Eu não quero ir. Eu não pretendo ir. E você não pode me forçar!

— Carmim D'Copas

...

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Carmim d’Copas (filha da Rainha de Copas) estava sentada em cima de um barril, no navio do pai de sua melhor amiga, Hannah Hook (filha do Capitão Hook/Gancho) jogando cartas com Hugo (filho da Úrsula).

—Bati – ela falou, com um sorriso triunfante no rosto.

—Você sempre ganha, nem sei por que ainda me dou ao trabalho de jogar com você – ele suspirou.

—Por que não tem nada melhor para fazer – ela deu os ombros, olhando para cima do ombro onde Gart (Filho de Gaston) treinava juntamente com Hannah, em combate com espadas. Ela suspirou longamente.

O navio era realmente uma das melhores partes da Ilha dos Perdidos, mesmo que estivesse preso a ilha com magia, e ancorado nas profundezas mais escuras do mar negro que a cercava. Mas parecia tão entediante naquele momento. Talvez fosse por que seus pais haviam recebido um comunicado misterioso que cada um deles temerá por todo o verão. Ou talvez fosse a falta de Victor (filho do Valete de Copas), seu namorado... Ou melhor, ex namorado, desde o dia anterior.

—Ai estão vocês... Rodei um tempão procurando vocês três – gemeu uma menina de cabelos azuis longos e onduladas, entrando correndo no navio com seus patins e caindo em uma das pegadinhas de Gart.

Aquela era Queenie Queen, filha mais jovem da Rainha Má. Ela havia fugido de casa com doze anos, e topado com os quatro por acaso. Desde então eles haviam acolhido a garota, agora com quatorze anos. Era legal ter uma escrava, Carmim pensou na época, agora Queenie era quase parte do grupo. Quase...

—Ora, ora, olha quem não olhou por onde andava – riu Gart, parando a luta com Hannah. A garota jogou a espada de ouro para cima e esta se transformou novamente em seu anel com pedra azul. – Nossa pequena e desastrada Queenie.

—Achei que tinha dito que ia buscar nosso almoço... O que faz aqui? – perguntou Hannah, cutucando com o dedo o joelho da menina, passando por um dos buracos da rede onde estava misturada.

—Me soltem – ela se contorceu, fazendo todos rirem.

—O que é isso no seu cabelo? – perguntou Hugo, se aproximando também – Ovo?

—Foram umas crianças – ela gemeu – Podem me tirar daqui, agora?

—Essas crianças são tão levadas – suspirou Hannah.

—Nós também éramos assim – Gart sorriu grandemente.

—Não, nós éramos piores – falou Hugo, cruzando os braços – Não é mesmo Carmim?

—Oh, sim... Bem piores - ela deu um grande sorriso.

Crianças Más / Bad Children (composição original)

Carmim: Há crianças, e crianças
Gart: E algumas delas são realmente más!
Carmim: Somos crianças, jovens crianças,
Gart: E ha outras, assim como nós.

Carmine: Are there children, and children

Gart: And some of them are really bad!

Carmine: We are children, young children,

Gart: And there are other, just like us.

Carmim girou em volta de Gart, pegando seu lenço e sumindo com ele entre as palmas das mãos. 

Hannah: Um pouco crueis, um pouco doentes,
Hugo: Papai e mamãe, que nos fizeram assim.
Hannah: E ainda há aqueles que dizem, que as crianças,
Hugo: Que as crianças, não podem ser más.

Todos: U-uuh Uu-Uu-uuuh

Hannah: A little cruel, a little sick,

Hugo: Mom and Dad, who made us so.

Hannah: And there are those who say that children,

Hugo: That children can not be bad.

U-uhh-Uu Uu-uuuh

Todos: Crianças, não somos mais crianças
Hugo: Mas ainda gostamos de brincar
Todos: Crianças, não somos mais crianças
Gart: Mas ainda podemos agitar.

All:Children are no longer children

Hugo: But still we like to play

All: Children are no longer children

Gart: But we can still agitate.

—Hã, certo, legal... Vocês podem agora...

Hugo: Algumas crianças aprendem o bem,
Carmim: Outras já nascem prontas para o mal
Gart: Algumas delas serão grandes reis
Hannah: Outras acabam seguindo por outro caminho.

