Em família escrita por Hikari Mondo


Capítulo 25
Talvez um dia


Notas iniciais do capítulo

Ok, postar essa história não estava bem nos meus planos, já que eu tenho muita coisa pra fazer.
Mas estou tão deprimida que precisava fazer algo diferente - e então essa historia saiu, não esperem grandes coisas.
Se você se der o trabalho de ler esta história, não custa nada me deixar um comentário do que achou, né? Por favor, alegrem meu dia, eu estou mesmo precisando.



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“Shika-nii!!!” Mirai, que aparentemente estivera bem comportada ao lado de sua mãe até então, se soltou e saiu correndo em direção a Shikamaru.

Temari surpresa levantou as sombrancelhas, enquanto o rosto de Shikamaru se iluminava automaticamente ao ver sua afilhada. Ele se abaixou enquanto ela se aproximava, e ela se jogou pulando em seu pescoço para lhe abraçar. Shikamaru fingiu cair com o impulso dela, com todos os efeitos sonoros e expressões faciais que fizeram com que Mirai se divirta sem restrições. Temari também não pôde conter um sorriso ante tão péssima atuação.

Kurenai se aproximou lentamente em direção a eles, seguindo o caminho que sua filha fizera, com um sorriso maternal e amável ao observar a cena. Mirai ainda estava rindo em cima de Shikamaru quando ele começa a se recompor e levantar com ela no colo.

“Mirai, eu quero que você conheça uma pessoa.” Ele diz, se virando com a pequena Sarutobi no colo. “Essa é Temari.”

“Olá” Temari disse educadamente.

“Oiiii!!!” A filha de Asuma cantou com um sorriso brilhante, e logo se virou rapidamente, fazendo com que Shikamaru quase a derrubasse.

“Você tem certeza que sabe o que está fazendo?” Temari o zombou de maneira que só ele ouvisse.

“Eu devo saber mais que você...” Ele respondeu de volta, enquanto Mirai falava com a sua mãe.

“Mamãe, eu posso ficar brincando com o Shika-nii?”

“Não Mirai, Shikamaru-san está ocupado. Vamos embora.” Kurenai avançou na tentativa de pegar a pequena, mas ela foi mais rápida e se agarrou ao pescoço de Shikamaru.

“Mas eu quero ficar com o Shika-nii!!!” Ela emendou numa voz chorosa, se agarrando a ele.

Shikamaru sorriu, aparentemente feliz que a pequena Mirai gostasse de estar com ele, e se abaixou colocando-a no chão e olhando em seus olhos. “Agora eu estou ocupado, e você precisa ir com a sua mãe. Mas de noite eu posso passar lá na sua casa para brincar, pode ser?”

“Mas isso vai demorar muito!” Ela fez uma cara de desapontada e abriu os braços para adicionar ao drama. Temari levantou as sombrancelhas e deu um sorriso apertado, achando graça do jeito da pequena Sarutobi.

“Engraçado, é exatamente assim que eu me sinto sobre meus dias de trabalho.” Murmurou Shikamaru, e Temari conteve uma risada irônica.

“Vamos Mirai. A mamãe ainda precisa te deixar com a tia Izumi e nós vamos nos atrasar.” Kurenai falou com sua filha, tocando em seu ombro para chamar sua atenção.

“Mas eu não quero ir com a tia Izumi, mamãe,” Dessa vez, Temari percebeu que ela não estava fazendo manha, mas sim manifestando sua opinião e pedindo permissão. “eu quero ficar com o Shika-nii.”

“Você não vai ficar com ela hoje?” A pergunta de Shikamaru veio logo atrás, ainda agachado e olhando para cima em direção a Kurenai. A pergunta não foi ofensiva, mas Temari percebeu que ele ficara corroído por dentro pela ideia de não poder ficar com a pequena Mirai quando Kurenai também não podia.

“Eu preciso resolver algumas coisas.” Ela respondeu, e logo emendou por conta da expressão de Shikamaru. “Não se preocupe, eu tenho com quem deixar ela e você sabe que não tem obrigação de estar disponível.”

