Dramione - Start a Fire escrita por Anne Bridgerton


Capítulo 9
Visit to Hogsmeade


Notas iniciais do capítulo

Capítulo mais calminho pra vocês!



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Voltei para o dormitório. Não estava com a mínima cabeça pra fazer ronda naquela noite, mas, por um momento raro de bondade de Merlin, descobri que minha ronda seria com Hannah. Menos mal, pelo menos eu teria sossego. Ou pelo menos, isso era o que eu tinha pensado. Há, ledo engano, ingênua criatura que sou.

Hannah e eu andávamos lado a lado, passeando pelos corredores vazios e silenciosos. Estava fitando distraidamente as janelas, contando por quantas janelas conseguia ver o Salgueiro Lutador, quando a voz da lufana me despertou:

– Hermione, eu... Posso te perguntar uma coisa?

– Hum. – levantei a cabeça, incitando-a a continuar. Ela suspirou e falou, um pouco baixo demais.

– Qual a sua relação com o Malfoy?

Virei para ela tão rápido que ainda não sei como não quebrei o pescoço ali mesmo.

– Perdão?

– Eu... Hã, eu queria saber o que acontece entre você e o Malfoy. Digo, vocês parecem se odiar tanto, mas vi na ronda de ontem você usando a capa dele. E ele estava te olhando de um jeito, bom, não... Odioso. – finalizou, olhando sempre para os pés. Ri pelo nariz.

– Você está me perguntando algo que nem mesmo eu entendo. Mas acho que posso te fazer essa mesma pergunta. O que acontece entre você e o Malfoy? – olhei para ela de canto de olho. Hannah parecia ter levado um soco.

– C-como assim? Não tem nada entre nós. Não, e-eu, não, de onde você tirou isso? – ela balançava a cabeça, freneticamente. Revirei os olhos.

– Qual é, Hannah? Sempre que o Malfoy aparece em um raio de 5 km tenho a impressão de que você vai infartar! O que é? Você tem medo dele?

Ouvi Hannah suspirar. Houve um momento de silêncio, até que sua vozinha respondeu, ainda mais tímida.

– Não é medo. Eu tenho, não sei... Vergonha. – franzi a testa. Ela corou. – É. Digo, ele tem essa fama toda de pegador, e, assim, ele não é exatamente feio... – sua voz se reduziu á um milésimo nesse momento. – Eu não tenho esperanças, mas, sei lá...

Fiquei esperando ela continuar, mas, depois de algum tempo, me toquei de que ela havia acabado.

– Sabe, Hannah, eu realmente gostaria de ser sua amiga. Então, eu não vou mentir pra você: não vale a pena. Malfoy pode ser bonito no exterior, mas acredite, você não quer saber o que está por baixo.

“Você realmente não quer se magoar desse jeito.” acrescentei mentalmente.

– Mas... Pode ser que... – ele se aproximou um pouco, mas eu a cortei.

– Não, não pode Hannah. Malfoy é apenas um interesseiro e egoísta, sem coração. Ele não pensa em ninguém além de si mesmo e se você tentar se aproximar dele, a única que vai sair machucada é você. Acredite, eu sei. – finalizei, raivosa.

Depois disso, Hannah não fez mais perguntas. Acho que a deixei um pouco triste, mas ela superaria.

Tinha dito apenas a verdade.

______________________________________________________

Passei o resto do mês sem maiores contatos com Malfoy. Admito: estava evitando-o. Se isso é covardia, eu não sei, mas não suportaria olhar pra ele.

Nas aulas da Grifinória com Sonserina, sempre entrava sem nem olhar para os lados e me sentava na primeira cadeira. Evitava a todo custo olhar para a mesa dele no Salão Principal. Durante as rondas, andava vários passos á sua frente. Não o encontrei momento algum no dormitório ou no salão comunal dos monitores, o que me dava muito alívio.

Já estávamos em outubro e a situação não estava muito diferente.

No entanto, a primeira viagem a Hogsmeade seria no sábado e eu realmente não sabia o que esperar. Ninguém havia me convidado para ir, então eu só iria encontrar com meus amigos lá. Além disso, já que sou monitora, tenho que cuidar primeiro para que todos os alunos cheguem em segurança. Lindo, não?

No sábado, acordei bem antes da hora. Sei lá, tinha perdido o sono. Tomei um banho e coloquei uma roupa quente; o inverno já estava chegando e o tempo tinha resolvido que iria surtar naquele dia, de forma que já nevava um pouco.

Cacei no meu guarda-roupa algo que me agradasse e acabei por escolher uma calça preta, uma blusa xadrez preta e vermelha, uma jaqueta de couro vermelha, uma luva de dedinho preta e no pé, uma bota de cano curto sem salto, também preta. Peguei um cachecol e pendurei no braço.

Dei um jeito rápido no cabelo, passei um batom levemente vermelho e praticamente disparei porta afora; estava quase em cima da hora.

E agora, eu vou contar uma pequena história: era uma vez o cérebro de uma garota chamada Hermione Jean Granger. E o que acontece é que ele é muito sacana, porque quando a garota precisa dele, o cérebro simplesmente entra em “off” e faz tudo sair de controle. Fim.

Foi mais ou menos isso que aconteceu quando saí do meu quarto e eu não sei POR QUE CARGAS D’ÁGUA fiz a curva pra direita. Resumindo, fui para o lado do quarto de Malfoy, e, com a sorte que tenho, ele decidiu que tinha que estar do lado de fora naquele momento.

Resultado? Uma trombada maravilhosa, fazendo com que nós praticamente dançássemos um tango ali, ele me segurando pelos braços, tentando me parar, que saí praticamente girando em direção á escada.

