Atolados escrita por Gessikk


Capítulo 1
Capítulo Unico


Notas iniciais do capítulo

Hey lindos! Sim, aqui estou eu novamente..compulsiva por escrita com mais uma One fofinha e que amei escrever, então realmente espero que vocês aproveitem!
Eu pretendia postar no dia dos namorados, mas como podem perceber, me atrasei por alguns meses Haha



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/643658/chapter/1

— Eu. Não. Estou. Acreditando. Nisso.

— Vai ter a noite toda para acreditar. — Stiles respondeu a ruiva com certa acidez, batendo a mão em punho com força no volante do Jeep.

— Nós estamos presos aqui? — A voz da menina subiu uma oitava, beirando a histeria.

— Estamos, Lydia! Qual parte de que o Jeep atolou por causa dessa droga de chuva você não entendeu?

— Não, não, eu não posso ficar presa!

— Por favor, me diga que você não é claustrofóbica.

O garoto, já irritado, arregalou os olhos e encarou a garota que subitamente começou a arfar, como se estivesse sendo sufocada.

— Meu Deus, Lydia! Por favor, se acalma.

— Me acalmar? Como vou ficar calma? Nós estamos presos aqui por sua causa! — A garota estava igualmente estressada, gritando com o garoto, a respiração ainda curta.

— Por minha causa?

— Primeiramente foi você que teve a ideia imbecil de sairmos para compramos as drogas dos presentes juntos!

— Se você não queria sair, por que aceitou?!

— Porque se eu não viesse você ia comprar alguma porcaria para Malia e me senti na obrigação de ajudar a você não perder a única garota que parece ser capaz de namorar com você!

— E você? Por que me ligou dizendo que não sabia escolher presente para homens? — Lydia conseguiu, definitivamente, piorar o humor do humano que revidou furiosamente. — E nem deveria se preocupar em gastar dinheiro com presente de dia dos namorados, já que daqui uma semana já vai estar na cama com outra pessoa!

Os olhos já arregalados de Lydia, saltaram de seu rosto. Ela espancou Stiles em seus pensamentos e ele, a encarou com uma expressão estressada e corajosa, afrontando a garota que com tamanha irritação, prendeu a respiração sem ao menos perceber, fazendo com que seu rosto ganhasse um tom de vermelho vivo.

— Nunca mais eu vou pedir a sua ajuda!

— Ótimo!

Stiles respondeu como uma criança pirracenta e ambos, com uma sincronia inesperada, cruzaram os braços por cima do peito e encararam cada um, a janela próxima a si.

A chuva parecia compartilhar da irritação dos adolescentes, caindo com fúria contra o velho Jeep que tremia com a ventania e a cada segundo, afundava um pouco mais na lama que o prendia, enquanto a rua enchia assustadoramente, tornando impossível a saída dos amigos impacientes.

— O que você pensa que está fazendo? — Stiles rompeu o silêncio, quando escutou o barulho de Lydia tentando abrir a janela do carro.

— Eu preciso respirar, estou ficando sufocada nesse cubículo!

— Senhorita gênio-da-matemática, primeiramente, não chama o meu Jeep de cubículo e depois, se você abrir a janela vamos ficar encharcados e ainda vai molhar meu carro!

Lydia bufou, revirou os olhos e começou a balançar a perna direita em um ritmo frenético. Aquilo enlouquecia Stiles, ela sabia e fazia de propósito.

— Lydia. — O garoto chamou e a menina ignorou. — Lydia. — A Banshee nem sequer olhou para Stiles. — Lydia. — Após a terceira tentativa fracassada, o humano respirou fundo, armazenando oxigênio. — Lydia, Lydia, Lydia, Lydia, Lydia!

A garota cometeu um grave erro quando decidiu irritar Stiles, afinal, daquela arte, o garoto era especialista. O filho do xerife repetiu o nome da menina infinitas vezes, até o rosto da garota novamente ser preenchido pelo tom vermelho de sua impaciência.

— O que foi, Stiles? — A menina estava com os dentes trincados e Stiles abriu um sorriso torto, completamente cafajeste por ter a irritado.