Shikamaru concordou com a cabeca, e Mirai falou com a voz decepcionada. “Então eu não posso ficar com o Shika-nii?”

Temari pôde ver a expressão de pesar em Shikamaru e a tristeza crescente da Sarutobi. Sua mente trabalhava a uma velocidade incrível, tratando de processar todo aquele carinho. Aquilo lhe fez lembrar de sua mãe – e do que sentia perto dela. E também a fez tomar uma decisão. Se ela pretendia participar da vida de Shikamaru, ela precisava estar disposta a entrar em tudo. E Temari nunca fora de se comprometer só pela metade. “Você pode deixar ela conosco, Kurenai-san.”

Os três se viraram para ela quando ela falou, cada um com uma expressão diferente. Kurenai parecia ao mesmo tempo incomodada por tê-los metido nesta situação, mas também aliviada por ouvir isso. Shikamaru tinha uma expressão de dúvida no rosto. Ela sabia que ele estava pensando que não deveria comproter o dia deles para cuidar de Mirai, mas ao mesmo tempo não queria deixar Mirai desamparada – embora ela claramente não estivesse, mas era assim que ele se sentia, e Temari o conhecia bem o suficiente para saber que ele se sentia responsável demais por ela. Assim como por todo o resto, basicamente. Já a pequena Mirai a olhava com os olhinhos vermelhos brilhantes de alegria, e um sorriso grande e radiante.

“Não precisa se incomodar, não quero atrapalhá-los.” Kurenai disse constrangida.

“Não será problema nenhum.” Temari disse. Shikamaru continuava a encará-la em dúvida, se perguntando o que ele deveria fazer. O olhar de ambos se encontrou, e Temari deu um simples aceno com a cabeça. Shikamaru piscou duas vezes consecutivas, e então deu um sorriso de lado.

Kurenai olhou para ele, e perguntou “O que você diz?” Ele sorriu, ainda agachado a altura de Mirai, e com o sorriso tranquilo acenou com a cabeça firmemente.

Mirai, atenta a tudo, se virou ansiosa e animada para a mãe. “Eu posso mamãe? Por favor, por favor!”

Ela chegava a tremer de empolgação, e Kurenai sorriu perante as excentricidades de sua filha. “Tudo bem, mas se comporte!”

“Não se preocupe, ela vai se comportar. Né, Mirai?” Temari enfatizou a última frase, olhando para a pequena com fingida dureza na voz. Mirai concordou veemente, com o sorriso de orelha a orelha, mas com um olhar bem sério, de quem tem medo de ser repreendida.

Shikamaru sorriu de canto, olhando orgulhoso para a kunoichi da Suna, e Kurenai sorriu com carinho, ambos sabendo que de fato Temari não estava a repreendendo.

“Tudo bem então. Muito obrigada. Eu encontro vocês depois.” Kurenai agradeceu, e os três se despediram dela, Mirai balançando suas mãozinhas e sorrindo feliz.

Mal ela saiu de vista, Mirai se virou. “Shika-nii, podemos ir na pracinha?!” Seus olhinhos continuavam a brilhar em empolgação. Temari não sabia se ela podia entender o efeito que isso causava em Shikamaru e se aproveitava disso, ou se ela somente estava transparecendo suas reais emoções. Mas com certeza, o Nara teria muita dificuldade em lhe negar qualquer coisa.

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“Um... Dois... Três...” Mirai estava apontando os blocos com números que estavam fixos pelo centro por canos estreitos de metal, de forma que pudessem girar, em um playground de madeira. O playgroung era constituído de uma casa em cima, com escorregador, balanços, argolas, gangorra, além das escadas e redes para subir. Um tipico brinquedo de crianças pequenas – do tipo que Temari nunca brincara. “Cinco... Oito... Sete... Quatro... Dez...”

Temari estava sentada no gira-gira, enquanto Shikamaru sorria e aprovava o desempenho da garotinha que perdera o pai. Como se estivesse orgulhoso por ela estar contando tudo certo – o que claramente não era o caso. Não havia bancos perto o suficiente, então Temari se acomodara no brinquedo para não ficar tão longe dos dois, mas ao mesmo tempo não tão perto. Por mais que ela não estivesse chateada por estar com a Sarutobi, ela não tinha muito tato com crianças.

