Anteriormente em “Caminho do Sucesso”...

— Como assim vamos para o Brasil? - Perguntei olhando diretamente para a Miku.

— Qual é? O Brasil tem ilhas paradisíacas fantásticas, fora que eu sempre quis conhecer esse país. - Justificou olhando a paisagem através da janela. - Falando nisso, vai ser bom ficar longe de tudo isso para esfriar a cabeça.

— Até que você tem razão... - Disse a Rin. - Então vamos nos divertir muito!

...

— Como é bom sentir o ar fresco. - Falou a Miku fechando os olhos e sentindo a brisa.

— Realmente... - Disse o Mikuo fazendo o mesmo.

— Então pessoas. Vamos agilizar o processo. - Disse a Rin sinalizando para um táxi.

...

— Se você queria ficar comigo sozinha, não precisava ter feito isso. - Disse o Luki sendo puxado por mim me fazendo parar de correr.

— Caso você não tenha percebido não estamos sozinhos. - Falei apontando para a Rin o Len.

— Mas isso é um detalhe que nós podemos ignorar. - Ele começou a ficar muito perto de mim.

— Tá ficando bem abusadinho, né criança? - Falei meio que empurrando ele.

— To zoando pode ficar calma. - Falou ele e parou de me importunar.

...

— Opa, desculpinha. - Corei violentamente e sai correndo do quarto.

Meu deus, o que era aquilo Brasil? Sério, esse cara está estragando a minha mente.

Agora...

Pov’s Miku On

Depois de terminar nossa incansável guerra de sorvete, eu e o Mikuo percebemos que estávamos sozinhos.

— Que otários! – Falei com uma careta emburrada e com meus olhos direcionados ao Mikuo.

— Pra onde eles foram? – Perguntou Mikuo.

— Também não sei, o objetivo era irmos para a mansão do meu pai localizada mais no litoral da ilha, mas... – Falei verificando a localização de cada um deles no meu celular. – Aqueles idiotas foram pra um hotel que fica do lado oposto. Que ótimo! – Eu disse e dei um tapa na minha testa.

— Vamos buscar eles? – Perguntou Mikuo.

— Não, ninguém mandou serem apressadinhos. E além disso, eles não participaram da Guerra dos Sorvetes. – Eu disse cruzando meus braços e seguindo em direção à mansão no litoral da ilha.

— Miku! Você tem certeza que eles estão no hotel? – Mikuo perguntou com uma sobrancelha erguida.

— Mikuo, achar a localização de alguém hoje em dia é a coisa mais fácil do mundo. Desde que essa pessoa esteja com a “localização” do celular ligada, se ela não estiver, ai complica um pouquinho porque vou ter que invadir alguns sisteminhas e não estou pronta para isso agora, mas enfim.

— Resumindo... – Mikuo disse revirando os olhos.

— SIM, IDIOTA! TENHO CERTEZA! – Eu gritei dando um soco no braço direito dele.

— AI! – Ele gritou. – ISSO DÓI, SABIA?! – Ele retrucou e eu apenas mostrei a língua.

— Deveria ter ido com eles... – Murmurou Hachune com uma cara de tédio enquanto nos via discutindo.

— EU ESCUTEI ISSO! – Gritei direcionando meu olhar mortal a ela.

— Não podemos ir, eles estão com o Rex. – Disse Mikuo após olhar em baixo da mesa da sorveteria onde estávamos sentados.

— Só faltava essa! – Eu resmunguei.

— Ah, quer saber? Pode ir, vou atrás do meu amiguinho. Você só sabe reclamar. – Disse Mikuo e depois saiu com uma cara emburrada.

— Viu, Miku? Você não pode ser sempre grossa com as pessoas. Uma vez ou outra tudo bem, até porque elas entendem que você está brincando. Mas você faz isso quase sempre com o Mikuo. Talvez seja por isso que ele ache que você não gosta dele. – Disse Hachune bufando decepcionada.

— Ah, você está certa. – Eu disse com uma voz cabisbaixa.