— Não fica irritada comigo. — Sim, ele teve a coragem de proferir aquelas palavras com uma expressão completamente debochada. O pior de tudo, era que ele ficava extremamente sexy sendo debochado. — Se a chuva continuar assim, vamos ficar aqui por um bom tempo.

— Se você não tivesse quebrado seu celular na semana passado, nós poderíamos ligar para o reboque.

— E se você não tivesse gasto toda a bateria do seu, tirando fotos nossas, também teríamos como ligar. — Após a resposta de Stiles, Lydia finalmente cedeu que também era culpada, afinal, enquanto andavam por todo o shopping, lotado de enfeites de corações, ela usou o pobre aparelho até desligar.

— Não devíamos ter deixado para comprar os presentes tão em cima da hora.

— Não, a culpa foi totalmente minha por isso ter dado errado. Não sei no que estava pensando quando concordei em sair com você de tpm.

— Eu não estou...

— Lydia, eu a conheço o suficiente para perceber quando está mais insuportável do que o normal. — A resposta da menina foi um revirar de olhos.

— O bom disso tudo, é que a Malia vai ficar esperando você busca-la para sair e não tem como avisar que não vai. — A menina deu um sorriso cruel e o garoto se xingou internamente por não ter percebido isso antes. — E amanhã vou estar perto para ver a reação dela quando souber que passei a noite do dia dos namorados com você.

— Por que você tem tanta raiva dela?

— Eu não tenho raiva dela, só não simpatizo muito.

Graças a distração da conversa, a menina voltou a respiração calma, sem prestar atenção ao fato que continuava presa no carro atolado.

— Por quê?

— Eu não sei, mas acho que não tinha problemas com ela antes de vocês oficializarem o namoro e andaram por todo lado juntos. — Lydia franziu a testa automaticamente, sem conseguir esconder seu desgosto.

— Você também vive grudada no Parrish e eu não desgosto dele por causa disso.

—Você me dava mais atenção antes dela, sinto falta de poder ligar a qualquer hora da madrugada e poder conversar. — Stiles não esperava que Lydia dissesse aquilo, nem ela pensava que fosse capaz de expor seu incômodo daquela forma.

O humano não soube o que responder e a Banshee, surpresa com a própria afirmação, ficou calada.

A menina encarava as próprias mãos, distraída com o bater insistente da chuva, quando Stiles se mexeu no banco do motorista e se aproximou dela o suficiente para pôr um braço em seus ombros, a puxando para perto, de modo que ela apoiou a cabeça em seu peito.

— Você é um completo idiota, irritante, azarento, mas é meu melhor amigo. — Ao sussurrar tais palavras, a menina ganhou um beijo estalado na testa. — Depois da morte de Allison, eu achei que nunca mais encontraria uma amizade assim.

— Eu sempre vou estar aqui por você, Lydia e não importa a hora, o lugar, dia, em qualquer momento que você precisar de mim, pode ligar, aparecer lá em casa, jogar pedrinhas na minha janela. — Os dois riram da piada interna, ao recordarem o dia em que de fato, Lydia jogou pedrinhas na janela do quarto de Stiles que estava dormindo com Malia e ele, fugiu pela janela para conversar com a garota sem que o pai, nem a namorada percebessem que saiu de casa. — Afinal, sem mim, você já estaria morta.

— O que faz você pensar isso?

— Pensa bem, Lydia. Quando Peter a atacou na quadra de Lacrosse, eu estava com você, quando sumiu do hospital, fui o primeiro a perceber e fiz tudo acha-la. Você pisou naquela armadilha para animais na floresta e teria perdido o pé se eu não tivesse a salvado, quando foi seques...

— Ok, já entendi, senhor heroi.

— E nem falei a metade do que já fiz por você. — Concluiu orgulhoso, pensando nos últimos anos perigosos que passaram, repletos de assassinos e monstros sobrenaturais.

— Mas eu também fiz muitas coisas por você.

— Tipo? — Stiles sabia muito bem o quanto a garota, o tempo todo, foi importante em sua vida, mas não queria ceder e confessar isso logo de cara.

— Tipo quando o beijei para ajudar a parar o ataque de pânico. — E de tantos momentos que Lydia podia ter citado, sua boca despejou aquelas palavras antes que pudesse impedir.

