Scorpius & Rose (vol. 2) escrita por Janne Esquivel


Capítulo 14
Capitulo 13 - As faíscas


Notas iniciais do capítulo

Olá, caros leitores. Sinto muito pela demora, de verdade. Estou de volta no meu curso e agora faço parte de um programa de bolsa, o que quer dizer que meu tempo livre é tão inexistente quanto o próprio zero. Se é que isso faz sentindo...

Enfim, espero que me perdoem! Fiquem com mais essa cap! As coisas finalmente vão queimar! Muahahah Beijos! Boa Leitura!!



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Scorpius & Rose

Capitulo XIII - As faíscas

O mesmo salão podre pintou-se ao seu redor e a súbita vontade de vomitar a fez gemer de dor pelo rasgo de ânsia no estômago, seu corpo projetou-se para o lado sob o colchão velho enquanto uma voz distante falava com ela. Nada saiu da sua boca e o desconforto se tornou pior quando ela se deu conta que a garganta secara. Voltou as costas para o acolchoado ralo e tentou não respirar, mas era difícil, visto que pela boca parecia pior do que pelo nariz.

— Rose, você precisa pegar um frasco de poção debaixo da sua perna direita e conectá-lo a sua intravenosa, está me ouvindo? – instruía a voz, abafada e baixa. – Vamos, querida, você precisa trocá-lo.

Ela estava ouvindo, ela sabia o que tinha que fazer, mas seu corpo não estava funcionando com a mesma velocidade que sua mente. Deslizando a mão pra debaixo do tecido ralo que cobria sua cocha direita, ela sentiu o vidro morno e o apoiou no chão, tateando a área até achar outro frasco vazio, enfim, desconectando a agulha deste e a ligando ao outro. Não demorou para ela se sentir melhor, logo parecia que tinha comido um baquete e bebido jarras grandes de água. Os olhos tornaram a abrir e ela virou a cabeça para o lado, encontrando Draco Malfoy amarrado a uma cadeira mais à frente.

— Amadores – ela sorriu debochada. – Você pode se soltar, não pode?

— Sim, mas ainda não, eles estão no cômodo ao lado, então mantenha-se quieta e de olhos fechados. Poderemos conversar, mas assim que eu mandar, você tem que calar, certo?

Rose murmurou uma confirmação, obedecendo.

— O que eu estou tomando?

— É uma porção, deixa você abastecida por 12 horas, o tempo que ela leva para se espalhar pelo seu corpo. É como uma refeição completa; com nutrientes, proteínas, agentes de hidratação e, obviamente, magia... Você poderia bebê-la, mas seu efeito permaneceria por bem menos tempo.

— Há quanto tempo estamos aqui?

— Estamos na noite do segundo dia.

— Então diga-me que tem tomado isso também?

— Não se preocupe comigo, já tivemos sorte o bastantes por ter o suficiente para você no bolso do meu jaleco.

Rose bufou. Ele era igual a Scorpius, ou melhor, Scorpius era igual a ele: teimosos. Ela não discutiria, ainda se sentia esgotada e temia adormecer de novo, então estava fora de cogitação perder tempo. Draco sabia o que estava fazendo, ela esperava por isso.

— Feitiço de expansão? – Decidiu perguntar.

— Sim, por fora parece sempre um bolso vazio, mas por dentro não.

— Tudo bem, então me atualize... O que está acontecendo? O que diabos eu perdi?

— É uma história muito longa, o que você precisa saber é que você foi levada ao St. Mungus depois da última missão com lesões sérias na coluna. De algum modo instalaram um portal no seu quarto no Hospital fazendo todo o cômodo ser puxado para essa mansão, logo fomos jogados aqui e o resto do equipamento que te suportava foi destruído. Como eu disse, a sorte é que o bolso do meu jaleco cabe algumas coisas e eu estava dormindo na poltrona de visita em vez de estar no meu horário de almoço.

— Isso quer dizer que não devo me preocupar, meu médico está comigo.

— Eu gostaria de dizer isso, mas não tive como analisar seus resultados depois da cirurgia definitiva. Aliás, como se sente?

— Meu corpo não dói, mas parece cansado, não responde a velocidade do meu cérebro e tem... – Rose engoliu em seco.

— Os enjoos matinais – Draco completou, a voz um pouco mais baixa.

— Então o senhor sabe... Bom, é claro, como meu médico tem que saber.

— Tory também sofreu de enjoos violentos na gravides de Scorpius. Acredito que deva ser uma característica peculiar que nós causamos nas mulheres– Draco riu sem muita vontade.

— Então isso quer dizer que Scorpius também sabe... Droga! Ele deve estar louco.

A situação toda era muito inconveniente. Rose não pode deixar de levar as mãos até a cabeça e pressioná-la um pouco nas laterais, enchendo os pulmões de ar. Sabia que estava grávida, quer dizer, pelo menos era o que sua intuição dizia, mas até o silêncio de Draco Malfoy confirmar, a ideia não a tinha assustado tanto. Merlin! Ela estava grávida e quase morta. Tinha sido sorte o seu filho não ter morrido e... Pensar nisso rasgava o seu coração. Ela queria o bebê; o bebê de Scorpius; o bebê deles. Agora tudo está por um fio, ela nem mesmo sabe o porquê está ali, por que ela?

