Whole Lotta Love 3 - Especial 1: Meus bebês escrita por mlleariane


Capítulo 3
Novos quartos, o mesmo amor


Notas iniciais do capítulo

Eu tentei prolongar um pouquinho, mas mesmo assim o fim chegou :’(
Foi maravilhoso ter vocês mais uma vez lendo, comentando, rindo e chorando com a fic. E é incrível como vocês lembram dos detalhes!

“Parece que foi ontem que mamãe Kate estava grávida dessas lindezas... Cheia de desejos e comendo docinhos de branca de neve até passar mal e prometer nunca mais comer...” (Bella Caskett)

Se para a gente não é fácil ver os dois crescendo, imagina para ela?

“Lembro como o Alex ficou quando a Jo foi pra primeira festa do pijama, fase difícil essa de separar os gêmeos.” (SMAline)

Pois é Aline, a maioria se perguntou como Kate lidaria com a nova situação, mas você tocou bem no ponto... E aí, como será que vai ser para eles?
Vou deixar que a resposta venha no texto ;)

Bom, quero mandar um beijo para a Nahanna, que maratonou as fics e conseguiu acompanhar o especial. Seja bem-vinda ao universo #WLL :)

E, claro, um muito obrigada a todas vocês por comentarem aqui e pelo twitter, e por favoritarem. Mesmo durando pouco, me fez muito feliz! ♥

Espero de coração que tenham gostado de mais essa história :))

Beijo, Ari ;)



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Kate despertou de suas lembranças quando percebeu que Castle vinha em sua direção. Ela lhe deu um sorriso fraco, e continuou a olhar para o quarto onde suas crianças dormiam.

Castle: Hey... – Castle chegou devagar, e parou ao lado da esposa.

Kate: Está tarde, não é?

Castle: Duas horas... Senti falta de você me empurrando na cama...

Kate sorriu, e ele segurou seu rosto, que tinha uma expressão abatida.

Castle: O que foi?

Kate: Eu não conseguia dormir e fiquei aqui observando os dois, lembrando de algumas coisas e... – Kate fez uma pausa e seu tom de voz mudou – Eu nem vi o tempo passar.

Castle: Tudo bem, vamos para a cama agora...

Kate: Não Rick, eu não vi esse tempo passar – Kate apontou para o quarto.

Castle: É, eu sei... – Castle disse suave, enquanto a abraçava pela cintura. Seguindo a direção dela, também voltou seus olhos para o quarto, parcialmente iluminado pela luz que vinha do corredor – Parece que foi ontem.

Kate: Eles eram tão pequenininhos... – Kate sentiu uma lágrima escorrer pelo rosto – Você não sente falta?

Castle: Sim, eu sinto. E sabe o que eu faço para superar a saudade?

Kate: O que? – Kate se virou para ele, os rostos quase se tocando.

Castle: Lembro do tanto de fralda que trocávamos por dia.

Kate riu, e ele acariciou o rosto dela. Castle simplesmente adorava fazê-la sorrir.

Kate: É difícil acreditar que aqueles dois bebês pequenos e indefesos virariam esses dois furacões! Eles são tão espertos e inteligentes, Rick...

Castle: Eles têm a quem puxar...

Kate: Você se acha mesmo, não é?

Castle: Quem disse que eu estava falando de mim? – ele a encarou, e Kate revirou os olhos, sorrindo. Ela então voltou a olhar para o quarto, e ele fez o mesmo.

Kate: Você se lembra quando nós o montamos?

Castle: Claro. Você vinha aqui todas as manhãs.

Kate: Sim... – Kate sorriu saudosa – Tinha uma cesta ali em cima da cômoda. Eu abria o vidro de óleo de amêndoas e ficava imaginando ser o cheirinho deles. Mal sabia eu que o cheiro deles seria muito melhor que aquilo...

Castle: “Se eu tivesse que escolher uma definição para amor, seria o cheiro dos meus bebês”.

