa cama.

Pensei no momento em que acordei, poucos minutos atrás, de Katniss deitada carinhosa no meu colo, e nos beijos antes do sono nos tomar. Eu adoraria acordar todas as manhãs dessa forma.

Mal posso esperar para rever os meus irmãos, exclusivamente Amélia e Stuart, e contar tudo isso.


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Notas finais do capítulo

Hou-hou-hou! Bem, foi isso! ♥ Sei que querem mais que esse enrololô acabe, mas a fic é longa mesmo, espero que isso não canse ninguém, no final, e eu estou reduzindo o máximo possível um livro de mais de 300 páginas, estando na metade com os dois capítulos que estou escrevendo ao mesmo tempo.
Let's para os spoilers! *sorrisão, animada*
Música do próximo capítulo: Kingdon Come, Demi Lovato ft. Iggy Azzalea
Trecho: "A família de Blane e Finnick eram diferentes. Blane tinha dois irmãos, pareciam mais quase da mesma idade que ele, mas mais novos, e Finnick apenas um irmão mais velho, idêntico a ele, porém com os cabelos pretos e a pele um pouco mais clara, mantendo os mesmos olhos verdes e porte levemente atlético.
Quando a família de Gale chegou, ele desarmou, saindo correndo — correndo mesmo — na direção dos irmãos caçulas, que pouco lembravam ele em aparência, pondo-os no colo, começando a chorar, sendo cercado pelos pais.
Ai, eu já estava uma pilha de ansiedade, sentindo as mãos tremerem, um frio descomunal na barriga. Cadê a minha família?
Então, vi os inconfundíveis cabelos loiros acastanhados de Amélia.
Tudo começou a ficar mais devagar, minha respiração falhou, meu sorriso apareceu, em meio a algumas lágrimas nos olhos.
— Licença, por favor — pedi, empurrando de leve algumas pessoas que estavam na minha frente, que impediam-me de ir até minha irmã. Corri, mais do que Gale, embora fosse me ordenado ficar no lugar. Tia Effie queira me desculpar.
Amélia se jogou em meus braços, e eu a levantei, abraçando-a com todas as minhas forças pela cintura, tirando seus pés do chão, escondendo meu rosto na curva do seu pescoço, sem acreditar que eu estava ali, abraçando minha irmã, minha amiga, minha alma gêmea.
— Ai meu Deus, como eu senti sua falta — falou, chorando, e eu também, sem ligar para os bons modos. — Céus, que saudade — sussurrou.
Eu nem conseguia falar nada, apenas retribuir, retribuir."
Bem, é isso! ♥ muito Peeta belo, recatado e do lar no próximo capítulo, juntamente com ele sabendo o que se passa realmente em casa, e eu particularmente estou bem ansiosa para terminar de escrever o próximo! Espero que tenham gostado, agora, vou responder todos os comentaários do capítulo anterior antes de partir para os estudos de matemática. Prometo tentar ao máximo para não demorar. Beijos, meus lindos, fiquem com Deus! ♥ *chuva de purpurina dourada*