— Admira-me que você saiba, Rose... – Draco a despertou como o pai de Scorpius, o lado daquele homem que ela pouco tinha visto. Na maioria das vezes, quando os visitava, o Sr. Malfoy quase nunca deixava o porte profissional. Ele era gentil, no entanto, seus tons não se alteravam com frequência.

— Apenas suspeitava – sussurrou a ruiva. De repente sentou-se, fazendo Draco Malfoy ficar mudo. – Bom, ainda sinto algum desconforto, mas consigo me mexer normalmente. Seu tratamento deve estar funcionando, obviamente. Agora só preciso pensar num modo de nos tirar dessa... Se ao menos tivéssemos uma varinha.

— Rose, escute. Elas querem um ritual, um sacrifício insano e a presa é você, não podemos fazer muita coisa e...

— Espera um pouco, vamos por partes. Quem são elas?!

— Isso é uma longa história.

.:x:.

                Ele nunca foi de perder a paciência com facilidade, no entanto, seu autocontrole vinha sendo testado com muita frequência nos últimos meses. Naquele exato momento, por exemplo, estava lhe custando muito não se aborrecer, tanto que quase não valia mais a pena o esforço. O caso era que Harry Potter tinha um gabinete lotado.

                Primeiro havia a inquietação silenciosa de Astoria Malfoy, sentada em um dos sofás do espaço de chá, batendo os saltos no piso de mármore negro freneticamente. Enquanto isso, o filho dela trabalhava na abertura de um buraco no chão bem em frente a sua mesa ao passo que brandia suas reclamações. Também havia seu próprio filho, Albus Potter, lutando para com a própria sanidade a fim de acalmar o amigo.

Então, sobrava Ronald Weasley, atrás da cadeira do general, aparentemente alheio a tudo, de costas para todo o caos, fitando através das janelas o movimento cotidiano do hall do Ministério da Magia.

                - Você tem mais 30 segundos para fazê-lo calar a boca – avisou Harry a Albus Potter – Ou eu mesmo o faço.

                - Ah! Agora você vai fazer alguma coisa? – Scorpius cuspiu para o general, embargado de sarcasmo – Pergunto-me por quanto tempo ainda ficaremos parados aqui feito idiotas?!

                - Uma das vantagens de ser General— e Harry pensou bastante o título ao pronunciar tal frase – é que minhas decisões não são submetidas a nenhum questionamento, portanto, quando digo que vamos esperar, nós vamos esperar!

                - Como ousa?! Você não pode me pedir isso! Estou pouco me lixando para quem é você agora! – bradou Scorpius, batendo os punhos sobre a mesa.

                - Scorpius, precisa manter a calma – pediu Al, afastando o amigo da mesa do pai.

                Externamente, Harry Potter não havia se alterado diante a histeria. No entanto, o mesmo não poderia ser dito para como se sentia internamente. Albus conhecia aquele olhar e não gostava muito dele.

                - Sei o quanto está em jogo para você, Malfoy. Todos nós temos coisas em jogo aqui. Até onde sabemos, Rose, Draco e Olívia foram sequestrados e isso não está sendo nada fácil de lidar. Para nenhum de nós. No entanto, ainda está nas nossas mãos recuperá-los. Por isso, se não agir como um profissional que preciso que você seja, então estará fora disso.

                E o silêncio finalmente se estabeleceu. Ninguém se moveu pelos dois ou três longos segundos seguintes. O peso do perigo, a expectativa de mais perdas estavam caindo sobre eles esmagadoramente. Até que Ginevra Potter passou pela porta com um envelope amarelado nos braços, alcançou a mesa do marido e estendeu para ele o que segurava, ignorando todo o resto. Embora séria, Harry vacilou um pouco ao perceber o vinco suave no meio das sobrancelhas da esposa.

                - Um jornalista em Hogsmead acabou de nos enviar isto, é de Hogwarts – ela informou enquanto cruzava os braços. Um pouco atrás, Albus Potter sentiu a coluna gelar.

                O General Potter desembrulhou o conteúdo sob os olhares atentos e ansiosos dos demais, exceto do seu melhor amigo, que continuava a ignorar o todo em volta daquele ambiente enquanto fitava para além das janelas.

                - Ronald? – Harry chamou, os olhos fixos no que lia.

                - Estou ouvido – respondeu o ruivo depois de um tempo.

                - Essa é a nossa deixa.

.:x:.

                Rose Weasley não fazia ideia de como reagir ao que acabara de escutar. Estava ainda mais atordoada do que quisera imaginar. Enfim tudo se ligava, as coisas faziam mais sentido do que ela esperava. A especulação que tinham feito desde o início não era o real motivo afinal, as coisas estavam para muito além disso. Ela estava em perigo, sua família estava em perigo, o seu bem mais precioso. Droga, sua cabeça doía. Ela tinha que tirar todos dali, dar um fim em tudo o que estaria por vir, mas como o faria? Certamente, se o ataque partisse de fora, se os aurores começassem a decisão, então tudo estaria perdido. Tinha que dar um jeito, tinha que ajuda-los, mas como?!

                Se, ao menos, ela estivesse com a sua varinha...


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Notas finais do capítulo

E então, seus lindos? O que acharam! Tá ficando quente e emocionante, aguarde e logo mais as coisa vão se esclarecendo!

Beijocas e até a próxima!



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