Kate: Você se lembra disso?? – Kate se virou para ele.

Castle: Como se fosse hoje. Naquele dia eu soube que tinha te feito a mulher mais feliz do mundo.

Kate ficou na ponta dos pés e o beijou demoradamente.

Kate: Você me fez a mulher mais feliz do mundo nesse e em muitos outros momentos. Aliás, você ainda me faz. Como agora.

Castle: Agora?

Kate: Eu me sinto segura com você, Rick. – ela o abraçou – Você se lembra quando começamos a colocar os dois para dormirem aqui?

Castle: Se eu me lembro? Você passou noites dormindo naquela poltrona! – Castle apontou para o móvel, agora cheio de brinquedos amontoados.

Kate: Esse quarto está definitivamente apertado.

Castle: Kate, se você não estiver pronta...

Kate: Eu estou – ela fez uma pausa e continuou – Eu estou pronta.

Castle: Tem certeza? Você não terá uma poltrona em cada quarto...

Kate: Eu tenho certeza. Eles estão prontos, e eu também estou.

Castle: Eu consigo imaginar a carinha deles quando souberem.

Kate: É, eu também! – Kate sorriu.

Castle: Vamos?

Kate: Vamos – Kate deu a mão a Castle e, juntos, voltaram para o quarto.

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Alex: Você ta falando sério, mamãe?

Kate: Estou!

Jo: Você é a melhor mamãe do mundo!!! – Johanna se agarrou à mãe.

Alex: A melhor, a melhor, a melhor! – Alexander seguiu o exemplo da irmã.

Castle: Ei! Por que só a mamãe ganha abraço? Eu deixei desde o começo!

Jo: Você sempre deixa as coisas, papai. Quem não deixa é a mamãe.

Alex: O papai é o bonzinho e a mamãe é a malvada.

Kate: Como é que é??

Alex: É brincadeirinha, mamãe! – Alex se apressou em encher a mãe de beijos.

Em meio aos apertos dos filhos, Kate lançou um olhar para Castle, visivelmente contrariado.

Kate: Olha, eu acho que o papai merece um abraço também. Como ele disse, ele sempre concordou com a ideia.

Jo e Alex obedeceram, e correram para o pai.

Jo: Obrigada papai, nós amamos você.

Alex: Porque você sempre convence a mamãe de tudo – Alexander emendou logo.

Jo: Como você consegue isso?

Castle: Eu tenho meus métodos secretos... – Castle piscou para Kate.

Kate: Papai merece muitos agrados. Até porque é ele quem vai pagar a conta da reforma.

Castle encarou Kate, e agora foi ela quem piscou para ele.

Jo: Eu vou poder ter uma parede cor de rosa?

Kate: Vai, minha princesa!

Jo: Com borboletas?

Kate: Aham!

Alex: Vai ficar horrível.

Jo: Não vai não!

Alex: Vai sim!

Jo: Mamãe, olha o Alex falando mal do meu quarto!

Castle: Calma, o quarto nem existe ainda! – Castle riu da empolgação dos filhos.

Alex: E nós vamos fazer isso hoje?

Kate: Hoje é domingo!

Alex: Mas nós podemos ir ao shopping!

Castle: Ok, muita calma homenzinho – Castle olhou para o filho – Nós ainda temos que conversar sobre a questão principal.

Kate trouxe os filhos à sua frente, de modo que pudesse olhar nos olhinhos agitados de cada um deles.

Kate: Vocês têm certeza que querem isso?

Johanna e Alexander assentiram rapidamente.

Kate: Porque feito isso, vocês terão que dormir separados, ok?

Alex: Ok, mamãe.

Jo: Nós sabemos disso.

Kate: E lá em cima – Kate apontou para a escada e continuou – Porque nós não temos mais dois quartos aqui embaixo. Isso quer dizer ficar um pouco longe do papai e da mamãe.

Os gêmeos trocaram um olhar.

Jo: Tudo bem, mamãe. Nós somos grandes.