Stiles engasgou com a própria saliva, tossindo e engolindo em seco, ficando repentinamente desconfortável por ter puxado a garota para tão perto de seu corpo e no entanto, mesmo com as bochechas ameaçando a serem preenchidas pelo rubor da timidez, o humano foi capaz de falar.

— Eu sempre achei que você me beijou porquê quis, afinal tinha outras formas de me fazer parar de respirar e não tinha como ter certeza que eu ia prender a respiração se você me beijasse.

— Talvez eu realmente quisesse. — A menina ficou igualmente desconfortável, mas não teve medo de falar, apenas se remexeu nos braços do melhor amigo.

— Você nunca tentou outra coisa, nem uma única vez e estava com Aiden e mesmo depois dele...— O garoto se interrompeu, sem querer entrar no assunto da morte do ex ficante da menina. —Nem mesmo depois, quando...

— Quando ainda estava de luto? Ou quando voltei a mim mesma e você já estava com a Malia? — A resposta foi amarga, o ressentimento estava impregnando em sua voz. — Mas isso não importa mais, você está com a Malia e eu com o Parrish.

Silêncio. Foi o que aconteceu por vários minutos, apenas o som da chuva, enquanto os amigos gritavam em seus pensamentos. Como aquela conversa irritada e repleta de provocações tinha tomado aquele rumo?

— Você esqueceu completamente o Jackson? — O que de fato Stiles queria perguntar, era se a menina teve um real interesse por ele e por isso o beijou, mas não teve coragem.

— Sim. — A resposta da garota foi rápida, curta e muito segura.

— Então você não o amava como achava. — A conclusão do garoto foi igualmente segura.

A menina ficou tão confusa com aquela afirmação, que afastou a cabeça do peito de Stiles e o encarou com a dúvida estampada no rosto bonito. Como ele podia dizer aquilo? Lydia tinha sofrido por muito tempo com saudades do loiro egocêntrico e tinha certeza do amor que um dia sentiu por ele.

— Eu sei disso, pois até hoje sou incapaz de esquecer meu primeiro amor. — Stiles ficou tentado a falar "meu único amor", mas se conteve e Lydia, bem no fundo, sabia que tinha sido o primeiro amor do garoto, mas naquele momento era incapaz de entender aquilo.

— Por isso tem certeza que a ama de verdade? Um dia ainda pode esquece-la.

O garoto negou lentamente com a cabeça, abaixando o olhar, sem ter sanidade para encarar os olhos verdes que eram perturbadores de tão lindos.

— É como... — Stiles respirou fundo, engasgado com a própria voz.— Ansiar cada segundo para vê-la novamente, achar impossível estar tão apaixonado e mesmo assim, a cada dia, admirar cada vez mais os defeitos da pessoa e ser incapaz de respirar até ter a certeza de que ela está bem, feliz, segura.— O garoto fechou os olhos, a sensação do que dizia ainda ardia em seu peito.— Não ter medo de fazer qualquer loucura só para ver seu sorriso, que parece o mais lindo do mundo e com um simples olhar, sentir as mãos tremendo, o coração disparado, suar frio e só com a possibilidade de um dia a pessoa lhe corresponder, se sentir sem fôlego e passar noites insones pensando nela, mesmo tendo outros problemas mais graves, mas que comparado ao que sente por ela, não tem a mínima importância.

Quando o humano abriu os olhos, viu que os de Lydia estavam fechados, seus lábios entre abertos e a testa franzida. Ela se sentia de volta a uma conversa com Allison, séculos antes, quando a amiga descreveu o que sentia por Scott e a questionou se nunca sentiu aquilo.

— Você não sabe como é se sentir assim.

— Não. — Apesar de ter sido uma afirmação, a garota respondeu.

— Então não sabe como é de fato se apaixonar, muito menos como é amar alguém.

— E você por acaso é apaixonado pela Malia?

— Clar..

— Dessa forma que você acabou de descrever? — Lydia interrompeu e abriu os olhos, exibindo uma crítica implícita.

— Não. — O menino confessou em um sussurro, abaixando a cabeça como se revelasse um segredo íntimo.