Shikamaru se aproximou dela quando Mirai novamente tentava subir na casa pela corda com nós,  e se sentou ao lado dela no gira-gira.

“Você não parece gostar muito da Mirai...” Ele observou, cuidando para não soar acusador.

“Eu não conheço ela. Só não acho conversas com crianças particularmente fascinantes.” Ela deu de ombros, dispensando o assunto.

“Ela tem dois anos.”

“Exato,” Temari virou o rosto para observá-lo, com um sorriso de quem indica o óbvio. “O que você pode fazer com uma criança de dois anos? Contar blocos?”

“Ei, eu acho brincar com blocos muito instigante!” Ele falou com fingida ofensa, e os dois caíram na risada. Depois de se acalmarem, ambos ficaram em silêncio observando a pequena que descia no escorregador e subia no balanço de pneu.

“E você, não quer andar em um brinquedo?” A voz do Nara soou a sua esquerda, tirando sua atenção da gatorinha.

Temari levantou as sombrancelhas “Você não acha que estamos um pouco grandes para isso?”

“Talvez para esse brinquedo sim,” Ele apontou para o gira-gira onde eles estavam sentados. “Mas para os balanços ali talvez não.” Ele se levantou e estendeu a mão para ela.

Temari aceitou-a e se levantou, soltando logo em seguida, e os dois caminharam silenciosamente até os balanços mais afastados, sem perder Mirai de vista.

Os dois se sentaram, e Shikamaru se balançou um pouco, enquanto Temari só se embalou sem tirar os pés do chão.

“Você realmente não gosta de crianças?” Ele perguntou casualmente, sem olhar para ela, com uma aparência serena confome o que Temari observou.

“Não muito...” Ela respondeu, desviando o olhar novamente para o playground. “Mas você certamente gosta.”

“Culpado.” Ele levantou a mão e sorriu, se virando para ela, ela fazendo o mesmo por reflexo. “Eu sempre quis ter filhos. Eles são nosso futuro, a próxima geração. Aquilo que temos que proteger. O nosso rei.”

“-rei.” Temari completou a frase junto com ele, e ficou o observando. Ela não tinha certeza se concordava com o que ele dizia, mas ela conhecia o jogo que ele a ensinara o bastante para entender a analogia.

Pela sua visão periférica Temari sentiu que algo estava errado. Ela focou sua atenção e franziu o cenho.

Isso imediatamente captou a atenção de Shikamaru. “O que foi-? Onde está Mirai?”

Ele se levantou com ímpeto e preocupação, observando seus arredores. Temari levantou-se também, mas mais tranquila que Shikamaru.

“Está tudo bem, ela não pode ter ido muito longe.” Ela tratou de tranquilizá-lo. “Além do mais, é improvável que nós dois como shinobis não vamos conseguir localizar uma criança de 2 anos.”

Shikamaru ainda parecia assustado, mas ele pareceu relaxar um pouco com as palavras dela. Temari começou a andar para o lado, e nesse instante viu a protegida de Shikamaru abaixada na porção de gramado próxima ao brinquedo que ela usava antes. Temari sorriu ao vê-la, e apontou para Shikamaru, que se aproximou ainda perturbado a onde ela estava, e ao ver a Sarutobi, começou a andar em direção a esta. Temari revirou os olhos pelo jeito dele, mas sorriu amavelmente mesmo assim.

Shikamaru se abaixou para falar com a pequena, e Temari foi se aproximando lentamente, sem ouvir o que eles diziam. “-mas é que as flores estavam muito bonitas!” A Sabaku ouviu quando se aproximou mais. “Oh!” Mirai estendeu a mão cheia de pequenas flores que ela havia coletado do chão para Shikamaru.

“São para mim?” O Nara perguntou com um tom de voz lisonjeado.