Alex: É, quase adolescentes já.

Castle: Quase adolescentes? Da onde é que vocês tiraram isso?

Jo: A vovó disse que nós vamos gostar da adolescência.

Castle: Parece que eu vou ter que ter uma conversinha com a vovó...

Kate: Ok, uma coisa de cada vez. Graças a Deus a adolescência vai ter que esperar alguns anos. Agora nós vamos falar sobre...

Alex: As compras!

Kate e Castle trocaram um olhar.

Castle: É... parece que nosso domingo vai ter que ser de compras...

Kate apenas assentiu. Fazer o que se as crianças praticamente mandavam nos dois.

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Ao final do domingo, a família Castle retornou para casa cheia de sacolas e ideias. Papéis de parede e móveis novos foram escolhidos, e Johanna e Alexander não poderiam estar mais empolgados. Demoraram a dormir naquela noite, fazendo planos de como os quartos ficariam. Mamãe e papai, porém, explicaram que durante a semana os quartos seriam reformados, e a mudança oficial seria só no próximo sábado. Feito isso, colocaram seus pequenos para dormir. Quer dizer, não tão pequenos mais. Mas ainda assim, os bebês de Kate.

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Katherine Beckett Castle, uma das mais temidas capitãs da cidade de NY, escondia por trás da armadura uma mãe sentimental, protetora e extremamente apegada às crias. Dizer “sim” ao desejo de Johanna e Alexander tinha sido um grande passo para ela, e ela estava empenhada em fazer com que tudo ficasse exatamente do jeito que eles queriam, embora seu coração sentisse um apertozinho inexplicável.

No tão esperado dia, um sábado de chuva, no final do verão, os quartos finalmente começaram a ser decorados. O antigo quarto de Alexis agora tinha uma parede em papel cor de rosa claro, com delicadas borboletas voando no canto superior. A cama branca, assim como todos os móveis do quarto, ostentava uma colcha das princesas. Nas paredes, prateleiras contendo toda a coleção de Monster High da garotinha. E no armário, os casacos e vestidos estavam sendo organizados pela mãe.

Jo: Não é perfeito, mamãe? – Johanna abriu os braços e rodopiou no meio do cômodo, o que fez a mãe sorrir imediatamente.

Kate: Sim, minha princesa, é perfeito, exatamente como você!

Jo: Você acha que o quarto do Alex está ficando legal? – Kate viu os olhinhos curiosos se aproximarem.

Kate: Não sei... o que você acha?

Jo: Eu acho que o papai e o Alex não sabem arrumar um quarto como a gente!

Kate: Isso eu tenho certeza!

As duas riram.

Kate: Assim que eu terminar aqui com os seus calçados, nós vamos lá espiar, ok?

Jo: Ok!

Kate: Aliás, a senhorita tem calçados demais! Quase não estão cabendo aqui.

Jo: Você tem muito mais, mamãe!

Kate olhou para a filha, que a encarava com seus olhinhos azuis inquisitivos.

Kate: Touche.

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Enquanto isso, no antigo quarto de Martha...

Castle: E mais esse. E esse. E esse. – Castle dispôs, um a um, os heróis de Alexander na prateleira.

Alex: Legal!!! – o garoto pulou várias vezes em cima da cama.

Castle: Ei, você deveria estar me ajudando!

Alex: Ok, o que eu faço? – Alex desceu da cama e olhou para o pai.

Castle: Aquela caixa de brinquedo ali, o que temos?

Alex remexeu e tirou algo sorrindo, e pai e filho falaram ao mesmo tempo “Sabres de luz”. O quarto não teve mais nada arrumado depois disso.

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Kate: Castle!!!

Castle parou e recebeu um olhar de Kate na porta.

Kate: O que vocês estão fazendo?

Alex: Brincando, mamãe!

Castle: Ele quis dizer arrumando.

