Ele tem 18 anos escrita por Hanna Martins


Capítulo 5
Cuidado, perigo!


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado à Ronny, que presenteou a fic com sua segunda recomendação e fez a autora aqui ficar mega feliz! Obrigada, Ronny!
Desculpem pela demora, mas é que realmente os últimos tempos andam bem corridos para mim.



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Seus olhos percorriam as linhas, mas não conseguiam decodificar o significado das letras. Apanhou a xícara de café e deu um grande trago. Olhou para o relógio na tela do notebook, 8:13. Precisava terminar aquele artigo. Fora por isso que acordara as cinco e meia da manhã em pleno sábado.

Aquilo era estranho, Katniss raramente tinha problemas para se concentrar nos estudos. Aquilo era claramente um sinal de que havia algo muito errado com ela. Algo chamado... Peeta Mellark. Não. Não. Não, não poderia ficar pensando naquilo. Estava precisando de outra xícara de café, isso sim.

Espreguiçou-se, e deu um grande bocejo. Foi até a cozinha para abastecer sua xícara com mais café. Uma pessoa sem café não poderia funcionar direito.

— Bom dia — ouviu a voz atrás de si.

Por um breve segundo interrompeu o ato que estava realizando, colocar café na xícara. Depois da noite anterior, ainda não se sentia preparada para lidar com Peeta.

— Bom dia — por fim respondeu.

— Pensei que iria dormir até mais tarde, já que hoje é sábado — ele falou casualmente.

Katniss terminou de encher sua xícara, ocupando mais tempo do que necessário nessa tarefa.

— Tenho um artigo para terminar...

— Ah!

Ela voltou-se para ele. O cabelo despenteado, os olhos sonolentos, vestia uma calça moletom e uma velha camiseta de uma banda de rock. Como alguém poderia ser tão bonito assim ao acordar?

Sentiu um certo embaraço ao lembra-se da cena da noite anterior. O beijo na roda gigante ainda estava muito presente em sua memória. Mais presente do que ela gostaria certamente. Por que Peeta e tudo o que o envolvia tinha que ser tão complicado? Não sabia lidar com coisas assim. Ela sempre fora prática e racional. Mas Peeta... Peeta era algo que não se enquadrava em sua vida prática e racional.

— Vou voltar para meu artigo... — tratou de sair da situação embaraçosa.

Peeta assentiu.

Quase correndo, voltou para o quarto. Soltou um longo suspiro, quando sentou-se em frente ao notebook. Nem mesmo um grande gole na xícara de café a ajudou a concentrar-se. Sua atenção voltava-se constantemente para outro lugar. Seus olhos percorriam o quarto, sem deter-se em lugar algum.

— Desse jeito, eu não vou conseguir terminar esse artigo nem hoje, nem nunca! — resmungou.

Exasperada, levantou-se da cadeira. Estava claro que não iria conseguir concluir aquele artigo tão cedo.

— Chega!

Quando ela, passou pela sala, praticamente correndo, encontrou Peeta.

— Vai sair? — indagou.

— Vou... preciso... de um pouco de ar — respondeu sem dar maiores explicações, enquanto abria a porta.

Katniss se viu no parque, rodeada por pessoas que faziam exercícios ou simplesmente caminhavam em grupos barulhentos, crianças e bebês de colo chorões, adolescentes com muita energia, idosos que riam. Até mesmo ali, ela não encontrava tranquilidade. Mas o problema não estava nas pessoas, mas em si mesma. O maior caos era seu interior.

Peeta... ele tinha 18 anos. Uma idade cheia de transformações, em que tudo parece mudar constantemente, as ideias, os gostos. Quando afinal você cresce? Quando descobre que é um adulto? 18 anos era essa idade transitória. Peeta poderia ser maduro demais para sua idade, porém, ele continuava tendo 18 anos. Ela também tivera aquela idade.

