Almost Lover - Parte 1 escrita por Lady Rogers Stark


Capítulo 19
D E Z E N O V E


Notas iniciais do capítulo

Então... Cá estou para servir de mais uma dose de entretenimento literário.

Gente, esse capítulo está pouca coisa. Quase nada acontece, mas eu tive que fazer isso pois é P.O.V. Steve. Ainda tem mais alguns pelo caminho para depois voltar ao P.O.V Emily, aí volta para o Steve de novo... Enfim!

Aqui vocês verão pela perspectiva do Steve. Ele está sofrendo e... Bom, vou deixar vocês mesmas tirarem suas próprias conclusões.

Beijos e boa leitura! Fui!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/647200/chapter/19

P.O.V Steve

Acordei depois de poucas horas de sono, havia dormido muito mal. E não foi porque acordei por passar horas trabalhando ou fazendo o trabalho que eu tinha que levar para casa, não, era porque eu tinha tido insônia, como todos os dias depois que a Emily havia ido embora. Não consegui dormir direito, não importava quantos comprimidos para dormir eu tomasse, mas nunca surgia o efeito, no máximo dormia por meia hora ou uma hora, mas nunca a noite toda. Talvez fosse o meu metabolismo acelerado que não deixava um remédio surgir efeito, afinal, eu não tomava remédio como qualquer outra pessoa desde antes do soro do supersoldado.

Me coloquei para fora da cama sentindo meu corpo cansado, exausto, e meus olhos cansados, implorando para estarem fechados, mesmo não dormindo. Meus pés arrastavam-se até o banheiro, tomei um rápido banho conseguindo me despertar, mas não me deixar descansado. Me olhei no espelho e fiz a barba, que havia crescido muito, e até o meu cabelo havia crescido mais. Tenho que me lembrar de corta-lo depois do trabalho. Tomei um rápido café da manhã e entrei no meu carro, e não pude segurar a decepção que foi ver que a vaga ao lado da minha, que geralmente ficava o carro da Emily, estava ocupada por outro carro.

Minhas mãos estavam no volante, mas não liguei o carro. Não queria ir trabalhar hoje, queria cometer uma loucura, pegar o carro, ou melhor, um avião, e ir até Malibu matar essa maldita saudade que eu sentia por ela, mesmo que ela me rejeitasse e me mandasse de volta para cá, e eu insistisse em ficar, ouvisse as reclamações do Tony e da Brianna, o olhar decepcionado da Pepper, valeria a pena, pois eu a veria de novo, qualquer coisa valeria a pena para simplesmente vê-la sorrindo.

Eu sei que talvez ela me perdoe, ou talvez não, mas fiz quase tudo ao meu alcance para mostrar para ela que não era eu que estava fazendo aquilo, e não era. Algo se apoderou de mim, meu corpo não estava respondendo pelas minhas ações, e minha consciência estava longe demais para eu fazer alguma coisa. Porque se eu tivesse normal, eu nunca teria feito uma coisa daquelas, nunca. Porque eu iria transar com qualquer garota se eu tinha a mulher da minha vida ao meu lado?

Tudo bem, eu entendo que as coisas não estavam boas entre a gente fazia um longo tempo, eu devia ter procurado ter feito ela feliz, e não ao contrário. Discutíamos sempre, e brigávamos sempre, quase todos os dias, e aquilo estava ruim para mim. Eu me odiava perceber que eu estava gritando com ela, e ela comigo. Nunca gostei de discutir, e era coisas as vezes tão banais que um simples pedido de desculpas de ambas as partes teria solucionado o problema. Mas como ambos somos orgulhosos demais para tal, acabávamos destruindo aos poucos tudo o que construímos ao longo de tantos anos.

Olhei para frente ainda parado no estacionamento, e uma coluna de cimento estava na frente, eu tinha que dar a ré, mas antes, ligar o carro. Eu teria feito, mas algo me impedia. Talvez fosse aquele desejo louco de vê-la de novo, ou talvez ouvir a sua voz. A essa hora ela deve estar tomando café da manhã com o Tony, Pepper, Howard e a Brianna. Peguei o celular, e o seu número estava pronto para eu fazer a ligação, e cheguei a colocar o telefone no ouvido, mas desliguei e guardei o aparelho.

O que quê deu em mim? Minha vontade era de me bater por ter feito isso. Nunca fiquei tímido dessa forma antes com ela. Sempre fui tímido, mas não depois de casamos, quase nunca, e não dessa forma. Tentei pegar o celular várias outras vezes, mas aquela estranha sensação não me permitia. Meu punho bateu contra o volante com raiva, e me arrependi logo em seguida, poderia ter quebrado o volante, e eu teria que ir de moto, uma coisa que estava fora de cogitação, ela é especial demais para eu deixar que alunos da faculdade, que nem tem carro direito fiquem babando em cima dela.

Aquela moto era especial pois levei a Emily tantas vezes na garupa para irmos ao central park, ao shopping, ou até mesmo na praia. Eu a levava para todos os lugares com aquela moto. Cheguei até a fazer uma loucura de ir para outro estado de moto num final de semana com ela, e foi incrível. Eu não podia permitir que um aluno a arranhasse por inveja, ou até mesmo tirasse foto com ela sentado em cima, eu nunca iria permitir uma coisa daquelas.