Antes de ir atrás dele, voltei para dentro da sorveteria e comprei mais um sorvete para o Mikuo, já que nós tínhamos feito aquela guerrinha, e comprei pra mim também, claro! Assim que paguei os sorvetes saí correndo em direção a ele.

— Caaalma, criatura! – Gritava Hachune me acompanhando. – Você vai derrubar os sorvetees!

— Só relaxa e vamos! – Eu respondi.

Não demorou muito até que encontramos ele, ele não estava tão longe, pois além de andar de um modo cabisbaixo, ele não sabia direito onde ficava o hotel.

— Mikuo! – Gritei assim que o avistei.

— O qu... – Não deu tempo dele terminar de fala. Assim que eu cheguei ao lado dele, enfiei o sorvete em sua boca.

*Link da Imagem nas Notas Finais*

— Miku! – Gritou Hachune me assustando. – Sua parte está caindo!

— NÃÃÃÃO! – Gritei me desgrudando do Mikuo e tentei resgatar algumas partes perdidas do meu delicioso sorvete.

— Também, né... – Disse Mikuo ao ver minha desgraça. – Quem é a retardada de correr com um sorvete de seis bolas?

— Você... – Eu respirei fundo. – NÃO DISSE ISSO! – Eu gritei e ele saiu correndo e eu corri atrás dele. E, novamente, nós perdemos nossos sorvetes.

— Ai meu Deus, vai começar tudo de novo. – Bufou Hachune e revirou os olhos.

Depois de alguns minutos de perseguição, o Mikuo viu a cabeleira rosa saindo desesperada do hotel, isso fez com que ele descobrisse onde era e correu pra lá. Assim que ele chegou lá, correu pelas escadas, eu estava prestes a segui-lo, mas eu vi o estado da Luka. Ela estava mais vermelha que um tomate.

— Luka, você ta bem? O que aconteceu? – Perguntei estanhando esse comportamento dela.

— E-eu to bem. – Ela engoliu em seco. – Relaxa. Você e o Mikuo demoraram bastante, hein? – Ela disse mudando de assunto.

Não queria persistir mesmo, então acompanhei o assunto dela.

— Ah, talvez seja porque eu demorei um pouco pra localizar vocês, PORQUE VOCÊS FUGIRAM! – Eu ressaltei a última parte. – E aconteceram alguns imprevistos também, mas enfim... Vamos entrar, porque não iremos ficar aqui.

— Como assim? – Luka perguntou.

— Se vocês não fossem tão apressados, vocês saberiam onde iremos ficar realmente. – Eu disse e mostrei a língua pra ela.

Subimos as escadas e fomos à suíte onde todos estavam.

— Galera! – Gritei assim que cheguei à sala com a Luka, chamando a atenção de todos e dos pixels também. – Vem, vamos para nossa casa oficial, onde passaremos nossas férias de verão.

— Na verdade, é uma mansão. – Murmurou Mikuo.

— Sério?! – Todos menos eu, o Mikuo e a Luka gritaram em uníssono.

— Sim, se vocês não tivessem sido babacas e corrido para esse hotel aqui, nós já estaríamos em casa e poderíamos pegar uma praiazinha. – Eu disse e todos me olharam com uma cara de tacho.

— Aff! Quem teve essa ideia mesmo? – Perguntou Luki e todos olharam em direção à Luka e a Rin.

— Pois é! Agora vamos ter que esperar até amanhã. Troxas! – Eu disse e mostrei a língua pra todo mundo.

— Miku... – A Hachune sussurrou no meu ouvido e me olhou com uma cara feia, me fazendo lembrar da nossa conversa de mais cedo.

— Gente, vocês sabem que eu amo vocês, né? – Eu disse fazendo carinha de fofa e com os olhinhos brilhando.

— Own, vem cá todo mundo! – Disse Rin entusiasmada e puxou todo mundo pra um abraço em grupo.

— Só você mesmo, loirinha! Pra aumentar o astral de todo mundo! – Disse Len e todos concordaram.

