Crônicas de uma garota Uchiha escrita por LittleR


Capítulo 9
Evolução: Modo de Chakra do Tenseigan


Notas iniciais do capítulo

Yooo, minna! Voltei com mais um capítulo.

Vejam bem, como fã da Sarada, logicamente eu queria que ela fosse a mais fodástica. Mas, com o decorrer das ideias, acabou que o Boruto tá mais poderoso. Fazer o que, né?
Vamos lá!



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"Enquanto eu estiver vivo, não vou deixar você morrer em uma missão. Se você é um shinobi de Konoha, encontre sua Determinação do Fogo!"

— Sandaime Hokage

IX.

Raiva.

Raiva borbulhante. Como água quente em uma panela. Como o vapor da quentura sobre o asfalto. Fazia o barulho de pequenas explosões derretendo. Esse foi o primeiro sentimento que Uchiha Sasuke viu nos olhos do pequeno Uzumaki Boruto, quando foi atacado por ele, alguns anos atrás.

Era um sentimento cortante. Ardente. Afiado como uma espada, mas dolorido como uma ferida. Misturava desejo e decepção.

Já fazia um bom tempo desde então. Boruto até mesmo mudara em relação a seu pai e Sasuke nunca mais vira aquele sentimento tão intenso nos olhos azuis de seu discípulo.

Isso fez o Uchiha se perguntar para onde fora tal emoção.

Em que lugar da alma habita o mal?

Estava bem ali, diante dele. A raiva ardente e cortante que Boruto um dia sentira estava bem ali. Não fora embora, como pensado. Escondera-se, camuflara-se entre sorrisos e frases de efeito. Mas esteve ali sempre... e agora, materializada na forma de uma fera ensandecida.

A resposta era óbvia. Chakra de Bijuu residente dentro do menino Uzumaki teria se ajuntado todo em volta daquela raiva. Aquele sentimento que Boruto jogara fora. Ou não.

O corpo da criatura era idêntico ao da Juubi imatura, sem tirar nem pôr. A mesma configuração corporal que lembrava o broto de uma flor. Um bulbo, diria Ino, com protuberâncias estranhas erguendo-se de seu corpo. Seus braços longos eram inquietos, debatiam-se contra a terra, ferindo toda a tranquilidade do jardim. Sua boca grande abriu-se num urro, mostrando as fileiras de dentes pontiagudos e gigantes, capazes de partir um mamute ao meio com muita facilidade. Suas patas traseiras não eram visíveis.
Essa coisa nem está de pé, pensou Sasuke. Se ele resolvesse mostrar o tamanho real, aí sim teriam problemas.

A maior parte de sua face monstruosa era ocupada por um único olho. Um olho também gigantesco, cuja iris branca parecia ser rodeada por pétalas azuis, como as de uma flor. Parece um Doujutsu, ponderou o Uchiha, embora não fizesse a mínima ideia de que tipo de Doujutsu era aquele.
Uma criatura cortante. Ardente. Afiada como uma lâmina e dolorida como uma ferida.

O monstro riu com sua grande boca. A ventania resultante quase arrastou Sasuke pelos ares. Levantando sua guarda e avançando contra a criatura, o Uchiha alertou que Ino levasse Boruto ainda mais longe.
Entre os dentes da fera, um chakra denso e negro formou-se no ar, envolveu-se e cresceu, até tornar-se uma enorme esfera de energia. Sasuke conhecia bem aquele truque. Surpreendido, ele parou seu avanço. Mais rápido do que ele pudesse piscar, a Bijuudama foi lançada em sua direção, rasgando terra e ar por onde passava. A luz alcançou seu rosto, varreu seus cabelos negros e cobriu-o.

Houve uma explosão.

Um tremor de terra.

Um jardim estava sendo destruído.

Ainda não longe o suficiente para escapar da onda de choque, Ino e Boruto foram iluminados também. Sem opções, a Yamanaka jogou-se sobre o menino, na tentativa de protegê-lo.

