Almost Lover - Parte 1 escrita por Lady Rogers Stark


Capítulo 40
Q U A R E N T A


Notas iniciais do capítulo

Hey! E aí?

Uma perguntinha, como vocês estão reagindo ao saber que tudo o que Loki é, e por mais que o tempo tenha passado, nada mudou? Que ele continua um louco tarado e obcecado pela Emily? Sei que ele não parece louco para vocês, mas imagina ter um stalker como amigo seu? Alguém quem você confiou? Pois é, Emily se sente exatamente assim: Traída.

Mas bora ao capítulo! Uma boa leitura e fui!



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P.O.V Emily

Depois contei quando ele me chamou para ir a Asgard aqui na mansão. Dessa vez foi a vez de Pepper se assustar. Perguntou como o moreno havia conseguido entrar sem que J.A.R.V.I.S o detectasse e mandasse todas as armaduras por precaução para perto. Meu pai, novamente como a muitos anos atrás, ameaçou o coitado do sistema que apenas se defendeu humildemente.

E em seguida tive que contar como eu tive a coragem de mentir. Tentei deixar bem claro que foi difícil para mim, e eles me perdoaram, e um imenso alivio eu senti depois que eu ouvi saindo da boca da Pepper, enquanto meu pai cruzou os braços novamente confirmando com a cabeça.

Respirei fundo, sentindo minhas mãos suadas e meus dedos escorrerem entre si, e assim desmanchando o aperto. Joguei o cabelo para trás e acabei ficando inquieta. Andei até o sofá atrás da mesinha de centro determinada a agora jogar a bomba. A reação da Pepper eu já sabia, agora do meu pai... Preferia tomar precauções, que provavelmente não seriam nada.

—Lembra quando contei para vocês o que Loki havia feito? Anos atrás para você, Steve e Thor? – pergunto mansa, aos poucos e devagar, tentando ser o mais sutil e doce possível, e assim disparando o alarme de perigo dentro do meu pai, que apenas bufa e concorda com a cabeça com aquele olhar “eu-sei-que-você-fez-merda”.

Eu me referia quando Loki havia me defendido de um valentão que eu não faço ideia do nome. Claro, depois de um pouco mais de vinte anos, eu iria lembrar o nome de alguém que eu deveria esquecer? Que não teve importância alguma para mim? Mas me lembro o que Loki fez. Socou o cara bem no nariz quando ele havia tentado me beijar a força.

Olho em volta procurando por algo que eu pudesse usar para mexer, pois minhas mãos não paravam quietas, e Pepper percebeu, e por isso me ofereceu um copo de suco de manga. Aceito imediatamente bebendo todo o líquido antes de tentar falar, pois mesmo acabando de beber algo bem gelado, ainda sentia minha garganta seca.

—Aí... Por onde eu começo...? – pergunto coçando a cabeça. Escuto e vejo Brianna bufar revirando os olhos ainda mais entediada do que Howard estava, e mesmo o meu irmão tentando me dar apoio, ou coragem, eu sabia que estava entediando a todos, e deixando meu pai cada vez mais impaciente.

—Conta logo garota! Antes que eu arranque a verdade a força! – meu pai praticamente explode me assustando. Primeira vez que eu via ele falar assim comigo, e não era tom de brincadeira, era sério – Por favor Emily, você está nos deixando ainda mais nervosos com esse suspense – o moreno explica agora mais calmo, e Pepper concorda com a cabeça. Concordo com ele.

—Tudo bem. Loki simplesmente tem uma afixação psicótica por mim. Tirou fotos minhas dormindo, e até tomando banho. E também...

—Peraí, peraí e peraí... Espera aí – meu pai me interrompe enquanto Pepper e Howard me olham assustados e surpresos, e meu pai raivoso – O que foi que você disse? – pergunta cerrando os olhos como se a verdade estivesse estampada na minha cara, e acho que estava, pois uma coisa dessas era para estar tão nervosa quanto estou.

Penso por um instante que talvez eu tenha feito a coisa errada sobre ter contado desse jeito, mas o estrago agora já está feito, falei logo de uma vez o que estava me corroendo por dentro, joguei a bomba e agora é só esperar a onda de choque depois da explosão da bomba e esperar que os efeitos da devastação não sejam grandes demais e fáceis de contornar.

