Não vou tolerar que ninguém, muito menos você grite comigo...

—Carmim d'Copas

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—Você é tão infantil! – Gemeu Carmim, marchando para longe de Victor – Acha mesmo que eu beijei Nick? Nick? De todas as pessoas nessa Ilha?

—Você não negou – falou ele, encarando ela.

—Ele tem quatorze anos, Victor – grunhiu ela – Eu não ia ficar discutindo no meio da festa com um garoto de quatorze anos! Isso está definitivamente abaixo dos meus padrões...

—Ah, claro... – ele revirou os olhos – Então, quais são esses seus padrões tão elevados? Será que pelo menos eu me encaixo neles?

Eles se encararam por alguns minutos. A raiva vermelha fervendo no sangue deles. Carmim o odiará como nunca odiará ninguém até então. Ele era o filho do Valette. Um subalterno. Quem ele pensava que ela para querer satisfações dela? Para duvidar de sua palavra?

—Eu achei que estava – ela falou, furiosamente – Agora, acho que me enganei gravemente.

—O que quer dizer com isso? – ele estreitou os olhos, a encarando. Ela deu os ombros, se se encostando à parede do beco escuro e húmido, de tijolos vermelhos – Responde Carmim, o que você quer dizer com isso?

—Se você vai continuar gritando, eu vou embora – ela ameaçou – Meus amigos estão esperando!

—É claro que estão, seus cachorrinhos não vão a lugar nenhum sem você – ele revirou os olhos – Seguiriam você até Auradon, se quisesse!

—Pare de gritar – ela suspirou, cansadamente – Sou a princesa de Copas, Victor, não vou tolerar que ninguém, muito menos você grite comigo...

—Muito menos eu? – ele riu – Por que sou seu namorado, ou por que sou o filho do Valette?

—Os dois – ela falou, duramente.

—Esse é o seu problema Carmim, desde criança... Você não aceita as críticas, não aceita estar errada sobre nada nunca – ele chutou uma embalagem jogada no chão – NUNCA!

—PARE DE GRITAR COMIGO! – a voz dela ecoou por todo o beco, terrível como a de sua mãe, e ela se acalmou – Sobre o que é esta briga afinal?

—Eu não sei... – ele desviou os olhos por um minuto, e depois a encarou de novo – Eu não aguento mais.

—Eu não leio mentes, Victor, do eu você está falando?

—Você. Eu não te aguento mais, Carmim – ele falou – Achei que podia fazer isso dar certo, mas você... Não consigo entender as suas noções das coisas! Não acho que isso vá continuar dando certo se apenas eu ceder sempre!

—Não sei como eu pensei que isso fosse dar certo um dia – ela falou, friamente, lhe encarando – Por Lúcifer... Eu sou a Princesa de Copas, e você... É o filho do Valette! Onde eu estava com a cabeça?

—É isso que eu sempre ou ser pra você? - ele se lamentou – O filho do Valette?

—É quem você é. Não pode fugir do que é – ela deu os ombros – Estou indo... Não me siga!

—Como quiser... Alteza.

Ela tinha ciência de que ele se curvará, mesmo sem se virar. Ela não se viraria. E não choraria.

Desde o início sabia onde isso iria acabar. Os Copas não amavam. Os Copas não choravam.

Então ela apenas caminhou indiferente para casa, como a perfeita princesa vermelha.