A poeira veio primeiro.

E depois...

... nada.

Ino esperou pelo impacto, mas ele nunca chegou. Ela ergueu o olhar e viu, lá longe, uma capa negra balançar contra o vento. A imensa esfera de chakra fora parada no ar. Ela desvaneceu-se com rapidez até sumir, engolida pelo Rinnegan de Sasuke.

Assim que terminou, o moreno curvou um pouco seu tronco, levando a mão ao olho esquerdo.

— Quanta... energia... — ele murmurou, impactado.

Não teve tempo para descanso, a fera já estava diante dele. Os anos a fio de paz quase o fizeram esquecer como era a guerra e, antes que ele pudesse se dar conta, havia um gigantesco punho descendo em sua direção, na certeza de esmaga-lo com um só golpe.

O jardim inteiro tremeu.

Ino observou tudo com preocupação e desespero, principalmente quando a criatura subjugou Sasuke. A densa poeira subiu novamente. Tomou toda a visão de tudo. Os olhos da Yamanaka esquadrinharam a região, fazendo uma prece para que Sasuke estivesse bem, mas as coisas pareciam realmente complicadas.

A poeira finalmente baixou.

Havia um grande punho bestial no ar, refreado. Abaixo dele, segurando-o em uma altura considerável, duas grandes mãos roxas.

Era sempre bonito de ver o Susano'o perfeito de Uchiha Sasuke.

A entidade tinha os joelhos e cotovelos flexionados, e as mãos, acima da cabeça, seguravam o punho do Bijuu.

O Susano'o empurrou o punho da criatura e esta cambaleou para trás. Mesmo que tivesse o dobro da altura da besta, não seria uma luta fácil. A Bijuu ergueu-se sobre suas patas traseiras. Agora, ambos do mesmo tamanho, encararam-se, em suas formas titânicas.

Sasuke sentiu como se estivesse lutando contra Naruto novamente, no vale do fim. Havia certa euforia nisso.

Preparou a espada do Susano'o para uma longa batalha.

***

 

Esconderijo Leste

Muito tempo atrás...

 

Sarada reparou na decoração do lugar.

Não era o mesmo quarto em que ela acordara antes, embora a organização fosse semelhante. Eram pequenos os detalhes que a permitiam perceber que se tratava de um lugar diferente, mas Sarada se lembrava bem dos detalhes do outro quarto. O que é bem plausível, já que ela não tinha muita coisa para se lembrar.

A imagem do menino loiro voltou à sua mente. Pela décima vez naquele dia. Nunca era muito legal. O coração se apertava, as mãos suavam. Depois de todo esse tempo, ela queria, ao menos, lembrar-se do nome dele.

— Então, você não lembra de nada mesmo do que aconteceu há dois dias? — Kabuto inquiriu, somente para ter certeza. Ele estava em pé ao lado da cama, onde Sarada fora algemada.

O homem diante dela era sua única companhia. Ele não era lá muito agradável e parecia ter certos fetiches em usá-la como cobaia de testes, mas Sarada conseguia ficar feliz toda santa vez que o via. O jeito como ele a enxotava ou xingava era bem melhor do que ficar sozinha, presa na escuridão da própria mente.

— Iie, Kabuto-san. — ela disse, educadamente, também pela décima vez naquele dia.

Era verdade, mas não completamente.

Ela lembrava-se, vagamente. Um par de olhos negros. Tão frios. Tão vazios. Um olhar mais acentuado que a ponta de uma agulha. Olhar naqueles olhos fazia Sarada lembrar que a solidão é como uma tempestade de neve no mais duro inverno. E isso era tudo. Não que isso devesse significar alguma coisa. Mas, pra quem não tem nada, alguma coisa, qualquer coisa, já serve.

— Q-Quer dizer... — tratou de completar. — Quem é aquele... sabe, aquele rapaz de cabelo espetado?