— Então como pode falar de mim?

— Porque eu sei como é gostar dessa forma, como é se apaixonar todos os dias pela mesma pessoa. — Stiles falou tudo de uma vez, antes que raciocinasse e perdesse a coragem. — Eu sei como é essa sensação, pois a amo desse jeito.

O garoto falou "amor" conjugado no presente e imediatamente, rezou para que Lydia não percebesse, mas ela notou e arregalou aquelas duas pedras preciosas, que chamava de olhos.

Ambos sabiam que aquilo era errado, eles tinham seus respectivos namorados. Stiles se importava com isso, Lydia não.

A garota juntou suas bocas antes que o humano pudesse impedir e assim, selaram seus lábios por breves segundos. A menina queria um beijo de verdade e tentou, mas o garoto a impediu.

Quando foi afastada, com delicadeza, por Stiles, ambos se sentiram mal. Lydia, por não ter conseguido seu beijo e o garoto, por ter desejado algo além do breve encontro de seus lábios.

— Malia. — Foi a única coisa que Stiles conseguiu dizer, após soltar o ar que nem percebeu que prendeu durante o breve selinho. — Esquece que eu disse isso, ok? Você tem razão, isso não importa mais, nós dois namoramos, eu tive uma paixão de infância por você e nunca fui correspondido, agora eu finalmente me recuperei desse sentimento e estou com a Malia há dois anos.

Lydia não soube o porquê, mas aquilo a machucou. Ela sabia da paixão que o garoto tinha por ela e sempre o ignorou, afinal, Stiles não tinha o seu "tipo", então nunca teve interesse nem sequer de ficar sem compromisso com ele, pois não queria criar falsas esperanças no garoto e depois ter que " aturar" ele ainda mais apaixonado.

Mesmo depois de ter conhecido melhor Stiles e ter se aproximado tanto dele, seus sentimentos não tinham mudado, certo? Stiles era até fofo, mas não tinha uma aparência imponente, nem fazia o estilo "bad guy", que infelizmente, atraía a garota.

Parrish certamente não tinha esses atributos que a garota admirava, mas era um homem formado, maduro, experiente e era um bom namorado para ela, apesar de que, não se sentia apaixonada, ele era apenas bom e nada mais.

Enquanto pensava, Lydia observou Stiles. O garoto estava sério, olhando para seu retrovisor, como se estivesse entretido com a rua deserta e perigosa em que seu Jeep parou.

Nariz empinado, pele clara, pintinhas espalhadas por todo rosto e braços. Será que ele as tinha no corpo todo? Repentinamente, essa questão corroeu Lydia e ela teve que agarrar o banco abaixo dela, tendo vontade de arrancar as roupas do garoto para descobrir como ele era.

O ventre da menina se contorceu quando sua imaginação fértil, fantasiou como seria o corpo do menino, mas mesmo assim, continuou a observá-lo. Olhos castanhos, claros, cor de avelã e os lábios finos e atraentes.

Definitivamente, além de fofo, ele era bonito, até mesmo sexy.

— Meu Deus, Lydia! O que você tanto olha?

A Banshee se sobressaltou quando Stiles falou, pulando no banco, assustada por seus pensamentos indevidos terem sido interrompidos.

— Aqui está calor, não está?

— O que? — Stiles, com sua inocência, perguntou, sem imaginar quais eram os pensamentos da garota e a encarou completamente confuso.

— Calor, está muito abafado aqui dentro!

Lydia suava, a testa já brilhava, seu ventre continuava se contorcendo, ela precisava de ar, esticar as pernas que repentinamente, pareciam esmagadas.

— Eu preciso sair daqui!

— Lydia, calma, por favor! — O garoto ergueu as mãos, em sinal de rendição, vendo a garota se desesperar, ela batia na porta do Jeep como se tentasse abrir. — Não tem como abrir a porta, olha para o lado de fora, a água vai entrar no carro e não temos como andar assim.

— Mas eu preciso sair, não consigo respirar.

Lydia estava sufocada por diferentes sensações. Calor, pânico, desejo.

— Minhas pernas estão ficando dormentes, e-eu...

