My Old Man escrita por WeekendWarrior


Capítulo 2
Pale Moonlight


Notas iniciais do capítulo

Espero q gostem :)



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O estranho estava de pé na frente da mesa em que eu me encontrava, me encarava de maneira descarada, fazia questão de me fitar profundamente com aqueles olhos verdes estonteantes, me olhava nos olhos como se pudesse me ler. Pensei em não lhe responder a pergunta, mas não faria o meu gênero já que sou nada arrogante ou ignorante. Bom, que mal faria uma companhia agora? Sabia que Stefani e Taylor com certeza demorariam para chegar, me disseram que logo após duas semanas de casados começariam a se sentir como se fossem um casal velho e quase estariam enjoando um da companhia do outro, ambos enganados, pareciam estar mais apaixonados do que nunca!

— Fique à vontade... – apontei para cadeira livre a minha frente na mesa redonda. Ele se acomodou, ainda me encarando.

— Então, como vai Lizzy ou Lana? Como devo chamá-la? Escutei seus amigos falando hoje mais cedo no saguão, fiquei meio confuso – franzi o cenho e reprimi um pequeno sorriso.

— Na verdade me chamo Elizabeth Grant, Lizzy é um modo que me chamam desde pequena – dei uma pausa na frase, será que devia dizer a ele coisas do tipo? – Lana veio depois... E vou bem, obrigada.

Dei um sorriso amarelo. Refleti por um segundo, não sabia ainda seu nome e ele tinha um sotaque estranho.

— E você? Como se chama?

— Jim.

— Só Jim?

— Sim, só Jim.

Não fiz questão de continuar a conversa, continuei passando meu olhar pelo restaurante que com o passar do tempo ia ficando mais cheio, mas nada de Stefani e Taylor.

— Esperando seus amigos? – disse ele se encostando na cadeira e esticando as pernas.

— Sim, combinamos de nos encontrar aqui, mas estão bem atrasados – olhei no meu relógio de pulso simples e dourado.

— Dança comigo.

Foi uma ordem ou estou enganada? Não respondi, fiz de conta que não ouvi, ele voltou a falar.

— Dança comigo, Lana... – disse Jim se inclinando na mesa em minha direção.

Ouvi-lo dizer meu nome daquele modo, com a voz meio rouca, me fez o encarar de uma maneira estranha, ele dirigia a palavra a mim como se me conhecesse, ele agia de uma forma tão natural enquanto eu na presença dele parecia ser feita de ferro.

— Dançar? Não, me desculpe. Estou esperando meus amigos para jantarmos juntos, nós três – sorri fraco o encarando nos olhos verdes.

— Vocês três? Eles parecem ser um casal e... bom, você parece estar sozinha ou deixou o namorado em casa?

Ele me deixou sem graça, fez aquela situação de eu ser a intrusa na meio que Lua De Mel de meus amigos ser algo que os atrapalhasse, será que os atrapalhava?

— Não deixei ninguém em casa – falei ríspida.

— Bom saber... – ele riu de canto de boca me encarando de maneira maliciosa.

Estava pronta para respondê-lo com algo que o colocasse no lugar, mas vi Taylor na porta do restaurante gesticulando com as mãos para que eu fosse com ele. Falei com licença rapidamente e fui em direção a Taylor.

— O que houve Taylor? – notei que ele não estava vestido formalmente.

— Oh, me desculpe Lana! Stefani está mal, algo no estômago, disse que foi por causa dos frutos do mar, por isso não virá e ficarei no quarto com ela, sem problema, não é? – ele deu uma pausa – Sinto muito mesmo. Mas vejo que não está sozinha – ele olhou de relance para mesa que eu estava sentada.

— Ah por favor! Não pense nada demais, ele somente pediu para sentar-se ali, não fui arrogante... simplesmente isso. Só! – ele assentiu rindo de canto de boca. Taylor sempre um bobo!

— Calma, ok? Só vim lhe avisar, Stefani pediu desculpas por isso – Taylor falou fazendo uma cara de ‘’não me culpe’’.

— Sem problemas, vou subir e pedir o jantar no meu quarto. Diga a Stefani que mandei melhoras.

Logo após nos despedimos.  

Quando fiz menção de ir em direção ao elevador lembrei que havia deixado minha bolsa na mesa. Droga!

Cheguei à mesa e Jim ainda estava lá, me esperando?

Dei uma olhada rápida na mesa, na cadeira almofadada e rapidamente no chão, ele me encarava cinicamente.

— Você viu minha bolsa? – perguntei quase tendo um treco, havia coisas minhas lá. Porcaria!

— Vi.

Ele não moveu um músculo sequer.

— Aonde está então? – perguntei de pé ao lado da mesa.

— Vi alguém passar a mão nela – arregalei os olhos.

— Quem? Meu Deus! E você não fez nada? Quem foi?

— Te digo se você aceitar dançar comigo.

Dei uma risada mista de raiva com incredulidade.

— Não! Me diga aonde está minha bolsa, quem a pegou? – bati minha mão em forma de punho de leve na mesa.

— Te digo quem a pegou se aceitar dançar comigo. Aceita?

Hesitei por um momento, ele estava aprontando algo.

