Enquanto sentia sua pele arder, por causa da força esmagadora daquela energia monstruosa, a jovem não deixava de pensar no quão incomum era aquele velho homem. 

Ele não se escondia como a maioria dos lutadores, a espera de um momento certeiro, para atacar sorrateiramente. Esse aliás, era seu modo preferido de ataque.

Um golpe, limpo. Sem chance de revide. Rápido, e fatal. Era a melhor maneira de terminar as coisas.

Por mais que nos últimos anos, ela tenha pesquisado novos combates de lutas e desafiado alguns mestres, após aprender suas técnicas, ela ainda mantinha gosto pelo modo mais básico de todos.

Porém, como se soubesse disso, o homem estendera o alcance de seu poder, forçando-a se manter distante dessa maneira, já que quanto mais se aproximava dele, mais desconforto, sua reiatsu estranhamente quente lhe causava. 

Todo o ser vivo possui uma energia vital, que lhe permite locomover-se, respirar, enfim existir.

Mas, alguns humanos desenvolviam uma quantidade sobrenatural dessa energia, que passava a emanar de seus poros, causando efeitos diversos ao corpo desses indivíduos e ao seu redor.

E, cada indivíduo tinha uma taxa específica de reiatsu, e também propriedades únicas que causavam os mais diferentes efeitos, nas mais diferentes intensidades.

Certamente, o velhote tinha uma afinidade com fogo.

O que pusera um sorriso, maldoso nos lábios da mulher, que sentira o tronco da árvore que estava próxima de si, corroer-se com o contato de seu poder.

Sua afinidade, era o ácido.

O que certamente renderia um combate interessante, a jovem pensara sem se intimidar pela demonstração de poder, que também tinha como objetivo atingir seu psicológico.

Mas, infelizmente esse já estava tão arruinado, que esse tipo de coisa não lhe causava nenhum tipo de abalo mais.

— Eu não sei porque você decidiu me caçar, mas não será tão fácil me alcançar. – Ela dispersara sua voz pelo ar, usando sua reiatsu para manipular a frequência de sua propagação, causando uma interferência, que fez com que seu ouvinte tivesse a impressão de que ela estava falando de todas as direções.

Yamamoto teve de admitir que aquilo era brilhante, mesmo que fosse algo relativamente simples, demonstrava uma capacidade de controle rara, em alguém daquela juventude desmiolada que germinava nos mais diferentes pontos de Rokungai.

Definitivamente, aquela menina era diferente, ele sentiu isso desde que viu seu retrato no quadro de procurados.

Inicialmente, Yamamoto não se interessou na execução desse trabalho, apenas por não ver motivo em fazê-lo, já que nunca ficaram claros os motivos para que a moça estivesse sendo caçada.

Mas, boatos começaram a surgir.

No início, homens, com ampla ligação no mundo do crime. 

Mas, logo surgiram outras mulheres, a maioria prostitutas.

E, então, logo pequenas famílias, e animais usados para a subsistência.

E, no fim crianças... E nisso, Yamamoto cresceu o olho, e correlacionou uma coisa a outra, porque já não existiam tantos mascarados soltos em Rokungai, por agora.

Ele, e outros caçadores, trabalhavam ativamente para a eliminação dessas bestas que acabavam surgindo nos lugares mais remotos e isolados, onde dificilmente chegaria notícias na capital.

Mas, o que estava acontecendo ali, era o bastante, a ponto de seu amigo Ginrei Kuchiki o enviar.

E, desde então ele tem mapeado os passos da garota.

Achando coincidências entre sua passagem na região e todas aquelas mortes, que estavam espalhado temor em toda região.

— Estou caçando-a por se tratar de uma assassina em série. – O velho dissera sem preocupar-se em usar nenhum truque para esconder sua posição, na verdade estava ansioso que ela fosse até ele, já que esse era o modo mais fácil de terminar as coisas.

Para alguém como ele, viver ou morrer não fazia a menor diferença. Isso o tornava imprudente de muitas maneiras, e a única coisa que lhe dava alguma vantagem, era justamente seu poder colossal, e incomparável até então.

Uma risada histérica se fez ouvir, e com o mesmo truque de distorção de antes.

Yamamoto franziu o cenho, a espera de uma aproximação súbita que não viera. 

Ao invés disso ele ouvira, apenas sua voz doce e melodiosa, soprar-lhe ao ouvido quase como um canto.

— Um assassino querendo fazer justiça caçando outro assassino? – E então, um corte profundo em seu braço fizera com que um gemido escapasse dos lábios do homem, quando vira o sangue da ferida empapar suas vestes.