Kate: Estou vendo! – Kate correu os olhos para o quarto. A cama bagunçada, as roupas e calçados empilhados e a caixa de brinquedos num canto sem ser desfeita. Excetuando os heróis, que repousavam em seus lugares na prateleira, tudo estava numa verdadeira desordem, inclusive a cama.

Jo: Vocês não sabem arrumar um quarto – Johanna moveu a cabeça em desaprovação.

Castle: E você, princesa, sabe? – Castle pegou a filha no colo – Eu estou curioso com o seu quarto!

Jo: O meu quarto é lindo, papai! Você vai adorar!

Castle: Não tenho dúvidas disso! – Castle encheu a filha de beijos.

Kate: Ok, vamos trabalhar em equipe. Eu guardo as roupas e calçados. Vocês separem esses brinquedos da caixa e organizem. Eu disse “organizem”.

Castle: Sim, senhora capitã.

Kate olhou brava para Castle.

Castle: Sim, amorzinho.

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Alex: O meu quarto é o máximo!!!

Os Castles olhavam admirados. Com a ajuda das meninas, a bagunça se desfez rapidamente, mostrando um verdadeiro quarto de super herói.

Jo: É sim!

Castle: Gostou, filhão?

Alex: Eu amei, papai! – Alexander apertou firme o pai num abraço. Depois, correu para a mãe – Obrigado, mamãe!

Kate: Você merece, meu herói! – Kate beijou o filhote várias vezes.

Agora era hora de ver o quarto de Jo. Os quatro foram juntos, e quando pararam na porta...

Castle: Uau!

Jo: Você gostou, papai?

Castle: Uau, uau, uau!

Kate: Eu acho que ele quis dizer que sim – Kate sorriu para a filha.

Castle: Vem cá – Castle segurou a filha à sua frente – Eu vou poder entrar nesse castelo lindo ou ele é só para meninas?

Jo: Claro que você vai poder entrar, papai! Você e o Alex. Se ele quiser, né... – a garotinha olhou para o irmão. Alexander veio em sua direção e a abraçou.

Alex: Jo, o seu quarto é de menina, mas ficou lindo!

Jo: Obrigada, Alex – Johanna deu um beijo estalado na bochecha do irmão.

Kate e Castle sorriram. As crianças estavam realmente felizes.

Kate: Eu acho que agora nós merecemos um banho e uma pizza para comemorar essa trabalheira toda!

Todos concordaram com a ideia da mamãe, e enquanto Kate ajudou Jo a pegar uma roupa no armário novo, Castle fez o mesmo com Alex.

Alex: Agora meus amigos podem conhecer meu quarto, não é papai?

Castle: Eu acho que eles vão gostar muito!

Alex: Claro que vão, eu tenho todos os heróis! – Alexander olhou orgulhoso para a prateleira – E o Darth Vader.

Castle: Nunca podemos esquecer dele!

Pai e filho fizeram um high five.

Alex: Sabe papai, eu disse que a parede rosa ia ser feia, mas o quarto da Jo ficou bonito.

Castle: Ficou sim.

Alex: E sabe o que é melhor?

Castle: O que?

Alex: Ele é rosa. Nenhum garoto vai querer entrar num quarto rosa.

Castle: Eu já disse que você é o meu orgulho? Porque você é! Meu pequeno gênio! – Castle bagunçou o cabelo do filho. Alexander era realmente um Castle.

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Ao anoitecer...

Kate: Hora de dormir!

Kate tentou parecer empolgada, numa tentativa de esconder o receio de como seria a primeira noite nos quartos novos. Jo e Alex pularam do sofá da sala, e quando subiam as escadas com os pais, a pergunta inevitável aconteceu.

Jo: Como é que o papai vai contar uma história para mim e para o Alex se nós estaremos em quartos separados?

Castle: Bem... eu acho que nós podemos fazer assim: um dia eu leio no quarto do Alex, e no outro dia no seu.

Jo: Você vai me levar no colo depois disso?

Castle: Claro, minha princesa.