O semblante de Kabuto gelou de surpresa. Por um instante, Sarada se arrependeu de ter feito a pergunta. Só uma coisa era capaz de assustá-la mais que Kabuto, e este era Orochimaru. Não que ela não fosse um pouquinho agradecida a eles por terem salvo sua vida, mas... ela não era exatamente fiel. E ela sabia que aquelas pessoas eram suspeitas demais para se confiar. E ela queria ter a própria vida, veja você, e não acabar como uma ovelha para o holocausto.

— Você lembra dele? — Kabuto inquiriu.

Sarada enrolou os dedos em uma das mechas do próprio cabelo. Mal se deu ao trabalho de espiar Kabuto.

— M-Mais ou menos. — mordeu o lábio. — Então... quem é ele?
Kabuto suspirou e ajeitou os óculos. Ele tinha a mania de fazer isso quando estava incomodado com alguma coisa, Sarada percebeu.

— Aquele é Uchiha Sasuke, o discípulo favorito de Orochimaru-sama.
De novo, a menina Uchiha sentiu seu coração acelerar. Dessa vez, não era angústia ou mágoa, mas era um sentimento melhor... Euforia? Era tão bom sentir alguma coisa além de medo e tristeza. Ela apegou-se a essa esperança.

— Uchiha?... Esse rapaz... é do mesmo clã que eu?

— Na verdade, vocês são os últimos Uchihas existentes.
O coração de Sarada explodiu de alegria. Um sentimento intenso como... como... como Hanabi, fogos de artifício. Uma família! Ela tinha uma família.

Não conhecia a história, não sabia nada sobre eles e porque diabos ela e o outro eram os últimos, mas... quem liga? Uma família, ela tinha. Alguém com quem ela podia contar. Alguém com o mesmo sangue que ela. Esse rapaz... ele era a única pessoa que ela tinha na vida. E Sarada agarrou-se demais à essa esperança. A esse garoto.

— Eu posso conhecê-lo? — indagou com entusiasmo.
Um sorriso de lado surgiu na face do rapaz. Era um sorriso de deboche.

— Isso só Orochimaru-sama dirá.

***

 

Jardim da Intimidade

Dias atuais...

 

O Susano'o avançou contra a fera cambaleante, a Katana envolvida pelos raios do Chidori.

Com alguma dificuldade, Sasuke conseguiu atravessar a lâmina afiada pelo interior do estômago de sua oponente. Ela rasgou o ar com um rugido dolorido e contorcido. Depois que seu sangue inundou a grama, a fera tombou sobre as próprias costas.

Sasuke ofegou e recuou alguns poucos passos, imaginando que a batalha acabara ali. Ora, homem tolo.

A ferida feita há pouco e com muito trabalho fechou-se em um piscar de olhos, como mágica. A Bijuu logo estava de pé novamente, pronta para mais um round e mais furiosa que nunca. Fez um selo com formato de cruz, trazendo à batalha, em segundos, quatro clones idênticos a ela.

— O quê?! — Sasuke ficou perplexo.

Nenhum dos nove Bijuus, inteligentes como eram, teriam a capacidade de realizar o Kage Bunshin no Jutsu, sem possuir um Jichuuriki. Muito menos uma criatura irracional que nem Bijuu era. Enquanto tentava lidar com a incredulidade, Sasuke pensou assim. Principalmente quando 4 era o número máximo de Bunshins que Boruto podia criar quando virou seu discípulo. Na época daquela raiva ardente.

A cada momento que se passava, o Uchiha confirmava mais suas teorias.

Os clones avançaram contra Sasuke. Sem tempo para respirar. Voltando para a batalha, ele usou seu Enton pra criar uma Katana feita das chamas do Amaterasu. A espada materializou-se, gigantesca, na mão esquerda do Susano'o. Mostrou toda a sua incrível habilidade ao derrotar todos os quatro clones em uma girada de braços. A espada decepou-os pelo meio sem pena, transformando-os de volta a bolas de fumaça.