Depois do longo abraço, juntamos nossas coisas que na verdade não eram nada, somente os pixels. As vantagens do avanço tecnológico é que você não usa mais malas de viagem, já que seu pixel projeta as roupas em você. O único de nós que não tem um pixel é o Mikuo, mas acho que lá em casa tem algumas roupas pra ele, e se não tiver, ele pega emprestado com o Luki ou com o Len.

— Aqui vamos nós! – Disse Luka animada. Isso foi ótimo! É a primeira vez que ela parece animada depois do... Triste ocorrido.

— De novo... – Resmungou Luki ao entrar no táxi.

Entramos no carro e depois de alguns minutinhos chegamos ao nosso destino. Tivemos que descer do táxi há uns dois quilômetros antes da mansão, porque ela ficava excluída da sociedade, em um local onde só se consegue chegar a pé.

— Sério que vamos ter que andar tudo isso? – Perguntou Mikuo desanimado.

— Au! Au! – O Rex latiu de forma totalmente contrária, ele estava animado. Coitadinho, ele ficava sempre dentro de algum apartamento e agora ele pode correr livre finalmente.

— Vem gente, uma trilha não faz mal a ninguém, muito pelo contrário! – Eu disse entusiasmada. – Hachune, dá uma ajudinha, por favorzinho.

— Claro! – Disse Hachune com um sorriso e, em seguida, projetou uma roupa de “aventureira” em mim.

— Muito melhor assim pra fazer uma caminhadinha. – Eu disse e respirei fundo.

Depois disso, todos os pixels projetaram em seus donos uma roupa adequada para uma trilha. O Zeke, pixel do Len, projetou uma roupa de trilha no Mikuo também, pra ele não ficar excluído. Depois de alguns minutos chegamos em casa e todos nós nos sentamos no sofá exaustos.

— Agora entendi porque a gente vinha de helicóptero. – Eu disse com uma respiração ofegante.

— Ah, até que não foi tão ruim. – Disse Luki, absolutamente, normal. Sem sinais de cansaço, nem nada.

— Como você não está cansado? – Perguntou Luka lendo meus pensamentos.

— O treino do basquete é pior que isso. – Interveio Mikuo, também sem sinal de cansaço.

— Sorte de vocês. – Disse Rin.

Depois de descansarmos um pouco e colocar o papo em dia, nós pedimos algumas pizzas e cada um de nós foi tomar um banho quente. Assim que todos estavam prontos, ficamos reunidos na sala de estar conversando sobre coisas aleatórias. Até que o Mikuo veio falar comigo a sós.

— Como a gente vai entrar no clube de música, eu queria ver se... – Ele suspirou. – Eu me dou bem nisso... – Ele me entregou um papel todo rabiscado.

— Own! – Eu exclamei, mas logo em seguida tive minha boca tampada.

— Fala baixo, idiota! – Ele sussurrou.

— Você escreveu uma música, que fofo! – Eu disse e apertei as bochechas dele. – Vem aqui comigo.

Eu puxei ele fazendo-o me seguir. Estávamos descendo para o porão quando ele me puxou fazendo com que eu parasse.

— PERA! – Ele gritou. – É um dueto. – Mikuo disse envergonhado.

— Nossa, que bonitinho! – Eu fiz uma cara de fofa. – Mas caso isso seja uma indireta, eu não vou cantar não.

— São poucas partes. Só pra dar ênfase mesmo. – Ele disse tentando me convencer.

— Desculpa, mas não vou cantar agora não, por favor não me faça cantar. – Eu disse com um nó na garganta e com sinais de nervosismo na voz.

— O que foi? Por que você está evitando tanto cantar? – Mikuo perguntou erguendo as sobrancelhas. – Não ta com vergonha não, né?

— Não é isso. É que aqui foi onde meus pais passaram a lua de mel e todo o período da minha gestação. E nesse porão foi onde minha mãe sempre cantava enquanto estava grávida. Então, sei lá, não me sinto a vontade de cantar aqui. – Eu disse um pouco ressentida, mas como é o Mikuo, meu melhor amigo, eu confio nele.