Johanna sorriu satisfeita. Estava tudo dando certo, Kate pensou. E assim foi feito. Depois da história contada no quarto de Alex, Castle carregou sua menininha até o quarto rosa anti-garotos. Colocada na cama, Johanna recebeu beijos do pai e da mãe. Com as luzes dos quartos apagadas, Kate e Castle desceram a escada, não sem antes deixar a luz do corredor iluminando todo o caminho.

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Castle esticou os olhos para Kate uma, duas, três vezes. Na quarta, não resistiu.

Castle: Amor, você vai continuar fingindo que está lendo esse livro?

Kate: Mas eu estou lendo o livro!

Castle: Kate, faz 17 minutos que você está na página 58.

Kate: Você está lendo ou me cronometrando?

Castle: Na verdade eu estou respondendo os tweets das minhas fãs.

Kate respirou fundo, deixando o livro de lado. Castle fez o mesmo com o celular.

Kate: Eu estou pensando neles.

Castle: Eu sei que você está pensando neles.

Kate: Você acha que eu deveria ir até lá?

Castle: Não.

Kate: Não?

Castle: Não.

Kate pensou um minuto.

Kate: Você vai me achar neurótica se eu for?

Castle: O que importa? Isso não vai te impedir de ir!

Kate: Não mesmo! – Kate empurrou as cobertas e saiu do quarto, deixando um Castle rindo na cama.

Silenciosamente, a capitã subiu a escada e andou pelo corredor. Espiou Alexander e depois Johanna. Ambos dormiam adoravelmente bem.

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Assim que Kate fechou a porta do quarto...

Castle: E aí? Alguém caiu da cama?

Kate: Pode rir, Castle. Você nunca vai entender a mente de uma mãe.

Castle: Por que eu não sou uma mãe?

Kate: Exatamente. – Kate sentou-se na cama, puxando a coberta.

Castle: Eu não preciso ser um assassino para entrar na mente dele... – Castle falou como quem não queria nada, e Kate o encarou brava – Te peguei com essa, não foi? – ele riu.

Kate: Eu te odeio.

Castle riu e a abraçou.

Castle: Sabe o que eu nunca vou entender? Como você consegue ser tão durona e tão doce ao mesmo tempo.

Kate: Eu também não sei. Mas de uma coisa eu sei – ela se virou para ele – Foi assim que eu te conquistei.

Castle: Mas olhe só você, capitã. Toda entendida.

Kate: Você não é o único que estuda comportamentos aqui.

Castle: É mesmo? E você pode me dizer, assim, por um acaso, o que eu quero...? – Castle subiu os dedos pela coxa dela.

Kate: Dormir?

Castle: Frio. Muito frio.

Kate virou-se rapidamente, e surpreendendo Castle, o empurrou para o travesseiro, montando em cima dele.

Kate: E agora?

Castle: Quente. Muito quente. Quente. Quente. Quente!

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Castle: Bom dia! – Castle sorriu ao primeiro abrir de olhos de Kate. Ele trazia uma bandeja com café.

Kate: Café na cama? – Kate esfregou os olhos e se sentou, ainda preguiçosa.

Castle: Você merece por não ter saído mais nenhuma vez para espiar os dois.

Kate revirou os olhos enquanto ele se ajeitava na cama. Ela pegou uma caneca e deu um grande gole. Depois, virou-se para Castle e o beijou.

Kate: Bom dia, babe. E obrigada pelo café.

Castle: Always.

Kate: Eles não acordaram?

Castle: Não.

Kate: E você não foi vê-los?

Castle: Achei que deveria dividir esse momento com você.

Kate sorriu. Não podia negar que estava curiosa para saber como tinha sido a grande primeira noite dos dois separados.

Deixando as xícaras de café vazias, Kate e Castle saíram em direção ao andar superior. Mas quando pararam no primeiro quarto...

Kate: Alexander não está aqui!

O casal trocou um olhar.

Castle: Você acha que ele foi para o quarto da Jo?

Os dois andaram rapidamente ao cômodo ao lado.