No entanto, havia um problema bem maior do que a idade. Um problema que ela evitara ao máximo pensar. Gale. Peeta era irmão de seu ex-namorado. Ainda nutria certos sentimentos, que certamente não gostaria de ter por Gale. Como ela contaria para Gale que transou com seu irmão caçula? Aquilo era um grande problema. Muito mais do que ser seu ex-namorado, Gale era seu amigo. De certa, forma sentia que estava o traindo. Ele já ligara e mandara diversos e-mails para saber notícias do seu irmãozinho, como sempre se referia a Peeta. Gale via Peeta de fato como um garotinho, queria saber se ele estava se alimentando direito, se ele estava dormindo corretamente, ou ficava acordado de noite desenhando, pedia para Katniss o repreender, se esse fosse o caso. Gale se preocupava muito com o irmão. Respondia com respostas vagas, que Peeta que estava muito bem, que estava comendo direito.

E quando Gale voltasse de sua viagem? Como as coisas ficariam? Seria corajosa o suficiente para contar sobre a aventura de uma noite que tivera com seu irmão? E o mais importante, que ela não via Peeta exatamente como um garotinho... mas como um homem. Pois aquela era a verdade, considerava Peeta como um homem, apesar de todas as advertências de seu lado racional.

O beijo na noite anterior era apenas a confirmação desse fato. Ela desejava Peeta. E isso a enlouquecia. Como posso desejar ir para a cama com um cara que tem 18 anos? A pergunta se repetia infinitamente em sua mente. Aquilo era insensato. Aquilo era perigoso.

Peeta parecia ter uma imensa placa escrita sobre sua cabeça “Cuidado, perigo!”. Oh, sim, ele era muito perigoso. Quando ele a beijava, perdia a razão, seu beijo levava toda a sua sensatez. Interromper o beijo na noite anterior fora extremamente difícil.

O que estava acontecendo com ela?

Quando voltou do parque, ela não estava menos inquieta. Malditos pensamentos que teimavam em se encrustar em sua mente e pareciam nunca mais sair dali.

— Oh, Katniss! — exclamou Peeta surpreso, quando a viu entrar. — Vou lavar essas roupas — mostrou o cesto de roupa que tinhas nas mãos.

Peeta continuava a vestir a velha camiseta de banda e a calça moletom. Se em outras pessoas, a combinação não seria nenhum um pouco sexy, nele era todo o contrário. Peeta exalava sensualidade. Sua mente se encheu de pensamentos nenhum um pouco descentes ao vê-lo.

— Katniss?

Ela o olhou com uma expressão interrogativa.

— Está tudo bem?

— Está... Por que?

— Nada... é que... — ele depositou o cesto de roupas no chão. — Não sei... você tinha uma expressão engraçada no rosto — riu.

— É?

Peeta sorriu. E a placa de perigo brilhava ainda mais intensamente sobre sua cabeça. Morar com o pecado em forma humana era uma tarefa deveras complicada.

Ele se aproximou dela.

— Foi bom seu passeio? — perguntou como se estivesse questionando outras coisas.

— Foi... claro que foi.

— Que bom! — o sorriso se ampliou ainda mais em seu rosto. Com certeza, os anos com aparelho nos dentes haviam realizado um trabalho muito bom. Involuntariamente deu um passo para trás. Mas ele não se importou, ou pelo menos pareceu não se importar, já que deu outro passo em sua direção.

— Sabe... — ele sorriu maliciosamente. — Eu dormi... abraçado com o ursinho que você me deu — confessou entre a malicia e a provocação.

Merda. Ela não tinha nenhuma arma contra aquilo.

—....

Peeta tocou em uma mecha de seu cabelo. E a placa de perigo piscou mais intensamente.

— Mas na verdade... eu queria... — aquela frase sem terminar expressava muito mais coisas que qualquer palavra.

As lacunas, os não ditos são muitos mais perigosos que as palavras.

— O quê? — questionou Katniss, sem conseguir se desvencilhar dele, ou melhor, da estranha atração que ele exercia sobre ela.

Peeta sorriu como resposta.

— Você sabe o que eu quero... — seu tom era baixinho, mas perfeitamente audível e perigoso. Sim, perigoso.

Ela queria desviar seu olhar daqueles intensos olhos azuis que a prendiam, porém, não conseguia. Estava presa.

— Katniss — o modo que ele pronunciava seu nome era diferente de tudo. Sua voz tinha um toque doce, mas nem por isso menos perturbadora. — Katniss.

