Essa História foi baseada no livro O Senhor dos Anéis, de J.R. R Tolkien,

sendo por parte original feita por mim.

Por Senhora da Luz

Capitulo 4

*Tenn’ enomentielva!

Até nosso reencontro!

A neve cobria assustadoramente toda Valfenda, seus lagos já não existia, sua beleza de flores silvestres se acabara, com o forte frio gelado. Nada. Tudo era branco e frio. Todos os habitantes daquela terra viviam trancafiados em suas casas, desejando calor e alegria. Sua temperatura pairava uns 10 graus negativos. O rei se alojava dignamente e silencioso em seu trono, sua cabeça pendia para um lado. Sua visão se posicionava apenas para a entrada da casa. Os filhos de Valfenda que ali se encontravam no salão parecia estatuas de gelo de tão imóveis e desprovidas de sentimento. Suas cabeças estavam encobertas por véus cristalizados e mãos postas no peito, como se fizessem uma prece para que o seu amado filho retornasse de seu sonho que nunca tinha fim. Seus coração estavam quietos e isolados do mundo. As colunas e paredes que sustentavam a casa possuíam muitas marcas de desolação. Frodo, Sam, Pipim e Merry ficaram sentados nos degraus conversando entre si e se aqueciam  como podia em algumas mantas de pele fornecidas pelo rei.

Ninguém sabia se era noite ou manhã. Tudo era branco: os céus, as arvores, as águas. Tudo. Só se ouvia um assobio do vento. E o arrastar de  folhas secas dentro do salão.

-Majestade!!(grita Merrin dando um pulo).veja é o senhor Haldir e o jovem Passolargo!Estão de volta.

Elrond já nem sabe se fica entusiasmado ou bravo com o desaparecimento de ambos.O irmão de Galadriel trazia Aragorn apoiado em seu ombro exausto e tremendo de frio.Alguns servos do rei prontamente trazem  grossos cobertores e cobrem os recém chegados.

- Meu querido filho... (o regente de Imladris o chama com os braços abertos)... venha até mim!

- Senhor meu rei e amigo. Sinto algo de incomodo pairar aqui. E teus olhos são a prova disto(comenta Estel).Os dois se abraçam afetuosamente.

- Sim...mas...fico aliviado em lhe ver...vivo!

- Alteza... (Haldir o reverencia)

-Oh meu querido amigo, perdoe-me por minha tola frieza... e desamparo...minha mente estar cansada.Sou grato por ter saído em busca de Aragorn.(o abraça).O general das forças élficas de Lothrien silencia.Era sua resposta.E bastava.

- Meu filho... venha se limpar,tem roupas puras,por favor venha.

-Sim.

- Minha querida Valfenda estar branca e silenciosa. Isto me assusta meu rei.

*Et marinyallo mallenna

vantan hríveressë helka,

nu fanyarë fuinehiswa,

lumboinen Naira nurtaina.

Hláranyë ringa Formessúrë,

asúy' aldassen úlassië,

alussa olbalissë nornë,

alamya ve Nuru-nainië.

Formessúrë-yalmë quéla,

ar Númello holtan hwesta

nísima asúya ninna,

ar nainië ahya lírinna.

De minha casa para a rua

Eu caminho em um frio dia de inverno,

sob os céus cinzentos,

O sol oculto pelas nuvens.

Escuto o frio vento norte

soprando através das árvores sem folhas,

sussurrando nos ramos retorcidos,

soando como um lamento de morte.

O clamor do vento norte desvanece,

e do oeste eu sinto o cheiro de um

fragrante zéfiro soprando na minha direção,

e o lamento muda para canção.

Valfenda estar ligado com Legolas. Tudo á sua volta muda de acordo com os seus pensamentos e sentimentos principalmente.

- ... (silencio entre os dois).

Secaram-se-me nos olhos as lágrimas

Como a água naquela fonte

Ando tresmalhada da vida

E a minha vida anda a monte

Não tenho encanto ou sorriso

Não gero qualquer semente

Para além daqui não perduro

Não me recordará qualquer gente.

Na minha campa dirá

Aqui jaz a mal amado

E para além da poeira

Só terei erva cerrada.

