Noite Verde e Prata escrita por Pikenna


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Então gente, num momento de inspiração e oportunidade, fiz essa fanfic para o seguinte concurso: https://www.facebook.com/groups/364080653778226/permalink/406828252836799/

É um concurso oferecido pelo grupo (https://www.facebook.com/groups/364080653778226/) da Madame Pince Ficlibrary sobre as casas de Hogwarts para tentar mitigar o preconceito existente entre elas. Sou Slytherin com orgulho e é dela que vou falar acerca. Espero sinceramente que gostem. :D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/638366/chapter/1

Noite Verde e Prata

Fanfic escrita por Rebeca/Pikenna

One-shot

Teddy estava deitado em sua cama, pronto para dormir e descansar. Iria para Hogwarts no dia seguinte e mal podia esperar por isso, já que seria seu primeiro ano. Suas unhas sofreram com sua ansiedade exacerbada, bem como seu cabelo, que não sabia em qual cor ficava, no momento estava esverdeado. Desejava logo saber para qual casa iria, se satisfazendo com qualquer uma que não fosse Slytherin. Hufflepuff havia abrigado sua mãe, cuja história contada pelos outros lhe encantava de uma forma inigualável. Ele tinha tanto orgulho dela. Fora brava e extremamente leal. Escutou dizer que ela era dotada de uma gentileza admirável e muito paciente, tanto é que Tonks esperou um tempo relativamente grande por Remus, o pai de Teddy. Ela compreendeu os seus anseios e esperou por ele pacientemente, e quando conseguiu que seus sentimentos fossem correspondidos, ela não mediu esforços para tornar seus dias mais felizes, cuidando dele. Além disso, Teddy sabia que sua mãe nunca temeu a dor e ele queria ser igual a ela, enfrentar qualquer situação de frente. Se fosse para Hufflepuff honraria seus valores.

Também cogitava a possibilidade de ir para Gryffindor, casa que foi a morada de seu pai, cujas histórias eram de coragem, lealdade, cavalheirismo e pura ousadia, ainda que ele fosse mais calado e reservado. Tinha um imenso orgulho dele e queria seguir seus passos, ser tão cavalheiro e corajoso quanto, bem como ser leal aos amigos que fizesse em Hogwarts. Amava ouvir seu padrinho Harry lhe contar sobre as desventuras em série de seu pai, seus dias de glória, sua luta constante contra a transformação de lobisomem, seus tempos de professor ainda que curtos, sua morte honrada na batalha pelo ideal que acreditava. Sentia orgulho do pai, mas mesmo que não o tivesse conhecido, a saudade que possuía dele era enorme. Às vezes se olhava no espelho e tentava imitar o rosto de Remus, sem êxito no fim, claro, mas o fazia apenas para tentar ter um pouco dele consigo. Ficava bravo por ele ter morrido, apesar de não ter sido em vão. Admirava ao mesmo tempo em que odiava sua coragem, e almejava ter essa semelhante virtude.

Teddy também ouvira boas histórias acerca de Ravenclaw, pois a amiga de seu padrinho pertencera a tal casa e ele falava dela com altivez. Era alguém de extrema inteligência, avançada até para seu tempo. Poucos a compreendiam, pois enxergava o que ninguém mais via, principalmente nas pessoas. Sabia lê-las, mesmo que a sua maneira que era ligeiramente torta. Carregava consigo, além de sua inteligência diferente, outras qualidades que Rowena considerava importantes que seus afilhados tivessem, tais como originalidade, criatividade e espirituosidade. Luna continha absolutamente todas, e Teddy ficava fascinado com isso. Quando seu padrinho a visitava e ele o acompanhava, se admirava com seus feitos e suas descobertas. O que mais gostava de suas invenções eram os óculos coloridos aperfeiçoados para ver os nargles. Teddy nunca conseguiu enxerga-los, mas acreditava na existência deles e um dia iria vê-los em um visgo sob o qual esperava beijar a garota de seus sonhos. Não achava isso nojento como a maioria dos meninos com os quais conversava. Teddy era maduro demais para sua pouca idade.