“Nããããoooo!” A pequena falou enrolado, como se a resposta fosse óbvia. “Você tem que pegar e dar para a Temari-san!”

O rosto de Shikamaru se congelou por um momento pela surpresa. Temari também corou com a sugestão inesperada. As risadinhas e sorriso expectante de Mirai foram o que o impulsionaram a se levantar. Então ele se virou, e olhou diretamente nos olhos dela. Temari se deixou perder nas profundezas daquele olhar, e se perguntava se ele sentia o mesmo. Ele sorriu e uma paz a preencheu, então ele lhe estendeu as flores, sob o olhar atento da Sarutobi. “Eu tinha que dar isso para você.”

“Não é assim!!!” A pequena reclamou. A irritação dela tirou o constrangimento dos dois quanto ao momento.

“Não?” Perguntou Shikamaru divertido, se fazendo de confuso.

“Não! Você tem que dizer ‘são pra você!!’.” Ela ainda mostrou como quem está entregando a flor para alguém.

Shikamaru se virou para Temari, os dois ainda sorrindo e achando graça da situação. “São para você!” Ele estendeu novamente o pequeno punhado de flores.

“Muito obrigada.” Temari sorria com o mesmo sorriso travesso, de quem está seguindo a brincadeira.

“Agora você coloca no cabelo assim óó!” Ela mostrou a Temari como colocar a flor sobre a orelha, que a imitou.

“Assim?” A Sabaku perguntou, sorrindo divertida pra a pequena, que acenou com a cabeça. Mas a flor logo caiu dali, as duas mulheres vendo-a cair no meio delas. Mas uma mão foi mais rápida e a pegou no meio do ar. Shikamaru recolhera a flor no meio da queda, e ao levantar seu olhar se encontrou com o de Temari. Cuidadosamente, ele colocou a pequena florzinha roxa no cabelo dela, e quando seus olhares se encontraram novamente foi um momento intímo e profundo entre os dois.

Nenhum deles soube quanto tempo haviam ficado perdidos nos olhos um do outro, até ouvirem os risos da pequena Sarutobi, atraindo a atenção de amobos e os deixando ruborizados, por terem sido pegos pelo momento.

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“Shika-nii, eu quero ir no banheiro!” O rosto de Mirai estava contorcido, assim como ela também contorcia suas pequenas perninhas ainda cambaleantes.

Após a cena das flores, Mirai parecia muito contente, e se ela reparou em como o momento foi constrangedor para eles, ela não demonstrou nenhum sinal. Ela provavelmente não entendia o que se passava entre eles exatamente, então para ela nada disso era estranho.

Depois de brincar no parque ela disse que estava com sede, e Shikamaru lhe comprou uma pequena garrafa de suco, e os três passaram a andar pelo comércio, com Mirai alegremente apontando para diversas coisas que lhe atraíam a atenção e falando animadamente. Seus comentários divertiam os dois adultos, tanto pela sua ingenuidade como pela engenhosidade de suas comparações.

Mas agora já fazia algum tempo que a pequena começara a reclamar que queria ir no banheiro. “Nós já estamos indo pra casa, Mirai.” Shikamaru já tinha respondido isso outras vezes, mas a garotinha continuava a repetir seu pedido.

“Mas não vai dar tempo, está muito longe!” Ela franziu o rosto, se contorcendo e virando as pernas. Shikamaru ficava com uma expressão muito engraçada ao vê-la assim, Temari pensou, tão indeciso e confuso sobre o que fazer, que Temari queria rir da cara dele.

Ela, no entanto, resolveu salvá-lo dos problemas dessa vez. “Tudo bem, eu levo ela.”

Shikamaru a olhou sem entender, talvez por achar que ela não gostasse da pequena Sarutobi, e logo um misto com dúvida surgiu em seu olhar. Do que ele estava duvidando? Que ela não soubesse lidar com a menina? Que fosse incomodá-la. “Por favor, poupe-me desse olhar, Nara.” Ela reclamou logo em seguida, franzindo o cenho.