Chegando nas proximidades do quarto notava-se uma barreira formada por gelo e raízes mortas o frio torturava quem chegasse até lá,nem as grossas roupas que os visitantes usassem não aquecia de forma adequada.Passolargo fica chocado com tudo aquilo,lembrava em suas corridas a brincar com os garotos de sua’’provável idade”,que ali foi uma área quente e bem limpo.E agora tudo parecia abandonado,sem cor ou  vida.

- Parece que foi uma eternidade que fiquei fora.

- Para ele sim Passolargo.

O peso de amor carregado para si ficou pesado e o sufocou justamente no dia da partida do humano, sofrendo calado e pensando em coisas pessimistas, temendo a rejeição ou ódio do amigo ao retornar. O jovem de cabelos castanhos escuros e vestes na cor negra olhava para cada detalhe que lhe chamava atenção, tudo retorcido. O rei permite que ele entre. De imediato ele sente que o quarto parecia engoli-lo de vez e se contorce de dor e frio. Seus olhos pousam na magnífica beleza que se encontrava congelado deitado sobre a cama. Seus cabelos que antes eram loiros de um amarelo da cor de trigo se achava agora todos brancos e soltos sobre a extensa cama, sua pele pálida havia uma tímida lágrima que havia escorrido ali meses atrás, mas se via que congelara em sua bochecha esquerda.Suas roupas do verde ficaram brancas como a pura neve que caia lá fora.Uma bela túnica por sinal,sendo comprida que ia até os tornozelos,sua gola era rica em detalhes juntamente com a bainha das mangas e o restante da vestimenta,em fios de ouro.E em sua cabeça pendia um lindo diadema feito de cristais transparentes em formas de botões de rosas.Ali podia se ver uma fina camada de gelo sobre o seu corpo.Seu coração se congelara,mas sua face continuara meigo que sempre foi e lábios quase a abrir em um sorriso.

Estel sem compreender se sente em respeito e ajoelha-se perto do príncipe, se sentia sujo por dentro e mal, indigno de estar ali.O olhava com encantamento e seus olhos se enchem de lágrimas.

*Queria perguntar baixinho se também sentes assim?Tenho uma dor cá dentro que decorre do extremo sentimento que não me deixa sossegar... É um amargo de boca uma ânsia louca De algo que nem sei explicar. Não estou infeliz só não me compreendo... Sou como aquela raiz bebe água que a vai regando tem dias em que vai secando sem que se possa evitar.

Um imensurável amor que me transcende que de grande se faz dor e alarga se estende abarcando o mundo.

E num segundo... Deixa-me mole, desconsolado Tendo tudo, sem ter nada Sendo eu não me conheço. Tu entendes o que digo?Este emaranhado de ser voa cruel em tormento não encontra um porto de abrigo um olhar, ou um querer sossego ou consolação qualquer. Perpétua cruz que me condena nesta infinda procura num ir sem me sentir seguro, num amar amaldiçoado. Pois que amo... amo tanto que a todo o lado que vou,não vejo eco ou retorno.Por ser extremo, escuro, magoado este incômodo transtorno.

- Eu o ouvir...poucas vezes quando estive perdido naquele lugar distante da minha família e você.O que fez durante este tempo?Sofrer?

Aragorn toma as mãos do príncipe e leva junto ao seu peito. A respiração estava fraca, dificilmente ouvia seu peito mover.

-Me chamava sempre em meus sonhos... e toda vez que olhava para aquele jóia.A esperança.Lembrava de ti ,do teu sorriso quando eu falava algo de errado e você me corrigia ,nunca me chateava com isto e me dava mais forças pra vive e voltar pra casa.Quero..ouvir sua bela voz,uma voz que ecoa por dentro de mim,quero sentir aqui dentro( e aponta para o peito).

- Vamos... fale comigo...eu...eu estou aqui.Vivo!Não quero sua infelicidade ou incapacidade de mostrar o tanto que sente por mim.

*Ar lómelindë-lírinen,

entúlan yanna ettullen,

nu menel elentintaina,

hrívëo lómessë sina.

E pela canção do rouxinol

retorno para o lugar de onde vim,

Sob os céus estrelados,

nesta noite de inverno.

A voz de Passolargo já falhava em contato com a baixa temperatura do quarto. – Por favor, não isole seu amor de mim. Quero-te Greenleaf. Ele pousa sua cabeça no peito do elfo envolvendo seus braços e desaba a chorar.