A única casa para a qual não desejava ir era Slytherin, pois ouvira histórias pavorosas daqueles que um dia fizeram parte dela. Era uma casa que envolvia mortes, preconceito e outras características que ele considerava desprezível. Foram os alunos dessa casa que mataram seus pais, que trouxeram guerra para o mundo bruxo, que perseguiram os nascidos trouxas como seu avô, que deserdaram sua avó. Ele tinha medo de ir para a casa das cobras e descobrir que é mal. Só em pensar nessa possibilidade seu corpo se arrepiava de medo. Ouvira boas histórias advindas de seu padrinho, mas eram pouquíssimas, talvez fossem apenas exceções. Definitivamente pediria ao chapéu para não o colocar em Slytherin. Se contentaria em ir para qualquer outra que não fosse a verde e prateada, da qual tinha uma aversão incomensurável.

— Que cara de pavor e nojo é essa em seu rosto, meu querido neto? — Indagou Andromeda, sua avó, que havia adentrado seu quarto para lhe contar mais uma de suas histórias acerca do mundo bruxo.

— Vovó, e se eu for pra Slytherin? — Ele perguntou, revelando seu anseio que lhe corroía a alma no momento.

— Qual o problema em ir para a casa que sua avó pertenceu? — Ela devolveu a pergunta com um sorriso carregado do mais puro brio.

— A senhora foi uma aluna de Slytherin? Mas lá não abriga somente alunos maus e preconceituosos?

— Slytherin é uma casa um tanto quanto interessante, Teddy. Cada um carrega o bem e o mal dentro de si, mas às vezes um acaba se sobressaindo em relação ao outro por diversos motivos, como influência do meio. Alguns como minha irmã Bellatrix não tiveram a oportunidade de serem salvas de seu destino como eu. Ela não conheceu o amor como eu. Seu avô me salvou de me tornar alguém tão cruel quanto minha irmã. — Andromeda se permitiu um suspiro de nostalgia. Teddy a olhava com uma curiosidade palpável nos olhos inocentes. — Bellatrix não nascera má, ela se tornou assim com o tempo ao se permitir se influenciada pelo meio e pelos amigos, deixou-se ser cegada pelo desejo de poder. Todos têm o bem e o mal dentro de si, porém, basta a cada um escolher qual deseja cultivar. Eu cultivei o bem e arquei com as consequências, mas estava disposta a encará-las.

— Vovó, mas por que a maioria dos Slytherin eram maus?

— Porque há muito tempo, meu neto, cultuou-se uma ilusão que vários acreditaram, a de que a raça bruxa pura era melhor que o resto. Além disso, Teddy, conheço diversos alunos de Slytherin que foram obrigados por Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado a matarem e torturarem, caso contrário, suas famílias seriam mortas e torturadas no lugar. Draco Malfoy, meu sobrinho, não nasceu mal, mas seu pai o infestou de sentimentos negativos e Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado colocou sua família em perigo caso ele não obedecesse suas ordens. Diga, Teddy, se seus amigos e sua família estivessem correndo perigo e sua única forma de salvá-los seria matando outros, o que você faria? — Andromeda perguntou, observando o neto que parecia se torturar com aquela pergunta.

— Eu mataria aquele que estava ameaçando os que eu amo. — Ele respondeu bravo, cruzando os braços. Não queria aceitar que mataria outros sob o comando de um lunático.

— E se ele fosse um bruxo muito mais poderoso que você, e você tivesse medo de enfrenta-lo? As pessoas têm medos também, Teddy. Não podemos julgar ninguém, muito menos a decisão que toma diante do pavor e de ameaças.

— Meu padrinho Harry contou que Snape foi um grande homem e que pertenceu a Slytherin. Mas é somente uma história vovó.

