Eu, filho de Severus Snape? Nunca! escrita por AFM


Capítulo 7
O aniversário


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Queria agradecer à todos que leem a minha história e em especial à "Maylaila Black", "Anne Marrie Vroengard" e "fantasminha" que comentaram o último capítulo. Bom, este capítulo ficou um pouquinho grande, mas acho que ficou muito legal de se ler, espero que vocês apreciem!!! Beijos!



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Harry, Rony e Hermione estavam na sala comunal da Grifinória, conversando, quando Dumbledore entrou.

–E então? -perguntou Harry se levantando do sofá, esperançoso.- O Snape me liberou do castigo?

–Não, meu jovem -declarou conseguindo uma expressão entristecida do garoto-, eu argumentei o que pude, mas Severus manteve sua decisão.

–Então fiquei esperançoso à toa? Bom, mas como esperar piedade de uma pessoa que tem os sentimentos comparados aos de um poste? -disse Harry com um tom de tristeza e raiva misturados.

–Não fale assim, Harry -pediu Dumbledore.- Você tem que pensar positivo!

–Como achar algo positivo nisso?

–Nem sempre nos encontramos em uma situação favorável e o que podemos fazer é tirar proveito de algo bom dela. Você não poderá acompanhar seus amigos à casa de Hagrid ou ao quadribol, mas está ganhando a chance de conhecer melhor o seu pai.

–Ele não é meu pai! -gritou Harry chateado.

Depois de almoçar, Harry esperou sentado, no corredor, chegar a hora de sua detenção enquanto lia um livro.

–Oi Harry! -cumprimentou Fred e Jorge ao mesmo tempo.

–Oi! -respondeu o garoto tirando sua atenção da leitura do livro e voltando-a para os gêmeos Weasley.

–O Rony nos contou o que está acontecendo entre você e o Snape -declarou Fred.

–Mas o Rony não consegue ficar com a boca fechada, não é? -disse Harry.

–Você quer um? -perguntou Jorge à Harry com um pacote de chocolate na mão.

–Não, obrigado.

–Oi Harry! -disse Rony vindo do fim do corredor.- O que vocês estão conversando?

–Da minha situação com o Snape, que deveria ter sido mantida em segredo, não é mesmo, Rony? -respondeu fuzilando o amigo com os olhos.

–Ah..., desculpe -disse meio sem graça, sentando no banco.- Isso é chocolate? -perguntou à Jorge.

–É o que está escrito!

–Me dá um pedaço?

–Não!

–Mas eu sou o seu irmão mais novo!

–E o mais idiota!

–Como você é mesquinho! Enfim, Harry, não tem jeito mesmo?

–Não, eu estou preso aqui com o Snape.

–Se você quiser, eu e Hermione desistimos do jogo para ficar aqui com você.

–Que emocionante -disse Snape surgindo do nada, assustando os garotos-, uma lágrima quase caiu de meus olhos!

–Como se isso fosse possível -cochichou Harry.

–Anda Potter, na minha sala agora!

–Mas ainda falta uma hora. Quando estiver no horário eu vou, agora estou lendo meu livro!

–Mas eu estou mandando você vir agora! Deixe-me ver -disse arrancando o livro das mãos de Harry- É por isso que o senhor só passa se arrastando na minha matéria, lendo livros idiotas de fantasias como este! Eu já li, o protagonista morre no final -revelou devolvendo o livro, obtendo uma cara aborrecida de Harry-, agora suba para minha sala imediatamente!

Snape subiu as escadarias até sua sala, sendo acompanhado, logo atrás, de Harry.

–Não me olhe desse jeito -disse Snape já na sala, próximo de sua mesa-, sabe que mereceu estar aqui hoje.

–Se o senhor diz.

–Não há castigo no mundo que faça você diminuir essa sua prepotência, não é? -perguntou encarando Harry, que deu de ombros.- O senhor sempre teve um certo descaso com as regras, mas esses dias acabaram!

–Eu não fiz nada de errado! Mas não adianta eu tentar me explicar, porque o senhor sempre arranja uma desculpa para me castigar mesmo!

–Não diga? Então porque eu sempre tenho razão?

–Porque tiranos sempre encontram desculpas para suas tiranias!

–Meça as suas palavras, garoto abusado! Tome -disse empurrando uma caixa de objetos para Harry -, arrume essas coisas no armário!

Harry pegou a caixa e se agachou para arrumar, enquanto Snape corrigia algumas provas em sua mesa. O garoto colocava os objetos no armário com raiva e em vez de arrumá-los organizadamente, estava apenas jogando-os de qualquer jeito.

–Potter! Faça isso direito.

–É o meu melhor, se o senhor não gosta, por que não mesmo arruma?

Snape deu um profundo suspiro, tentando aguentar a grosseria do pequeno grifinório.

–Para a sua sorte eu não posso falar tudo o que me vem à cabeça.

–Para a sua também, porque se eu falasse tudo o que vem à minha sobre o senhor, seria mandado à Azkaban! -disse ganhando um olhar furioso de Snape.