—Foi o que você ouviu – confirmo e meu pai olha desacreditado para qualquer outro lado da sala, ainda tentando digerir a informação, ou se segurando para não arrancar algum membro do Loki, claro, se ele não estivesse a vários mundos de distância, e incontáveis anos-luz de distância também – Descobri isso hoje, e voltei o mais rápido possível com a Brianna.

—Como você descobriu? – pergunta curiosa Pepper, que me olha ao mesmo tempo curiosa e preocupada, uma preocupação de mãe, e a entendo perfeitamente, já passei por isso tantas vezes que consigo identificar em qualquer um que esteja passando por isso. Meu pai olha para mim com os olhos pedindo explicações imediatas.

—Eu e Loki iriamos para um passeio, eu não sabia qual era, segundo ele, era surpresa -  começo a contar e todos prestam atenção em mim, exceto claro, Brianna – Fiquei esperando no quarto dele enquanto ele resolvia algum assunto sobre alguma coisa que entendi nada – tentei continuar a contar, porém meu pai me interrompe novamente.

—E posso saber o que a senhora fazia no quarto dele? Ein? – pergunta o moreno cruzando os braços com um olhar puro de desconfiança. Reviro os olhos para aquela pergunta. Já não estava claro que fui iludida? Acho que não, pois ainda não cheguei nessa parte.

—Posso continuar? – pergunto de maneira retorica e ignorando a sua outra pergunta. O moreno bufa me dando permissão para prosseguir – Fiquei só mexendo nos livros até que uma porta se abriu, do nada, parecia um quarto secreto e blá blá blá. Entrei e dei de cara com coisas como essas – conto pegando do bolso as minhas provas. Entreguei primeiro o desenho.

Meu pai agarra o papel, até um pouco bruto demais, e assim, amassando o papel. Tony olha impaciente, e logo virando o rosto na outra direção e entregando a Pepper, que bem mais calma e delicada, observa o desenho de mim dormindo tranquilamente. Seria até bonito o desenho, se não fosse feito de maneira tão assustadora.

—E você tem alguma ideia de quando ele foi feito? – a ruiva pergunta a mim, nego com a cabeça sem noção alguma, só sabia que foi feito a um bom tempo por causa do papel amarelo. Tony se levanta pegando o papel e indo a uma mesa de comandos e colocando o desenho ali, provavelmente para ser analisado.

—Peguei isso aqui também – digo mostrando a prova final, de tudo aquilo pelo qual me dava vontade de tacar qualquer coisa pesada o suficiente para que fizesse um bom estrago no Loki, qualquer coisa, que claro, eu pudesse erguer, como uma cadeira de jantar de madeira. Howard agarra o diário e lendo rapidamente qualquer página antes que meu pai pegasse de suas mãos.

—Eita... – é só o que ele diz enquanto meu pai lê também, e depois, subindo o olhar aos poucos para me encarar assustado e nervoso. Apenas abaixo a cabeça olhando para os meus pés um pouco sujos de areia naquele tapete lindo e caro. Dou alguns passos para trás saindo dele. Espero pela reação do meu pai, mas não vem, e Pepper assustada, pega o papel lendo também.

—Temos que fazer alguma coisa, isso não pode ficar assim – é a única coisa que Pepper diz antes que eu me jogue na poltrona me sentindo uma pedra. Eu estava cansada, tanto mentalmente quanto fisicamente – Já não bastava destruir tantas famílias em Nova Iorque anos atrás, tem que destruir a nossa também? E com um golpe tão sujo como esse?

Apenas concordo com a cabeça com os braços sobre o apoio me sentindo uma criança numa cadeira maior do que ela. Todos concordam com as palavras da ruiva, e como não esbanjo nenhuma reação, eles olham para mim esperando uma resposta, e é claro que digo que concordo com eles, afinal, foi diretamente comigo que aconteceu.