Mas isto fora uma estratégia da criatura original, que ganhara tempo. Uma de suas mãos encheu-se de luz, numa massa de chakra que soltava pequenos raois. Chakra Raiton. E erguendo o braço na direção do céu, ela invocou o trovão.

Veio descendo, imponente e desafiador, uma massa imensurável de raios pressurizados na forma de um dragão. O firmamento foi tomado por seu tamanho avassalador.
Kirin.

Os olhos de Sasuke se arregalaram ao presenciar a cena supracitada. Conhecia bem aquele jutsu. Ele ensinara o Kirin a Boruto fazia pouco mais de um ano. Lembrava-se de ficar até tarde mostrando-lhe maneiras de conseguir a situação propícia. Primeiro, as nuvens e depois, a chuva. Mas o jovem ainda não dominara perfeitamente a técnica, então, como aquele Bijuu poderia estar realizando um jutsu de tamanha magnitude?

Sem treinamento e inteligência para tal. Mas Boruto, sim, tinha tais coisas. Sem contar as condições do céu que, coincidentemente, tornaram-se propícias de um segundo para outro. Impossível, foi o que pensou o patriarca do clã Uchiha. Pelo menos, no mundo real. Foi quando as teorias de Sasuke se provaram verdadeiras.

Aquele lugar era uma ilusão feita por ele mesmo. Mas, feita no subconsciente de Boruto, a criatura era capaz de controlá-lo.

O raio precipitou-se em direção a Sasuke. Ele não moveu-se. Sabia que o Susano'o o protegeria do ataque. Foi assim com Itachi, não é? Ele queria mesmo era testar uma outra coisa.

O raio alcançou o Susano'o. Tudo encheu-se de uma luz branca estridente. Houve um tremor de terra e uma cratera. Poeira subiu novamente. No final, quando tudo acalmou-se, nem Sasuke nem o Susano'o estavam lá.

O patriarca Uchiha usara os poderes de seu olho esquerdo para trocar de lugar com uma folha que flutuava sobre a cabeça do monstro. Seu corpo gigantesco transmutou-se num tilt de um lugar para outro em questão de milionésimos de segundos.

Ali estava ele. Desembainhou a Katana e cravou-a desde a ponta até o cabo na cabeça da criatura. Ela berrou de dor e se debateu.

— Eu sei que é você! — Sasuke gritou para o monstro. — Pare com isso, já!

Enfurecida, a criatura debateu-se ainda mais. Lançou Sasuke a muitos metros de distância. Ele quase caiu em cima de Ino e de Boruto. A fera permaneceu batendo e debatendo-se. Parecia estar sofrendo uma metamorfose.

— Sasuke-kun! — Ino chamou, assustada.
Sasuke ofegou ao lado dela.

— Ino, acorde o Boruto!

— O quê? Pra quê?

— Ele deve absorver a energia do Bijuu, assim como o Naruto fez com a Kyuubi!

— I-Isso vai dar certo?

— Tem que dar! — uma gota de suor escorreu pela testa de Sasuke. — Ino, aquele não é Bijuu qualquer.

— O que quer dizer com isso?

— Veja! — o Uchiha apontou para a criatura.

Ela tomara uma forma mais humanoide. Já não parecia mais um bulbo, e as saliências pontiagudas haviam sumido. Um chifre surgira sobre seu olho, que brilhavam como a lua. Ele fora envolvido por uma energia azul-esverdeada, liberando chamas tremeluzentes.

— Aquilo não é propriamente um Bijuu. — Sasuke ponderou. — É apenas chakra de Bijuu que se reuniu todo em torno dos sentimentos negativos do Boruto. Aquele é o Boruto.

— O quê?! — Ino não podia acreditar no que ouvia. — Ué, mas não era esse o Boruto?