“Quando foi que ela?”

Ele perguntou-se quando girou sua espada, interrompendo o movimento de um segundo golpe que teria sido certeiro, se ele não fosse um lutador experiente.

Então, sem preocupar-se em encontrar uma resposta, ele empurrara sua reiatsu contra a lâmina fazendo-a reagir e explodir em uma labaredas de fogo que queimou por alguns instantes no ar, antes de desaparecer, mas sem atingir seu alvo.

A garota deixara para trás apenas a capa surrada que usava por sobre os ombros. Ambos lutadores observaram o tecido queimar como se fosse um enorme vagalume na escuridão, só que consumido pelas próprias chamas.

— Tenho que admitir que você é muito habilidosa na arte de fugir, mas tudo isso será em vão… - Yamamoto dissera em meio uma risada sem humor, deixando as palavras morrerem propositalmente no ar…

— Seu homenzinho desprezível não pense que com isso você vai me… - Uma labaredas de fogo rasgou o ar, interrompendo o breve discurso da mulher.

Que curvou seus lábios em um sorriso de escárnio. Uma vez lhe disseram que pessoas com grande nível de reiatsu, não eram eficientes em rastreamento.

Talvez, isso não fosse verídico. Mas, o fato de aquele monstro em forma de homem não ter conseguido detectá-la, era um indício de uma possível fraqueza em quem aparentemente não tinha nenhuma.

— Pelo jeito sua amiga não é grande coisa homenzinho… - Unohana disseram que em meio a um sorriso de escárnio ao mesmo tempo que a energia espiritual daquele com quem lutava se levava de modo a atmosfera ao seu redor tornar-se mais seca e desconfortável.

 Certamente, Yamamoto estava muito irritado. E, aquilo não poderia ser mais divertido para a mulher que reconhecia que estava diante de um inimigo formidável, mas francamente ela não dava a mínima para a possibilidade de morrer ou viver.

A vida naquele lugar amaldiçoado a tornou uma guerreira, e por mais forte que seja, o destino de um guerreiro será sempre perecer em uma batalha em um momento ou outro.

Mas, isso não quer dizer que ela ia entregar tua vida de bandeja para o primeiro idiota que cruzasse seu caminho achando que poderia desafiá-la.

— Vamos ver se você consegue desviar disto, pirralha. - Yamamoto falará totalmente irritado, pois ela o atingiu diretamente em seu brio.

Não muito longe dali dois rapazes, corriam com certa velocidade pela Floresta. Shunsui vinha mais na frente e Ukitake mais atrás, visivelmente ofegante.

Mesmo com sua inexperiência lidando com aquele tipo de coisa, eles podiam reconhecer uma forte pressão espiritual.

O problema é que quanto mais eles avançavam, mais rarefeito se tornava o ar e isso era muito ruim para alguém que naturalmente tinha problemas respiratórios como Ukitake.

— Por favor, Shunsui vamos parar só um pouco.

Ukitake praticamente implorou, e seu amigo olhou para trás com preocupação. Ele sabia que Ukitake não era o tipo de doente que reclamava sem motivo. O problema é que tudo isso aconteceu no exato momento em que Yamamoto exalou sua reiatsu monstruosa, fazendo com que o ar em torno deles se incendiasse com chamas que seus produziram por todos os lados.

— Por favor, abaixe-se. - Shunsui só teve tempo de pedir isso.

 Mas, Ukitake mal conseguia respirar quem dirá processar as informações que estava recebendo através de seus outros sentidos.

Ele sentiu uma onda de calor vindo em sua direção e tudo que conseguiu foi fechar os olhos, por puro reflexo, como que para não ver o desfecho doloroso que o destino reservava para a sua vida.

 Mas, antes que as chamas do queimassem algo chocou-se contra o seu corpo, fazendo-o literalmente sair do chão. Quando conseguiu abrir os olhos, mesmo com a visão turva, ele conseguiu visualizar uma bonita mulher de pele clara, olhos azuis e cabelos negros que balançavam sensualmente ao vento.

— Por que fez isso? - Ukitake quis saber, Unohana, no entanto apenas fechou o semblante em confusão.

— Eu não sei. - Ela disse parecendo confusa e sincera ao mesmo tempo.

Paralelo a isso, Yamamoto deu um sorriso medonho, enquanto Pensava com divertimento:

"Peguei você!"

Ele dissera girando sua espada no ar e apontando em uma direção específica.

— Ryuujin Jaula, banshou isai kaijin to nase (Reduza tudo a cinzas).