My Old Man escrita por WeekendWarrior


Capítulo 19
Death or Freedom


Notas iniciais do capítulo

Segurem seus corações...



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Krule

— Aqui estamos – constatou Jim enquanto estacionava o carro longe da casa. Ele virou-se para mim no banco traseiro – Nós vamos lá acabar com a raça do seu amiguinho e você... Bom, melhor não aprontar nenhuma.

— O que quê esse pirralho pode fazer, Jim? – zombou o loiro do meu lado.

Jim deu de ombros.

— Não confio no ruivinho. Mas agora vamos!

O alto me deu uma última encarada da morte e eu me encolhi ainda mais no banco traseiro.

Logo vi os três andando na estrada de terra em direção a casa onde Sid estava mantendo Lana cativa. Se o maluco do meu amigo sair vivo dessa, prevejo ele arrancando minha cabeça. Merda!

Não pensei duas vezes, peguei o celular que estava escondido no bolso interno da minha camiseta xadrez.

— Que foi porra? – atendeu Sid, sempre meigo – Disse pra me ligar somente se algo acontecer.

— A verdade é que aconteceu, Sid. Me desculpa, cara... mas Jim está chegando aí na casa...

 O quê? – ele gritou, afastei o telefone do ouvido – Seu filho da puta, o que você fez? Merda! Seu maldito! Seu traidor!

— Anda logo, se manda daí! Deixa a garota dele! Não vale a pena. Mas anda rápido, eles estão a alguns metros da casa. Jim e mais uns dois caras, bem fortes por assim dizer.

— Krule, quando eu sair dessa vou arrancar sua cabeça! Filho da puta!

— De nada – desliguei o telefone.

Saí do carro e comecei a andar rápido pela estrada de terra em direção a cidade. Iria me mandar daqui o mais rápido possível.

Estou fodido de qualquer maneira mesmo. Saio das mãos de um para parar nas mãos de outro.

Apurei o passo e quando vi já estava correndo pra longe dali.


 

Lana

Estava me vestindo depois do banho quase frio que tomei quando Sid entra com tudo no quarto. Solto um grito assustado.

— Coloca a droga dessa roupa rápido! – ralhou enquanto eu abotoava a parte de frente do vestido.

Foi até o armário e tirou um tênis All Star vermelho gasto. De onde ele tirou isso?

— Coloca isto! Vamos a pé.

— Que? Vamos sair daqui? Mas... – ele me empurrou na cama, me fazendo sentar.

— Coloca a porra do sapato, entendeu? – assenti com a cabeça engolindo em seco.

Coloquei o sapato que ficou um pouco apertado, mas dava.

Sid me pegou pelo braço, descemos correndo a escada e saímos pela porta dos fundos da casa em direção ao bosque.

— Sid, está escuro... e se...

— Cala boca e vem! – ele sacou a arma, eu não estava entendendo nada. Será que ele iria me matar e depois me enterrar aqui? Meu Pai do céu!

O moreno me levava pelo braço, quase corria e eu tinha de acompanhar. Agora entendi o porquê do tênis. Mas eu tinha quase certeza de que ele iria me matar. Será por causa do velho que apareceu aqui? E se... Será que alguém chegou lá e ele teve que fugir? E se for Jim?

— A-aonde estamos indo? – minha voz saiu embargada, já estava transpirando e ficando cansada, e ainda por cima apavorada.

Meu raptor parecia com raiva, estressado.

— Não te interessa, agora anda mais rápido!

— Você vai me matar, Sid? – travei no lugar, não podia ver bem o seu rosto, estava escuro e a lua não infiltrava bem entre as árvores. Engoli em seco – Vai me matar?

Ele ficou em silêncio. Era minha chance. Eu o deixei fora de ar com essa pergunta, Sid nunca me mataria. Ele vê algo em mim, o quê eu ainda não sei o que é.

No seguinte instante dei uma joelhada em suas partes baixas e saí correndo, enquanto ele ainda ficou ali ajoelhado gemendo de dor.

— Lana! – gritou com agonia – Quando eu te pegar...