Já tinha fechado os olhos, esperando a queda, quando senti Draco descer a mão pelo meu braço e segurar minha mão, me puxando com força para ele. Bati de encontro a seu corpo e, quando abri os olhos, encontrei seu rosto muito próximo.

E, de repente, eu estava de volta á cena do mês passado.

Eu me derretia em seus olhos, tentando a todo custo me manter firme em minha resolução de ignorá-lo, meus olhos vagando para sua boca. Quando me pronunciei, nossos narizes quase se encostavam:

– O que você quer? – a minha intenção era ser firme, mas o que saiu foi um fio de voz. Malfoy sorriu. Alguma coisa se remexeu no meu estômago com isso.

– Eu? Nada. – senti ele começar a fazer pequenos círculos na palma da minha mão com o polegar. – Mas acho que vou aproveitar que você está aqui e... – ele prendeu a respiração, quase se engasgando, parando no meio da frase. Involuntariamente, minha boca se abriu minimamente, em expectativa.

Mas que inferno! Será possível que eu era tão idiota ao ponto de estar amolecendo depois de ter sido feita de boba mil e uma vezes?

– E? – incitei-o.

É, eu era idiota àquele ponto.

Ele abriu e fechou a boca várias vezes, antes de me soltar delicadamente e pronunciar:

– E te lembrar que não temos ronda hoje. – passou a mão pelo cabelo, enquanto eu murchava. INFELIZMENTE, eu estava esperando outra coisa, não sei, quem sabe uma explicação?

– Você parecia estar com pressa, Granger. – ele me despertou, dando passagem para a escada.

– Ah. – lembrei de que estava quase atrasada. – Ah, claro. Eu... Eu estou mesmo. – me empertiguei e passei por ele.

Malfoy continuou no mesmo lugar, me observando, enquanto eu marchava até a porta. Mas antes de sair, me virei para ele.

– E eu gostaria de te lembrar, Malfoy, que você é monitor-chefe. Tem as mesmas obrigações que eu, então acho que é melhor se apressar também. – virei e fui para o salão comunal, sem esperar uma resposta.

______________________________________________________

Pronto, aquele era o último primeiranista! Todos já estavam em Hogsmeade ou a caminho de lá.

Fechei a porta da carruagem e a observei partir, enquanto Filtch rondava o local com Madame Norra. Agora só teria que esperar outra carruagem para poder ir ao vilarejo.

Fui em direção ás escadas e me sentei no segundo degrau. Hogwarts sempre fora um belo lugar, mas era ainda mais lindo no inverno.

Como havia nevado, o terreno estava coberto com certa camada de neve. Passeei com o pé por ali, fazendo desenhos – um pouco deformados, diga-se de passagem – na neve. Quando senti minha perna começar a doer, deixei meu pé descansar e vaguei com o olhar pelo terreno.

Fui observando tudo, distraidamente, desde o céu até as árvores, dos passarinhos que se arriscavam a voar com o mau tempo aos rastros que gramíneas, até que meus olhos pousaram em Malfoy.

Sabe aquela hora que você está viajando e para o olhar em cima de um ponto aleatório e não consegue mais desviar? Foi mais ou menos isso, a diferença era que eu estava bem consciente de cada movimento do loiro.

Ele estava em um canto, discutindo com Filtch sobre alguma coisa. Distingui as palavras “pisar”, “rabo” e “aborto”, até que desisti de tentar entender. Podia notar sua impaciência pelo modo que passava o peso de uma perna para a outra. Draco soltava um pouco de fumaça pela boca, devido ao frio, enquanto seu sobretudo preto ondulava levemente ao redor de suas pernas, o cachecol da Sonserina eventualmente aparecendo.

Fiquei ali, com o olhar tão perdido que não notei quando Filtch deu as costas a Malfoy, resmungando, e este passou a olhar irritado para todos os lados, até que, surpreso, parou em mim, que ainda o observava.

Sim, eu estava consciente de que ele me via, mas, como já disse, não conseguia me desviar. Sustentei seu olhar, sem me importar com as faíscas que pareciam começar a voar descontroladamente entre nós.

Nenhum dos dois mexeu um músculo, vidrados, quando vi ele umedecer os lábios; parecia indeciso sobre algo. Até que, quando ameaçou começar a andar até mim, um barulho de rodas chacoalhando nos trouxeram de volta á realidade. Duas carruagens se aproximavam.

Agora que Malfoy parecia novamente ciente de seus atos, nem vacilou: entrou na primeira carruagem que apareceu, sem nem olhar pra trás. Ainda que contra a minha vontade, fiquei, sim, triste com sua atitude - mais um vez -, mas não demonstraria.

Não, se ele queria bancar o indiferente, bom, eu também sabia brincar.

Me levantei e entrei na outra carruagem, sendo seguida mais tarde por Luna e Hannah – que por sinal haviam brotado lá. Onde elas estavam quando eu precisava?

Acomodadas dentro do veículo, partimos para Hogsmeade, as outras duas meninas conversando animadamente sobre a Dedos de Mel, eu acho. Fingia prestar atenção, e até dava alguns ruídos que imaginava serem respostas. Mas a verdade é que, enquanto olhava pela janela, em direção ao céu nublado, todos os meus pensamentos eram interrompidos, sempre pelo mesmo par de olhos, tingidos da mesma cor que o firmamento que encarava.


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Notas finais do capítulo

Sabe, eu acabei de me tocar que estou um pouco atrasada, então acho que é justo postar dois capítulos hoje, certo? Certo.
Ok, wait and see. ;)



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