Sebastian parou seu carro no estacionamento da escola e depois de um beijo rápido descemos do mesmo e entramos na escola.

– O que vai fazer hoje a tarde? - Perguntei e ele deu de ombros. - Que tal um filme na minha casa?

Sebastian sorriu malicioso. A última coisa que faríamos era ver o filme.

– Adoraria, Ruiva.

Ficamos conversando até Charlie e Dylan aparecerem e com eles Spencer. Franzi a testa não entendendo o que os dois faziam com o jogador.

– Oi, Karmy.

– Meu Deus! Qual era a dificuldade de entender que ela não gosta desse maldito apelido? - Resmungou Sebastian e foi ignorado.

– Soube que não deu certo com o O'Brien.

Revirei os olhos. Pelo jeito mesmo depois de duas semanas as pessoas ainda estavam falando disso. Eu não via a hora de poder esfregar na cara de todos (principalmente das líderes de torcida) que Sebastian e eu estávamos... o que é que fosse que estivéssemos tendo.

– Edai, Spencer? Cansou da... como é o nome dela mesmo? Ah é. Ivy.

– Karma...

– Se você não se importa eu não gostaria de te ver na minha frente, Spencer. - Sai andando com Charlie, mas Spencer me segurou pelo braço com força.

– Solta ela, Spencer. - Sebastian mandou e Spencer o ignorou voltando a falar comigo e falando que "nós" dois precisávamos conversar e que poderiam dar certo de novo e todas as baboseiras que estava cansada de ouvir. - Eu disse pra soltar a minha namorada, porra!

Todos no corredor olharam na nossa direção e pude ver Sebastian corar e sorri. Ele nunca havia me chamado assim. Charlie nos olhava com os olhos arregalados.

– Namorada? - Perguntou Spencer. Uma veia saltava em sua testa.

– Sim, eu e Sebastian estamos namorando então ou você me solta ou ele vai te segurar junto com Dylan e eu vou arrancar as suas bolas com uma tesoura sem ponta.

Spencer engoliu em seco e me soltou, ajeitei a minha roupa e limpei a garganta. Até Sebastian deu um passo para trás depois da minha ameaça.

– Vamos. Tenho uma aula pra assistir.

Entrelacei nossos dedos e puxei Sebastian em direção a nossa sala.

– Espera?! É verdade? - Charlie perguntou antes que pudéssemos entrar na sala.

– Sim. É verdade, Charlie. - Confirmei sorrindo quando Sebastian me abraçou pelos ombros.

– Como assim vocês não me contaram? A quanto tempo estão mentindo pra mim?

– Duas semanas. E só queríamos ver onde as coisas iriam para contar.

– Afinal... Karma vai pra Nova York mais cedo.

Quando achei que a loira fosse nos bater ela sorriu e nos esmagou com um abraço.

– Eu sabia! Grace me deve cinquenta pratas.

– Espera! O que? - Perguntei, mas Charlie me ignorou dando um beijo em Dylan e entrando na sala de aula. - Malditas traidoras... elas me pagam.

Sebastian deu risada e então meu namorado, agora assumido, me puxou para a aula de Calculo depois de um beijo.

...

– Todos estão nos olhando. - Murmurei e tomei um pouco do meu suco de caixinha.

– Vocês são o novo casal da escola. Deve ser por isso. - Comentou Dylan.

– Ou por que Karma despreza quase todo mundo e Sebastian é um galinha.

– Ei! Eu não desprezo todo mundo.

– Ei! Eu não sou um galinha.

Charlie revirou os olhos.

– Só relaxem. Todos vão se acostumar logo. - Charlie disse e suspirei. Sebastian abraçou minha cintura e me puxou mais perto.

– Espero que agora os caras parem de te olhar. - Ele murmurou e dei risada.

– Ninguém olha pra mim, Sebastian.

– Você que pensa, Ruiva. Parecem cobras observando a presa. Ei! Não revire os olhos pra mim.