—Ele vai vir atrás de você? – pergunta meu pai e dou de ombros sem saber da resposta. O moreno bufa olhando para o teto de olhos fechado, provavelmente frustrado por não saber o que fazer exatamente, assim como eu. Só o que eu sei é que vai ter volta por parte dele, e o pior, a qualquer hora, poderia ser até agora mesmo.

Bem no dia seguinte, eu estava entrando no avião das Indústrias Stark pronta para irmos para casa. Brianna entrou primeiro, apenas me virei para acenar para a minha família. Acenaram de volta e entrei no avião, me sentei de frente para Brianna e a aeromoça fechou as portas. Deixei os cotovelos sobre o descanso e Brianna olhou para mim curiosa.

—Vai querer conversar ou posso ficar calada a viagem inteira? – pergunta direta e objetiva, sem tempo para enrolações ou sutilezas. Já me acostumei com o jeito dela assim. Não me surpreende mais.

—Prefiro dormir a viagem inteira – respondo deitando com a cadeira e relaxando. Ouço seu riso baixo e controlado, e provavelmente voltando a folear uma revista qualquer.

—Preparada mãe? – me perguntou Brianna tocando os meus ombros, olhando nos meus olhos e esperando uma resposta positiva. Balancei a cabeça positivamente antes de responder.

—Acho que sim, não deve ser tão difícil bater na casa dele e conversar com ele, não é? – pergunto tentando parecer mais calma e casual, mas eu estava mais nervosa do que uma porquinha indo ao abatedouro.

—Para qualquer um é fácil. Mas você que fica nervosa por qualquer coisa ao conversar a coisa mais simples que for com o papai, acho que não – responde e reclamo que ela só está me deixando mais nervosa – Ok, desculpa. Olha, respira fundo, entra nesse carro e vá até o endereço que o J.A.R.V.I.S te deu, bate na porta e pede para entrar, pronto, só isso! – repassa o plano mais uma vez, porém, como se não fosse nada demais, como se fosse apenas para buscar pão na padaria da esquina.

—Você fala como se fosse a coisa mais simples do mundo, Brianna! – reclamo com a minha voz saindo mais fina do que eu esperava, um grito estridente. Bufo batendo o pé no chão parecendo uma criança de seis anos fazendo Brianna cruzar os braços na frente do peito e me olhar com aquela cara, a expressão de “fala-sério-que-você-esta-fazendo-isso?”.

—Quer saber? Ou você entra aí, ou eu mesma vou falar com o papai e resolver isso – ameaça já abrindo a porta do carro. E mesmo sabendo que aquilo era somente um truque, a puxo pelo braço entrando no carro e me sentando no banco já fechando a porta. Ela me olha risonha dando passos para trás.

—Tchau! E volta para o quarto! – me despeço rapidamente dando ré no carro e já pisando no acelerador com força fazendo o carro acelerar rapidamente. Não que eu estivesse com pressa, apenas que eu estava nervosa, mas isso não é novidade para ninguém.

Corri pela a avenida seguindo passo-a-passo do GPS, que me levaria direto para a casa do Steve, que era a uns vinte quilômetros do centro, e pelo jeito, quase no meio do nada. Bem o típico dele, que sempre comentou sobre morar no meio da floresta, ou numa montanha, praticamente isolado do mundo. Acho que ele sempre me incluiu naquele plano maluco, mas que apenas não contava pois sabia que eu não iria querer.

Repassei o que eu iria dizer tantas vezes que até enjoei. Eu não iria dar razão ao meu orgulho nem uma vez, ele já me fez sofrer demais, e não irei estragar mais nada. Também contei a possibilidade dele não estar em casa, de errar o endereço, e o principal, dele não querer me receber.

Francamente, eu nem sei como ele irá reagir. Não falo com ele desde que eu voltei, o que não faz muito tempo, foi quase ontem, e não sei o que aconteceu com ele, direito, apenas que ele conseguiu um fantástico emprego numa maravilhosa faculdade na Carolina do Norte, e que agora, as coisas estão dando certo para ele. Mas será que eu voltando será uma coisa positiva para ele?

Tento afastar esses pensamentos negativos. Como eu sempre digo para mim mesma, “pensamentos negativos trazem coisas negativas”. E por isso, tentei pensar coisas boas, como ele surpreso por me ver na porta, me puxando, me beijando, dizendo que sentiu a minha falta; eu só faltava chorar com aquilo na minha cabeça.