Passei a mão pelo rosto desistindo daquela loucura, eu iria me atrasar para o trabalho, uma coisa que odeio fazer é me atrasar. Liguei o carro, e manobrando com pressa, e um pouco de raiva até, saí do prédio e correndo até a faculdade, onde terei que ficar seis horas dando aula para alunos que só querem sair daquela sala tanto quanto eu.

Estacionei na vaga destinada a professores, onde na frente, tinha o meu nome e a minha disciplina. Saí do carro sentindo o sol bater no meu rosto. O final do muro, perto das flores, um casal de alunos se beijavam ali, escondidos, e suspirei cansado daquilo, todo dia era a mesma coisa.

Passei pelo portão, e quase sempre sentindo alunos esbarrando em mim. De manhã, era sempre uma loucura. No caminho, vários alunos me olhavam de maneira estranha, e algumas alunas sussurravam entre si. Ignorei aquilo, adolescentes são sempre iguais. Entrei na sala dos professores desejando bom dia aos meus colegas de trabalho, tão entediados como eu. Peguei uma caneca e despejei café nela tomando aos poucos. O café daqui é horrível, forte demais para o meu gosto, mas desperta melhor do que um banho. Mas que teria que ficar acordado até chegar o horário da aula.

—Senhor Rogers – alguém me chamou da porta, era o reitor da faculdade, ele mesmo, parado na porta da sala dos professores – Por favor, me acompanhe – pediu e todos os meus colegas olharam para mim, alguns preocupados, pois se importavam comigo, outros achando que eu seria demitido, o que não me surpreenderia. Já que eu me envolvi com uma aluna.

Fiquei nervoso, mas procurei me acalmar e não demonstrar preocupação, procurei manter os pensamentos positivos. Talvez os boatos fossem sobre outra coisa, e não sobre mim, e o reitor nunca iria dar ouvidos a um boato qualquer, ele só averiguava quando houvessem provas.

Segui o homem até a sala dele, com atitude e semblante sério. Deveria ter no máximo cinquenta anos, faltando pouco tempo para a aposentadoria. Ajeitei a minha gravata com um pouco de dificuldade por causa da maleta que eu usava sempre. O paletó puxei para baixo, o ajeitando. Ele abriu a porta primeiro, entrou e se sentou na sua mesa, sempre sem esbanjar qualquer tipo de reação. Pedi licença na hora de entrar, e ele me pediu para sentar na cadeira a frente da mesa dele, que estava totalmente organizada, arrumada e limpa, até os lápis postos em ordem por tamanho, devidamente apontados. Algo naquele homem não me deixava muito seguro de que o meu cargo estava a salvo.

—Senhor Rogers – ele me chama enquanto coloco a maleta no chão ao lado da cadeira – Sabe porque eu te chamei aqui? – pergunta cruzando as pernas e as mãos no joelho, ainda sério e me deixando ainda mais nervoso, mas procurei disfarçar sempre.

—Não, senhor – respondi seriamente. O senhor Eastwood, o reitor, assentiu com a cabeça colocando a mão sobre a mesa. Engoli em seco e continuei a olhar nos olhos daquele homem que poderia me demitir a qualquer momento e deixar a minha vida pior do que ela já está.

—Conhece a aluna senhorita Stone? – pergunta e assinto com a cabeça. Droga! O boato! Provavelmente a faculdade inteira sabia sobre o meu envolvimento com uma aluna.

—Sim, senhor – confirmo.

—O senhor conhece a nossa política de relações entre professor e aluno? – pergunta, e pude perceber o quanto aquela pergunta era irônica e retórica, mesmo ele não demonstrando. Algo me dizia que no fundo, ele estava adorando me ver assim, posto contra a parede, enquanto uma faca ameaçava cortar o meu pescoço, e quando aquilo acontecesse, seria o mesmo que perder o meu emprego.

—Sim, senhor, eu conheço – respondo nada mais do que ele perguntou. Eu não iria querer responder ou explicar algo que ele não havia perguntado ou dito, gostaria de manter a educação acima de tudo.

O reitor assentiu com a cabeça se levantando e caminhando até a janela, onde havia um carrinho de metal com duas garrafas grandes em cima, e vários copos de vidro. Eu já sabia o que aquilo era, uísque e vodca, com ainda um pequeno balde cheio de gelo.

—Aceita? – perguntou se referindo a bebida, neguei com a cabeça, era muito cedo ainda para beber, mas eu acho que ele não concorda com isso, pois voltou a se sentar calmamente com um copo de dois dedos de vodca. Tomou devagar e aos poucos, enquanto eu ficava desconfortável o observando beber. E quando terminou, deixou o copo vazio na mesa – Tem algo para dizer em sua defesa? – pergunta e nego com a cabeça.