Terminei de comer e me soltei de Sebastian para jogar o lixo fora e colocar minha bandeja no lugar.

– McQueen. - Mônica disse aparecendo sozinha. Pude ver Charlie e Sebastian nos olhando da mesa.

– Oi, Mônica. Algum problema além do nariz torto e quebrado? Ou só gostou de me encher a paciência.

Ela sorriu de lado enquanto jogava seu cabelo por cima de seu ombro e mandava um tchauzinho para Sebastian.

– Ele é um gostoso não é? Não sei como alguém como você consegue caras tão gostosos. Primeiro Spencer, então Jason e agora Sebastian.

– Alguns caras gostam de inteligência. Tente ler mais livros. Mesmo 50 Tons de Cinza está valendo.

O sorriso de Mônica se tornou sarcástico.

– É uma pena que não vai durar com o Sebastian, não é?

Foi a minha vez de sorrir, sarcástica.

– Por que? Você vai fazer de tudo para nos separar? Aposto que Spencer ia adorar montar uma dupla do mal com você.

– Eu não vou precisar fazer nada. Só esperar. Afinal você vai para Nova York daqui a algumas semanas. Duvido que dure muito com você lá e ele aqui sozinho e carente com tantas garotas interessante a sua volta.

A olhei séria.

– Como você sabe que eu vou para Nova York? - Perguntei e Mônica sorriu mais ainda.

– Meu pai trabalha com sua mãe e ela não consegue parar de falar sobre sua filhinha gênio indo para a faculdade mais cedo e como morrera de saudades da sua menininha. - Disse com um falso tom de voz doce e colocando as mãos sobre o coração enquanto fingia chorar.

Cerrei meus punhos e contava até vinte para não socar a cara da vadia de minissaia.

– Algum problema, Ruiva? - Sebastian perguntou aparecendo com Charlie que encarava Mônica com um olhar assassino.

– Nenhum. Apenas dando meus parabéns para Karma por ela ir para Nova York. Boa sorte, querida. - Seu sorriso me irritava mais do que Spencer. - Você vai precisar.

Sebastian e Charlie tiveram que me segurar pelos braços para que eu não voasse em Mônica que saia rebolando e dando risadinhas.

...

– Vadia. - Rosnei pena milésima vez naquele dia. - Eu vou acabar com essa garota retardada. Quem ela pensa que é?

– É só uma puta que quer pegar Sebastian. A escola está cheia delas.

Revirei os olhos entregando outro livro para Charlie segurar.

– Isso me deixa muito mais tranquila, Charlote. - Disse irônica.

– O que? Sebastian é um gostoso, gringo e com um sotaque super sexy.

A bibliotecária olhou brava para minha amiga que pediu desculpas.

– Vamos? Sebastian deve estar nos esperando. Você falou que ia me ajudar com minha mala.

– Você vai mesmo para Nova York hoje a noite?

– Claro. Não posso deixar Grace escolher o apartamento sozinha e nosso pai precisa dar entrada na papelada logo.

Registrei os livros que eu havia pegado e os coloquei na minha mochila e então Charlie me puxou para fora da biblioteca antes que eu pudesse conversar com o bibliotecária sobre Jane Austin.

Charlie nos seguiu com seu carro até minha casa e chegando sorriu maliciosa quando me despedi de Sebastian com um beijo.

– Você tem certeza que só vai ficar o fim de semana, não é? Temos aquela prova terça e você precisa me ajudar a estudar.

Dei risada pegando minha mala em baixo da minha cama.

– Não se preocupe. Eu volto a tempo.

Conversávamos sobre como ela e Dylan estavam indo e eu contava como as coisas estavam indo comigo e Sebastian. Em uma hora conseguimos arrumar tudo e falei para Charlie ficar para o jantar já que eu faria lasanha e sabia ser sua comida favorita e então poderia me despedir dela antes de ir para o aeroporto.

– Oi, meninas. - Mamãe disse ao chegar. - O cheiro da comida está ótimo, filha. Já arrumou tudo para ir viajar?