- Amo-te sem mesmo quantificar. Porque a medida deste amor é o infinito. E não me importo se é estranho. Apenas grito! Grito que te amo! (choramingava)

Passa-se algumas horas, Aragorn tremia muito, mas segurava firmes as mãos de seu amado elfo. Pequenos cristais iam surgindo em toda extensão daquele cômodo. O humano desperta com umas batidas de leve ele olha pra porta e nada. Juraria que fosse alguém a bater na porta. Então volta sua vista para o príncipe e nota que seu peito subia e descia. Abaixa sua cabeça de volta para junto de seu peito e seu semblante muda, pois aquelas batidas bem fracas são na verdade o coração do elfo. E ia ficando cada vez mais forte.

Ouve-se um suspiro quase apagado, de tão leve e suave. Seu peito enche por completo de ar. Uma das mãos que acolhiam sempre aqueles que o amava se mexe vagarosamente indo de encontro aos cabelos do humano. Seus olhos de tão infinita e pura harmonia se abrem finalmente e pousam delicadamente para o admirado e curioso senhor de Anor e Gondor. Os abrem com o puro amor de seu ser.

- Mae... govannen!(Bom... te ver!)

- Eu muito mais... não consigo parar de olha pra ti,te sinto tão fragilizado.(Este fazia carinhos em sua face levemente,uma pele tão fina como porcelana,mas forte ao mesmo tempo devido as dores do passado).

- estou morto...?(falava ainda baixinho)

-Não querido Legolas, eu não permitiria isto. Você estar comigo protegido pelo meu amor. Pra sempre. (o príncipe fica encantado com tais palavras e sua face surge um belo sorriso. Uma flor se abriu para Valfenda.

- Não quero acordar deste sonho... você aqui comigo,do meu lado.

- Juro que não é um sonho, é real, é prazeroso, é único entre nos dois.

-Teus olhos...molhados.Chorava...mas porque?(o elfo erguia sua mão para tocar sua face).Estel o recebe e beija com ternura sua mão.

- Tão fria... (delira com o toque) oh, meu amor... chorava por eu ser um idiota sem coração,um maldito por fugir de mim mesmo,de não ser capaz,de enfrentar a fúria daqueles que nos odeia.Mas por ti eu renego a todos e viverei apenas para sua felicidade.

Mas mais forte, mais determinado!

Não ter coração é ser-se frontal, frio

Despirmo-nos de nós

É ser capaz de suportar a afronta

Fazer de conta...

Ah! Que se eu hoje fosse corajoso

Atirar-me-ia de um penedo

Para aquela onda revoltosa

E despedaçar-me-ia contra a rocha

Sem um arranhão

Sem coração e sem corpo

Um tal peso morto

Seria, ou não seria?

Recordação!

(sindarin)

Aragorn apóia uma mão sobre as costas do elfo e a outra coloca-a sobre o quadril.O olhava como se estivesse seduzido por aqueles pares de olhos azuis.

- Teu amor é humilde Estel, um amor que vivia escondido e disfarçado diante das batalhas sofríveis, teu rosto era a prova. A guerra acabou...mas e você?Voltou pra mim?

A resposta veio de imediato, e como um farfalhar de asas em suavidade, seus lábios se unem em amor e carinho. Legolas fica corado, com a aproximação do rosto de seu amigo de tantos anos perto de si. Sua mente perde as forças, mas continuava firme naquela imensidão de sentimentos, sentia a boca macia deste homem que o trazia a loucura e o roçar da sua barba lhe dando arrepios. Um cheiro tão másculo e ao mesmo tempo selvagem

 - Eu voluntariamente sigo-te cegamente. Sabendo o que me vais fazer. Amor... contigo, morro e renasço ... este incômodo transtorno.Apenas amor.Tu és um presente Aragorn.

-Inye tye-méla Legolas (eu te amo).

-Inye tye-méla!!(sorria Greenleaf).

O sonho quiçá, mais fundo não cairei

Em frente seguirei, é sempre a subir

Não olho para trás!

No fogo me consumi, purifiquei-me a pulso

Reconstruí um novo ser.

É tempo de mudar, tempo de reconsiderar

Tempo de me dar valor

De me ter amor

Respeito!

Fim.