Continuei correndo o mais rápido que podia, meus pés doíam pela adrenalina que passava por todo meu corpo, o medo era meu combustível.

Sabia que estávamos um tanto longe da casa, tentei correr mais rápido, contudo, logo comecei a escutar alguém correndo atrás de mim. Merda! Cacete!

Lágrimas começaram a escorrer pelos meus olhos.

— Para Sid! – gritei, sabia que era ele vindo em minha direção. Óbvio!

Tentei correr mais rápido, mas parecia não funcionar, minha garganta doía pelo vento frio que eu inspirava pela boca e no lado esquerdo do abdome sentia pontadas insuportáveis.

Senti um impacto em minhas costas e um puxão no meu cabelo, Sid acabou me virando e senti meu tornozelo virar, havia o torcido. Caralho! Que dor!

Me sentei no chão, gemendo com a dor no meu tornozelo. Sid ficou na minha frente me encarando, infelizmente eu não podia ver seu rosto, podia apostar que agora ele me mataria.

— Você perguntou se eu ia te matar, não é? – indagou com a respiração entrecortada pela corrida – Eu não ia, mas é o certo a se fazer – apontou a arma pra mim, a luz pálida da lua batia na arma e a fazia brilhar. O cano preto me dizia “Olá”. Mais lágrimas escorreram.

— Imbecil! – exclamei – Atira logo, filho da mãe! – o ódio transbordava pelas minhas veias.

Ele riu alto.

— Diga suas últimas palavras...

Um flash passou pela minha mente, pensei em meus pais, minha melhor amiga, pensei em Jim, pensei em tudo que havíamos passado, no que eu havia me tornado depois de tê-lo como meu homem. Eu nunca mais o veria. Fechei meus olhos.

— Jim... eu te amo...

E o disparo foi feito.

Um eco se fez pelo bosque e os pássaros das árvores voaram para longe.

Soltei a respiração que estava presa em meu pulmão. Olhei pra cima e vi Sid com os olhos abertos olhando para o nada em sua frente. Passei a mão em meu corpo, não, o tiro não havia me atingido... Nem Sid havia o disparado.

Sid cai de joelhos em minha frente, seus olhos se encontram com os meus e um olhar totalmente diferente está em suas órbes, eu nunca vi aquele olhar antes. Ele cai no chão de bruços.

Vejo Jim atrás dele, com a arma ainda apontada. Meu homem se aproxima em silêncio.

Agora olho pra Sid quase inconsciente.

— Nancy... eu... – ele murmurou tão baixo... Seus olhos teimam em ficar abertos. Eu estico minha mão até a sua, mas desisto do tocá-lo.

Ergo meu olhar, posso ver Jim e mais dois homens. Nenhum fala nada. Eu quero correr até ele, mas meu tornozelo inchado me impede.

— Jim – falo baixo – Me ajuda aqui, eu... – sou interrompida por mais três tiros que fazem meu corpo pular, Jim atirou mais vezes no corpo de Sid.

Meu homem nada fala, me pega no colo e me tira dali. Há um ódio quase palpável aqui.

— Jim, me perdoe por ter saído escondida... – falei baixinho encostando meu nariz em seu rosto.

— Eu que te peço perdão por não te proteger – sorri e o abracei mais forte.

Eu estava salva. Estava feliz, mas eu estava sentindo um vazio, era algo estranho... Lágrimas escorreram por meu rosto, olhei pra trás e vi os dois homens que vieram com Jim pegando o corpo sem vida de Sid. Pra onde sua alma iria? Eu senti a tristeza dele, eu senti o seu pavor pela solidão. Poderia ter sido diferente, mas nada é por acaso. Solucei no colo de Jim.

— Não chore, meu amor – limpou minhas lágrimas – Acabou – assenti enquanto ele me colocava dentro do carro com cuidado.

Então era isso? Estava acabado? Por que eu me sentia tão... tão triste? Sei que era o inevitável, soube que haveria morte... Eu vi nos olhos de Sid, antes do mesmo morrer, ele me pediu perdão. 

Dizem que a morte é doce como a liberdade.  


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Notas finais do capítulo

xx



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