A Incrível História do Garoto que Ofegava escrita por PepitaPocket


Capítulo 11
Os Três Aprendizes




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— Deixa ver se eu entendi! – Ukitake tomara a palavra, calmamente – O senhor pretende nos tornar seus aprendizes? – Ele chegou a essa conclusão, com um toque de espanto em sua fala.

Yamamoto anuiu em concordância. E, os olhos de Ukitake brilharam de surpresa.

— Não querendo parecer ingrato nem nada, mas o que o faz achar que tenho o necessário, para aprender a dominar o uso da energia espiritual?

Juushirou quis saber, perguntou aquilo com a calma de quem pergunta, como está o tempo. Mas, por dentro havia uma agitação e como se percebesse isso, Unohana levou sua mão a do rapaz, que ficou todo sem jeito, mas não afastou a mão.

Shunsui que estava fazendo flexões com um peso nas costas olhou com certa indignação, aquela cena entre os dois.

Isso porque lhe parecia injusto que o Ukitake tenha arranjado uma gatinha apaixonada por ele, e sem muito esforço, enquanto ele... Tentava cantadas, caras e bocas, presentes... E, nada!

Mas, logo sorriu ao ver o brilho de felicidade, nos olhos de Ukitake, pois mais do que ninguém Shunsui sabia das dificuldades que seu amigo havia passado.

E, o quanto ele merecia aquilo.

— Vocês tem potência. – Yamamoto disse suscintamente, não queria deixar aqueles moleques muito convencidos.

Mas, a verdade é que ele precisava desesperadamente de um motivo para continuar vivendo.

Sem sua esposa.

Sem seu filho.

Sem nada que trouxesse caos para o mundo em que ele se encontrava.

Havia guerreiros que se especializavam em combater os monstros mascarados de novo Hollow.

Eles atacavam as almas, devorando-as em busca de poder.

Foi assim que sua esposa viera a falecer, sem que ele pudesse fazer qualquer coisa para defendê-la junto ao filho que ela carregava em seu ventre.

Desde então, ele se empenhara em lutar como se não houvesse amanhã. Apenas para impedir que outras pessoas enfrentassem o tipo de inferno que ele enfrentara naquela terra.

Na capital, cujo nome era Seireitei havia muitas famílias nobres que haviam ganhando prestígio lutando contra os Hollows, a influência e o prestígios lhes permitira criar seus próprios exércitos, e foi assim que Yamamoto encontrara um objetivo perdido em meio ao caos.

Lutar, oficialmente... Contra um inimigo incomum.

Mas, isso não era o bastante.

Seu espírito arruinado e retorcido, ainda clamava por um objetivo melhor. E, por isso ele havia saído em uma jornada.

Em busca de algo que ele nem sabia o que era.

Até colocar seus olhos naqueles garotos formidáveis.

— Serão meus aprendizes. – Ele repetiu o que tinha dito antes. Mas, com a certeza cega de que sua vontade seria obedecida.

Aliás, apesar de ter uma aparência franzina, o velho exalava um tipo de força que não se encontrava em qualquer esquina, era intimidante, mas não ao ponto de ele querer sair dali...

Mas, esse era um detalhe que só não acontecia, porque ele não queria.

Ukitake tinha essa estranha certeza, em seu coração.

— Vocês serão o exemplo que tenho a oferecer, para algo que tenho em mente. – Ele disse querendo ser misterioso, mas esse tipo de coisa não costuma funcionar quando se está fazendo uma oferta.

— Irei fundar uma escola, e vocês serão meus alunos. E, depois se tornaram alunos de outros, e assim sucessivamente.

Aquilo pegou os três jovens de surpresa.

Primeiro, porque uma escola foi algo que nunca existiu formalmente em parte nenhuma de Rokungai.

Embora estranhamente o conceito lhes parecesse familiar. A educação era uma regalia de quem tinha dinheiro para pagar com ela.

Mas, mesmo os mais habilidosos professores, eram apenas medianos, restando aos indivíduos, com aptidão buscarem seu próprio modo de desenvolver seus talentos, fossem grandes ou pequenos.

Por isso, Yamamoto achava que uma escola, achava que as fileiras do exército iriam melhorar significativamente, no que tange a arte de controlar a energia espiritual, que muitos espíritos ali possuíam, mas sem refinamento, os tornavam nada além de prato gourmet, para os Hollows, que já não atacavam tanto a Soul Society como antes, mas Yamamoto sentia que isso não os fazia menos numerosos pelo contrário.

