Scorpius & Rose (vol. 2) escrita por Janne Esquivel


Capítulo 16
Capitulo 15 - Lei de Murphy


Notas iniciais do capítulo

Olá, meu amores! Foi muita covardia da minha parte deixar vocês esperando no momento climax da nossa história, perdoem. Meu está sugando tudo que pode dentro de mim, a bolsa tá fazendo eu escrever artigo atrás de artigo! O que é isso SENIOR?!

Enfim, beijos de luz e aproveitem o capitulo!



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Capitulo XV - Lei de Murphy

Existe uma lei no universo que diz que tudo aquilo que tiver que acontecer vai acontecer, ou seja, o que também tiver que dá errado vai dá errado e da pior maneira possível, causando mais danos. O que quer dizer que é muito provável que chova quando você esquecer o guarda-chuva; ou, quando você estiver super atrasado, o transito estará completamente parado; ou, quando você é um recém-formado na Escola de Magia e Bruxaria mais famosa do mundo, a maior irresponsabilidade de toda a sua vida esteja preste a acontecer.

Lucius Malfoy era um jovem como qualquer outro: absolutamente inconsequente.

O plano era bastante simples, não passava da intenção de comemorar com alguns amigos, no centro de Londres, a gloriosa saída de Hogwarts como bruxos destinados ao sucesso. Queriam beber as bebidas trouxas e rir dos coitados e das suas vidas patéticas sem magia, afinal, agora eles era um bruxo, raça superior por assim dizer. Lucius só não esperava beber demais e fazer tanta besteira seguida, onde entre uma delas estava apostar com os babacas do seus acompanhantes que encontraria e apanharia uma trouxinha mais fácil do que aparatar. Ele também não esperava que a sua cabeça ridiculamente bêbada ganhasse a aposta, muito menos ficar tão envolvido ao ponto de levar seja lá quem fosse a vítima direto pra sua cama. No outro dia, como era de se esperar, ele já não lembrava de nada. Acabou indo para casa com nada mais que roupas suadas, uma bela e esmagadora dor de cabeça e repulsa da própria condição.

Como ele foi capaz de se deitar com uma trouxa estupida e indigna?

O tempo passou e como ele esperava, tudo sobre aquela noite continuou enterrado, como uma história ruim sobre a sua adolescência que jamais seria contata para os seus netos. Narcisa tornara-se sua esposa e sua ascensão na alta sociedade bruxa estava a todo vapor com os esforços a próprio punho. Lucius Malfoy seria lembrado por seus feitos ao lado do Lorde das Trevas, sendo o braço direito daquele que governaria a fraca e inferior humanidade dos homens. Até que a órfã Kieran Johson apareceu em sua vida com 17 anos de idade reclamando por seu dever de pai. Ela tinha sido fruto daquela noite desastrosa, que quando ele achou que não, marcara sua vida por inteiro.

É desnecessário contar como quão covarde e cretino o Sr. Malfoy se comportou diante a moça, escorraçando-a de sua casa imediatamente, pois, caso soubessem que ele tinha uma filia mestiça fora do casamento, seria sua eterna ruína.

A menina não voltou a procurá-lo, por mais incrível que possa parecer. De qualquer forma tal fato não lhe trazia alívio, porque ele pretendia vigia-la e ajudar como pudesse, ainda que de longe; afinal, era uma bela garota de traços Malfoy que teve a ousadia de lhe desarmar mesmo depois dele tê-la humilhado miseravelmente. Fora uma cena horrível para sua memória, mas que o mudara profundamente. Não lhe fazia mais sentido a causa de seu mestre, pois ele ameaçava uma parte da sua carne.

Quando as coisas apertaram e a guerra estava para ser decidida, ele envelhecera anos fora do seu tempo, de puro cansaço e decepções, a loucura de Voldemort era algo fora de qualquer limite. Narcisa o apoiou quando ele sugeriu para que desistissem. “Pelo bem de Draco”, ele dissera, mas o fundo do que restara da sua humanidade sabia que era pelo bem de Kieran também.

 Tão insano era Voldemort, tão maligno poderia ser.

O Lorde sabia das intensões de seu seguidor, ele tinha vigias desde o nascimento de Kieran. A menina foi criada por ele em segredo e usada como um teste que provava que Lucius falhara com seu mestre. Quando em confronto, o último ameaçara abandoná-lo, Voldermort revidou afirmando que lhe exporia como um traidor de sangue fraco e insignificante e se certificaria que seus dois filhos fossem mortos. E assim, ainda que a contra gosto, o Sr. Malfoy assinou a venda do resto de sua alma para o diabo.