— Peeta... — quis pedir para ele parar, quis sair correndo como uma covarde, quis... quis tantas coisas. No entanto, seu corpo não a obedeceu.

Não, seu corpo estava determinado a fazer outras coisas. Pôs-se nas pontas dos pés e enlaçou o pescoço de Peeta com os braços. Sua boca com resolução colocou-se na boca dele, sugando com voracidade seus lábios.

Como resposta, ele enlaçou sua cintura com força.

A proximidade de seus corpos provocava em seu corpo uma espécie de calor que se espalhava como um incêndio incontrolável por cada centímetro.

Seus lábios se perdiam um no outro. Quando por fim, se separaram, Katniss colocou a mão no peito de Peeta. Ela o empurrou. Ele caiu em cima do sofá.

Katniss se atirou sobre seu colo e com ânsia puxou sua camiseta. Rapidamente também se desfez da sua blusa. Voltou a beijá-lo, ainda mais ferozmente.

Suas mãos se empenhavam em estudar o corpo um do outro. Cada centímetro precisava ser acariciado, contemplado, analisado, explorado. Cada centímetro precisava ser sentindo. Havia necessidade de se estudarem minuciosamente.

Os lábios de Katniss passearam pela mandíbula muito bem definida de Peeta. Depois desceu até seu pescoço e em uma trilha de beijos subiu até a sua orelha. Mordiscou o lóbulo da orelha de Peeta, provocando um gemido nele.

Peeta a apertou fortemente em seus braços. Ele virou Katniss sobre o sofá. A contemplou por alguns segundos, como se estivesse analisando cada milímetro de seu rosto, cada mínimo detalhe. Seus lábios mergulharam por fim nos de Katniss, a fazendo perder completamente o fôlego. Após fazê-la ficar sem ar, ele pôs-se a percorrer sua pele com os lábios. Primeiro, beijou seu pescoço, depois desceu os lábios até o colo, com os dentes, afastou a alça do sutiã e plantou um demorado beijo entre o tecido do sutiã e a sua pele, empurrou com a língua o tecido, expondo mais sua pele, que ele sugou demoradamente, provocando arrepios em Katniss.

Beijou seus seios sobre o tecido do sutiã. E sem que ela notasse abriu o fecho, livrando-se em instantes do obstáculo entre os lábios e os seios.

Ele continuou sua exploração. Desceu os lábios até sua barriga. Em seu umbigo deu uma demorada lambida, o que fez Katniss gemer alto e produziu nele um sorriso travesso. Sua boca chegou até as calças dela. Sem hesitar ele puxou com os dentes, sendo ajudado pelas mãos, as calças de Katniss até os joelhos.

Ela sentiu que seu corpo estava preste a explodir. Peeta emergiu com um sorriso entre as suas pernas e sem demorar mais nenhum um segundo sacou uma camisinha da carteira.

Seus corpos dançaram, se estudaram, se fundiram, se misturaram. Katniss era só corpo, só sentia, não pensava. A capacidade de pensar em algo, de formular uma ideia minimamente coerente parecia ter se evaporado do cérebro dela.

Seu corpo foi invadido por inúmeras sensações indescritíveis. Sentia cada uma das sensações e ao mesmo tempo não poderia descrever nenhuma delas. Ela estava perdida e ao mesmo tempo nunca se sentira tão certa. Estava em meio a um turbilhão de sensações e sentimentos.

Até que seu corpo transbordou com aquelas intensas sensações. E ela por um momento fugaz e eterno acreditou que poderia fazer tudo, até mesmo voar.

Vagarosamente abriu os olhos. Seus corpos continuavam entrelaçados, impossibilitando qualquer movimento. Peeta dormia. Ele era incrivelmente belo até quando se encontrava assim.

O que ela fizera? Ela que sempre seguira fielmente as advertências, simplesmente havia ignorado a placa de perigo. E o pior, naquele momento, não se importava nenhum um pouco com esse fato.


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Notas finais do capítulo

Odiaram? Gostaram? Katniss não seguiu as advertências... o que será que irá acontecer com esse relacionamento?