— Tá! Tá, tudo bem! Agora quem a pegou?

— Você jura que irá cumprir? – virei os olhos.

— Juro, juro!

— Sabe a mão que eu vi pegar a sua bolsa? Então, era a minha. – ele tirou a minha pequena bolsa do seu bolso.

Minha vontade era de esganá-lo, ele havia feito de propósito, que ódio! Mas, quer saber? Não dançaria com ele coisa nenhuma! Pegaria minha bolsa e me mandaria dali. Fiz menção em pegar minha bolsa da mão dele, mas ele a afastou.

— Você está pensando em descumprir o combinado? Você jurou, Lana.

Ele devia ter gostado de me chamar de Lana.

Juntei todo ar que eu pude e me sentei à mesa novamente, refletindo sobre o que eu havia feito, como sou imbecil. Dançaria uma música apenas e logo após subiria para meu quarto.

— Apenas uma música, Jim. – disse finalmente após uma longa pausa.

Então a banda começou a tocar um blues ao som do piano, e Jim se levantou dando caminho pra que eu passasse por ele em direção a pista de dança.

Chegando na pista ele me puxou para perto, fazendo-me colar meu peito ao dele e como ele parecia grande de perto, era tão alto e sua colônia masculina entrava pelas minhas narinas e me entorpecia inteiramente.

Uma de suas mãos se encontrava em minhas costas e outra em minha cintura, onde eu sentia-o fazer pequenos movimentos circulares. Ele se movia lentamente, me fazendo segui-lo, percebendo ele que eu estava me esquivando um pouco me puxou exageradamente para perto de si, e pude sentir sua excitação, isso me deixou ruborizada, virei o rosto. Coloquei minhas mãos em seu pescoço, ainda com o rosto virado.

— Onde você mora, Jim? – perguntei meio que sem jeito. Queria mesmo inciar uma conversação?

— O mundo é a minha casa – franzi o cenho.

O olhei por um segundo e ele retribuiu o olhar muito mais intensamente.

— Não tem ninguém o esperando em casa, como noiva ou filhos? – Quê? Pra que perguntar isso? Só eu mesmo!

Ele enrijeceu o corpo meio que instantaneamente.

 – Não tenho ninguém me esperando em casa porque o mundo é a minha casa – disse convicto.

— Ah, entendi – isso soou rude, porém não me abalei. Apoiei minha cabeça em seu ombro.

E um tempo de silêncio se seguiu.

— Venha! Quero te levar a um lugar – disse Jim pegando minha mão.

Atravessamos o local e entramos no elevador em silêncio, o vi clicar o botão para o terraço. Comprimi meus lábios em apreensão, eu fitava o chão, porém eu sabia que ele me fitava pelo espelho do elevador.

Chegando lá quase perdi meu fôlego, o vento era muito forte, mas dava uma sensação de liberdade, me senti livre por alguns segundos como se fosse içar voo. Pouco depois de ter me acostumado um pouco com o vento um tanto forte me descabelando toda, olhei de lá de cima a praia e as luzes dos moradores da ilha, isso era realmente o paraíso, a lua estava incrível, ela parecia se gabar de sua beleza essa noite, linda e solitária, acho que me senti um tanto parecida com a lua.

— Bela vista, não? – perguntou-me ele sorrindo, retribui o sorriso.

— Achei maravilhosa! Tirando a parte que o vento está me descabelando – ri sonoramente.

E por um momento vi uma faísca de desejo nos olhos dele, isso me arrepiou por inteira.

Ele chegou perto de mim rapidamente e tirou uma mecha que estava em meu rosto, ele estava tão perto de mim e com um olhar de me dar arrepios, mas eu no fundo estava gostando daquela sensação.

Quando me vi estava aceitando e retribuindo seus beijos e suas carícias, segurei sua nuca como se fosse aquilo que me mantivesse na gravidade. A barba pinicava mas isso não importava, eu estava realmente excitada com aquela situação que ele me pôs. Ele me acariciava sem medo, mas nada rude ou atrevido, assim me deixando a vontade. Suas mãos hábeis iam do meu quadril até delicadamente aos meus seios, eu sei que não deveria dar-me ao luxo, mas ele me entorpecia, eu parecia uma adolescente fazendo coisas com o primeiro namoradinho atrás do colégio, eu queria mais.

Ele interrompeu o beijo me deixando sem chão.

— Melhor te levar pro seu quarto – meus lábios estavam entreabertos e minha respiração um tanto fora de compasso.

Eu ia abrir a boca pra falar algo, mas não saiu. Ele me pegou pela mão e nos dirigimos ao elevador novamente, em silêncio, que homem insano. Me beija e depois me frustra. Balancei a cabeça quase que imperceptivelmente. Cliquei o botão do meu andar e quando a porta se abriu fui em direção ao meu quarto, ciente de que ele estava atrás de mim. Mordi meu lábio.

Cheguei em frente à minha porta.

— Bom, é isso... Boa noite, Jim – disse mal o olhando na cara.

Peguei a chave que estava dentro de minha bolsa, mas ele logo pegou-a de minha mão, abriu a porta e pediu roucamente:

— Entre por favor, Lana...


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Notas finais do capítulo