— Há sempre dois Borutos. O Boruto Yang possui bons sentimentos, este aqui. Aquele é o Boruto Yin, o Boruto de sentimentos negativos, ele está envolto em chakra de Bijuu. Os dois juntos formam o Boruto que conhecemos.

Se este absorver a energia daquele, então Uzumaki Boruto real estará a salvo. Essa é a nossa missão. Acorde-o! Eu vou dar cobertura.

Sem mais delongas, Sasuke levantou-se novamente e avançou contra a criatura, deixando Ino para trás com uma terrível missão. Ela não tinha ideia do que faria para acordar aquele rapaz. Chacoalhou-o, estapeou, berrou em seu ouvido, implorou para que acordasse, mas nada surtiu efeito.

Sabe aquela sensação de que você precisa muito fazer uma coisa mas não consegue de maneira alguma? E piora quando você percebe que tudo está em suas mãos e muitas pessoas contam com você. Sabe a sensação de ser incapaz e de saber que vai decepcionar muita gente?

Foi o que Ino sentiu naquele instante, juntamente com a sensação desagradável de choro contido. Ela segurou as lágrimas, e pôs-se a pensar. Talvez seu jutsu mental funcionasse. Oh, não. Aquele lugar nada mais era que um genjutsu, e ela já estava usando o seu Shintenshin no Boruto real. Mas talvez desse certo. Bom, estavam em um genjutsu, afinal. Ali tudo era possível.

Ela resolveu tentar. Fez alguns selos e entrou na mente do menino adormecido.

.

.

 

Era o mesmo jardim. Só que outra parte. A parte sul, talvez. Ela não tinha certeza, mas sabia que as colinas estavam mais distantes.

Sarada passou correndo por sua frente, como se nem a tivesse notado. Era uma menina de estatura mediana, longos cabelos negros e óculos vermelhos. Parecia alegre como nunca antes e até vestia roupas casuais. Ino a conhecia bem, desde de que nascera, mais ou menos. Costumava comprar flores na floricultura Yamanaka e sempre lhe servia chá quando a mais velha ia visitar Sakura. Era uma menina doce e gentil, mas sempre muito focada e séria. A perfeita fusão de Sakura e Sasuke. Foi o que Ino pensou, enquanto a via correr alegremente pelo Jardim da Intimidade de Boruto. A vira nascer... e agora... ela podia estar...

— Peguei você!

Boruto surgiu na frente de Sarada de repente, com um jutsu. Ele tinha um sorriso animado, e logo deslizou os braços pela cintura da companheira.

— Você não é tão rápida quanto pensa, senhorita Uchiha. — ele continuou, provocando-a com divertimento.

— Isso é o que você diz, senhor Uzumaki — Sarada riu. Deslizou seus braços pelos ombros dele. — Eu ainda nem usei o jutsu que o Nanadaime me ensinou.

Boruto inclinou-se e deitou seus lábios sobre o pescoço dela. Lenta e delicadamente. Ele parecia tão a vontade ao fazer isso.

— E eu nem quero que use. — sorriu. — Prometa que não vai fugir nunca mais, sim?

— Você sabe que eu não volto atrás com minha palavra. Porque esse é meu jeito ninja. — a Uchiha enfiou os dedos nos cabelos loiros do rapaz e deu-lhe um rápido selinho — É por isso que não prometo nada.

E com uma agilidade digna de uma Uchiha, ela passou-lhe uma rasteira, derrubado-o sem pudor no chão. Vitoriosa, encarou-o de cima.

— Você não é tão forte quanto pensa. — riu e voltou a correr, agora na direção de onde viera. — Pegue-me, se for capaz, senhor Uzumaki.

Sarada passou por Ino novamente. Não a viu. É claro que não. Sarada era só um ilusão ali. Tanto que, alguns metros adiante, sua imagem simplesmente desapareceu. Mas Boruto permaneceu. Relaxado e rindo, deitado sobre a grama como se não estivesse à beira da morte.