A voz da garota falhou, então ela fechou os olhos e respirou fundo. Stiles, imediatamente segurou seu rosto, as duas palmas sustentando seu queixo.

— Shh, Lydia, fica calma, vamos para o banco de trás que tem mais espaço, ok?

Quando os olhos verdes se abriram, as pupilas estavam sutilmente dilatadas. Com o toque de Stiles, o fogo consumiu Lydia por dentro.

A menina não respondeu, mas concordou com a cabeça, tirando as mãos do garoto de seu rosto e subindo por cima do banco do carona para chegar a parte de trás.

Como sempre, Lydia estava com uma saia curta e ao subir no encosto do banco, seu quadril ficou erguido na direção do rosto de Stiles e a demora que a garota teve para sentar no banco de trás, foi torturante.

O quadril largo se movia de um lado para o outro enquanto a garota se remexia para se ajeitar e a saia, subiu o suficiente para que o humano vislumbrasse o tamanho da calcinha preta de Lydia.

"Droga! Por que ela está usando uma calcinha desse tamanho? Mas é claro, é dia dos namorados, ela teria uma noite com Parrish!", ao pensar nisso, Stiles entendeu o calor que Lydia sentia.

A menina sentou no banco de trás, ainda sem fôlego e ao encarar Stiles, viu um brilho diferente em seu olhar.

O humano não pensou, a sua mente foi preenchida pela imagem da garota nua nos braços de Parrish.

A menina arfante, agarrava novamente o banco quando Stiles conseguiu ir para a parte traseira do carro e sentou ao seu lado, bem próximo dela.

— Você gosta do Parrish, Lydia? — A voz do garoto estava rouca, feroz e os olhos cerrados.

A menina reconheceu de imediato o ciúme e a possessão em sua pergunta, ele diversas vezes agiu assim com Malia na frente de Lydia e ela, sempre teve ciúmes desse jeito possessivo.

— Não. — A resposta saiu rápida na voz insegura da garota, ela encarava o humano, sentindo suas mãos suarem.

— Então me diz porquê está com ele.

Stiles apoiou a mão no início da coxa da menina e apertou com força, sem quebrar o contato visual.

— Quando percebi o que sentia, já era tarde. Você estava com Malia e eu precisa de alguém para saciar meus desejos.

O garoto comprimiu os lábios um contra o outro, para não rosnar em resposta a clara provocação da menina que o encarava com ansiedade, os olhos verdes analisavam o corpo magro do melhor amigo.

— E você já está saciada, Martin? — Stiles encostou a boca na orelha da Banshee, que àquela altura, quase arrancava o estofado do banco devido a força que o agarrava e espremia uma perna com a outra, buscando autocontrole.

— Não. — A voz fina soou falha, esganiçada e trêmula, seus joelhos tremiam enquanto a mão de Stiles subia lentamente por sua coxa. — Quando estou com Parrish, só penso em você.

Lydia não soube de onde surgiu a coragem de confessar algo que escondia de si mesma, sem querer aceitar o fato de que, todas as vezes que tinha intimidade com o policial, a sua mente automaticamente fantasiava que não estava com o fardado, mas sim com o adolescente desajeitado.

Os lábios do humano permaneceram na orelha da garota, ele respirava fundo, esmagando com cada vez mais força a perna esquerda de Lydia, deixando seus dedos esbranquiçados.

A menina, começou a virar o rosto com extrema delicadeza, em um movimento bem sútil, fazendo com que o nariz dos adolescentes se tocassem, antes de esfregar a boca carnuda contra a do menino.

O roçar sutil despertou um tsunami de sentimentos, de sensações. Desejo, insegurança, medo, culpa, tentação, prazer.

Lydia novamente se arriscou, movimentando a boca, dessa vez Stiles não se afastou, mas também, não correspondeu, apenas permitiu a massagem gostosa dos lábios da garota.

A perna da Banshee doía com o aperto de Stiles e a claustrofobia, foi esquecida apesar do calor se tornar cada vez mais insuportável para os dois. As testas meladas de suor se encontravam, o carro estava gelado devido a temperatura da noite chuvosa, mas o desejo fazia com que fervessem.