–Já que o senhor possui tantas reclamações, por que não desabafa? Duvido que tenha algo de ruim contra mim.

–Ah, eu tenho uma lista! Que tal começar por mentiroso, frio e calculista?

–Ora, seu.... -gritou segurando o braço de Harry com força.

–Achei que fosse proibido castigar alunos fisicamente -interrompeu Tobias entrando na sala sem se anunciar.

–O que você faz aqui? -indagou Snape tirando sua atenção de Harry, furioso com a intromissão.

–Passei para dizer um oi!

–Tente outra vez.

–Dumbledore me chamou aqui para conversar sobre a sua situação. Você não acha está meio grandinho para o diretor me chamar na escola não?

–Mas é claro que tinha que ter o dedo daquele velho intrometido!

–Então, por que vocês estavam discutindo?

–Esse delinquente -disse apontando para Harry com os olhos-, teve a ousadia de dizer na minha cara que eu sou mentiroso, calculista e frio!

–Os três são verdadeiros! -disse Tobias sorrindo para o filho, ganhando uma pequena gargalhada de Harry.

–Por que você não espera lá fora, Potter? -disse Snape.

Harry saiu da sala, deixando os outros dois para trás. O garoto foi para a janela espiar a preparação para o jogo de quadribol, que iria acontecer daqui há poucos instantes. De onde estava, dava para ver que as pessoas já começavam a se aglomerar nas arquibancadas e pensou o quanto queria estar lá, mas continuaria preso com aquele professor que tanto detestava pelo resto do dia.

–Agindo desse jeito, aposto que você não ganhará o prêmio de pai do ano -disse Tobias à Severus, entre as quatro paredes da sala do professor.

–Talvez possamos fazer uma competição com o seu!

–Vejo que acordou de mau-humor. Então, vai deixar seu recém-descoberto filho de castigo no dia do aniversário dele?

–Isso não é da sua conta. Agora por favor, volte pelo mesmo caminho que chegou até aqui -disse apontando para a porta.

–Tá, eu vou, mas só por hoje. Não ache que eu vou parar de me intrometer nessa situação -declarou saindo pela porta.

–Ei, Harry -chamou Tobias o garoto que estava com os olhos vidrados na janela-, agora não vai dar, mas nós vamos poder conversar com mais calma muito em breve, tudo bem? Eu sempre quis ter um neto, mas tendo Severus como filho, achei que fosse uma causa perdida -disse agachado para poder falar olhando nos olhos do pequeno.

–Já acabou? -perguntou Snape da porta.

–Já estou quase lá. Eu não conheço muito do mundo bruxo, mas Dumbledore me disse que você passou a maior parte da vida com trouxas, como eu, então acho que vai saber para que isso serve -disse entregando um embrulho azul para Harry que tirara do bolso da camisa.- É um vídeo-game, presente de aniversário, você gosta?

–Gosto sim, obrigado! -disse com um enorme sorriso no rosto.

–Até breve -Tobias se despediu passando a mão nos cabelos de Harry-, e você -falou virando para Severus-, veja se não estraga mais as coisas.

Tobias fora embora, deixando apenas Harry e Severus no corredor, aliás, em toda a escola, pois esta toda se encontrava nas arquibancadas para assistir ao jogo.

–Me dá isso! -disse Snape tomando o presente de Harry.

–Ei, isso é meu! -reclamou tentando pegar de volta.

–Isso vai distraí-lo de sua tarefa, quando terminar, eu lhe devolvo.

–Mas... -disse olhando pela janela-, e se eu dissesse que quero assistir ao jogo ao invés de ficar aqui?

–Eu diria que você está tendo uma doce ilusão.

–Eu não gosto de você! -gritou o menino zangado.

–Eu também não sou o seu maior fã. Anda, termine logo o que eu mandei você fazer!

–Se eu terminar logo, o senhor me deixa ir?

–Não!

–Mas... -disse com cara de súplica.

–Como você é irritante. Tudo bem... -foi interrompido pelo grande sorriso do garoto, que já dera as costas para sair.- Espere, que eu não terminei de falar!

–O que foi? -perguntou voltando a encarar o professor.

–Você vai, mas vai comigo!

–O quê? -perguntou com uma cara de insatisfação.

–Foi o que o senhor ouviu, ou vai comigo, ou não assiste ao jogo.

–Mas o senhor é da Sonserina e eu da Grifinória, não vai pegar bem eu ficar na torcida com você.

–Tem razão, mas Grifinória não vai jogar hoje, vai? Então, problema resolvido! É pegar ou largar.

–Tá... -respondeu contrariado.

–Você vai se comportar? Porque senão, eu nem me dou o trabalho de levá-lo.

–Eu vou tentar.

–Potter...

–Tá, eu vou ficar feito estátua, ninguém não vai nem me notar. Já treinei ficar assim a minha vida toda na casa dos meus tios.