— Espertinha. — ele riu, sentando-se no chão e passando a mão na cabeça. Ergueu o olhar para a direção em que Sarada fora e mudou de expressão — Tia Ino?

A Yamanaka assustou-se ao ouvir seu nome. Ela não esperava ser vista pelo rapaz, assim como não fora vista pela Uchiha. Mas, veja bem, Boruto era real ali, Sarada não.

— Boruto, você precisa acordar! — ela foi direta.

— Quê? — Boruto estava confuso.

— Desculpe por isso. — Ino aproximou-se do rapaz e deu-lhe um belo tapa na face.

.

.

Boruto acordou com um ofego, erguendo bruscamente seu corpo. Piscou algumas vezes. Olhou ao redor. O quê?... Que merda estava acontecendo com seu jardim? Quando é que virara um campo de batalha? Estava desnorteado demais para entender um palmo diante de seu nariz.

— O que... o que foi isso? — murmurou, confuso. — Sensei? — encarou Sasuke e a criatura — O que é aquilo?

— Boruto, vá ajudar o Sasuke-kun — Ino ofegou. — Agora!

Mesmo sem entender perfeitamente, o menino Uzumaki levantou-se de um pulo e correu em auxílio de seu mestre.

— Boruto! — Sasuke exclamou, notando-o com certo alívio interno. — Fique atrás de mim! Quando eu mandar, vá até a criatura e absorva o chakra dela.

— O quê?

— Apenas obedeça!

Mal as palavras tinham saído de sua boca, O Susano' o de Sasuke formou-se outra vez, envolvendo ambos, mestre e discípulo.

Sasuke avançou, agarrou-se com a Bijuu. Um combate corpo a corpo. As mãos entrelaçadas às da criatura, empurrando meio sem sucesso. A fera abriu a boca e criou uma nova Bijuudama. A posição a favorecia. Sasuke receberia o ataque diretamente e sem escapatória.

— Vá, Boruto! — ordenou o mais velho.

Boruto hesitou. É claro que hesitou. O que você esperaria? Que ele simplesmente pulasse e deixasse seu mestre lá para ser baleado? Sem chance. O que esse homem tinha na cabeça? Estava louco?

Quando o olhou, pronto para retrucar, Boruto viu, nos olhos dele a verdade que Sasuke estava sempre lhe repetindo: "Confie em seu professor". Foi por isso que o rapaz não retrucou. Foi por isso que calou-se e simplesmente obedeceu. Lançou-se para a boca aberta da fera, como quem entra por uma porta.

Atrás de si, o Susano'o foi atingido. Rasgado. Jogado longe e, provavelmente, explodido. Mas, tudo bem. Porque confiou em seu professor.

Continua...

 

No próximo capítulo:

Dois Lados da Mesma Moeda.

"— Eu venci, Boruto. — ele disse. Arrogantemente. Como era típico dele.
Sim. Você venceu. Ele estava prestes a desistir. Não estava e nem nunca estivera a fim de lutar batalhas perdidas. Era desgastante demais. E Boruto nunca foi do tipo de fazer esforços desnecessários.

Enquanto Yin ludibriava-se com a vitória quase certa, ele não pôde ver. Não, ele não pôde. A figura oculta que se erguia na escuridão, atrás dele. Ele não pode ver, apenas sentir. Foi quando um poderoso punho acertou seu rosto, quase rachou seu crânio, lançou-o longe, na escuridão distante.

— Shannaro. — disse suavemente, uma voz nova.

Boruto Yang, meio desfalecido, ergueu o olhar. Ele viu cabelos escuros bem curtos, óculos vermelhos e uma camisa tradicional da mesma cor."


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Notas finais do capítulo

Galerinha, eu estou muito tentada a escrever alguma coisa sobre o segundo exame chunnin que eles prestaram, mas isso vai depender de vocês.
Comentem e incentivem a autora!
Até a próxima!



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