Lydia permaneceu minutos a fio beijando sem ser correspondida. Stiles se deliciava com aquela sensação e estava tentado a beija-la, mas a culpa ainda o travava, apesar dele próprio ter provocado a menina.

— Stiles, por favor. — A voz da menina era um clamor que fez o humano estremecer.

Ele entre abriu os lábios e com a mínima brecha, Lydia invadiu a boca do garoto, tomando aquela atitude como uma permissão.

A língua da garota era faminta, aflita, explorando, degustando, se movimentando com fúria na boca úmida. A saliva de Stiles ainda tinha o sabor do chocolate que comeu com Lydia e ela, se aproveitou disso.

O humano ainda não correspondia, o que fez Lydia se desesperar. A menina se contorceu no banco, jogando o tronco em direção ao garoto, criando um atrito tentador de seus seios contra o peito magro.

Ela estava decidida a fazer com que Stiles cedesse e com sua aflição, interrompeu o beijo de maneira tão repentina que o garoto arfou, inconformado.

Lydia, com brutalidade, tirou a mão de Stiles de sua perna, que ainda a apertava com força. O que a garota não sabia, era que aquele perto, era a única coisa que mantinha a sanidade do humano e com aquela simples atitude, fez ele perder o domínio que lutava para manter.

A Banshee estava prestes a se tacar para cima do melhor amigo, mas não precisou. Stiles agarrou os joelhos de Lydia e com uma força que a garota não conhecia, a puxou para sua direção, fazendo com que as pernas da garota ficassem no seu colo.

— Por que você demorou tanto para se interessar por mim? — A voz de Stiles estava rouca e completamente sufocada e Lydia, estava desejosa demais para ser capaz de responder.

Com as pupilas dilatas, o olhar enlouquecido, Stiles abriu as pernas de Lydia, fazendo com que a garota ficasse exposta, para logo em seguida, fazer com que a menina sentasse no seu colo, cada perna de um lado do seu quadril.

Por causa da altura do carro, Lydia precisou ficar com a coluna abaixada, o que era desconfortável, mas ela não se importou com isso, apenas iniciou mais um beijo.

Dessa vez, Lydia foi correspondida.

A língua de Stiles era tão voraz quanto a da garota, mas de alguma forma, seus movimentos eram mais violentos. A garota apressava o beijo, devido seu desespero, mas Stiles não permita, movimentando sua boca bem lentamente e com muita força, torturando Lydia que sem perceber, começou a gemer de pura ansiedade.

A Banshee se surpreendeu, quando durante o beijo, Stiles empurrou sua língua, a expulsando de sua boca de um jeito que nenhum garoto tinha feito antes. Lydia tentou resistir, mas não conseguiu, abandonando a boca molhada e quente do garoto que no exato momento que ficou livre da língua da menina, espremeu os lábios com força, os comprimindo.

— O que você está fazendo? — Lydia não sabia se gemia de excitação, brigava ou forçava Stiles abrir a boca.

O humano não respondeu, apenas sorriu com os lábios ainda espremidos.

— Stiles, por favor, diz que você não desistiu. — A garota estava inconformada e sem atitude, o humano tinha correspondido o beijo por poucos instantes.

Stiles cruzou os braços sobre o peito, criando um espaço doloroso entre ele e a garota em seu colo. Do lado de fora, a chuva permanecia violenta e o ar gélido, mas Lydia não ligava para o espaço pequeno e abafado que estava, concentrada no rosto suado de Stiles, o cabelo úmido e bagunçado e a maldita boca espremida.

A Banshee praticamente bateu a cabeça contra a de Stiles, esmurrando os lábios carnudos contra os dele e forçando a língua para sua boca, tentando, sem sucesso, fazer com que ele a abrisse. Enquanto continuava a tentar abrir aquela boca deliciosa, suas mãos pequenas se esforçaram em separar os braços do garoto, para ele apertasse seu corpo como tanto desejava, mas novamente, foi uma tentativa frustrada.

— Stiles! — A voz da garota estava esganiçada, ela já não tinha nenhuma postura e o humano, parecia se divertir em silêncio.

Lydia, irritada, frustrada e acima de tudo, excitada, estava pronta para implorar se fosse preciso, deixando todo seu orgulho de lado, mas optou por outra escolha.