Draco sabia sobre sua meia irmã e não a aceitara de início, até perceber que eles dois eram exatamente iguais: peças semi descartáveis no meio daquele tabuleiro, lembrados apenas quando precisavam de seus serviços. No entanto, ele não nutria a mesma sensibilidade pelo pai, afinal de contas o seu bem estar, o da sua mãe e o de pessoas que ele aprendeu a entender e amar, estava em completo perigo. Draco fora egoísta por boa parte da sua vida, mas a guerra o mudara e ele sabia que ao pai também, mas a diferença entre os dois era como eles decidiram agir depois disso.

Mas tudo acabou. O Lorde estava morto. Lucius Malfoy foi julgado e preso. Draco conseguiu perdão e, acima de tudo, perdoou-se. Kieran foi mandada para um manicômio por insistência do meio-irmão com o apoio de Harry Potter, pois ambos acreditavam que a mesma poderia ser salva e reinserida na sociedade bruxa. Fora dada como morta e recebeu um outro nome, para não ser perseguida na comunidade e pudesse viver sua vida em paz. Mas ninguém esperava que a menina fugisse, matando três médicos trouxas e simulando um suicídio. Nos arquivos oficiais, ela se encontrava definitivamente morta e seu caso fora arquivado, embora as dúvidas sobre o mesmo ainda pairassem sobre os investigadores por muito tempo depois.

É desnecessário lembrar que a Kieran não enxerga a própria história tal como a realidade que os fatos nos contam, o que pode ter gerado outra versão no momento que ela a narrou para Scorpius Malfoy. Logo, também é desnecessário dizer, que houve muita glorificação da figura do Lorde das Trevas.

—x-

— Vê, criança tola?! O Lorde das Trevas me acolheu quando ninguém mais o fez! Quando seu avô me abandonou, o meu senhor estava lá para me acolher! – Finalizara a mulher com um sorriso irregular de nostalgia. A loucura tomava seu olhar.

— Ele USOU você! – Rebateu o General Potter enquanto Scorpius lidava com o que acabara de ouvir. – Você merecia amor, Kieran. Merecia alguém que a compreendesse e a ajudasse de verdade!

 - CALE A BOCA, MESTIÇO IMUNDO!

— Ele vigiava meu pai! Usava você para manipulá-lo, para mantê-lo na linha! – acresentou Draco Malfoy. O seu estado deplorável parecia não ter efeito sobre o glacial e a imponência da sua voz. – Você não é a princesa das trevas! Não chega nem perto de uma arma secreta! Para ele, você não passava de um segredinho sujo.

— Engana-se irmãozinho! Seu babaca de merda! Ele me amou como uma filha. Eu sou sua última cartada!

Era inútil, pensou Scorpius. Nada que dissessem a faria enxergar, ela estava completamente perdida na sua obsessão. Os olhos do loiro pairaram sobre a mesa, onde Rose se contorcia, com os pulsos em carne viva. Ela estava tentando se soltar e pelo que ele percebera, estava muito perto. Kieran não podia notar. Era inútil discutir com ela, mas no momento, eles precisavam de mais dois ou três tempos. O loiro então se ajeitou para falar, mas a voz assustadoramente vazia de Ronald tomou a frente. O ruivo mantinha as mãos nos bolsos, como se estivesse num passeio. Parecia ridiculamente relaxado.

— Suspeito, na minha completa insignificância, que todos esses seguidores foram resultado de um esforço pessoal, certo? – A pergunta era carregada de sarcasmos e frieza, mas era séria.

— O que esperava, traidor? Depois de prenderem todos os fiéis do meu senhor! – replicou Kieran, embora ficasse curiosamente abalada. Sua postura, antes firme e confiante, agora estampava incertezas.

— Esperava que, sendo você a grande “arma secreta”, ele fosse deixar no mínimo umas dúzias de pessoas para lhe servir e proteger. Maaaas, quem sou eu, não é verdade? Para tentar pensar como um grande assassino, insensível, incapaz de amar a si mesmo.

— Cale-se! Cale-se! CALE-SE! – Kieran tinha as mãos nos ouvidos, balançando a cabeça freneticamente, como uma criança birrenta.