Sim, eu iria assumir o meu erro que foi ter me envolvido da maneira errada com uma aluna, contra a política de relacionamento entre professor e aluno. O que eu fiz com certeza foi o maior erro de toda a minha vida, além de acabar com a minha carreira, ainda quase acabou com o meu casamento. E mesmo que a culpa não fosse totalmente minha, eu iria assumir, não poderia explicar ao reitor que meu corpo estava possuído por qualquer outra coisa além da minha vontade, seria patético.

—Então assume o seu erro? – pergunta, e por pouco, percebi a surpresa em sua voz, mas não em sua expressão.

—Sim, senhor. O que eu fiz foi errado e aceito a punição, seja ela qual for – digo e o senhor Eastwood assente com a cabeça.

—Uma comissão com os pró-reitores e funcionários de alto escalão será reunida para discutirmos sobre esse incidente – explica e confirmo com a cabeça, já sabendo que esse seria a atitude a ser tomada primeiramente – E será a portas fechadas – acrescenta.

—Sim, senhor – digo.

—O senhor está afastado até lá. É isso, pode ir – me libera e peço licença enquanto pego a minha maleta e saio da sala do reitor. Fecho a porta a pedido dele, e respiro bem fundo e volto para a sala dos professores. Alguns colegas perguntam o que o reitor queria comigo, apenas digo que é assunto entre mim e a reitoria, eles pareceram chateados com a resposta. Mas o que eu menos queria eram pessoas quase estranhas se intrometendo na minha vida.

Pego a minha mochila e vou até a minha sala. Assim que abro a porta com a chave, suspiro, tão vazia... E solitário... Quando eu chego aqui, normalmente a sala estava barulhenta, cheio de alunos bagunçando e conversando, mas agora? Tão silencioso que chega a ser incomodador.

Vou direto para a minha mesa pegando tudo o que me pertence, pois não irei querer deixar as minhas coisas nessa sala vazia sem nenhum tipo de segurança. Começo pelas canetas e cadernos, coisas simples. E vou para os armários e pegando livros meus.

—Professor Rogers? – alguém me chama da porta, viro o rosto e encontro a última pessoa que eu gostaria de encontrar. Marie Stonne, a mesma aluna que eu me “envolvi”, estava parada na porta provavelmente pedindo para entrar.

—Sim? – pergunto sério voltando a pegar as minhas coisas. Ela apenas fica parada na porta provavelmente se decidindo se eu a deixei entrar ou não.

—Eu só gostaria de pedir desculpas pelo o que aconteceu – responde tímida e entrando na sala em pequenos passos bastante acuada.

—Não será necessário, já que o erro foi mais meu do que seu – respondo colocando os livros em uma pequena pilha em uma mesa.

—Mesmo assim, eu vi como a sua esposa ficou, e não consigo parar de me sentir culpada – revela e suspiro olhando para os meus sapatos.

—Senhorita Stonne, está desculpada, agora, irei pedir para se retirar, por favor – peço educadamente a olhando. Ela concorda com a cabeça.

—Mas antes, se tiver qualquer coisa que eu puder fazer para melhorar a sua situação com ela, por favor, me diga – pede e assinto com a cabeça imaginando o que ela poderia fazer para a minha esposa voltar do outro lado do país e me perdoar, simplesmente nada. Ela se despede com um simples aceno de mão e saí da minha sala. Fecho a porta e suspiro me sentando na minha mesa. Suspiro cansado passando a mão pelo rosto sem saber como continuar sem a Emily aqui, comigo. Provavelmente fui demitido, aquela reunião seria somente uma formalidade. Como vou continuar? Porque depender da Emily para tudo está totalmente fora de cogitação.

E a notícia de que eu me envolvi com uma aluna vai se espalhar, e duvido que qualquer faculdade irá querer me aceitar. Mas terei de aceitar. Saindo daqui, irei para casa fazer o meu currículo e distribuir para faculdades, e se depender de mim, para faculdades de todo o estado, e não somente aqui, no centro de Nova Iorque. Porém, essa, justamente essa faculdade é importante para mim. Foi aqui que me formei, foi aqui que descobri que não posso ser somente o Capitão América, mas sim Steve Rogers, um homem que viveu na década de quarenta durante a segunda guerra mundial, e mesmo assim, levar uma vida normal, com esposa e filhas. Me despedir dessa faculdade vai ser um pouco mais difícil do que imaginei.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram do banner? Pessoalmente, eu adorei!

Mas então... O Steve realmente está sofrendo muito. Dá até pena, né? E o bichinho ainda é demitido! Aiai... Para piorar o dia ainda mais, né? E para fechar com cereja no bolo, Marie Stone aparece apenas para dar "a coitadinha"... Muita cara de pau, não acham?

Bom, o próximo capítulo além de dar uma pequena acelerada, também vai ser pela visão do Steve, e mais alguns em diante, até o capítulo 23, a partir daí volta a ser visão da Emily.

Eu achei bem legal a história que eu fiz pela visão do Steve, pois não é a mesma coisa da Emily. São caminhos diferentes. Eu gostei do resultado.

Enfim, espero que tenham gostado e até o próximo! Beijos!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Almost Lover - Parte 1" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.