Hugo: Some children learn the good

Carmine: Others are born ready to evil

Gart: Some of them will be great kings

Hannah: Rest follow another way.

—Pessoal! É sério, podem me ouvir?

Todos: Ponha as cartas na mesa,
vamos ver quem consegue jogar,
Esse jogo não é pra crianças,
E acredite eu que vou ganhar!

All: Put your cards on the table,

let's see who can play,

This game is not for children,

And believe me I will win!

—Gente, será que vocês podiam...

Hugo: Verdade ou consequência, eles perguntaram

Carmim: Mas com as consequências, você tem que arcar...

Hugo: Truth or consequence, they asked

Carmine: But the consequences, you have to pay ...

—Gente, será que vocês podiam...

Gart: Mentiras e verdades, elas se misturam,

Hannah: Mas só quem mente bem, consegue vencer!!! (vencer)

Gart: Lies and truths, they are mixed,

Hannah: But only those who lie well, can beat !!! (beat)

 

Hannah: Ponha as cartas na mesa

(crianças, não somos mais crianças)

Hannah: Vamos ver quem consegue jogar

(Mas ainda gostamos de brincar)

Hannah: Esse jogo não é pra... Não, não, não, não, não!

Ouo-ooo Oou-hee

Hannah: Put your cards on the table

(children are no longer children)

Hannah: Let's see who gets to play

(But still we like to play)

Hannah: This game is not for ... No, no, no, no, no!

I hear Oou-ooo-hee

—Pessoal... O-oi! Eu ainda estou aqui!

Carmim desce as escadas vinda da parte mais ata do convés, onde geralmente fica o capitão.

Carmim: As cartas... Elas dizem a verdade.

Estão chegando. Não corra é muito tarde.

Estão girando. Em meio ao furacão.

Estão caindo. Em meio a multidão!!!

Carmine: The letters ... They tell the truth.

Are coming. Not run too late.

Are spinning. Amid the hurricane.

Are falling. Amid the crowd !!!

 Ela atira as cartas que estava jogando com Hugo para cima, e elas voa, se desfazendo em um pó prateado brilhante.

Todos: Ponha as cartas na mesa,
vamos ver quem consegue jogar,
Esse jogo não é pra crianças,
E acredite eu que vou ganhar!
E acredite eu...
E acredite serei eu...
E acredite que serei eu... Quem vai ganhar!

All: Put your cards on the table,
let's see who can play,
This game is not for children,
And believe me I will win!
And believe me ...
And believe will be me ...
And believe it will be me ... Who will win!

—GENTE! – gritou Queenie, exasperada – Vocês podem me ouvir?

—Fala ai pirralha, o que foi? – perguntou Gart, fazendo uma careta.

—Seus pais... – ela arfou – Estão chamando vocês... Na casa da Carmim... Algo sobre uma correspondência... Eles mandaram vocês se apressarem.

—Droga – grunhiu Carmim, arregalando os olhos – Eles disseram sobre o que era?

—Três chances para adivinhar – falou a menina de cabelo azul – Podem me soltar agora? Precisamos, tipo... Correr!

—Certo – falou Gart, cortando a corta e soltando a armadilha – Vamos logo acabar com isso.

...

—Ai estão eles... – falou Gaston, sentado em uma mesa com um copo de cerveja nas mãos – Por que demoraram tanto crianças?

—Deixe eles um pouco Gaston – falou Úrsula, em sua forma humana, sentada do outro lado da sala – Garanto que eles estavam praticando suas maldades, não é mesmo?

—Com certeza – falou Hugo, se dirigindo a mãe, que sorria com orgulho.

—Onde está minha filha? – perguntou a Rainha de Copas, parada no fundo da grande sala sentada em seu grande trono com o marido num pequeno trono ao lado – Minha Carmi...

—Que fique claro – Carmim entrou marchando no salão – Eu não quero ir. Eu não pretendo ir. E você não pode me forçar!

—Conversamos depois, Carmim!

—Ah, então vocês já sabem – suspirou Gancho – Falei que deveríamos ter falado com eles antes.

—Isso não vem ao caso – grunhiu Gaston, enquanto o filho se sentava em frente a ele – Você, não me venha com gracinhas de menininha. Irá para essa escola, entendeu?

—Mas pai...