Kate: Eles não estão aqui também! – o tom de voz da Kate já tinha se alterado.

Castle: Calma, amor, eles já devem ter acordado. Vamos procurá-los pela casa.

O casal saiu em direção aos lugares mais frequentados pelas crianças – o pequeno quarto de brinquedos, o escritório de Castle e a cozinha. Na sala era evidente que não estavam, pois ela ligava todos esses lugares, e estava perfeitamente vazia.

Kate: Só falta a lavanderia...

Castle: O Tiger! – Castle pensou automaticamente. Era perfeitamente possível que Johanna e Alexander tivessem ido ver o amiguinho logo cedo. O casal foi então ao referido lugar, mas só encontraram mesmo o gatinho, que acordou com a voz da dona.

Kate: Rick, onde eles estão? Nós já olhamos em tudo!

Castle: Na verdade, não... – Castle pegou Kate pela mão, e seguiu em direção ao quarto.

Kate: Eles não estão no nosso quarto!

Castle: No nosso não... – Castle passou reto e parou na porta seguinte – No deles.

Kate abriu a porta lentamente, e respirou aliviada. Lá estavam Johanna e Alexander dormindo na cama de casal do agora quarto de visitas. O casal trocou um olhar, mas nada precisou ser dito. O silêncio, porém, foi quebrado por Tiger que, passando pelas pernas de Kate, adentrou o quarto miando.

Kate: Tiger, sai daí! Vem cá, vem... – ela sussurrou tentando chamar, mas foi em vão. O gatinho pulou na cama e se acomodou entre os pequenos, não sem antes miar alto e acordar as crianças.

Johanna despertou primeiro, e voltaria a dormir se não tivesse avistado os pais na porta. Assustada, cutucou o irmão, que finalmente abriu os olhos.

Kate: Ei, está tudo bem... – com a voz suave, Kate se aproximou e sentou-se na cama. Castle fez o mesmo, do outro lado – Bom dia meus amores.

As crianças não responderam imediatamente, o que era comum. Pareciam acuadas ou envergonhadas, Kate não sabia dizer o que exatamente.

Castle: Parece que o gato comeu a língua de alguém...

Alex: O Tiger não come língua! – Alexander falou instantaneamente.

Castle: Ufa, que alívio!

Kate: Vocês vão nos contar como vieram parar aqui ou... – Kate olhou para os dois.

Jo: É que eu acordei à noite e o Alex não estava lá comigo... Aí eu fui até o quarto dele só para ver se ele estava bem, só que ele estava acordado.

Alex: Eu estava pensando em como a Jo estaria lá sozinha...

Jo: E nós quisemos ficar juntos...

Alex: Mas agora eu tenho o meu quarto, e a Jo tem o quarto dela...

Jo: Nós não conseguimos decidir se ficávamos no quarto dele ou no meu.

Alex: Então nós viemos para cá.

Kate, que ouvia atentamente, sorriu para os dois.

Jo: Você não está brava com a gente, mamãe?

Kate: Não, meu amor, claro que não.

Jo: Mas você disse que quando nós tivéssemos nossos quartos nós deveríamos dormir neles...

Kate: Sim, eu disse.

Alex: E nós não dormimos neles.

Kate: Não, vocês não dormiram – Kate concluiu, e os três se olhavam fixamente – Mas pelo que eu me lembre, eu não disse a partir de quando vocês deviam dormir lá... – Kate olhou para Castle – Ou eu disse?

Castle: Não, você não disse.

Kate: Então eu acho que tudo bem se vocês quiserem dormir aqui...

Alex: Mas... você não vai desmanchar nossos quartos, vai? – Jo e Alex tinham olhinhos preocupados.

Kate: Claro que não – Kate sorriu e pegou uma mãozinha de cada filho nas suas – Vocês dormirem aqui não significa dizer que os quartos lá em cima não sejam de vocês.

Castle: Eles ficarão lá, do jeitinho que vocês escolheram.