— Ah, desculpa. Eu não sabia dessa parte. – Ele disse com um sorriso amarelo e coçou a nuca.

— Maaas, não seja por isso. Quero ouvir sua música, vamos pegar a primeira pessoa que virmos pela frente. – Eu disse e ele concordou com um sorriso.

Voltamos pelo mesmo lugar em que viemos e encontramos o Len no caminho da cozinha.

— Len, precisamos de você. – Eu disse e fui em sua direção.

— Mas eu to com se... – Ele não conseguiu terminar de falar, eu tinha puxado ele com toda força.

Nós  três fomos ao porão e chegando lá, tirei o pano empoeirado que cobria o piano velho. Mostrei o papel da música do Mikuo ao Len.

— Consegue acompanhar, certo? – Perguntei ao Len.

— Sim, né. Vou aproveitar pra treinar já que vamos entrar para o clube de música. – Ele disse e nós sorrimos.

*Link da Imagem nas Notas Finais*

— Todos prontos? – Perguntei e eles concordaram com a cabeça.

Eu sentei no meio do banco, o Mikuo sentou à esquerda e o Len à direita.

— Miku, eu não criei a parte instrumental. – Disse Mikuo olhando para mim.

— Relaxa, vamos improvisar. – Eu disse e dei uma piscadinha para ele.

Eu coloquei o papel com a letra da música no apoio que tem na frente do piano e, depois disso, comecei a tocar uma melodia. Enquanto tocava, eu cantava a música na minha mente para ver se a melodia e a letra estavam de acordo. E até que não estava nada mal, porém, enquanto eu já estava no quarto verso da música, os meninos ainda não tinham começado.

— Eu não consigo entrar com a letra assim do nada. – Disse Mikuo. – Eu preciso de um exemplo, por favorzinho. – Ele disse me imitando na última parte.

— Nem olhe para mim. – Disse Len assim que direcionei meu olhar para ele.

— Ok, ok, eu ajudo. – Eu bufei. – Vocês têm que prestar atenção no ritmo, no tempo da música. E quando vocês conseguirem encontrar um encaixe, vocês começam a cantar.

— Demonstração, por favor. – Insistiu Mikuo.

Eu comecei a tocar novamente só que dessa vez eu cantei em voz alta pra eles perceberem como se inicia. Foi ai que prestei atenção na letra da música e senti como se... Sei lá... O Mikuo tivesse escrito pensando em mim.

— Pronto? Pegaram? – Perguntei alternando meu olhar entre os dois.

— Sim, agora vai. – Disse Mikuo.

Comecei a tocar novamente, dessa vez o Mikuo iniciou corretamente. Eu nunca tinha ouvido ele cantar, ele é muito fofo! Own!

*Link da música nas notas finais*

Ao decorrer da música, quando chegou o refrão e o Len também entrou, tive uma sensação estranha, da qual eu não sentia faz dias. Aquele sentimento de dúvida voltou novamente. E quanto mais próximo ficava do final da música, mais nervosa eu ficava. Assim que os dois acabaram,  eu levantei rapidamente do banco, o fato de eu estar no meio deles não ajudou nadinha!

— Gente, vocês foram ótimos. Muito bem! – Eu disse tentando disfarçar meu nervosismo.

— Você ta bem, Miku? – Perguntou Len enquanto se aproximava de mim e eu me afastava proporcionalmente.

— Você está suando frio. – Disse Mikuo ao encostar na minha testa. Eu não pude evitar, pois já tinha me afastado ao máximo, até que fiquei contra parede.

— Não é nada! Preciso fazer xixi! Guardem tudo, e vão pegar a pizza, porque eu acho que chegou. – Eu passei pelo meio deles, falei tudo muito rapidamente e saí correndo para meu quarto.

Quando cheguei lá, pulei na minha cama e abracei um ursinho que estava lá.

— Ai meu Deus, de novo não. Tenho que resolver isso logo!