—Sem mas – falou Gaston – Mostre aqueles filhinhos de papai como se duela de verdade. Arrume uma ou duas garotas com bastante dinheiro. Não ouse me decepcionar, entendeu?

—Sim senhor – ele assentiu, cabisbaixo, e depois sorriu - Só duas?

—Esse é o meu garoto - riu Gastou.

—E você – do outro lado da sala Úrsula grunhiu – Nem pense em deixar suas notas baixarem, a única coisa que você tem de útil é sua inteligência, use isso uma vez na vida.

—Mãe, por favor... – gemeu o menino.

—Shhh.

Hannah encarou o pai, frente a frente. Nenhum dos dois eram muito altos, mas era visível a tensão entre os dois.

—Não gosto disso – gemeu ela – É idiota! E arriscado. E...

—E, se você calar a boca, vai dar certo – ele falou – Todos concordamos com isso, mas queremos que faça sozinha com Carmim. Será mais fácil. Vocês precisam nos mandar um sinal antes.

—Pai, é arriscado demais – ela gemeu – Liberar o navio? E depois, o que faríamos?

—Nós quatro buscaríamos vocês em Auradon, e iriamos embora. Para sempre – ele falou – Você precisa confiar em nós. Em mim. Sou seu pai.

—Ai você já esta pedindo demais... – ela murmurou.

—Hannah... - ele a encarou - Quer mesmo passar o resto da sua vida nesse lugar? Onde nós vimos sua mãe morrer? Quer me condenar a isso?

—Eu... Desculpe - ela suspirou - Vou fazer isso. Carmim já sabe?

—Acredito que a mãe dela irá contar quando convence-la a ir – ele deu os ombros – Mas precisamos de você também, Carmim pode ser astuta, mas voceêé uma pirata.

—Certo – ela assentiu, reprimindo um sorriso orgulhoso.

Queenie olhava toda aquela confusão de pais, mães e filhos. Ela não sentia saudades de sua mãe, mas mesmo assim era estranho ficar entre eles naquela hora, por que era quando ficava em evidência que ela não pertencia aquele lugar.

—Queenie, venha até aqui – pediu a Rainha de Copas, mais gentil do que de costume – Sua presença também foi solicitada. Solicitada, especialmente. Como você está sobre nossa proteção, espero que entenda a nossa decisão manda-la para Auradon junto aos outros.

—Sim senhora – ela falou, confusa. Ir para Auradon significava se livrar de tudo que passara na Ilha dos Perdidos; De todas as lembranças ruins e memórias deploráveis do fim e sua infância; Mas também significava reencontrar sua irmã.

—E enquanto a você Carmim... – A rainha seguiu, mas a menina já havia desaparecido da sala em direção ao próprio quarto.

...

No dia seguinte, enquanto Carmim se arrastava escada abaixo com a última e maior de suas três malas gigantescas, depois de um curto discurso de sua mão na noite anterior sobre “Até que você faça dezoito nos você me obedece, você vai e pronto!”  e um jantar que ela preferia esquecer, ela só tinha certeza de uma coisa.

Ela não ajudaria de jeito nenhum naquele plano idiota. Ponto. E ela quera ver sua mãe força-la em Auradon.

Hannah que se virasse sozinha, se quisesse mesmo embarcar nisso, o que Carmim duvidava. Ela estava fora.

—Carmim! – uma voz conhecida a chamou, Victor vinha correndo de dentro da mansão, com a barra da calça suja e a camisa suada – É verdade? Meu pai acabou de me contar!

—Pois é, estou sendo forçada a ir para o reino do arco iris – ela fez uma careta – Mas então, por que você se importa? Já me mandou pro inferno mesmo, lembra?

—Carmim.... Desculpe, eu estava de cabeça quente, certo? Se eu soubesse que isso ia acontecer... – ele a puxou, lhe abraçando com força – Me desculpe. Você sabe que eu te amo, não é mesmo?

—É, eu sei – ela suspirou, mas sem dizer o mesmo. Os Copas nao amavam ninguém além de si mesmos – Não precisa ficar todo dramático, certo? Vou voltar para você logo.

—Como? – ele ergueu uma sobrancelha.

—Não me subestime, Victor, Auradon n~so está psicologicamente preparada pra mim – ela sorriu, enquanto ouvia Hannah chama-la de dentro do carro – Eu tenho que ir.