O quadril largo, bonito, que foi o responsável por enlouquecer Stiles, começou a se mover com rapidez, se esfregando no menino.

A expressão de Stiles ficou desconcertada, mas ele permaneceu imóvel, os olhos vidrados naquela cena erótica.

Depois de longos minutos, os braços de Stiles cederam, caindo ao lado do corpo. Ele fechou os olhos com força e os lábios, ainda espremidos, se tornaram a sua forma de lutar para abafar os gemidos que se formavam em sua garganta.

A menina conquistou a vitória quando esfregou a boca no pescoço do humano, até encontrar seu ponto de sensibilidade. Ela sorriu quando ele estremeceu e mordeu a pele de Stiles com força, sugando para si, sabendo que deixaria uma marca enorme no garoto pálido.

Stiles não suportou tamanho o estímulo que recebia de Lydia, que continuava movimentando o quadril, ao mesmo tempo que chupava sua pele. Ele finalmente abriu a boca e um gemido grave soou de sua garganta, um som explícito de satisfação.

Assim que ouviu o barulho rouco e delicioso vindo de Stiles, Lydia levou a boca até a dele, conseguindo finalmente o beijo que ansiava.

Novamente, a língua de Stiles fez aqueles movimentos desconhecidos e excitantes, tudo com muita força e lentidão e a menina, sem perceber, soltava sons de ansiedade durante os movimentos ágeis e experientes de sua boca.

Enquanto suas línguas se moviam, as mãos de Lydia subiram pelo peito de Stiles e pararam ali, o arranhando por cima da blusa e o garoto, agarrou o quadril largo da menina, passando a controlar seus movimentos de modo ainda mais explícito, fazendo com que ela se mexesse da maneira que lhe dava mais prazer.

— Isso é errado. — O menino lamentou, apesar de não impedir Lydia que parou o beijo para voltar a chupar seu pescoço.

As mãos de Stiles agiam por impulso, afundando no quadril macio de Lydia, a guiando, fazendo com que ela o estimulasse. Seus olhos se reviraram, parando alguns segundos para encarar a janela repleta de gotas de chuva.

Do lado de fora do carro, era impossível enxergar o que acontecia, mas por dentro, era tudo transparente, o que era estranhamente excitante.

O garoto pensou em dizer algo, mas desistiu imediatamente, quando percebeu que Lydia abria os botões de sua camisa, exibindo o sutiã estampado. Isso sem desgrudar a boca do pescoço pálido.

Stiles ficou perplexo, se dando conta exatamente do que estava fazendo. Ele estava traindo Malia com sua paixão de infância que nunca conseguiu esquecer e ela estava traindo Parrish, logo após dizer que finalmente correspondia seus sentimentos.

A garota jogou a blusa em algum canto do carro e tirou a de Stiles, antes que ele pudesse reagir, sorrindo logo em seguida ao ver que de fato, ele era repleto de pintinhas por todo o tronco, que apesar de bem magro, era extremante atraente.

— Isso não devia acontecer assim, Lydia, e-eu não posso...— O garoto novamente tentou falar, gaguejando ao ver os olhos verdes flamejando de desejo em sua direção e logo em seguida, se deparando com os seios da menina, cobertos apenas pelo sutiã.

— Por favor, esquece um pouco isso— Os movimentos de seu quadril ficaram mais lentos, ritmados com a voz arrastada — Assim que nós saímos daqui você vai terminar com a Malia.

— Você vai querer ficar comigo mais de uma vez? — Ele não queria falar aquilo em voz alta, mas a pergunta escapou e mesmo envergonhado, não conseguiu desviar os olhos de seus seios.

— Stiles, eu realmente estou apaixonada por você.

E naquele momento, quando Lydia falou claramente, apesar da tensão sexual palpável entre eles, da garota permanecer em seu colo e os dois sem camisa, eles foram capazes de esquecer completamente o desejo que aflorava de seus corpos.

Os olhos castanhos e os verdes se arregalaram e só assim, Stiles foi capaz de parar de encarar os seios da menina, para analisar seu rosto, encontrando sua expressão sincera.