Durante o caminho também pensei como deve ser morar aqui. Claro que é extremamente frio, e sempre gostei de lugares mais quentes, mas não deve ser ruim. Tem bastante comercio, as ruas são largas, o indicie de violência é bem baixo, muitas escolas, as casas baratas e grandes, a neve é um dos únicos lados negativos dessa cidade.

Cheguei até cogitar a possibilidade de aceitar a oferta bastante generosa do meu pai. Trabalhar em casa ainda no meu mesmo cargo e Brianna ir e vir de jatinho de Nova Iorque a Carolina de Norte toda semana para estudar na escola do professor Xavier. Claro que neguei, mas até que não seria tão ruim assim, neguei mais por educação.

Estacionei o carro a uns vinte metros da casa dele de acordo com o GPS, pois dali em diante não teria estacionamento por perto, só um quilômetro depois, então, eu preferia mil vezes andar vinte metros do que um quilômetro, e além do mais, já estava escurecendo. Peguei a minha bolsa, o celular e desliguei o carro.

O frio era demais aqui, e o vento estava quase cortando meu corpo ao meio de tão frio, mesmo com esse grosso casaco próprio para a neve. Na verdade, essa casaco é para subir montanhas, que segundo o vendedor, era ainda mais frio. Então eu devo ser bastante desacostumada ao frio para sofrer tanto com ele.

Minhas botas faziam barulhos quando afundavam na neve ao eu andar. Era quase uns vinte centímetros de neve aqui, me deixando cansada só ao andar sete passos. Como o Steve consegue andar isso aqui? Ah, claro! Soro do supersoldado. Só podia ser!

Demorou quase o triplo do tempo que eu levaria para andar normalmente e sem neve, e quase o quíntuplo do esforço, no mínimo! Só essa pequena caminhada já me deixou sem fôlego! E até eu reunir ar e coragem para bater na porta dele, levou longos minutos...

Mas por fim, consegui, bati na porta com o coração batendo rápido e forte dentro do peito, minhas mãos suando frio por debaixo das luvas, sentindo suor escorrendo pelo meu corpo, tudo mesmo com aquele maldito frio.

Enquanto eu esperava, observei o lado de fora da casa. Toda feita de madeira, típica das casas de lenhadores, feita toda com toras. Uma varanda simpática e aberta, dois andares e mais um sótão. E ao lado haviam tantos pinheiros que o cheiro deveria ser puro, isso se eu tivesse conseguindo sentir o cheiro de alguma coisa.

Era toda uma floresta de pinheiros, e carvalhos também, bom, acho que é. E notei que alguns metros do quintal da casa, havia um lago, ou uma lagoa, bem ao fundo, e quase não dava para ver por causa das árvores.

Bati na porta de novo, estava demorando muito, acho que não deve estar em casa. Respirei fundo decepcionada e dei as costas indo voltar ao quarto, mas a porta se abriu, uma voz me chamou, uma voz feminina. Olhei para trás preparada para o pior.

—Posso te ajudar? – perguntou a moça, jovem, devia ter uns vinte e poucos anos, cabelos ruivos e sardas no rosto, poderia até ser uma modelo. Respirei rápido e nervosamente, mal conseguindo pensar direito, aquilo não poderia estar acontecendo, não de novo, não depois de tudo o que aconteceu.


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Notas finais do capítulo

É... Não vai ser hoje e nem essa semana que Emily vai ver Steve depois de tanta coisa e tanto tempo sem vê-lo. Ela deve estar sofrendo um tipo de overdose, seria exatamente a causa da minha morte no lugar dela KKKKKKKKK

Mas e aí? Qual é o grau do azar dela? Péssimo? Ruim? Ou nível Mick Jagger? KKKKKKKKKKKK Vamos ver o que vai acontecer... Daqui a duas semanas! Awnnnnn... Mas é só comentar que eu volto a postar toda semana, vocês sabem disso ;)

Uma boa semana a todos e respira fundo, pois amanhã é segunda ;)