Snape e Harry saíram do castelo e foram em direção ao campo de quadribol.

–Eu posso dar só um oi para os meus amigos? -Harry perguntou ao se sentar no alto da arquibancada da Sonserina, na ala dos professores.

–Só se você quiser dar meia volta.

–Não, não, está tudo bem. Acho que vai começar -avisou levantando-se da cadeira e se encostando no corrimão para olhar para baixo, de uma enorme altura.

–Potter! -chamou obtendo a atenção do garoto.- Não se encoste aí! Você pode cair.

–Tá bom, só estava olhando.

Harry assistiu ao jogo ao lado de Snape o tempo inteiro e comentou no final:

–Por que vocês só sabem jogar sujo?

Snape bateu em Harry com um jornal enrolado.

–Ai!

–O senhor está querendo dizer o fato de um aluno da Sonserina ser assim, quer dizer que os outros também têm que ser?

–Não... não foi isso que eu quis dizer -tentou disfarçar.

–Vamos, o jogo já acabou -ordenou se levantando junto com toda a platéia.

–Posso ver meus amigos agora?

–Não! -respondeu ríspido puxando Harry de volta ao castelo pelo braço.

–Que vitória a nossa, não é, professor? -disse Lúcio Malfoy, que estava sentado ao lado de Snape.

–É -respondeu vagamente, tentando se livrar de um início de uma provável conversa.

–O que esse delinquente está fazendo na ala da Sonserina?

Severus olhou para Lúcio, sem muita vontade de responder.

–Deixa que eu respondo -falou Harry.- Não é da sua conta!

–Seu garoto insolente.

–Já chega Lúcio! O senhor não tem mais o que fazer? -perguntou dando as costas antes que o loiro tivesse a chance de responder.

–Hagrid! -exclamou Harry soltando-se das mãos de Snape ao ver o amigo grandalhão se aproximar ao lado de Rony e Hermione.

–Ei, pequenino, senti a sua falta hoje! -declarou abraçando Harry, que o agarrou com toda a sua força.- Os garotos me explicaram o porquê da sua ausência -disse olhando para Snape.

–Eu não tenho medo de cara feia! -respondeu Snape ao olhar furioso de Hagrid.- Venha Potter, o senhor ainda tem muito o que fazer hoje!

–Por favor, deixa eu ficar com os meus amigos -suplicou o menino.

Snape olhou para o garoto já com a intenção de negar seu pedido, mas de repente, seus olhos encontraram os verdes do garoto e na mesma hora lhe veio a doce lembrança de sua amada, mãe do menino.

–Tudo bem Potter! Vá com eles, mas lembre-se, eu estarei de olho em você. Não aceito mais nenhuma gracinha sua ou de seus amiguinhos na hora da minha aula, entendeu bem?

–Entendi, senhor! -respondeu indo embora com Hagrid, Rony e Hermione, deixando Snape sozinho.

Harry passou o resto da tarde na casa de Hagrid, jogando conversa fora e comendo o tradicional bolo de festa que seu amigo sempre lhe fazia em seu aniversário.

–Já está tarde crianças, é melhor vocês irem andando.

–É mesmo -disse Harry-, até mais Rúbeo e obrigada, eu adorei o bolo! -falou abraçando o amigo grandalhão em despedida.

Os três garotos seguiram para o castelo e posteriormente para seus dormitórios, onde os dois garotos deram boa noite à Hermione e foram para suas camas dormir, já que o dia tivera sido longo e puxado.

–O que é isso na sua cama, Harry? -perguntou Rony apontando para um grande embrulho vermelho.

–Eu não sei -disse correndo para ver o que era.

Harry abriu o grande pacote e dentro tinha o campo de quadribol em miniatura, com jogadores de cada lado atrás da bola e com a platéia torcendo.

–Nossa, que legal! -Harry exclamou com os olhos arregalados sentando-se no chão ao lado de Rony para ver melhor o presente que ganhara.

–Harry, isso é tão raro e tão legal! -disse Rony mexendo nos jogadores.- Eu mesmo já procurei em todos os lugares, mas é muito difícil de se achar para comprar.

–Eu nunca tinha visto um desses antes, mas me parece super legal.

–É mais do que isso. É como assistir um vídeo em 3d! Os jogadores ficam jogando e você fica observando. É uma ótima maneira para se aprender quadribol, dá pra ver de perto cada lance, cada jogada e pode repetir quantas vezes quiser! -disse maravilhado.- Quem foi que lhe deu?

–Eu não sei -respondeu pegando o embrulho amassado-, não tem nome.

–Deve ser coisa do Dumbledore -concluiu Rony-, só ele saberia como achar uma coisa tão legal como essa.

–É deve ter sido -disse Harry voltando a mexer em seu presente, o qual passaria a noite inteira brincando.

Detrás da porta estava um homem contente ao ouvir que Harry gostou do presente, mas este não era Dumbledore e sim Snape.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem e deixem suas opiniões sobre o capítulo, OK?