— Isso quer dizer que minha vida está toda planejada? – Ukitake perguntou a si mesmo, do que para o velho guerreiro a sua frente.

Mas, o semblante contemplativo de Juushirou mostrou a Yamamoto que o rapaz a sua frente era uma pessoa ponderada, com um tipo raro de inteligência... Que iria ser muito útil a frente.

Pois, na guerra apenas força, não era o determinante.

E, mesmo estando em tempos de relativa paz, ele sabia que o conflito nunca demorava a encontrar quem segurava o cabo de uma espada.

E, deles... Unohana, era quem mais tinha ciência disso.

Ainda havia uma perturbação no fundo de seu olhar, que desagradava a Yamamoto, que vira naquela criança um inimigo que não eram suas atitudes nem seu modo de vida.

E, sim tudo que a conduzira por aquele caminho sangrento e tortuoso, do tipo que poucos sobreviveriam, com o mínimo de sanidade possível.

 Mas, sua perícia era invejável.

Se bem lapidada e bem direcionava, seria um recurso valioso.

Shunsui vendo que os três estavam reunidos a mesa, tratou de se aproximar vagarosamente, depois de lavar o rosto com um pouco de água fresca, para atenuar um pouco o suor que banhava seu corpo, depois de uma sessão intensa de exercícios.

Ele, sentia que não tinha nascido para esse tipo de esforço, mas não via coisa melhor para preencher seus dias, do que aquilo também.

Yamamoto sabia bem de sua hesitação.

Também, reconhecia em Shunsui uma indolência, que talvez no futuro, fosse mais atrapalhá-lo do que ajudar.

Mas, por ora... Yamamoto sentia nele, um coração generoso, e uma preocupação genuína com Ukitake.

Além do mais, ele por trás daquele jeitão preguiçoso, mostrava-se um bom articulador. Tinha jeito com as palavras, ele dissera que era filho de um nobre abastado.

Só precisava melhorar seu manejo com a espada.

— O que me dizem? – Yamamoto perguntou olhando nos olhos dos seus três futuros aprendizes.

Unohana fora a primeira a concordar. Aquela vida de matança, poderia ser substituída por algo melhor, e mais produtivo.

Não limparia de suas mãos todo o sangue derramado, mas certamente amenizaria.

Já Shunsui, queria fugir do alcance de seu pai. Não queria assumir nenhuma posição no clã de sua família, e continuar ser apontado como o filho bastardo, de Kyoraku-sama.

Mas, Ukitake mantinha-se reticente.

Duvidava que ele tivesse saúde o bastante para empunhar uma espada. Embora tivesse o desejo de ajudar as pessoas e seguir ao lado das pessoas.

— Gomensai, eu preciso pensar.

Ukitake dissera com sinceridade, e Shunsui chegou abrir a boca para tentar convencê-lo do contrário.

Mas, Yamamoto fora mais rápido.

— Você tem até amanhã para decidir.

Yamamoto dissera fazendo um gesto para que ele se retirasse.

Não parecia nem irritado ou decepcionado. Apenas estava lhe dando espaço para ele fazer o que precisava naquele momento, refletir sobre que caminhos tomar.

...

Uma vez sozinho no quarto, ele observava com atenção o céu, que parecia claro, quase luminoso... Apesar de ser noite.

Ele tinha um amor especial por noites assim. Sentia-se tão sereno, e gratificado apenas por ter a oportunidade de vislumbrar aquele céu mais uma vez.

Por causa de sua fragilidade de sua saúde, ele nunca sabia quando seria a última vez.

E, esse era seu receio.

Assumir um compromisso daquela magnitude, onde outras pessoas poderiam vir a depender dele, foi algo que ele sempre temeu.

Não por ser o tipo de sujeito que fugia de responsabilidades, pelo contrário... Ele levava muito a sério seus compromissos, só não sabia se teria tempo suficiente para aproveitá-los.

E, sua insegurança foi ainda maior quando braços envolveram seu pescoço, puxando-o para a maciez de seu colo novamente.

— Vai dar tudo certo, querido. – Unohana dissera com suavidade, fazendo Ukitake corar.

Pois, não sabia o que tinha feito para ganhar seu apreço romântico. Mas, pensando bem, tem coisas que acontecem, apenas sem grandes razões.

Unohana foi uma dessas coisas, e o que ele achava que sentia por ela.

Tão de repente, tão incerto.

Mas, de alguma forma era algo que lhe dava uma razão mais forte para querer viver... Seria esse sentimento o bastante para superar a morte?


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