                - Por quê?! – Ronald levantou a voz, mas sem gritar – Por fazer-lhe provar da verdade?! Porque é isso o que é! Ele usou você como um brinquedo e não deu a mínima quando achou que conseguira o que queria. Se você fosse importante, não teria sido achada quase morta de fome num cativeiro imundo! Se você fosse importante não teria sido miseravelmente esquecida por seus fiéis que ainda estão vivos! Por que será que ninguém tentou fugir por você?! Porque é impossível?! Bom, Voldemort conseguiu fazê-los fugir de Azkaban uma vez! Você não é absolutamente nada, Kieran! NADA!

— Basta, Ronald! – Ordenou o General Potter erguendo a mão sobre o peito do amigo. Falando mais baixo, prosseguiu: – Lembre-se que sua filha está mais próximo dela do que de nós.

— Por que diabos nós nunca soubemos dela? – Albus quis saber, aos cochichos. No entanto, ninguém lhe respondeu porque a risada louca e macabra de Kieran ecoou por toda a clareira.

Ela ria e ria, em completo abandono. Não havia piada, não havia clima, ninguém falara absolutamente nada. Só havia o seu riso.

— Muito bem lembrado, General! – Ela bradou ainda entre gargalhadas – A pequena sangue ruim ainda está sob minha influência! Vamos acabar logo com isso então, essa brincadeira tola já perdeu a graça.

Rose paralisou em apreensão, suas mãos quase se libertando. Kieran e Olivia viraram-se para o altar...

— NÃO! – O grito de Scorpius as chamou de volta! – Ela não tem nada a ver com isso, o bebê não tem nada a ver com isso! Se quiserem se vingar dos Malfoy, então matem a mim! Façam o que quiser comigo, mas não toquem nela!

Kieran calou-se e encarou o jovem, inclinando a cabeça em reflexão. Era difícil ler o seu olhar, mas ela parecia estar cogitando aquela possibilidade enquanto o resto permaneciam em silêncio. O peito de Scorpius subia e descia em apreensão, era capaz de sentir o próprio pulso quase estourando pelos seus ouvidos. Ele estava pronto para o que viesse, menos para o que aconteceu.

— Chegará sua vez, querido...

E em um último sorriso, Kieran lançou lhe um feitiço. Scorpius voou para trás do próprio grupo, levando três junto consigo. Um deles era Albus.

Não estavam mortos, mas o impacto com certeza quebrou alguma coisa. A terra não foi suficiente para ampará-los.

Uma chuva de feitiços caiu logo depois contra todos eles, dando início a batalha. Os bruxos em negro se aproximavam cada vez mais dos aurores, que decidiram avançar também, espalhando a luta pelas bordas. O barulho de feitiços, pessoas caindo, gritos de fúria. O caos estava lá. No entanto, o pior estava por vir.

Rose soltou-se num segundo crucial de distração e adrenalina. Seu corpo tremia numa energia descomunal. Pulou do altar, dirigindo-se para Olivia com uma velocidade alucinante, sua perna direita se ergueu fazendo seu corpo girar até que o chute atingisse a face da garota em cheio. Esta não teve escolha se não cair inconsciente, mas não sem antes de ter a varinha roubada por sua agressora. Rose virou-se no segundo seguinte esperando ter tempo de ainda pegar Kieran despreparada, mas a bruxa já a esperava com a própria varinha erguida, esperando, uma palavra fora o bastante para derrubar a ruiva.

O grito de profunda dor e agonia de Rose Weasley sob a maldição imperdoável fora o suficiente para parar o tempo mais uma vez. Scorpius ainda tentava se erguer quando, apoiado nos braços e de cabeça erguida em direção ao altar, vira a ruiva desabar impotente, com movimentos assustadoramente irregulares. O olhar do Malfoy pulsou num ódio que tomara o seu corpo e libertara o pior que havia nele. Tudo ao seu redor sumira para dar lugar a um cenário sombrio. No plano, só passaram a existir três pessoas: ele, Kieran e Rose. A própria respiração tornara-se uma orquestra fantasmagórica. Ao fundo, bem distante, alguém chamava seu nome, mas ele não dava a mínima. Viu-se de pé, viu-se mirando sua varinha com a força de um anjo vingador e, com uma voz que já não era mais sua, anunciou o julgamento.

Rose parou de se mover no segundo seguinte. Seu corpo jazia em completo silêncio.

Kieran desmoronou, pálida. Rolou os degraus como um boneco.

Scorpius parou nos próprios joelhos. Ao seu redor, tudo desabava.

As luzes apagaram.

As cortinas se fecharam.

O show acabou.


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Notas finais do capítulo

EeIiTa PAUPEREIRA!! O QUE ACHARAM?



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