Shikamaru suspirou fundo e se abaixou para falar com a garotinha, que ainda se contorcia. “Temari vai levar você no banheiro, tá? Mas você se comporte e obedeça ela, entendeu?” A pequena fez que sim com a cabeça veemente, e então Temari lhe ofereceu a mão direita, a qual ela pegou.

“Só não vá embora e nos deixar aqui, Nara!” Ela ameaçou em um tom de voz brincalhão, e Shikamaru revirou os olhos em fingida irritação, mas seu sorriso de lado o entregava.

Temari e Mirai entraram no banheiro feminino, a última anormalmente calada e silenciosa. Temari a ajudou com sua roupa e levantou a pequena a colocando sobre o vaso sanitário e tratando de segurá-la, apesar de que esta parecia estar acostumada a fazê-lo apoiando seus bracinhos na lateral e se mantendo firme. O silêncio inusual permanecia entre eles, e Temari se perguntava o que fazia a menina tão alegre e falante perto de Shikamaru e tão esmorecida quando só com ela.

“Acabou Mirai-chan?” Temari lhe perguntou, sem saber ao certo como lidar com essa nova face da pequena. Mirai levantou o rosto para olhar Temari, e foi nesse momento que Temari pôde ver seus olhos vermelhos chorosos. Ah não, por favor não chore! Temari implorou mentalmente.

“Temari-san...” A Sarutobi começou num fio de voz. “O Shika-nii... não vai embora, que nem meu papai né?” Seus olhinhos estavam arregalados, como se a ideia a apavorasse, e finalmente Temari entendeu porque ela estava tão calada.

A kunoichi engoliu em seco. O que ela deveria responder? Ela não suportava a ideia de mentir, não importava a idade dela, mas ela não podia simplesmente dizer que um dia Shikamaru não estaria mais ali. O simples pensamento de não ter mais Shikamaru fez um frio percorrer sua espinha e seu coração disparar apertado.

Ela respirou fundo e se abaixou para ficar na linha dos olhos de Mirai, que a olhava suplicante. “Mirai-chan...” Temari tentou encontrar as palavras, mas nada parecia ser exatamente certo. Ela soltou um suspiro. “Seu pai não foi embora porque ele quis.Ele teve que ir embora para proteger vocês, mas eu tenho certeza que ele queria muito estar aqui com você e com sua mãe agora. E eu sei que o Shikamaru também não quer ir embora, ele vai fazer tudo, tudo, tudo mesmo, para estar sempre aqui com você quando você precisar.”

“Ele não vai embora agora né?” Ela perguntou, ainda meio assustada e chorosa.

“Não. Você vai ver, ele vai estar ali fora quando nós sairmos.” Temari falou gentil, esperando – desejando – que isso sempre fosse uma verdade em sua vida. Mas eles eram shinobis, e ela sabia disso.

A pequena concordou com a cabeça, olhando para baixo, e depois falou um ouco mais tranquila. “Que bom. Assim você não vai ficar sozinha comigo que nem a minha mamãe.”

Temari sentiu-se ruborizar com estas palavras tão espontâneas da Sarutobi. Será que ela relamente entendia o significado que elas tinha para Temari?

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Quando as duas saíram, Shikamaru não estava em nenhum lugar visível.

“Shika-nii!!!” Mirai gritou, um tanto desesperada.

“Calma, ele logo vai estar aqui.” Temari falou tranquila, tentando lhe passar uma certeza que por um instante lhe falhou.

“Hey!” Veio o cumprimento arrastado dele, saindo de uma barraca mais a direita delas, com três saquinhos nas mãos.

“SHIKA-NII!!!” A Sarutobi saiu correndo na direção dele, feliz e aliviada, e se agarrou em suas pernas, já que ele não conseguia pegá-la.

“Oi...” ele disse, parecendo um pouco surpreso e atordoado com a atitude da pequena, e logo voltando o olhar para Temari, lhe perguntando silenciosamente se ela sabia o que era aquilo. Temari simplesmente desviou o olhar, incapaz de lhe olhar nos olhos no momento, o coração ainda apertado por imaginar seu mundo sem ele.