– Sim. Mala, documentos, passagem, dinheiro para emergências, carregador para o celular, minha bolsa de maquiagem e todo o resto.

Mamãe sorriu tirando seu jaleco.

– Você já sabe para qual faculdade vai, Charlie? - Mamãe perguntou enquanto se servia.

– Vou fazer Publicidade aqui no Texas mesmo. Se eu conseguir uma nota boa em Literatura já estou dentro.

Mamãe contava sobre suas histórias da faculdade enquanto jantávamos e eu e Charlie caiamos na risada.

– Então, Queen? Sua mãe sabe do seu namorado novo? - Charlie perguntou e lhe fuzilei com o olhar.

Os olhos de mamãe brilharam.

– Namorado? Quem filha? Eu conheço? Achei que não tinha dado certo com o Jason.

– É o Sebastian. - Disse baixo. - Meu namorado é o Sebastian.

Mamãe arregalou os olhos e soltou um palavrão.

– Grace me deve cinquenta dólares.

– COMO ASSIM GRACE ESTÁ DEVENDO DINHEIRO PARA VOCÊS DUAS?

Minha mãe e Charlie deram risada.

– Nos fizemos uma aposta. Grace disse que você ia demorar pelo menos três meses para dar uma chance para Sebastian. Eu e Charlie falamos que levaria menos tempo.

Revirei os olhos e meu celular tocou avisando que eu tinha que estar daqui vinte minutos no aeroporto.

– Certo, meninas. Hora de nos apressar.

Fui até meu quarto e peguei minha mala e minha bolsa. Vi se estava tudo certo e desci as escadas com a bagagem. Coloquei no carro de mamãe que tinha um porta-malas maior e voltei para casa onde minha mãe como sempre procurava por suas chaves e sua bolsa.

– Na sala, mãe. - Disse rindo e ela achou suas coisas onde sempre colocava. - Você vai com o seu carro Charlie?

– Sim. De lá eu já vou pra casa.

Concordei e quando abri a porta da frente para poder sair Sebastian estava em pé na frente da mesma se preparando para tocar a campainha.

– Você já está indo? - Perguntou franzindo a testa e concordei com a cabeça. - Tudo bem se eu também ir no aeroporto?

– Claro.

– Onwt. Começo de namoro é tão fofo! - Mamãe exclamou e revirei os olhos.

– Sua mãe sabe? - Sebastian sussurrou.

– Charlie contou. - Resmunguei.

– Okay. Filha, Charlie, genro. Nos carros ou Queen vai se atrasar e não estou afim de Sheldon reclamando na minha cabeça até o Natal. Você já ligou para Grace, Karma?

– Sim. Vamos no encontrar no aeroporto. Ela deve estar chegando agora lá.

Em dez minutos estávamos no aeroporto e mamãe praticamente chorava.

– Mãe. - Revirei os olhos. - É só até domingo.

– Mas logo será definitivo. E vou ficar sem a minha bebê afinal Aaron nem liga pra mim. Só pro seu pai e o dinheiro dele.

Mamãe me esmagou com um abraço e pude ver Sebastian e Charlie se segurando para não rir.

– Isso nunca perde a graça. Tem que ver quando ela vai passar as férias com a gente no Canada. - Grace disse aparecendo com sua mala que era maior que eu.

– G! - Exclamei me soltando de mamãe e lhe dando um abraço. - Sua mãe deve estar uma fera.

– Isso é um bônus. - Ela respondeu e dei risada. Nosso voo foi chamado e todos começaram a ir para a área de embarque. - Nossa deixa, K.

Dei um abraço em mamãe, um em Charlie e deixei Sebastian por último.

– Vou sentir sua falta, Ruiva. - Ele disse me abraçando pela cintura.

Sorri.

– São apenas alguns dias, idiota.

Nos beijamos e pude escutar Grace xingando. Quando me afastei do meu namorado ela entregava dinheiro para minha mãe e Charlie.