Kate: E quando vocês sentirem que devem dormir lá, vocês podem ir.

Jo: Como quando eu chamar minhas amiguinhas, não é?

Castle: Exatamente.

Alex: E se a gente tiver um pesadelo, a gente pode... – Alexander parou a frase, mas mamãe Kate entendeu.

Kate: Invadir a cama do papai e da mamãe? Sim, vocês podem. Vocês sempre poderão ir até nós.

Alex: Isso não é ser criança?

Castle: E vocês são o que?

Alex: Quase pré-adolescentes.

Castle: Eu realmente preciso conversar com a minha mãe.

Kate: Não filhote, isso é ser humano. Não são só as crianças que têm medo e insegurança. Eu também tenho, sabia?

Castle: E eu também, sempre que lanço um livro novo.

Kate: E está tudo bem. O fato de vocês dois precisarem um do outro não os deixam fracos. Na verdade, isso torna vocês dois mais fortes ainda.

Jo: Verdade, mamãe?

Kate: Verdade! Porque isso é amor.

Castle: Vejam a mamãe, por exemplo. Não é nada quando está longe de mim.

Kate: Não sou nada??

Castle: Fica tão triste e abatida...

Kate: Eu acho que o papai é um convencido!

As crianças riram, e Jo se precipitou para o colo da mãe.

Jo: Você fica mesmo com saudade dele...

Castle: Não estou dizendo?

Kate: Assim como você ficou com saudade do Alex, não foi?

Jo: Foi.

Kate: Fazer o que se a gente ama esses garotos bobos!

Johanna riu, e ganhou beijo da mãe. Kate chamou Alex para seu colo também, e de repente tudo virou um amontoado de pernas. Eles não eram mais seus bebês, mas ainda eram seus bebês. Difícil explicar, mas fácil de sentir. Kate abraçou os dois, beijando-os.

Kate: Agora vocês vão subir e escovar os dentinhos, e depois nós vamos escolher uma roupa bem linda para visitar o vovô Jim.

Alex: E tomar sorvete!

Castle: E depois sorvete!

Johanna e Alexander saltaram do colo da mãe e correram.

Castle: Durões e doces, exatamente como você.

Kate: No fundo eu sabia que eles não iam conseguir tão fácil assim.

Castle: É, eu também.

Kate: Mesmo? Então não devia ter rido de mim quando fui checá-los ontem à noite!

Castle: Era um teste, vocês precisavam passar por isso. Se eu dissesse que eles não conseguiriam, você ficaria insegura. E se eles soubessem que não conseguiriam, também ficariam. Agora tanto você quanto eles não precisam se preocupar. Quando o chegar o momento certo, saberão sem medo.

Kate: Você é mesmo incrível, sabia?

Castle: Sabia.

Kate: E metido.

Castle: E me acho.

Kate: E se acha.

Castle: Porque eu sou.

Kate revirou os olhos, mas riu quando foi jogada para a cama com o peso do corpo de Castle sobre ela.

Castle: Eu te amo, Kate. Exatamente do jeitinho que você é. Amo seu lado durão e seu lado doce na mesma medida.

Kate: E eu amo você. Amo a forma como você me ajuda a enfrentar toda e qualquer situação – os dois se olharam fixamente – Não existe medo e insegurança quando o assunto é você, Rick.

Castle: Só existe amor.

Kate: Um bocado de amor!

Os dois se beijaram intensamente, sendo interrompidos por uma voz brava.

Alex: Ei, essa é nossa cama, não de vocês!

Jo: É, é nossa! E do Tiger.

Alex: E do Tiger.

Kate e Castle se soltaram rindo e olharam para os filhos, parados lado a lado na porta. Pela primeira vez, se deram conta de que Alexander estava ligeiramente mais alto que Johanna. Aquilo, porém, não os surpreendeu. Era apenas mais uma tendência Beckett Castle que se manifestava. Assim como todo o amor envolvido naquela relação.


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