Shikamaru, ao não obter resposta, usou uma das mãos que tinha apenas um saquinho para encostar na cabeça de sua pequena protegida. “Ei.” Ele disse, e ela se soltou dele para olhá-lo. O Nara aproveitou a liberdade para se abaixar. “Olha, eu comprei umas castanhas doces, você quer?” Ele ofereceu o pacote para ela, que sorriu amplamente e concordou com a cabeça, aceitando o doce.

Temari estava caminhando até eles lentamente, e quando se aproximou o suficiente, Shikamaru deu um passo em sua direção, oferecendo-lhe um outro pacote de castanhas. “Obrigada por levar Mirai.”

“Não foi nada.” Ela negou levemente com um sorriso fraco, ainda sem olhar em seus olhos.

“Está tudo bem?” Ele lhe perguntou, parecendo preocupado.

“Está sim.” Ela respondeu com um sorriso mais seguro, mas encarando as castanhas que ele comprara. Seu doce favorito.

Apenas um aceno de cabeça foi a resposta dele. Temari sabia que ele percebera que algo a incomodava, mas que ele respeitava a opção dela de não falar, esperando que ela falasse quando se sentisse a vontade. Temari agradecia muito, e esperava que ele soubesse disso também.

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Os dois estavam andando até o hotel em silêncio, depois de deixarem Mirai em casa com Kurenai, que agradeceu inúmeras vezes e repetiu para Shikamaru que ele não precisava estar sempre lá. “Receio que preciso. Eu fiz uma promessa.” “Tchau, Shika-nii!!” O rosto dele automaticamente se iluminava ao ouvir a pequena, e Temari sorria ao ver a cena.

Agora, ambos seguiam lado a lado, mas distantes, perdidos em seus pensamentos, até que Shikamaru falou. “Obrigado por hoje, e desculpe por te fazer cuidar de Mirai-chan.”

“Não foi um problema. Ela é uma ótima criança.” Temari respondeu, encarando o caminho a sua frente. O silêncio entre eles voltou a surgir, mas dessa vez ficou mais carregado e tenso conforme caminhavam. “Não foi por causa dela.” Temari continuou, querendo lhe garantir.

Shikamaru levantou uma sombrancelha, a encarando de canto de olho. Temari sabia que ele estava em dúvida sobre perguntar ou não, mas ao mesmo tempo ele queria a resposta. Então ela parou e se virou para ele, seus movimentos imitados pelo Nara.

“Eu sei que estamos sempre longe, e isso nunca foi um problema realmente, mas...” Temari falou serenamente olhando para o chão, e então levantou seu olhar para encarar Shikamaru firmemente. “Não vá embora para sempre. Nós... nós precisamos de você aqui.” Ela viu ele piscar duas vezes, desconcertado, e então decidiu sair dali antes que a situação ficasse mais inquietante. “Boa noite, Shikamaru.” Ela se virou para entrar no hotel que estava a menos de uma quadra de distância.

Mas uma mão agarrou seu pulso, a impedindo de prosseguir. Ela se virou, encontrando Shikamaru olhando para o chão, mas a segurando.

Ele levantou seu olhar para ela, e Temari pode ver a determinação brilhando em seus olhos escuros. Aquela simples visão aquecia seu coração. “Eu não pretendo ir a lugar nenhum...” Ele lhe assegurou. “Na verdade, se dependesse só de mim, você nunca mais iria embora também.”

Vendo aquela determinação, sem dúvidas ou preocupações, a fazia acreditar nele. Céus, como ela acreditava nele. Mais do que em si mesma. Ali, ela soube que, o que quer que acontecesse, eles estariam juntos um ao outro – mesmo que não fisicamente. Eles estavam sempre um com o outro.

Ela sorriu de lado e desviou o olhar, olhando para o céu. “Talvez um dia...”


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Notas finais do capítulo

EHHH, se você chegou até aqui, muito obrigada por ler. Agora, pode deixar um comentário aqui embaixo e me fazer feliz né?
Por favor, eu nuca te pedi nada! Hahahahaha

Mas sério, estou precisando de qualquer coisa que me anime.



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