Não havia como descrever a sensação. Era mais do que ele esperava e, ao mesmo tempo, do mesmo jeito. O modo como ela suspirava, a boca macia se mexendo contra a dele, as mãos em seu cabelo. Tudo o que ela fazia o levava ao limite. E saber que ela sentia o mesmo... Merlin! Ele tinha vontade de cantar ou correr pelo castelo, braços no alto e depois se enrolar em posição fetal. Era um sentimento incrível.

Havia amor nos olhos dela. Mesmo que nenhum dos dois tivesse dito a palavra, ela estava ali, estampada no rosto dela e, ele apostava, no dele também. Ele era dela e, a partir de agora, ela também era dele. Eles pertenciam um ao outro.

Ele continuou com as mãos na cintura dela, os narizes se tocando, ambos com sorrisos idiotas. Começou a espalhar beijos doces pelo rosto dela e também na área do pescoço. Ele sentia vontade de suspirar – como uma menina.

_É ainda melhor do que eu imaginei – ele se viu dizendo, seu sorriso ampliando ao vê-la corar.

_Fico feliz que pense assim.

Ele riu, voltando a beijá-la. O baile que continuasse, ele não dava a mínima, a sua vida estava toda resumida na pessoa aos seus braços. Ele sabia, simples assim, que faria qualquer coisa por ela.

_Eu ainda não consigo acreditar que Sirius conseguiu manter segredo.

Ele riu da incredulidade na voz dela. Ele também estava surpreso, bem surpreso. Ele e Sirius não tinham, praticamente, nenhum segredo. Bem, ele pensava que não tinham, mas estava enganado. Não que isso o deixasse triste, longe disso, afinal, foi o que trouxe a garota para si. Ele deu mais um beijo, perto do olho dela, acariciando seu braço.

_Ele pode ter quase escorregado algumas vezes – James pensou nos sorrisos estranhos e nas suposições ridículas, o que o fez pensar em outro ponto – e não pense que vou perdoá-la pela brincadeira de mais cedo só porque a amo. Ver Malfoy na fonte quase me deu um enfarte.

Ele riu, sabendo que precisaria se vingar. Não dela. Nunca. Mas sim dos amigos. A quem ele estava enganando? Ele não se vingaria, ele devia é mandar presentes e beijar os pés deles... Okay, um pouco menos (bem menos) que isso.

Lily apenas o abraçou mais apertado, beijando seu ombro exposto.

_Eu também te amo.

Os olhos dele se arregalaram. Caramba! Ele havia dito que a amava e nem percebera. Fechou os olhos, repreendendo-se pelo deslize, mas sentindo o peito inchar com as palavras dela.

_Eu te amo – sussurrou, beijando logo abaixo de sua orelha – provavelmente desde a primeira vez que você gritou comigo.

Isso a fez rir. Uma música conhecida vinha de dentro e eles estavam se mexendo a ritmo dela, lentamente. Era bom. Era agradável. Era perfeito.

Beijaram-se mais algumas vezes, envolvidos um pelo outro, os beijos tornando-se mais intensos e frenéticos. Os lábios dela estavam inchados e bem vermelhos e James sabia que ele deveria ter marcas de batom pelo rosto. Lily riu do nada contra seu peito.

_E o que Malfoy tem a ver com isso?

Ela parecia realmente confusa e James percebeu que, não, ela não sabia. Aquilo tinha sido peça dos marotos.

_Nada – foi sua resposta seca, mas ele não conseguiria enganá-la.

_Como nada? – ela riu – você estava com uma cara horrível!

Ele estreitou os olhos, vendo-a se desfazer em lágrimas e preparou um ataque de cócegas. A ruiva se contorcia contra ele, pedindo para que parasse, mas James fingia que não a escutava. Lágrimas escapavam pelos olhos dela. Era incrivelmente bonito.

_Peça desculpas.

_Não... Não, James, pare! – ela riu mais um pouco, tentando se libertar dele.

_Peça desculpas e diga que eu sou o cara mais bonito do mundo.

Ela negou uma, duas, três vezes, mas James sabia que ela diria. Dito e feito, sem aguentar mais, Lily repetiu as palavras que ele dissera, socando-o no ombro logo em seguida. Ele riu, tentando beijá-la, mas ela se esquivava como se quisesse puni-lo. Ele suspirou.

_Talvez eu não seja o mais bonito – o que ele sabia que era uma mentira – mas tenho certeza que sou o mais sortudo. Por ter você.

Ela suspirou, relaxando contra seu corpo e beijando-o apaixonadamente. Era como se eles sempre tivessem estado assim. Como se todos aqueles anos de perseguições, brigas e xingamentos nunca tivessem existido. Eles pertenciam um ao outro e isso era inevitável.