— Posso lhe contar a história de diversos Slytherin que foram bons. Minha irmã Narcissa sempre foi boa, o problema dela era sua submissão exagerada em relação a Lucius, mas ela nunca deixou de proteger sua família e ela nunca precisou levantar a varinha para ninguém para conseguir tal proeza. Narcissa era esperta, qualidade prezada por Salazar Slytherin. Daphne Nott, a irmã de Astoria Greengrass e esposa de Theodore Nott, se recusou a lutar contra seu padrinho, permanecendo ao lado dele juntamente com Theodore. Os dois não eram a favor de Voldemort, mesmo que a opinião de seus pais fosse contrária à deles. O pai do menino Nott foi um Comensal. Glenda Chittock também foi aluna célebre de Slytherin e se tornou apresentadora da Hora dos Encantos. Nunca conheci alguém tão determinada quanto ela, e claro, bem maluca. Mas ela era uma boa pessoa. Rita Skeeter, apesar de ser uma pedra no sapato de muitos bruxos, não é má, é somente inconveniente, e também extremamente determinada. Foi rival de Glenda nos tempos de Hogwarts. Regulus Black, meu primo, aluno excepcional de Slytherin, lutou contra Voldemort, pegando sua horcrux no intuito de destruí-la, o que infelizmente ele não foi capaz de fazer. Ele era um prodígio e morreu jovem demais. Tinha lá os seus defeitos como qualquer outro, porém, era um bom menino, os pais que eram terríveis! Ainda bem que Sirius antes de sua fuga lhe ensinara algumas virtudes e alguns valores. Regulus se apaixonou por uma bruxa nascida trouxa, igual eu, contudo, sua história romântica permaneceu em segredo, ao contrário da minha que viera à tona. Ele lutou por ela até o fim de sua vida, e por ela e por Sirius que mudou de lado. Como eu te disse, influências podem trazer o melhor ou o pior das pessoas.

— Poxa vovó! Não imagina tanta história assim. — Teddy estava sentado na cama, os olhos grudados na avó que demonstravam pura admiração. Ouvir aqueles pequenos relatos lhe fora mais aprazível que escutar histórias longas sobre apenas um personagem. — E quais são as qualidades de Slytherin? — Ele perguntou, já não mais com nojo ou desprezo.

— Determinação, ambição, orgulho, esperteza. E se lembre meu neto de que não é uma casa que vai dizer se você é bom ou ruim, é somente você quem vai demonstrar isso. Houveram sim muitos comensais em Slytherin, mas não podemos nos esquecer que Gryffindor e Ravenclaw também tiveram sua carga de comensais. Somos nós que escolhemos os caminhos que vamos seguir. E se você for para Slytherin, tenha orgulho disso assim como teria das demais casas. Não me admiraria se você fosse para lá, pois em seu sangue corre o meu e eu fui uma aluna honrada da nobre casa verde e prata. Eu vejo em seu olhar uma enorme determinação e orgulho de ser quem é, além disso, é demasiado esperto e maduro para sua idade. Tem qualidades que Slytherin preza, e eu sei que se for para lá será brilhante e continuará a ser tão bondoso, leal, inteligente, corajoso como é no momento. E não se preocupe, em qualquer casa que o chapéu o colocar, todos seus amigos e familiares ficarão orgulhosos, e a casa sortuda terá o prazer de ter um aluno como você. — Andromeda não tinha mais nada a falar, já dissera tudo o que precisava para seu neto que agora poderia ficar em paz com relação as casas de Hogwarts.

Deu um beijo na testa de Teddy e o pôs para dormir, cobrindo-o e apagando a luz ao sair do quarto com um simples movimento de varinha. O pequeno Teddy estava ainda mais ansioso para a seleção das casas, pois agora é que não sabia mesmo para qual iria, e qualquer uma em que caísse estaria satisfeito, mesmo que essa casa fosse Slytherin, afinal de contas, sua avó, quem tanto amava, também fora uma aluna dessa nobre casa. Fechou os olhos, satisfeito com os pequenos contos da noite, e se permitiu descansar um pouco. Dormiu sorrindo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!