Por alguns minutos, eles ficaram calados.

Lydia parou de mover o quadril e Stiles parou de pensar em Malia, eles só se observaram intensamente, experimentando uma sensação de preenchimento e plenitude.

— Desculpe só falar agora, Stiles — Foi Lydia que interrompeu o silêncio, admirando a expressão apaixonada que o garoto lhe direcionava — É estranho como do nada, tudo parece se encaixar. Eu não quero continuar com Parrish e muito menos que você fique com a Malia, eu quero você só para mim. — Enquanto falava, a certeza dos sentimentos que tinha, transbordava da menina que se sentiu estúpida por tentar esconder aquilo de si mesma— Você é meu melhor amigo e eu o amo demais. Não consigo mais lidar com os desejos que tenho quando estou perto de você, não fico bem somente com sua amizade.

Stiles abriu a boca diversas vezes, mas não conseguiu falar. Ele apenas engoliu em seco, estremeceu e ficou boquiaberto, sem ter capacidade de fechar a boca.

Percebendo o nervosismo de Stiles, ela sorriu abertamente, conhecia perfeitamente o garoto e sabia o que fazer para enlouquece-lo ainda mais.

Ela se remexeu e inclinou ainda mais o tronco em direção ao seu rosto, de maneira que, devido à altura que ficava no colo do menino, ela praticamente esfregou o sutiã em sua boca.

— Você já transou com outra pessoa?

— N-não. — Stiles gaguejou, assustado e sem graça de falar que só tinha dormido com Malia.

— Então, por favor, Stiles, só relaxa, não pensa em nada, que de dia dos namorados, eu vou dar o melhor sexo de sua vida.

Depois da garota falar, foi impossível para Stiles se preocupar com qualquer outra coisa.

A menina abriu o feche do sutiã, libertando os seios mais lindos que o garoto já tinha visto, o que fez com que ele corasse, intimidado com a segurança que Lydia tinha com o próprio corpo e com sua experiência sexual.

A Banshee riu da expressão engraçada que o humano fazia sem perceber, ela segurou o rosto do garoto e beijou a ponta de seu nariz.

— Eu amo quando você finalmente cala a boca e fica tímido.

E então, ela o beijou novamente.

Stiles estava completamente sem fôlego, pelo nervosismo, pela culpa, pela excitação.

Os seios descobertos da garota se espremeram contra o peitoral magro do menino, fazendo com que ele estremecesse, sem conseguir raciocinar. O beijo dela era enlouquecedor.

As mãos flamejantes de Lydia seguraram as de Stiles, fazendo com que ele massageasse seus seios. Assim que ele tomou coragem para prosseguir, a garota, com certa dificuldade, arrancou a saia do corpo, deixando o humano ter a visão completa da calcinha preta.

O menino arfou e no instante que Lydia se desfez do tecido preto, decidiu que não iria mais resistir, era impossível.

— Que se dane, eu amo você, Martin.

A garota riu mais uma vez, da expressão rebelde que não combinava com os traços fofos do garoto, mas ficou séria assim que o rosto dele se tornou animalesco.

Os olhos avelãs se tornaram duros, quase furiosos ao observar o corpo da menina, aquele corpo que por tantas vezes ele fantasiou como seria e se imaginou beijando cada curva da sua pele pálida.

Uma espécie de rosnado surgiu de sua boca, antes de agarrar o quadril de Lydia e a tirar com brutalidade de seu colo, jogando ela para o lado, deitada, sem nenhuma delicadeza.

Ele se ajeitou por cima dela, com as mãos na barra da calça, dando um sorriso confiante que a garota não esperava ver.

— Vai ter que cumprir a sua promessa de ser o melhor sexo da minha vida.

Stiles disse aquilo com a sobrancelha levantada, a adrenalina, o desejo e a alegria pulsando em seu corpo. E o jeito como pronunciou aquelas palavras foi tão seguro e sexy, que Lydia se sentiu repentinamente acuada.

— Eu amo quando você finalmente cala a boca e fica tímida. — Debochou, imitando a voz da garota.

E então, voltou beija-la, dessa vez sem nenhum receio.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não esqueçam de deixar uma opinião